Ciências 7º ano



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e (acessos em: 16 mar. 2015) e assista aos vídeos.

Adaptações quanto à locomoção

A sobrevivência de muitas espécies de aves depende das suas adaptações, do seu modo de vida e das características do ambiente em que vivem.

A maioria das aves voa, o que lhes garante grande capacidade de locomoção. Além disso, muitas podem andar, correr, nadar e saltar.

A capacidade de voar das aves está relacionada à sua forma aerodinâmica, determinada pelas penas, à presença de ossos mais leves e aos músculos peitorais bastante desenvolvidos.

As penas responsáveis pelo voo localizam-se na cauda e nas asas do animal: são longas, resistentes e flexíveis. O controle do voo é possível graças a alterações da abertura, da forma e da posição das asas em relação ao corpo. Observe o esquema abaixo, que mostra a posição dos músculos peitorais de uma ave voadora. Note que, quando a asa abaixa, os músculos peitorais externos se contraem.

Figura 9

2 m


Águia, uma ave voadora.

Robert Palmer/Shutterstock/Glow Images



Figura 10

osso da asa

osso esterno

músculo peitoral externo

músculo peitoral interno

As cores não correspondem aos tons reais.

A B

Representação dos músculos que movimentam as asas das aves. No momento A, os músculos internos se contraem (setas azuis) e os externos relaxam, fazendo com que as asas se levantem (setas vermelhas); no momento B, os músculos externos se contraem (setas azuis) e os internos relaxam, fazendo com que as asas se abaixem (setas vermelhas).



Paulo Nilson

Passaredo

Mais de 1 800 espécies de aves são conhecidas no Brasil. Muitas músicas falam de aves, e os nomes populares destas variam de região para região.

Ouça a canção de Chico Buarque de Hollanda chamada “Passaredo” no link (acesso em: 24 abr. 2015).

Procure em sites de música outras canções que falam de aves.


Página 217

Algumas espécies de aves que não voam são boas corredoras, como as emas, os avestruzes e os emus, que apresentam asas curtas e pernas fortes e compridas.



Figura 11

1,3 m a 1,7 m

Ema.

Fabio Colombini



Outras são excelentes mergulhadoras e nadadoras, como os pinguins. As asas dos pinguins têm a forma de uma nadadeira e são fundamentais para o nado subaquático dessas aves.

Figura 12

50 cm a 70 cm

Pinguim.

Leksele/Shutterstock/Glow Images

Os papagaios e as araras vivem empoleirados e muito raramente vão para o chão. O bico auxilia na locomoção, pois é usado por eles para se agarrar aos galhos mais finos e escalar as árvores.

Figura 13

Papagaio empoleirado.

Fabio Colombini

Patos, cisnes, flamingos e marrecos possuem uma membrana entre os dedos que lhes permite nadar na superfície da água. Entre as adaptações ao nado, essas aves possuem: uma plumagem mais volumosa, o que ajuda na capacidade de flutuação e no isolamento térmico do animal, e uma glândula uropigial, que produz óleo para aumentar a impermeabilidade das penas.



Figura 14

55 cm


Pato espalhando óleo nas penas.

Wim van den Heever/Tetra Images/Latinstock

A ave conhecida como jaçanã possui dedos longos que aumentam a sua área de apoio quando anda sobre áreas lamacentas e folhas de plantas aquáticas flutuantes. Dessa forma, ela não afunda com facilidade.

Figura 15

25 cm


Jaçanã.

Zig Koch/Natureza Brasileira

Aves como pombas e rolinhas andam pelos gramados ou outro tipo de vegetação rasteira em busca de sementes, pequenos insetos ou larvas de insetos. Gralhas e tico-ticos caminham aos saltos. As aves saltadoras geralmente têm pernas frágeis e são excelentes voadoras.

Figura 16

15 cm


Tico-tico.

Zig Koch/Natureza Brasileira


Página 218

Comportamento sexual e reprodução

O comportamento sexual das aves durante a corte varia muito de espécie para espécie.

A exposição de penas coloridas, o canto e o movimento exibicionista de manobras no ar ou no solo, por exemplo, têm a função de atrair as fêmeas, as quais se acasalam com o macho que apresenta as características físicas e comportamentais durante a corte.

Em muitas espécies de aves, somente o macho canta no período de reprodução. O canto é um comportamento aprendido e consiste em uma série de sons emitidos sequencialmente. A emissão do canto permite às outras aves identificar o sexo da ave e o território que ela ocupa.

Após a cópula, a fêmea realiza a postura dos ovos em local protegido, onde completarão o desenvolvimento. A postura pode ser feita em um orifício de uma árvore, um ninho, um buraco em uma encosta, ou um ninhal, onde muitos indivíduos da mesma espécie se reúnem para chocar seus ovos, formando uma colônia.

Corte: tipo de comportamento em que o animal produz estímulos para atrair o sexo oposto para o acasalamento.

Figura 17

75 cm a 95 cm

até 1,2 m

Peru macho, à esquerda, exibindo-se para a fêmea.

Bruce MacQueen/Alamy/Glow Images

Figura 18

45 cm


Ninhal de gaivotas.

David Hosking/FLPA/Diomedia



CIÊNCIAS E LÍNGUA PORTUGUESA

Cuitelinho, outro nome para beija-flor

Uma das músicas do folclore mato-grossense mais conhecidas no Brasil tem o nome de uma ave: Cuitelinho. Ouça essa música no link (acesso em: 16 mar. 2015).

Em seu caderno, copie a letra da música. Note que muitas palavras não estão escritas de acordo com a norma culta da língua portuguesa e que há erros de concordância.

• Você é capaz de identificar essas falhas e reescrever a letra da música de acordo com a norma culta? Se precisar de ajuda, consulte seu professor de Língua Portuguesa.


Página 219

O cuidado com os filhotes

A maioria das espécies de aves constrói o próprio ninho. Porém, existem muitas espécies que não constroem ninhos e botam os seus ovos nos ninhos de outra espécie, que se encarrega de cuidar dos filhotes que não são seus. Este é o caso do chupim.



Figura 19

2 cm


O ovo manchado é de chupim e não da espécie que fez o ninho.

Galawebdesign



Figura 20

18 cm a 20 cm

O joão-de-barro faz o ninho com argila.

Fabio Colombini

Existem muitos tipos de ninho, desde simples cavidades rasas no solo até estruturas complexas formadas por gravetos, penas, folhas e outros materiais. Os ninhos protegem os ovos e os filhotes dos predadores, da chuva, do frio e do calor.

As cascas dos ovos são rígidas, compostas basicamente de carbonato de cálcio. Elas evitam a perda de água, mas possuem poros que permitem a troca de gases (gás carbônico e gás oxigênio, por exemplo) entre o embrião que está sendo incubado e o ambiente.

A temperatura de incubação dos ovos é mantida entre 33 °C e 37 °C, embora alguns ovos possam resistir a períodos frios quando os adultos saem em busca de alimento. A fonte de calor necessária para a incubação dos ovos é proveniente dos corpos do macho e da fêmea, ou de somente um dos dois.

Depois da eclosão, os filhotes são protegidos e alimentados por pelo menos um dos pais até que sejam capazes de voar e sobreviver sozinhos. A proteção e o cuidado com os filhotes são comportamentos comuns à maioria das aves.



Incubação: período de desenvolvimento do embrião dentro do ovo.

Figura 21

até 14 cm

Sem a proteção dos pais, os filhotes não sobreviveriam.

Vishnevskiy Vasily/Shutterstock/Glow Images


Página 220

Atividades

Reveja

1. Em seu caderno, cite duas características das aves atuais também presentes nos répteis.

2. Que funções podemos atribuir ao canto das aves?

3. Que adaptações garantem às aves a capacidade de voar?

4. Identifique qual das afirmações a seguir é falsa. Depois, escreva-a no caderno com as correções necessárias para torná-la verdadeira.

a) A secreção da glândula uropigial, que é muito desenvolvida em aves aquáticas, é usada como atrativo sexual.

b) Todas as aves possuem penas e bico e botam ovos.

c) A análise do formato do bico e das pernas nos permite deduzir qual é o hábito alimentar da ave.

5. Em seu caderno, identifique qual das alternativas a seguir apresenta apenas aves que não voam.

a) Marreco, sabiá, bem-te-vi e pardal.

b) Ema, seriema, saracura e jacu.

c) Pinguim, avestruz e ema.

d) Periquito, tucano e arara.

Explique

6. Qual a relação entre o formato do bico de uma arara e de um colhereiro e seus respectivos hábitos alimentares?

7. Répteis como as tartarugas põem até 300 ovos em um mesmo ninho, enquanto aves como a ema botam poucos ovos em cada período reprodutivo.

• Explique por que, apesar dessa diferença, não observamos grande aumento nas populações de tartarugas nem diminuição nas populações de emas.



8. Explique por que a captura e o isolamento de filhotes de várias espécies de aves que cantam podem prejudicar a manutenção das espécies, mesmo que esses filhotes venham a ser soltos na natureza quando atingirem a idade adulta.

DESAFIO

Muitas aves que viviam nos campos são cada vez mais comuns nas grandes cidades. A ausência de predadores de aves nesses novos lugares é um fator que influencia o aumento da população de pardais, pombos, maritacas e bem-te-vis.



Figura 22

20 cm a 30 cm

Pombo doméstico.

Jody Ann/Shutterstock/Glow Images



a) Que outros fatores favorecem o crescimento da população de algumas espécies de aves nas grandes cidades?

b) Se não há predadores naturais nas cidades, que fatores podem causar a morte ou reduzir o crescimento da população dessas aves?
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CAPÍTULO 2 - Os mamíferos e a diversidade

Animais mamíferos são encontrados em todos os ambientes do planeta, do Polo Sul ao Polo Norte, do cume das montanhas à imensidão dos mares. Camundongos, morcegos, gatos, cachorros, cavalos, onças, lobos, camelos, golfinhos, baleias, tamanduás, preguiças, ursos, elefantes e seres humanos, além de outras tantas espécies, são cordados que formam a classe dos mamíferos. Assim como as aves e os répteis, todos os mamíferos respiram ar atmosférico e apresentam fecundação interna.



Figura 1

O urso-polar é um mamífero que vive em regiões muito frias. Noruega, 2011.

Martin Ruegner/Photographer's Choice/Getty Images

1,8 m a 2,5 m

Há uma grande diversidade de mamíferos. Alguns possuem asas e voam; outros estão bem adaptados à vida na copa das árvores; outros, ainda, têm adaptações para a vida dentro da água.

PENSE E RESPONDA

Observe as imagens a seguir e responda à questão.

Figura 2

Golfinhos (A) e peixes-boi (B) são mamíferos aquáticos.

A: Minden Pictures/Latinstock; B: Fabio Colombini

A: 2,5 m, B: até 4 m

• Golfinhos, baleias e peixes-boi respiram o gás oxigênio que está dissolvido na água?
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Características dos mamíferos

Os mamíferos diferenciam-se dos outros cordados pelo fato de os filhotes serem alimentados com o leite produzido pelas glândulas mamárias da fêmea. O número de mamas em cada espécie está relacionado ao número de filhotes por ninhada, variando de um par até 12 pares. Cada glândula mamária normalmente é formada por pequenos tubos que desembocam em regiões elevadas da pele, chamadas aréolas da mama, pelas quais os filhotes sugam o leite. A fêmea do ornitorrinco é um dos mamíferos que não possui mama. As suas glândulas mamárias liberam o leite na região abdominal,o qual é lambido pelo filhote.



Figura 3

1 m a 1,8 m

Fêmea de porco doméstico amamentando filhotes.

Arthur Dries/Digital Vision/Getty Images



Figura 4

até 5 m


Filhote de girafa mamando.

Grant Faint/Photographer's Choice/Getty Images

Além das glândulas mamárias, as seguintes estruturas são encontradas somente em mamíferos:

glândulas sudoríferas, ou seja, glândulas que eliminam suor pela superfície da pele. Muitas espécies, entre elas o ser humano, possuem milhões dessas glândulas espalhadas por todo o corpo, enquanto outras as possuem apenas nas solas dos pés ou no focinho. Baleias, focas, golfinhos e peixes-boi são mamíferos que não possuem esse tipo de glândula;

glândulas sebáceas, que eliminam óleo na base dos pelos, evitando o ressecamento excessivo da pele do animal, principalmente nas áreas onde ela é mais fina;

pelos, os quais desempenham várias funções, entre elas: proteção térmica; proteção mecânica; percepção tátil, como as vibrissas (“bigode”) dos gatos; proteção contra predadores, como os pelos duros dos porcos-espinho.



Figura 5

Os elementos da imagem estão fora de escala de tamanho entre si.

As cores não correspondem aos tons reais.

glândula sebácea

pelo

glândula sudorífera



Representação de pele em corte.

Ilustração produzida com base em: ROWLAND, M. Biology. London: Thomas Nelson & Sons Ltd., 1992. p. 243. STORER, T. I. et al. Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1995. p. 63.

Paulo Nilson
Página 223

EXPLORE

A pele dos mamíferos

As áreas da pele sujeitas ao atrito e à pressão podem ficar muito espessas, como as plantas dos pés e as palmas das mãos de seres humanos e macacos, e os joelhos de camelos e javalis-africanos. Essas regiões geralmente não têm pelos.

A pele de muitos mamíferos apresenta, ainda, escamas ou um espessamento em algumas áreas do corpo. A cauda da cuíca-graciosa e dos roedores é recoberta por escamas córneas, assim como a carapaça do tatu-bola.

Figura 6

20 cm a 25 cm

Cuíca-graciosa.

Fabio Colombini



Figura 7

20 cm a 30 cm

Tatu-bola.

Michael Durham/Minden Pictures/Latinstock

• Qual você acha que é a vantagem, para esses mamíferos, de possuir escamas córneas?

Alimentação dos mamíferos

Os mamíferos, assim como as aves, mantêm a temperatura interna de seu corpo entre 36 °C e 40 °C. Cada espécie apresenta uma temperatura interna definida. A temperatura média do corpo das aves, correspondente a 40 °C, é superior à dos mamíferos, cuja média é de 37 °C.

A temperatura do corpo de aves e mamíferos é mantida graças à energia proveniente de processos metabólicos internos, os quais exigem o consumo de muito alimento.

PENSE E RESPONDA

Os mamíferos precisam se alimentar com bastante frequência para suprir suas necessidades energéticas. Já os répteis, como lagartos e serpentes, não mantêm sua temperatura interna alta e constante, podendo ficar sem se alimentar por períodos prolongados.

• Como esses animais fazem, então, para elevar a sua temperatura corpórea?

O alimento fornece a energia necessária para as atividades do organismo, inclusive para a manutenção da temperatura corporal. Logo após o nascimento, os filhotes são alimentados com o leite produzido pela mãe. À medida que crescem, sua dieta vai mudando e novos alimentos são introduzidos.

Figura 8

0,9 m a 1,2 m

Filhote de morcego mamando.

blickwinkel/Alamy/Glow Images

A maioria dos mamíferos possui duas dentições durante a vida. A primeira dentição é substituída ao longo do crescimento e com a mudança de alimentação do animal.

De acordo com seu hábito alimentar, os mamíferos podem ser herbívoros, carnívoros ou onívoros. O formato e a disposição dos dentes de um mamífero indicam o hábito alimentar da espécie.


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Mamíferos herbívoros

O alimento vegetal, principalmente folhas, é abundante, mas o conteúdo proteico de caules e folhas é menor do que o de tecidos animais. Além disso, as células vegetais estão envolvidas por uma parede formada de celulose e não existem animais capazes de digerir essa substância. Como, então, animais grandes como os bois conseguem sobreviver comendo apenas folhas de vegetais?

Os mamíferos chamados de ruminantes, como bois, camelos, carneiros, lhamas, entre outros, são exemplos de organismos que conseguem aproveitar a celulose das plantas por eles ingeridas devido a uma associação com seres microscópicos (bactérias e protozoários), presentes em seu sistema digestório, que digerem a celulose. O estômago e a dentição desses ruminantes estão adaptados a essa condição alimentar.

Figura 9

Os elementos das imagens estão fora de escala de tamanho entre si.

As cores não correspondem aos tons reais.

Representação da dentição típica de mamíferos herbívoros.

Ilustração produzida com base em: STORER, T. I. et al. Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1995.

Studio Caparroz

Os dentes anteriores cortam, e os posteriores, achatados, trituram a massa vegetal muito bem, antes de ser engolida. O estômago dos ruminantes é dividido em compartimentos. Um deles, o rúmen, comporta-se como uma bolsa de criação de microrganismos que digerem a celulose ingerida. Os nutrientes resultantes dessa digestão são aproveitados pelo ruminante.

Figura 10

esôfago


intestino

delgado


ceco

esôfago


intestino grosso

intestino delgado

intestino grosso

ceco


estômago

rúmen


A

B

Representação do sistema digestório de equinos (A) e de bovinos (B).



Ilustrações produzidas com base em: POUGH, F. H. et al. A vida dos vertebrados. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2003.

Paulo Nilson

Outros mamíferos exclusivamente herbívoros, como cavalos, rinocerontes, elefantes e antas, possuem uma estrutura intestinal que fica na união do intestino delgado com o grosso, chamada ceco. A massa vegetal processada no intestino delgado fica retida no ceco até que os microrganismos façam a digestão da celulose que foi ingerida, melhorando a nutrição do animal.

Os herbívoros alimentam-se também de grãos, que apresentam um teor de proteína e de óleo maior do que o das folhas; por isso, são importantes fornecedores de nutrientes e energia para esses animais.


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Mamíferos carnívoros

Os dentes dos mamíferos carnívoros são afiados de tal forma que permitem ao animal arrancar ou cortar pedaços da carne da sua presa. O pedaço é engolido sem muita mastigação e digerido no estômago e no intestino delgado.



Figura 11

Representação da dentição típica de mamíferos carnívoros.

Ilustração produzida com base em: STORER, T. I. et al. Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1995.

Studio Caparroz

Alguns carnívoros conseguem capturar presas muito grandes, como herbívoros que pastam. Hienas e lobos caçam em bando e atuam cooperativamente no desgaste físico da sua vítima, que é atacada geralmente após estar exausta.

Mamíferos onívoros

Os seres vivos que têm dieta composta de alimentos vegetais e animais são chamados de onívoros. São exemplos: o porco, o urso e o macaco.

Os dentes anteriores dos mamíferos onívoros têm a capacidade de cortar e perfurar os alimentos ingeridos. Os dentes posteriores, apesar de não serem tão achatados como os dos herbívoros, são capazes de moer carne, frutos, sementes e raízes, o que facilita a digestão.

Figura 12

Os elementos das imagens estão fora de escala de tamanho entre si.

As cores não correspondem aos tons reais.

Representação da dentição típica de mamífero onívoro.

Ilustração produzida com base em: STORER, T. I. et al. Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1995.

Studio Caparroz



EXPLORE

Que estrutura dura de mamíferos pode ser fossilizada?

Externamente, os dentes dos mamíferos são revestidos de esmalte, substância mais dura e mais resistente ao atrito que qualquer outra estrutura animal. A dentina, que fica entre o esmalte e a polpa, é uma substância mais dura que o osso. A polpa é um tecido vivo composto de vasos sanguíneos, nervos e células.



Figura 13

esmalte dentina polpa

Representação da estrutura de um dente molar de mamífero.

Ilustração produzida com base em: DI DIO, L. J. A. Tratado de anatomia aplicada. São Paulo: Póluss, 1999. v. 2. p. 474.

Walter Caldeira

Graças ao esmalte, o dente é a estrutura mais preservada após a morte do mamífero, por isso é a que tem maiores chances de se fossilizar.

Alguns mamíferos não possuem dentes, como o tamanduá-bandeira, que usa a sua língua longa e pegajosa para capturar cupins e formigas.

• Por que o hábito alimentar dos mamíferos fósseis é uma informação relativamente fácil de ser obtida?


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Reprodução e desenvolvimento dos mamíferos

Embora todos os mamíferos apresentem fecundação interna, nem todos têm o mesmo tipo de desenvolvimento do embrião. Veja o infográfico a seguir.



Desenvolvimento dos mamíferos

Mamíferos ovíparos

Há um grupo de mamíferos ovíparos, o dos monotremados, cujos embriões se desenvolvem dentro de um ovo. É o caso do ornitorrinco e da equidna. As poucas espécies atuais desse grupo vivem na Austrália e na Nova Guiné. As fêmeas produzem ovos que ficam incubados em ninhos. Para nascer, os filhotes rompem a casca do ovo da mesma forma que as aves. Os monotremados possuem dentes e pelos e produzem leite, o que os coloca entre os mamíferos.



Figura 14

50 cm a 60 cm

O ornitorrinco é um mamífero que bota ovos.

worldswildlifewonders/Shutterstock/Glow Images



Mamíferos marsupiais

Na Austrália e no continente americano, vivem cerca de 250 espécies de mamíferos cujos filhotes nascem muito pequenos e completam seu desenvolvimento dentro de uma bolsa, o marsúpio. Cangurus, coalas, gambás e cuícas são exemplos de animais desse grupo, o dos marsupiais. Os embriões passam por um período muito curto de gestação e os filhotes nascem muito pequenos. Após o nascimento, eles se arrastam até a bolsa marsupial, onde são alimentados com o leite da fêmea e ficam protegidos até completar o seu desenvolvimento.



Figura 15

35 cm a 95 cm

Filhotes de gambá-da-virgínia no marsúpio.

Carolina Biological Supply Company/Phototake/Glow Images



Mamíferos placentários

Nas demais espécies de mamíferos, como cães, macacos, tamanduás, bois, morcegos, coelhos, entre outros, os embriões desenvolvem-se dentro do útero da fêmea e são nutridos pela placenta, tecido que se forma na parede do útero. Os filhotes de mamíferos placentários nascem muito mais desenvolvidos do que os filhotes dos marsupiais e têm maiores chances de sobreviver. Os recém-nascidos de algumas espécies já nascem prontos para correr ou nadar.



Figura 16

placenta


As cores não correspondem aos tons reais.

O ser humano é um mamífero placentário.

Ilustração produzida com base em: ATLAS de anatomia. São Paulo: FTD, 2006. p. 81-83.

Paulo Nilson


Página 227

Proteção aos filhotes

Os filhotes de mamíferos são protegidos pela mãe e, em muitos casos, também pelo pai, até que consigam alimentar-se e defender-se por conta própria.

Muitas espécies vivem em grupos que estabelecem relações complexas entre seus membros. A socialização de mamíferos em manadas e bandos funciona como uma estratégia cooperativa para obtenção de alimento, defesa contra predadores e proteção dos filhotes e das fêmeas recém-paridas. Muitos herbívoros atuam dessa forma, particularmente os da savana africana, como gnus, zebras e elefantes.

Figura 17

até 4 m


Elefantes adultos protegendo um recém-nascido.

© Martin Harvey/Corbis/Latinstock



FÓRUM

O mamífero que bota ovo

Analise a charge abaixo e responda às questões a seguir.



Figura 18

Jarbas Domingos



1. Por que o coelho diz ao ornitorrinco que ele não tem imagem muito comercial?

2. O coelho está certo ao dizer que o ornitorrinco é o único mamífero ovíparo conhecido?
Página 228

Evolução e desenvolvimento de aves e mamíferos

Os registros fósseis indicam que o nosso planeta já foi habitado por muitas espécies diferentes daquelas que conhecemos hoje. Os restos e as marcas deixados por essas espécies mostram algumas das características que possuíam e como viviam.

Os fósseis mais antigos de aves já encontrados, os da chamada Archaeopteryx (que significa “asa primitiva”), têm entre 150 milhões e 200 milhões de anos. Os exemplares desses fósseis mostram uma grande semelhança dessas aves com os répteis. Apesar das semelhanças, os fósseis mostram que essas aves possuíam bico com dentes, três dedos livres e asas com garras e penas, o que indica que eram voadoras.

Figura 19

1 m


Representação de um Archaeopteryx.

De Agostini/Getty Images

Com poucos registros fósseis, ainda persistem dúvidas e controvérsias entre as teorias que explicam a evolução desse grupo animal.

Por isso, é possível que mudanças na explicação sobre a origem das aves ocorram, caso surjam novas descobertas com base em estudos comparativos entre as aves atuais e os fósseis de aves primitivas e de répteis.



Controvérsia: debate; discussão entre pontos de vista diferentes.

Os mamíferos primitivos

Há 230 milhões de anos, aproximadamente, quando surgiram os mamíferos, o planeta já era habitado por muitos vertebrados terrestres. Durante milhões de anos, os mamíferos primitivos conviveram com os grandes répteis e anfíbios.

O estudo de dentes e de crânios fósseis de mamíferos dessa época evidencia que os primeiros mamíferos, além de se alimentarem de leite logo após o nascimento, eram carnívoros de pequeno porte. O mais antigo fóssil de mamífero, datado de 225 milhões de anos, não passava de 10 cm de comprimento.

Figura 20

até 10 cm

Os elementos das imagens estão fora de escala de tamanho entre si.

As cores não correspondem aos tons reais.

Ilustração de mamífero primitivo feita com base em registros fósseis.

Walter Caldeira

Com o passar do tempo, as espécies diversificaram-se. A estrutura dos dentes fósseis, com aproximadamente 200 milhões de anos, indica que também viviam naquela época espécies de mamíferos que comiam insetos, carne de outros vertebrados, sementes e outras partes de vegetais.
Página 229

A diversidade dos seres vivos

Muitas das características que admiramos nos seres vivos que habitam o planeta Terra — como a forma das asas de um albatroz, a organização e a coloração das penas de uma saíra-sete-cores ou de uma ararinha-azul, a delicadeza de uma alga marinha, a forma ereta do tronco de um jequitibá, entre outros exemplos — são adaptações moldadas durante milhões de anos de seleção natural e outros processos evolutivos.

A diversidade dos seres vivos é considerada uma riqueza natural, e sua preservação tem recebido cada vez mais atenção de ambientalistas, cientistas e governantes. O termo biodiversidade é usado para exprimir a variedade de indivíduos, de espécies ou mesmo de ecossistemas.

Figura 21

13,5 cm


Saíra-sete-cores.

Fabio Colombini



Figura 22

até 2,5 m

Albatroz.

Gentoo Multimedia Limited/Shutterstock/Glow Images



Figura 23

40 m


Jequitibá-branco.

Fabio Colombini



Figura 24

Diatomáceas. (Aumento aproximado de 100 vezes e colorido artificial.)

Jan Hinsch/SPL/Latinstock

Diversidade dos indivíduos de uma população

Muitas vezes, ao falar de seres vivos, usamos o termo espécie para designar um grupo de seres vivos com as mesmas características. Mas entre indivíduos de uma mesma espécie também encontramos diferenças.

Assim como na população humana existem diferenças entre um indivíduo e outro, nas outras espécies ocorre o mesmo. Muitas características que fazem um indivíduo diferente de outro, bem como as que tornam indivíduos semelhantes, são hereditárias, isto é, são transmitidas de uma geração para outra. As características hereditárias são determinadas pelo DNA, uma sigla que representa o material genético que passa dos pais para os filhos.

Figura 25

Aglomeração humana no centro da cidade de São Paulo (SP), 2013.

Daniel Cymbalista/Pulsar
Página 230

Seleção natural e seleção artificial

Em 1858, Charles Darwin propôs uma explicação para a evolução das espécies. Com base em sua teoria evolutiva, conhecida como teoria da seleção natural, os cientistas explicam a enorme diversidade dos seres vivos. A seleção natural diz que as modificações na forma e na função de órgãos que se acumulam em uma população ocorrem ao longo de muito tempo e se devem ao fato de os indivíduos que compõem uma população serem um pouco diferentes uns dos outros. Entre essa variedade, alguns estão mais bem adaptados às condições ambientais do que outros, por isso eles têm maiores chances de sobreviver e deixar descendentes. Esses descendentes, por sua vez, podem herdar as características de seus pais e, assim, também serão bem adaptados ao ambiente em que vivem.



Figura 26

Retrato de Charles Darwin. Em seu livro A origem das espécies, Darwin apresenta a teoria da evolução dos seres vivos por seleção natural.

Messrs, Maull and Fox. 1854. Coleção particular

O texto a seguir descreve um exemplo de variação das características em uma população de mariposas.



REDE DO TEMPO

As mariposas e a industrialização

Até as primeiras décadas do século XIX, a forma mais comum da mariposa Biston betularia encontrada na região de Manchester — região da Inglaterra onde se instalaram as primeiras indústrias — era a clara. Com o passar do tempo, o número de mariposas escuras foi aumentando em relação ao número de mariposas claras, até constituir mais de 90% da população das duas formas juntas, no começo do século XX.

Desde 1890, vários estudos tentam explicar quais fatores favoreceram a sobrevivência das mariposas escuras em uma área poluída como a de Manchester.

Um fator que favoreceu a seleção das mariposas escuras foi a ação de pássaros predadores. Após o período inicial de industrialização, a mariposa escura ficava camuflada no tronco das árvores com fuligem, protegidas do ataque dos pássaros, ao contrário da mariposa branca, que não passaria despercebida dessas aves.



Figura 27

A mariposa clara está camuflada no tronco com liquens.

Stephen Dalton/Minden Pictures/Latinstock

Figura 28

4,25 cm


A mariposa escura está camuflada no tronco com fuligem.

Natural History Museum, Londres/SPL/Latinstock

Nessa condição, as mariposas escuras deixavam mais descendentes do que as claras.

A partir dos anos 1970, em decorrência das leis antipoluição, houve redução da emissão de fuligem. A presença de mariposas escuras, então, diminuiu e a de claras voltou a aumentar.

Conclui-se que a alteração no número de mariposas escuras e claras está relacionada com a seleção promovida pela predação por pássaros e com a alteração ambiental causada pela poluição.

• Suponha que um indivíduo seja mais bem adaptado ao ambiente do que a maioria dos demais que formam essa população, mas ele não é capaz de se reproduzir. Nessas condições, a característica que permite a boa adaptação desse indivíduo ao ambiente vai contribuir para a evolução da espécie? Justifique.


Página 231

Darwin observou que o ser humano, quando busca aprimorar algumas características de plantas e animais de seu interesse, realiza um tipo de seleção, que ele chamou de seleção artificial.



Figura 29

Os tomateiros cultivados hoje são resultado da seleção artificial realizada pelo ser humano durante muitos séculos.

imageBROKER/Alamy/Glow Images

Esse tipo de seleção ocorre quando o ser humano controla a reprodução dos indivíduos da população com as características desejáveis. Os animais e as plantas sem as características de interesse são impedidos de se reproduzir.

Leia o texto a seguir, que relata uma prática usada em algumas ilhas para controlar ou mesmo eliminar populações de espécies exóticas introduzidas nesses locais pelo ser humano.

Extermínio em curso no Pacífico

Quando os helicópteros surgem voando baixo, os cabritos montanheses param de pastar. Viram a cabeça em direção ao ruído antes de fugir. Com o corpo fora dos helicópteros, óculos escuros e rifles automáticos, fica fácil. Os cabritos rolam na relva. [...]

Milionários excêntricos caçando na África? Não, ecologistas financiados pela ONU [...] tentando preservar a biodiversidade da Ilha de Isabela (Galápagos), um dos mais importantes santuários ecológicos do planeta. O objetivo é exterminar 150 mil cabritos que infestam os 458 mil hectares da ilha. [...]

Na ausência de predadores, os cabritos levados para lá no século 19 pastaram até deixar a terra desnuda. Na Ilha de Laysan, no Havaí, coelhos extinguiram 26 espécies de plantas em 20 anos. No Arquipélago de Kerguelen, uma gata solta em 1950 e seus três filhotes geraram 3,5 mil descendentes que mataram milhões de aves.

Programas de extermínio, apesar de pouco divulgados, existem há décadas e, no ambiente restrito das ilhas, têm sido um sucesso. [...]

Nem tudo são flores. Quando os ecologistas bombardearam a Ilha de Anacapa com toneladas de veneno contra ratos, defensores dos direitos dos animais invadiram a ilha e espalharam iscas contendo o antídoto. [...]

REINACH, Fernando. A longa marcha dos grilos canibais. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

NÓS

Espécies invasoras

As espécies invasoras representam um dos desafios ambientais da atualidade, com repercussões nos ecossistemas, na economia, na sociedade e na cultura locais. Embora a erradicação da população invasora seja a medida recomendada, principalmente nos casos mais críticos, ela ainda é bastante polêmica, pois envolve a morte de milhares de indivíduos.

• Você é contra essa prática ou a favor dela? Por quê? Discuta com os colegas.

@MULTILETRAMENTOS

Enciclopédia de aves e mamíferos

Nesta unidade, você conheceu vários aspectos e características de aves e mamíferos, mas ainda pode descobrir inúmeras curiosidades sobre a vida desses animais. Vamos continuar a enciclopédia que fizemos na Unidade 8. Há excelentes sites de Biologia que podem fornecer muitas informações interessantes sobre eles. Escolha aqueles que possam contribuir para que a enciclopédia fique atrativa para o leitor. Insira imagens para ilustrar as informações colhidas.


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Atividades

Reveja

1. Responda, em seu caderno, por que a equidna e o ornitorrinco são considerados mamíferos se eles botam ovos e fazem ninhos como répteis e aves?

Analise a representação da teia alimentar abaixo e responda às questões 2, 3 e 4.



Figura 30

lobo-guará

sapo

tatu


grilo

tamanduá


cupim

preá


serpente

sabiá


gavião

lagarto


Os elementos da imagem estão fora de escala de tamanho entre si.

As cores não correspondem aos tons reais.

Esquema de teia alimentar.

Walter Caldeira



2. A que filo pertence cada um dos animais representados nessa teia alimentar?

3. Quais dos animais representados nessa teia alimentar são onívoros, exclusivamente herbívoros ou exclusivamente carnívoros? (Observação: os animais que se alimentam somente de insetos são chamados de insetívoros.)

4. Cite duas características que distinguem o lobo-guará do sabiá.

5. Por que é mais fácil encontrar dentes fossilizados do que pelos e músculos fossilizados?

6. Considere uma população de insetos vivendo em uma área com pouco alimento disponível. Alguns desses insetos chegam mais rapidamente até o alimento do que os outros.

a) Que insetos terão melhores chances de sobreviver?

b) Que insetos deixarão maior número de descendentes?

c) Se essa condição for hereditária, como será a população de insetos depois de muitas gerações?

Explique

7. Tendo em vista os alimentos que compõem a nossa dieta, nós somos considerados mamíferos herbívoros, carnívoros ou onívoros? Você acha que conseguiríamos atender às nossas necessidades energéticas comendo apenas folhas? Justifique sua resposta.
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8. Leia a afirmação a seguir.

A seleção natural das espécies é um fenômeno biológico que já ocorreu em tempos passados com todos os organismos e, por isso, não acontece mais hoje.

• Você concorda com ela? Justifique sua resposta.

9. Leia a tirinha a seguir e responda às questões.

Figura 31

Fernando Gonsales



a) Na tirinha, estão representados os seguintes organismos, em sentido horário: leão, zebra, gnu e antílope. Quais são os hábitos alimentares de cada uma dessas espécies? Se necessário, pesquise os hábitos alimentares em seu livro ou em outras fontes de informação.

b) O autor faz uso da relação entre as espécies retratadas para criar humor. Qual é a relação ecológica que ocorre entre o leão e as demais espécies ilustradas na tirinha?

DESAFIO

Leia o texto a seguir sobre o hábito alimentar de uma ave da Amazônia.

O hábito herbívoro da cigana (foto abaixo) é uma característica que a torna especial, já que mais de 80% do que ela come são folhas verdes. O seu papo é muito desenvolvido e possui microrganismos que aumentam a capacidade de aproveitamento dos nutrientes presentes nas folhas. O odor das fezes da cigana é semelhante ao das fezes de vários mamíferos que pastam.

Figura 32

62 cm


A cigana é uma ave que se alimenta quase exclusivamente de folhas verdes.

Jared Hobbs/All Canada Photos/Getty Images



a) Quais são os mamíferos herbívoros que possuem hábitos alimentar e digestivo semelhantes aos das ciganas?

b) Por que o odor das fezes das ciganas é semelhante ao das fezes de vários mamíferos que pastam?
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Para ler o texto científico

Controle de temperatura do corpo: ectotermia e endotermia

A classificação dos vertebrados em pecilotérmicos e homeotérmicos foi amplamente usada durante a metade do século vinte, mas essa terminologia tornou-se menos apropriada à medida que nosso conhecimento sobre as capacidades reguladoras da temperatura de uma ampla variedade de animais tornou-se mais sofisticado. A pecilotermia e a homeotermia descrevem a variabilidade da temperatura do corpo e não podem ser prontamente aplicadas a grupos de animais. Por exemplo, os mamíferos têm sido denominados homeotermos e os peixes pecilotermos, mas alguns mamíferos tornam-se entorpecidos durante a noite ou durante o inverno e permitem que sua temperatura do corpo caia 20 °C ou mais de seus valores normais, enquanto [...] muitos peixes vivem em águas cuja temperatura muda menos do que 2 °C durante o ano inteiro. Esse exemplo mostra a situação contraditória de um homeotermo que sofre uma variação dez vezes maior da temperatura do corpo do que a de um pecilotermo.

Devido a complicações desse tipo, é muito difícil usar rigorosamente as palavras homeotermo e pecilotermo. [...] a maioria dos biólogos que trabalha com regulação térmica prefere os termos ectotermo e endotermo. Eles não são sinônimos de pecilotermo e homeotermo porque, em vez de se referirem à variabilidade da temperatura do corpo, referem-se às fontes de energia usadas na termorregulação. Os ectotermos ganham seu calor de fontes externas — aquecendo-se ao sol, por exemplo, ou ficando sobre uma pedra aquecida. Os endotermos dependem grandemente da produção metabólica de calor para elevar sua temperatura do corpo. A fonte de calor usada para manter a temperatura do corpo é a principal diferença entre os ectotermos e endotermos.

POUGH, F. et al. A vida dos vertebrados. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 1999. p. 141.



Figura 33

10 cm


Penas funcionam como isolante térmico dos animais endotérmicos, como é o caso do cardeal-tecelão-vermelho.

EcoPrint/Shutterstock/Glow Images



Termorregulação: o mesmo que regulação térmica.

Os conceitos científicos não são permanentes. À medida que o conhecimento se amplia, os conceitos podem ser revistos ou substituídos por outros mais apropriados. Esse é o caso dos conceitos de pecilotermia (poikilos = variável; thermos = calor) e homeotermia (homeos = o mesmo).

Os animais vertebrados ectotermos (ecto = fora) compõem os grupos dos peixes, anfíbios e répteis. Vertebrados endotermos (endo = interno) — aves e mamíferos — mantêm a temperatura interna elevada graças à produção de calor decorrente do metabolismo celular, ou seja, de reações químicas celulares que liberam energia térmica.
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Sua vez

Muitos animais ectotermos também regulam a temperatura corpórea, de tal modo que ela sofre aumento ou diminuição de acordo com a condição do ser vivo e do ambiente. Lagartos são seres ectotermos e expõem-se à luz solar ou encostam o corpo em uma rocha aquecida para aumentar a temperatura do corpo.

Observe as imagens a seguir. A iguana-do-deserto é uma espécie que altera a cor de sua pele e, com isso, regula a temperatura do seu corpo. De manhã, as iguanas-do-deserto são mais escuras e, à medida que a temperatura do seu corpo aumenta, sua pele torna-se clara. A pele clara da iguana-do-deserto reduz em 23% o ganho de calor do sol quando comparado com o ganho de calor da pele de cor escura.

Figura 34

A

B



até 1,8 m

A pele da iguana - do-deserto muda de cor de acordo com a temperatura de seu corpo. É escura (A) quando o corpo está frio e mais clara (B) quando está quente.

Buck/Science Source/Diomedia

Stone Nature Photography/Alamy/Latinstock



1. Analise as imagens e identifique a iguana que está se aquecendo mais com a luz do Sol. Justifique.

2. Que outras estratégias a iguana-do-deserto poderia usar quando a temperatura do seu corpo está elevada? Justifique.
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No laboratório

Modificação de populações

Como as condições naturais ou as ações humanas podem interferir na diversidade de populações de seres vivos?

Nesta atividade você vai representar o que poderia acontecer com uma população de plantas submetida a um fator ambiental ou à interferência humana durante sucessivas gerações. A atividade apresenta um modelo do que pode acontecer na natureza.

Material

• lápis (ou caneta) vermelho e amarelo;

• uma folha de papel sulfite;

• régua.


Preparação prévia

Com o auxílio da régua, trace em uma folha de papel sulfite cinco retângulos de aproximadamente 6 cm por 8 cm. Esses retângulos devem ficar separados uns dos outros por alguns centímetros. Assim, distribua-os na folha de papel sulfite de maneira que fiquem como quadros independentes. Numere os quadros de 1 a 5 (escreva os números ao lado dos quadros).



Procedimento

Vamos considerar uma espécie de planta que cresce em um campo e produz flores de duas cores: vermelhas e amarelas.

Imagine que, em determinada condição, essa população de plantas tenha mais indivíduos com flores vermelhas do que com flores amarelas.

A. Represente essa situação desenhando 30 flores vermelhas e 10 flores amarelas no Quadro 1. Faça desenhos simples e esquemáticos representando apenas as pétalas coloridas das flores, como pode ser visto na ilustração a seguir.

Figura 35

Modelo do Quadro 1.

Editoria de arte
Página 237

Suponha que uma pessoa colha 25 flores nesse campo, todas da cor vermelha.



B. Represente como ficou o campo depois dessa colheita, desenhando as flores que restaram no Quadro 2.

As flores são estruturas reprodutivas das plantas. Nelas, ocorre o encontro dos gametas femininos e masculinos. Depois disso, o fruto se desenvolve, formam-se as sementes, que germinam, dando origem a novas plantas, que também formarão flores.

Para continuar a atividade, vamos considerar que a cor das flores seja uma característica hereditária. Vamos, também, supor que as plantas de flores vermelhas formem sementes que originam plantas de flores vermelhas e que as plantas de flores amarelas formem sementes que originam plantas de flores amarelas. Por fim, vamos supor, ainda, que cada planta, representada na atividade por uma flor, forme duas novas plantas na geração seguinte.

Assim, se no Quadro 2 existem 10 plantas com flores amarelas e cinco com flores vermelhas, o Quadro 3, que representará a geração seguinte, deve apresentar 20 flores amarelas e 10 flores vermelhas.



C. Represente a 2ª. geração no Quadro 3. Escreva “2ª. geração” ao lado desse quadro.

Em uma nova colheita, foram retiradas oito flores vermelhas e nenhuma flor amarela.



D. Represente como ficou o campo depois dessa colheita, desenhando as flores que restaram no Quadro 4.

Registre

1. Quantas flores amarelas haverá na 3.ª geração? E quantas flores vermelhas?

E. Represente como ficou a população de flores na 3.ª geração, desenhando as flores vermelhas e as amarelas correspondentes no Quadro 5. Escreva “3.ª geração” ao lado desse quadro.

2. Observe os cinco quadros. Houve alguma mudança na população de flores ao longo das gerações representadas?

De forma muito mais demorada e complexa, as populações naturais também estão sujeitas a fatores que podem alterar a proporção de indivíduos com determinadas características.

Nesta atividade, a pessoa que colhe as flores é um agente de seleção dessa espécie de planta, pois está impedindo que determinada variedade se reproduza com a mesma intensidade que outra. Como vimos, esse processo é conhecido como seleção artificial.
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Avaliações oficiais

Resolva as atividades a seguir no caderno.



1. (Saresp) Em todas as cadeias alimentares devem existir obrigatoriamente os produtores, seres que fabricam o seu próprio alimento por meio da fotossíntese, e os decompositores, seres que se alimentam de restos de animais e vegetais.

Numa cadeia alimentar de um jardim, ocupam a posição de produtor e decompositor, respectivamente:


a) grama e formiga.
b) grama e fungo.
c) fungo e bactéria.
d) bactéria e formiga.

2. (Enem) Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem sinais luminosos para se atraírem para o acasalamento. O macho reconhece a fêmea de sua espécie e, atraído por ela, vai ao seu encontro. Porém, existe um tipo de vaga-lume, o Photuris, cuja fêmea engana e atrai os machos de outro tipo, o Photinus, fingindo ser desse gênero. Quando o macho Photinus se aproxima da fêmea Photuris, muito maior que ele, é atacado e devorado por ela.

A relação descrita no texto, entre a fêmea do gênero Photuris e o macho do gênero Photinus, é um exemplo de:


a) comensalismo.
b) inquilinismo.
c) cooperação.
d) predatismo.
e) mutualismo.

3. (Saresp) Por meio de um exame minucioso de um vegetal fóssil recém-descoberto, um paleobotânico — cientista que estuda fósseis de vegetais — notou a presença de folhas em forma de leque, vasos condutores de seiva e uma pequena escama que protegia uma pequena semente.

Figura 1

1

2



3

4

Alga



Briófita

Pteridófita

Gimnosperma

Angiosperma

De acordo com a árvore filogenética apresentada, o vegetal descrito estaria corretamente posicionado no número:

a) 1. b) 2. c) 3. d) 4.

Texto para a questão 4.



Massa de pão

Para fazer massa de pão, um cozinheiro mistura farinha, água, sal e fermento biológico. Após misturar a massa, ela é colocada em um recipiente por várias horas, a fim de permitir que o processo de fermentação ocorra. A fermentação é uma reação química na mistura: o fermento (um fungo unicelular) transforma o amido e os açúcares da farinha em dióxido de carbono e álcool.



4. (Pisa) A fermentação faz com que a massa de pão cresça. Por quê?
a) A massa de pão cresce porque o álcool é produzido e se transforma em um gás.
b) A massa de pão cresce por causa de um fungo unicelular que está se reproduzindo.
c) A massa de pão cresce porque ocorre a produção de um gás, o dióxido de carbono.
d) A massa de pão cresce porque, durante a fermentação, a água se transforma em vapor.

5. (Saresp) Os ornitorrincos têm o corpo recoberto por pelos, o bico parecido ao de um pato e suas patas apresentam membranas entre os dedos, sendo adaptadas para nadar. Eles habitam rios australianos, onde cavam túneis e constroem seus ninhos. Os filhotes saem dos ovos após dez dias de incubação e mamam o leite que escorre das glândulas mamárias da mãe.

As informações apresentadas no texto permitem concluir que o ornitorrinco é um mamífero:


a) ovíparo.
b) vivíparo.
c) primíparo.
d) ovovivíparo.
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6. (Enem) A pesca não predatória pressupõe que cada peixe retirado de seu hábitat já tenha procriado pelo menos uma vez. Para algumas espécies, isso ocorre depois de os peixes apresentarem a máxima variação anual de seu peso.

O controle de pesca no Pantanal é feito com base no peso de cada espécie. A tabela fornece o peso do pacu, uma dessas espécies, em cada ano.



Idade (anos)

Peso (kg)

1

1,1

2

1,7

3

2,6

4

3,9

5

5,1

6

6,1

7

7

8

7,8

9

8,5

10

8,9

11

9,1

12

9,3

13

9,4

Considerando esses dados, a pesca do pacu deve ser autorizada para espécimes com peso de, no mínimo,
a) 4 kg.
b) 5 kg.
c) 7 kg.
d) 9 kg.
e) 11 kg.

7. (Pisa) Se um animal ou uma pessoa ficar doente por causa de uma infecção bacteriana e, em seguida, se recuperar, em geral, não ficará doente novamente por causa do mesmo tipo de bactéria.

Qual é a razão para isso?


a) O corpo matou todas as bactérias que podem causar o mesmo tipo de doença.
b) O corpo produziu anticorpos que matam as bactérias antes que elas se multipliquem.
c) Os glóbulos vermelhos matam todas as bactérias que podem causar o mesmo tipo de doença.
d) Os glóbulos vermelhos capturam esse tipo de bactéria e a expulsam do corpo.

8. (Saresp)

Edward Jenner (1749-1823) foi uma das figuras mais admiráveis da história da medicina.

Certo dia, uma jovem camponesa foi ao seu consultório e os dois acabaram conversando sobre varíola*.

Ela teria dito: “Não corro risco de contrair essa doença, pois já tive varíola das vacas**”.

Jenner, intrigado com o depoimento da jovem, estudou a doença de forma sistemática. Ele extraiu o conteúdo de uma pústula (ferimento) da mão de uma jovem leiteira afetada pela varíola das vacas e injetou-a no braço de um garoto de 8 anos. Não houve efeitos colaterais e a experiência foi um sucesso, pois o menino não contraiu a doença.

Ele repetiu o procedimento em outras pessoas e teve então a certeza de que havia realizado uma grande descoberta.

* Doença infectocontagiosa provocada pelo vírus Orthopoxvirus variolae, que causa graves lesões purulentas na pele e pode levar à morte em poucas semanas. Calcula-se que mais de 60 milhões de pessoas tenham morrido vítimas da doença na Europa no século XVIII.

** Variação mais branda (fraca) da varíola.

MONDADORI, Arnoldo. História ilustrada da medicina. Barueri: Manole, 1998.

De acordo com o texto, Jenner foi o descobridor:


a) do soro.
b) dos antibióticos.
c) da vacina.
d) da anestesia.

9. (Enem) Os anfíbios são animais que apresentam dependência de um ambiente úmido ou aquático. Nos anfíbios, a pele é de fundamental importância para a maioria das atividades vitais, apresenta glândulas de muco para conservar-se úmida, favorecendo as trocas gasosas e, também, pode apresentar glândulas de veneno contra microrganismos e predadores. Segundo a Teoria Evolutiva de Darwin, essas características dos anfíbios representam a:

a) Lei do uso e desuso.

b) Atrofia do pulmão devido ao uso contínuo da pele.

c) Transmissão de caracteres adquiridos aos descendentes.

d) Futura extinção desses organismos, pois estão mal adaptados.

e) Seleção de adaptações em função do meio ambiente em que vivem.
Página 240

Bibliografia

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