Alma, Mente e Cérebro: a filosofia Grega e o Nascimento da Neurociência



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Alma, Mente e Cérebro: A Filosofia Grega e o Nascimento da Neurociência

  • Crivellto, E., Ribatti, D. Soul, mind, brian: greek philosophy and the birth of neuroscience. Brain Research Bulletin 71 (2007) 327 - 336


Introdução

  • Muitos conceitos na neurociência moderna possuem suas origens nas especulações dos filósofos e médicos gregos.

  • Questões como a fonte dos pensamentos humanos, dos processos cognitivos, a natureza das emoções, sobre o movimento voluntário e percepção.

  • Traçar o curso da revolução intelectual iniciada pelos filósofos pré-socráticos no século VI a.C. até Galeno no século II d.C.



O Problema da Origem

  • Fragmentos X Testemunhos

  • A Tradição Doxográfica: Aristóteles, Platão, Teofrasto e Galeno

  • Teoria Encefalocêntrica: Platão e sua definição de alma

  • Teoria Cardiocêntrica: “Filosofia biológica” de Aristóteles



A alma nos Tempos Homéricos

  • Homero (VIII a.C.): Ilíada e Odisséia

  • Snell: o grego homérico não havia desenvolvido um conceito unitário da vida psíquica.



Diferentes “tipos” de alma:

  • Psyche: “sopro de vida”. Não localizada. No momento da morte, sai pelos ferimentos e o ar dos pulmões. Não possui nenhum atributo psicológico. Associado com o termo “respirar”.

  • Thymos: Fonte das emoções, potência para os movimentos, localizado na região do peito, especificamente no phrenes (diafragma ou pulmão).

  • Noos: Associado com as ações racionais e intelectuais. Um início primitivo de um conceito de mente. Localizado na região do peito.



A Tradição Pré-Socrática

  • Exploraram os diferentes aspectos do mundo físico e também tentaram solucionar a questão da natureza da alma. Além disso, observaram a questão sobre a relação entre o corpo e a atividade física.

  • Tales de Mileto (VI a.C.) = água

  • Anaximenes = Ar e os efeitos da rarefação e condensação.

  • Diógenes de Apolônia (470 a.C.): ar = pensamento, sentidos e vida.



Heráclito: elemento básico = fogo. Intelecto está associado com o conceito de alma.

  • Heráclito: elemento básico = fogo. Intelecto está associado com o conceito de alma.

  • Empédocles de Agrigento (495 – 435 a.C.): Os 4 elementos. Sangue em torno do coração responsável por criar os pensamentos e as sensações.



Alcmeon de Crotona (V a.C.)

  • Médico e filósofo (Pitágoras)

  • Cérebro como a área sensória e cognitiva

  • “Todos os sentidos estão ligados ao cérebro (aquilo dentro da cabeça)”. Obs. sobre o tato.

  • Diferente de Empédocles, distingue sensação e compreensão “por junto” (Homens e animais).

  • Anaxágoras e Diógenes também reconhecem que todas as sensações remetem ao cérebro.



Hipócrates de Cós (400 a.C.):

  • O Corpo Hipocrático

  • A causa da epilepsia: Não mais uma doença sagrada.

  • O cérebro como sede do julgamento, das emoções e das atividades cognitivas.

  • A Teoria dos 4 Humores: Os transtornos mentais como corrupção cerebral pela Bile Negra

  • Passagens que tratam sobre a lateralização



As Almas de Platão (427 – 347 a.C.)

  • O cérebro como órgão da alma racional.

  • Três tipos de alma

  • Logos: imortal, divina e invisível. Associada com a inteligência, racionalidade. Localizada na cabeça.

  • Thymos: fonte dos sentimentos, localizada no peito, acima do diafragma e próximo do coração e pulmões. Conectada a Logos pelo pescoço.

  • Abaixo desta, a terceira alma é a sede da paixões, desejos e a vida inconsciente (como o sonho)



Observações:

  • Filolaus de Crotona (470 – 385 a.C.): divisão em quatro partes da alma associadas com partes do corpo = a cabeça como sede da inteligência; o coração como fonte da vida e sensações; o umbigo como fonte do desenvolvimento do embrião; e os órgãos genitais como origem da fertilização e geração de vida.

  • Testemunho de Diógenes sobre os Pitagóricos: o cérebro como sede da mente (nous) e as faculdades racionais (phrenes); enquanto o coração como sede da coragem, bravura e audácia (thymos)



O Coração de Aristóteles

  • Coração como sede das emoções e pensamentos: Egito e Mesopotâmia

  • Em Empédocles, associação do coração com o calor vital

  • Aristóteles distingue diversas faculdades da alma:

  • 1 – A Alma vegetativa; 2 – A Alma Sensitiva; 3 – A Alma Intelectual. Todas habitam o coração

  • Centro do organismo, princípio da vida, gerador do calor do corpo, fonte do sangue e a origem dos vasos.



O Cérebro de Aristóteles

  • Apresenta uma descrição de duas membranas que envolvem o cérebro, as meninges (A dura mater e a pia mater ou a pia mater e a arachnoide).

  • Com pouco sangue, frio e bipartido.

  • Distingue entre o cérebro e o cerebelo.

  • Reconheceu uma cavidade no cérebro e observou que o homem possui o maior cérebro em relação ao seu peso.



O Radiador Corporal

  • Não possui funções sensórias, pois “os instrumentos da sensação se encontram nas partes que compõem o sangue”.

  • Sua função é diminuir o calor do sangue gerado pelo coração.

  • Dessa forma, responsável pela indução do sono no organismo.



A Escola Médica Alexandrina

  • Alexandria Ptolomaica no III a.C.

  • Herófilo e Erasístrato

  • Fundadores da anatomia e da fisiologia antiga

  • Prática de dissecação e vivissecção (animais e humanos).



Hérofilo

  • Distinção dos ventrículos

  • Descrição de pelo menos 7 pares de nervos cranianos.

  • Apontou o 4º ventrículo e possivelmente a parte que cobre o cerebelo como centro do controle da motricidade humana.

  • Identificou nervos sensoriais e motores, correlacionando suas origens no encéfalo e na espinha

  • “Os nervos que produzem o movimento voluntário possuem suas origens no cerebelo e na medula espinhal”



Erasístrato

  • Contribuições na área da fisiologia.

  • Descrição de nervos sensórios e motores.

  • Considerou a dura mater como o centro de comando das funções cognitivas, sensórias e motoras. Assim, os distúrbios mentais e neurológicos eram associados à esta estrutura.

  • Apontou que ferimentos no lado direito do cérebro está associado com paralisia do lado esquerdo do corpo (e vice-versa).

  • Origem dos nervos na substância do cérebro.

  • Estabeleceu uma relação entre a inteligência humana e o número de circunvoluções do cérebro.



Galeno (129 – 216 d.C.)

  • Influências de Herófilo, Erasístrato e Platão.

  • Uso de uma metodologia nos estudos de anatomia.

  • Cérebro é a parte que “recebe todas as sensações, produz todas as imagens e compreende os pensamentos”, sendo sozinho responsável por todas estas atividades.

  • Nervos e a espinha são compostas pela mesma substância.

  • Dissecações e vivissecções foram executadas em animais.



Galeno (cont.)

  • Não tentou localizar a mente em uma parte específica do cérebro.

  • Sua fisiologia se baseia na pneuma

  • Conexão entre os ventrículos > nervos > movimentos e sensações

  • Responsável: Pneuma Psíquica

  • Pneuma Vital > Pneuma Psíquica

  • Pulmões > Coração > Cérebro > Nervos



Conclusões Finais

  • 1 – Conceitos associados ao cérebro humano por Hipócrates (Inteligência, centro motor, percepção sensorial, emoções)

  • 2 – O conceito de alma tripártida de Platão

  • 3 – As contribuições de Erasístrato e Herófilo ao método.

  • A polêmica entre os cardiocentristas e os encefalocentristas permaneceu até a Renascença e além.



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