História 8º ano



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. Acesso em: 2 maio 2015.

Figura 24

Diversos elementos distintivos do poder da monarquia francesa foram representados nesse retrato do monarca Luís XIV. Pintura de Hyacinthe Rigaud, 1701.

Hyacinthe Rigaud. 1701. Óleo sobre tela. Museu do Louvre, Paris (França)

Explorando a imagem

a) Cite alguns elementos da imagem que simbolizam o poder desse monarca.

b) Que relações podem ser estabelecidas entre essa imagem e o Absolutismo na França?

Veja as respostas das questões nas Orientações para o professor.


Página 46

História em construção

Os teóricos do Absolutismo

Veja nas Orientações para o professor subsídios para trabalhar essa seção com os alunos.

Apesar das características comuns aos Estados absolutistas, as teorias que justificavam esse regime apresentavam diferenças que variavam de acordo com cada Estado. Importantes escritores procuraram apoiar o poder absoluto dos reis, indicando justificativas teóricas que defendiam o poder do soberano. Essas teorias poderiam estar mais voltadas aos princípios políticos, religiosos ou filosóficos.

O italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527) foi um desses escritores. Na obra O príncipe, publicada em 1532, o autor debateu, entre outros assuntos, as estratégias que deveriam ser adotadas pelos governantes a fim de manter o domínio sobre um território já conquistado.



Figura 25

Nicolau Maquiavel. Pintura de Santi di Tito, século XVI.

Santi di Tito. Séc. XVI. Óleo sobre tela. Palazzo Vecchio, Florença (Itália). Foto: PSA/Glow Images

Figura 26

Edição italiana de O príncipe, de Maquiavel, 1537.

Nicolau Maquiavel. 1537. Biblioteca Ambrosiana, Milão (Itália). Foto: M. Ranzani/Veneranda Biblioteca Ambrosiana/De Agostini/Glow Images

O francês Jean Bodin (1530-1596) defendia a ideia do caráter divino dos reis, assim como sustentava que a obediência absoluta dos súditos ao rei era uma obrigação suprema. De acordo com Bodin, o poder do rei não poderia ser limitado pelo parlamento.

Já para o religioso francês Jacques Bossuet (1627-1704), o poder do soberano era estabelecido por Deus para melhor governar os seres humanos. Assim, o rei seria a própria imagem de Deus na Terra e quem o traísse, trairia a Deus.

O inglês Thomas Hobbes (1588-1679), outro teórico do Absolutismo, afirmava que a autoridade do rei era fruto de um contrato firmado entre ele e seus súditos. De acordo com Hobbes, esse contrato era estabelecido quando um grupo de pessoas transferia ao rei o direito de governar e administrar seus negócios. No caso do Absolutismo, esse poder era concedido ao Estado, representado na figura do soberano.



Figura 27

Thomas Hobbes. Pintura de John Michael Wright, cerca de 1670.

John Michael Wright. c. 1670. Óleo sobre tela. 66 x 54,6 cm. Galeria Nacional de Retratos, Londres (Inglaterra). Foto: De Agostini Picture Library/Glow Images
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Hobbes acreditava que os seres humanos tinham uma natureza má e egoísta. Em sua obra Leviatã, ele defendeu a necessidade de o Estado ser forte o suficiente para conseguir anular os conflitos provocados pelos seres humanos. Observe o frontispício dessa obra, publicada em 1651.



Figura 28

Frontispício da obra Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil, 1651.

1651. Biblioteca Britânica, Londres (Inglaterra). Foto: Granger/Glow Images

Explorando a imagem

a) O que o homem que aparece no centro da imagem representa? Identifique elementos da imagem que permitiram a você chegar a essa resposta.

b) Observe a imagem de perto. Por que o corpo desse homem foi representado a partir da reunião de diversas pessoas em miniatura? Explique sua resposta com base na teoria de Hobbes.

Veja as respostas das questões nas Orientações para o professor.


Página 48

O público e o privado no Antigo Regime

No período do Antigo Regime, teve início a divisão entre o público e o privado.



O Estado e o indivíduo

Atualmente, é comum a utilização do termo “público” em oposição a “privado”. Assim, o “público” pode designar alguma coisa pertencente ao povo (coletividade) ou ao Estado. Já o conceito de “privado” refere-se ao ambiente doméstico, familiar ou à atividade particular de um indivíduo ou grupo. Dessa forma, há diversas características que separam o público do privado. No entanto, essa distinção foi construída ao longo da história das sociedades, mais especificamente a partir do início da Idade Moderna.



Novos papéis sociais do Estado

A partir do século XVI, na Europa, o Estado passou a interferir cada vez mais nos espaços sociais da comunidade. Além das funções administrativas, jurídicas e militares, passou a exercer maior controle social. A maior interferência do Estado sobre a sociedade propiciou o desenvolvimento de novas normas de conduta e padrões de comportamento. Assim, torna-se cada vez mais nítida a divisão entre o que se pode fazer em público e o que deve ser mantido distante do olhar dos outros.

Além do fortalecimento do Estado moderno, os historiadores apontam outros fatores que contribuíram para o processo de divisão entre o público e o privado, entre eles as reformas religiosas e o aumento nos índices de alfabetização. Nesse sentido, diversas mudanças podem ser observadas, por exemplo, nos costumes da vida cotidiana, nas moradias e nas formas de lazer e divertimento.

Figura 29

Nas casas, houve aumento do número de cômodos, assim como a diminuição de seus tamanhos. Essa mudança está ligada à ideia de preservação da intimidade no ambiente familiar. Interior de casa de classe média em Nancy, pintura de André Leon Larue, século XVIII.

André Leon Larue. Séc. XVIII. Museu de História de Lorena, Nancy (França). Foto: G. Dagli Orti/De Agostini/Glow Images
Página 49

Figura 30

Nessa gravura do século XVII vemos um professor ensinando seu aluno a ler e escrever. A difusão da alfabetização contribuiu para a prática da leitura. Além disso, as pessoas passaram a escrever mais sobre si mesmas por meio de cartas e diários íntimos. Inicialmente, contudo, o acesso à alfabetização se restringia às camadas mais abastadas da sociedade.

Autor desconhecido. Séc. XVII. Gravura. Museu Carnavalet, Paris (França)

A vida cotidiana

No final da Idade Média, geralmente as pessoas de uma comunidade mantinham vínculos de dependência entre si. Dessa forma, a vida social, profissional e doméstica muitas vezes se confundia e não havia lugar para privacidade ou segredos.

Durante a transição da Idade Média para a Idade Moderna, além das transformações políticas, religiosas e sociais, os costumes também sofreram mudanças, que, por sua vez, criaram novos hábitos nas sociedades ocidentais.

O modo de falar e o comportamento à mesa são exemplos de hábitos que sofreram mudanças ao longo do tempo, como forma de diferenciação entre os grupos sociais e modelo de civilidade.



Novas regras de comportamento

Diversos textos e tratados demonstram as transformações dos costumes durante esse período de transição da Idade Média para a Idade Moderna. Esses textos enfatizavam os bons costumes como indicadores de um comportamento social aceitável. Leia o fragmento a seguir.

Espera, meu filho, comporta-se com boas maneiras
Quando à mesa te sentares para a tua refeição;
Em cada agrupamento e em cada companhia, Vai disposto a ser tão sociável
Que os homens falem de ti de modo elogioso;
Pois, podes bem crê, é por tua conduta
Que irão te condenar-te ou louvar-te...

Caxton. In: Norbert Elias. O processo civilizador. Trad. Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. v. 1. p. 92.



Figura 31

Família tomando chá. Pintura de Richard Collins, século XVIII.

Richard Collins. Séc. XVIII. Óleo sobre tela. 64,2 x 76,3 cm. Museu Vitória e Alberto (V&A), Londres (Inglaterra). Foto: DeAgostini/Getty Images


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Encontro com...

Veja nas Orientações para o professor subsídios para trabalhar essa seção com os alunos.



Literatura - Os contos de Charles Perrault

Durante o período do Antigo Regime, era comum entre os camponeses franceses criar e contar histórias. Elas eram transmitidas oralmente, fazendo parte da cultura popular do país.

No final do século XVII, escritores passaram a publicar livros com algumas dessas histórias. Um dos mais famosos foi Os contos da mamãe ganso, escrito pelo francês Charles Perrault. Esse livro ajudou a preservar e difundir a cultura camponesa do Antigo Regime na França.

Entre os contos publicados no livro estão “Chapeuzinho Vermelho”, “O gato de botas”, “O pequeno polegar” e “Cinderela”. Essas histórias faziam referência às dificuldades enfrentadas pelos cam poneses, como a fome, a miséria e a morte.



Figura 32

Ilustração do conto “O gato de botas”, de Charles Perrault. Gravura de Gustave Doré, 1862.

Gustave Doré. 1862. Gravura. Coleção particular. Foto: AKG-images/Latinstock

O cotidiano camponês na França durante o Antigo Regime

Grande parte dos camponeses que viviam na França durante o Antigo Regime enfrentavam dificuldades extremas para sobreviver. As técnicas e o espaço utilizados por eles na agricultura nem sempre eram suficientes para garantir uma boa produção de alimentos. A fome era um problema comum e a mortalidade era bastante alta. Durante o século XVIII, por exemplo, quase a metade dos franceses morria antes de completar dez anos.

Nos períodos de baixa produção, muitas famílias camponesas precisavam comprar alimentos. Como nos períodos de escassez os preços subiam, os grandes proprietários rurais, que produziam muito além daquilo que precisavam para sobreviver, obtinham grandes lucros. Dessa maneira, uma sequência de anos com colheitas ruins causava grande mortalidade e elevava a desigualdade social.

Figura 33

Ilustração do conto “O pequeno polegar”, de Charles Perrault. Gravura de Gustave Doré, 1862.

Gustave Doré. 1862. Gravura. Coleção particular. Foto: Prisma/Album/Latinstock
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História, cultura popular e literatura

As histórias da tradição oral são utilizadas como documentos por historiadores. Em um dos capítulos de seu livro O grande massacre dos gatos, o historiador Robert Darnton faz comparações sistemáticas entre diversas histórias de origem camponesa e os contos de Perrault. Seu estudo nos ajuda a compreender o significado que essas histórias poderiam ter para os camponeses, como eles percebiam o mundo ao seu redor e que estratégias adotavam para enfrentar as adversidades.

Sem fazer pregações nem dar lições de moral, os contos franceses demonstram que o mundo é duro e perigoso. Embora, na maioria, não fossem endereçados às crianças, tendem a sugerir cautela. Como se erguessem letreiros de advertência, por exemplo, em torno à busca de fortuna: “Perigo!”; “Estrada interrompida!”; “Vá devagar!”; “Pare!” É verdade que alguns contêm uma mensagem positiva. Mostram que a generosidade, a honestidade e a coragem são recompensadas. Mas não inspiram muita confiança na eficácia de se amar os inimigos e oferecer a outra face. Em vez disso, demonstram que, por mais louvável que seja dividir o seu pão com mendigos, não se pode confiar em todos aqueles que se encontra pelo caminho. Alguns estranhos talvez se transformem em príncipes e fadas bondosas; mas outros podem ser lobos e feiticeiras, e não há maneira de distinguir uns dos outros.

Robert Darnton. O grande massacre de gatos e outros episódios da história cultural francesa. Trad. Sonia Coutinho. Rio de Janeiro: Graal, 1986. p. 78.

Leia o trecho a seguir que faz parte do conto “Chapeuzinho Vermelho”.

[...] Chapeuzinho Vermelho partiu para a casa da avó, que morava em outra aldeia.

Passando dentro de um bosque, encontrou o Compadre Lobo, que teve logo vontade de comê-la.

[...]


A pobre criança, que não sabia como é perigoso parar para escutar lobos, respondeu:

— Vou visitar minha avó e levar-lhe um bolo e um pequeno pote de manteiga. [...]

Fernanda Lopes de Almeida. Contos de Perrault. São Paulo: Ática, 2006. p. 64.

Figura 34

Ilustração do conto “Chapeuzinho Vermelho”, de Charles Perrault. Gravura de Gustave Doré, 1862.

Gustave Doré. 1862. Gravura. Coleção particular. Foto: Rue des Archives/PVDE/Album/Latinstock aopsan/Shutterstock/Glow Images

a) Segundo Robert Darnton, que advertências os contos franceses costumavam fazer?

b) Que relação pode ser feita entre o texto de Robert Darnton e o conto de “Chapeuzinho Vermelho”?

Veja as respostas das questões nas Orientações para o professor.


Página 52

Explorando o tema

Uma feira na época do Antigo Regime

Veja nas Orientações para o professor subsídios para trabalhar essa seção com os alunos.

Na época do Antigo Regime, as pessoas geralmente compravam os produtos de que necessitavam em feiras. Elas geralmente eram organizadas nas ruas das cidades, onde os comerciantes expunham seus produtos em barracas improvisadas. Nelas, havia também lojas e oficinas de artesãos. Veja a ilustração a seguir, que representa uma feira na época do Antigo Regime, na França.

Figura 35

Os vendedores ambulantes circulavam entre as pessoas anunciando seus produtos. Alguns deles prestavam diversos serviços, como amolar facas, carregar mercadorias e caçar ratos.

Batata, cereais, frutas, peixes, entre outros eram comercializados pelos vendedores de alimentos.

Os vendedores de tecidos exibiam suas peças em bancas dispostas nas laterais das ruas. Eles vendiam principalmente tecidos de lã, linho e seda.

Os burgueses iam à feira para tratar de seus negócios financeiros. Muitos deles eram donos das lojas que ficavam na lateral das ruas comerciais.

Os açougueiros vendiam carnes e peles de animais, como carneiros, bois e porcos.

Muitos trabalhadores rurais iam até as cidades à procura de trabalho. Como eles não tinham um local para ficar, perambulavam pelas ruas.

Naquela época, os sapateiros mediam o tamanho do pé dos seus fregueses e produziam os sapatos sob medida.

Os vendedores de especiarias comercializavam produtos como gengibre, cravo, canela, pimenta e noz-moscada.

Art Capri

Essa ilustração é uma representação artística feita com base em estudos históricos.
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• Você já foi a uma feira em sua cidade? Se já foi, descreva aos colegas como era essa feira e compare-a com a feira da época do Antigo Regime.

Veja a resposta da questão nas Orientações para o professor.
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Atividades

Veja as respostas das atividades nas Orientações para o professor.



Exercícios de compreensão

1. Explique o que é o sistema feudal.

2. Explique os fatores que contribuíram para aumentar a crise do feudalismo.

3. Como era organizada a sociedade europeia na época do Antigo Regime? Explique com suas palavras cada camada dessa sociedade.

4. Quem eram os burgueses? Quais fatores impulsionaram a ascensão social desse grupo?

5. Por que a expansão marítima e a conquista de colônias favoreceram o fortalecimento dos Estados ibéricos?

6. Faça um fichamento sobre os teóricos do Absolutismo. Considere: o nome e a nacionalidade do teórico; a época em que ele viveu; e as principais ideias de cada autor.

Expandindo o conteúdo

7. Leia o texto a seguir sobre os membros do terceiro estado.

O trabalhador agrícola da França, no século XVII, geralmente morava numa casa de um único cômodo, algumas vezes compartilhada com outra família. No interior, colchões de palha jogados no chão de terra batida, uma lareira [...], um armário com louça de barro cozido, camisas [...], alguns lençóis e cobertores de lã. Do lado de fora, um coberto com quatro ou cinco galinhas, duas ou três ovelhas que as crianças levavam a pastar nas terras comunais, criadas [principalmente] em função da lã e da reprodução [...].

Contígua à casa, uma horta para cultivo de legumes: couve, favas ou acelga, lentilhas, ervilhas ou nabos. [...]

A refeição dos camponeses restringia-se, quase exclusivamente, ao pão, uma mistura de centeio e de trigo, em porções diárias de cerca de 700 gramas, molhado numa sopa de legumes cozida lentamente em uma panela de barro [...]. A refeição era enriquecida por alguns ovos e, dependendo da região, por uma panqueca de trigo sarraceno, um caldo de milho ou um purê de castanhas. Quase nunca havia carne ou derivados de leite, o que provocava carência de gordura. A caça e a pesca eram [privilégios dos nobres], mas alguns camponeses [...] se arriscavam a abater um coelho ou conseguir um pouco de peixe.

Alain Frerejean. A França em farrapos. História Viva. São Paulo: Duetto, ano 3, n. 25, nov. 2005. p. 50.

a) Como eram as moradias dos camponeses franceses?

b) Quais eram os alimentos consumidos por esses camponeses?

c) Por que havia carência de gordura na alimentação deles?
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8. Observe a imagem e responda às questões.

Figura 36

O usurário e sua mulher, pintura de Marinus van Reymerswaele, século XVI.

Marinus van Reymerswaele. Séc. XVI. Óleo sobre madeira. Museu do Prado, Madri (Espanha)



a) Descreva essa imagem. Considere: o que os personagens representados estão fazendo; como eles se comportam; como é a vestimenta deles; como é o lugar onde eles estão etc.

b) A qual camada social do Antigo Regime você acha que esses personagens pertenciam? Justifique a sua resposta.

c) Com base no capítulo estudado, responda: por que durante a crise do Antigo Regime esse grupo social estava insatisfeito?

9. Leia o texto a seguir sobre os membros do segundo estado na França absolutista. Com base nele e nas informações do capítulo, responda às questões.

[...] Os nobres [...] desfrutavam, no final do século XVIII, [de] muitos privilégios [...]: podiam usar espada; tinham banco reservado nas igrejas [...]. Os maiores benefícios da nobreza, entretanto, vinham da isenção de tributos e da prestação de serviços obrigatórios, [como fazer a manutenção de estradas]. Possuíam ainda direito de caça e pesca e detinham o monopólio de acesso aos cargos superiores do exército, da Igreja e da magistratura. Finalmente, havia um grande número deles que ainda recebia direitos senhoriais sobre os camponeses.

Muitos desses nobres viviam na Corte, desfrutando diretamente a companhia e, principalmente, os favores de Sua Majestade. [...] Cerca de quatro mil pessoas viviam nessa condição parasitária, à custa de pensões, soldos militares, rendas de cargos administrativos ou eclesiásticos. Tudo isso somado, pode-se imaginar que esses nobres recebiam recursos consideráveis, os quais se encarregavam de gastar com criados, roupas de luxo, jogos, festas e caçadas [...].

Paulo Miceli. As revoluções burguesas. 10. ed. São Paulo: Atual, 1994. p. 61.


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a) No Antigo Regime, os nobres faziam parte de qual camada social?

b) A nobreza do Antigo Regime era dividida em três grupos. O texto, porém, fala principalmete de um deles. Qual grupo é esse? Reescreva em seu caderno a frase do texto que lhe possibilitou responder a essa pergunta.

c) De acordo com o texto, quais eram os privilégios da nobreza no Antigo Regime?

10. Observe a imagem abaixo.

Figura 37

A

B



C

Gravura de autor desconhecido, 1789.

Autor desconhecido. 1789. Gravura. Coleção Liesville. Museu Carnavalet, Paris (França)

a) Relacione cada personagem indicado por uma letra com a camada social a que ele pertencia: primeiro estado, segundo estado ou terceiro estado.

b) Que elementos da imagem lhe permitiram responder à questão acima?

c) Nessa gravura, o autor faz uma crítica à sociedade da época do Antigo Regime. Em sua opinião, qual é essa crítica?

d) Dê um título para essa gravura.

11. O texto a seguir foi escrito em 1672 pelo diplomata francês Antoine de Courtin.

Nele, o autor explica algumas regras de comportamento à mesa que, em sua opinião, deveriam ser seguidas.

Se todos estão se servindo no mesmo prato, evite pôr nele a mão antes que o tenham feito as pessoas de mais alta categoria, e trate de tirar o alimento apenas da parte do prato que está à sua frente. Ainda menos deve pegar as melhores porções, mesmo que aconteça de você ser o último a se servir.

Cabe observar ainda que você sempre deve limpar a colher quando, depois de usá-la, quiser tirar alguma coisa de outro prato, havendo pessoas tão delicadas que não querem tomar a sopa na qual mergulhou a colher depois de a ter levado à boca.

E ainda mais, se estás à mesa de pessoas refinadas, não é suficiente enxugar a colher. Não deves usá-la mais, e sim pedir outra. Além disso, em muitos lugares, colheres são trazidas com os pratos, e estas servem apenas para tirar a sopa e os molhos.

Você não deve tomar a sopa na sopeira, mas colocá-la no seu prato fundo. Se ela estiver quente demais, é indelicado soprar cada colherada. Deve esperar até que esfrie.

Se tiver a infelicidade de queimar a boca, deve suportar isto pacientemente, se puder, sem demonstrar, mas se a queimadura for insuportável, como às vezes acontece, deve, antes que os outros notem, pegar seu prato imediatamente com uma mão e levá-lo à boca e, enquanto cobre a boca com a outra mão, devolver ao prato o que tem na boca e rapidamente passá-lo ao [serviçal] atrás de sua cadeira.
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[...] É muito indelicado tocar qualquer coisa gordurosa, molho ou xarope etc., com os dedos, à parte o fato de que o obriga a cometer mais dois ou três atos indelicados. Um deles seria frequentemente limpar a mão no guardanapo e sujá-lo como se fosse um trapo de cozinha, de modo que as pessoas que o vissem enxugar a boca com eles se sentissem nauseadas. Outro seria limpar os dedos no pão, o que mais uma vez é sumamente grosseiro. O terceiro seria lambê-los, o que constitui o auge da indecência.

... Como há muitos [costumes] que já mudaram, não duvido que vários destes mudarão também no futuro.

Antigamente a pessoa podia... molhar o pão no molho, contando apenas que não o tivesse mordido ainda. Hoje isto seria uma mostra de rusticidade.

Antigamente, a pessoa podia tirar da boca o que não podia comer e jogá-lo no chão, contanto que o fizesse habilmente. Hoje isto seria sumamente repugnante...

Antoine de Courtin. In: Norbert Elias. O processo civilizador. Trad. Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. v. 1. p. 102-3.



a) Em qual século foi escrito esse texto?

b) Cite três exemplos de comportamentos à mesa considerados grosseiros pelo autor do texto.

c) Em sua opinião, para quais grupos sociais essas recomendações foram escritas? Como você chegou a essa conclusão?

d) De acordo com o autor, muitos costumes que foram comuns no passado não eram mais aceitos na época em que ele escreveu o texto. Cite dois exemplos desses costumes.

e) Você acha que as recomendações do autor do texto podem ser úteis nos dias de hoje para as pessoas que se preocupam com as boas maneiras à mesa? Por quê?

Refletindo sobre o capítulo

Estimule a autonomia na aprendizagem dos alunos solicitando-lhes que realizem a proposta da seção Refletindo sobre o capítulo. Explique-lhes que, caso não tenham compreendido alguma das afirmações, é importante que o professor seja informado para que possa retomar o conteúdo correspondente e sanar as deficiências na aprendizagem.

Agora que você finalizou o estudo deste capítulo, faça uma autoavaliação de seu aprendizado. Verifique se você compreende as afirmações a seguir.

• A burguesia, composta pelos comerciantes e banqueiros, ganhou importância social e econômica no final da Idade Média.

• A centralização do poder, a soberania territorial e o mercantilismo são características dos Estados absolutistas no Antigo Regime.

• A sociedade do Antigo Regime era geralmente dividida em três camadas: o primeiro estado (clero), o segundo estado (nobreza) e o terceiro estado (população em geral, inclusive a burguesia).

• A centralização do poder na Espanha e em Portugal facilitou a expansão marítima e territorial desses Estados.

Após refletir sobre essas afirmações, converse com os colegas e o professor para certificar-se de que todos compreenderam o conteúdo trabalhado neste capítulo.


Página 58

capítulo 3 - O Iluminismo
Página 59

Veja nas Orientações para o professor algumas dicas, sugestões e/ou informações complementares para enriquecer o trabalho com os assuntos deste capítulo.



O século XVIII ficou conhecido como “Século das Luzes”. Nesse período, vários escritores e filósofos procuraram interpretar o mundo sob a “luz da razão”, ou seja, por meio do pensamento racional. Esse movimento intelectual foi chamado de Iluminismo. Os filósofos iluministas criticavam duramente as bases do Antigo Regime, e suas ideias repercutiram além da Europa, tendo forte influência nos campos político, econômico e científico até os dias atuais.

Observe as imagens apresentadas nestas páginas e converse com os colegas sobre as questões a seguir.

Figura 1

O jantar dos enciclopedistas, gravura de Jean Huber, cerca de 1773.

Jean Huber. c. 1773. Gravura. Coleção particular. Foto: Oronoz/SuperStock/Glow Images



Figura 2

Folha de rosto da obra Do Contrato Social, de Jean-Jacques Rousseau, 1762.

Jean-Jacques Rousseau. 1762. Coleção particular. Foto: Album/Prisma/Latinstock

A Você conhece informações sobre algum filósofo iluminista? Em caso afirmativo, comente com os colegas.

B A obra Do Contrato Social teve grande influência no pensamento político a partir do século XVIII. Você sabe quais as principais ideias defendidas por Rousseau nessa obra?

C Por que o século XVIII ficou conhecido como “Século das Luzes”?

Aproveite as imagens e questões das páginas de abertura para ativar o conhecimento prévio dos alunos e estimular seu interesse pelos assuntos que serão desenvolvidos no capítulo. Faça a mediação do diálogo entre os alunos de maneira que todos participem expressando suas opiniões e respeitando as dos colegas.

Veja as respostas das questões nas Orientações para o professor.
Página 60

O Século das Luzes

O pensamento iluminista revolucionou as formas de compreender a sociedade, a política, a filosofia, as ciências e as artes.



A era da razão

O Iluminismo foi um movimento intelectual que ocorreu na Europa, no século XVIII. Os intelectuais que participaram desse movimento pretendiam trazer à luz novos conhecimentos, “iluminando” a sociedade.

Essa ideia de “iluminação”, de trazer à luz, foi inspirada pela filosofia antiga, particularmente a de Platão, que via a “luz” como imagem ou símbolo do conhecimento verdadeiro.

Figura 3

Pensadores iluministas reunidos em um salão literário em Paris, na França. Os salões literários eram locais onde, regularmente, se reuniam homens e mulheres para discutir os mais variados assuntos, principalmente os ligados à literatura e à filosofia. Leitura da tragédia ‘O órfão da China’, de Voltaire, no salão da madame Geoffrin, pintura de Anicet Charles Gabriel Lemonnier, 1812.

Anicet Charles Gabriel Lemonnier. 1812. Óleo sobre tela. 129 x 196 cm. Museu Nacional do Castelo de Malmaison, Rueil-Malmaison (França). Foto: Granger/Glow Images
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Os pensadores iluministas pretendiam tornar a sociedade europeia mais justa e racional. Para isso, questionaram as bases do Antigo Regime, criticando o poder despótico dos reis absolutistas e condenando muitos elementos das religiões. Para esses pensadores, sua época precisava ser iluminada pela luz da razão, ou seja, a natureza e a sociedade deveriam ser compreendidas por meio da racionalidade.

As ideias iluministas tiveram grande repercussão e influenciaram diferentes movimentos sociais pelo mundo, como a Revolução Americana e a Revolução Francesa. Os ideais iluministas também influenciaram algumas rebeliões no Brasil, como a Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana.

Explorando a imagem

Veja as respostas das questões nas Orientações para o professor.



a) Em que local está ocorrendo o evento mostrado na imagem? Descreva-o.

b) Em sua opinião, o que as pessoas representadas estão fazendo?

c) Por que a imagem pode ser caracterizada como uma representação dos pensadores iluministas? Explique sua resposta relacionando a imagem com o contexto do século XVIII.
Página 62

Os pensadores do Iluminismo

Os avanços científicos do século XVII forneceram as bases para o pensamento iluminista.



O método científico

Os cientistas do século XVII renovaram a maneira de analisar a natureza e abriram caminho para os filósofos iluministas do século XVIII.

Essa mudança na forma de compreensão do mundo foi acompanhada pelo estabelecimento do método científico. Esse método, que consistia na observação rigorosa, racional e sistemática da natureza, resultou na chamada Revolução Científica do século XVII, que estimulou o desenvolvimento do espírito crítico.

Entre os principais pensadores dessa época, estão Francis Bacon, Galileu Galilei e René Descartes.



Figura 4

Andreas Cellarius. Séc. XVII. Em: Harmonia Macrocosmica. Biblioteca Ambrosiana, Milão (Itália)

Teoria heliocêntrica, na qual o Sol é o centro do Universo, elaborada pelo astrônomo e matemático polonês Nicolau Copérnico (1473-1543). Gravura do atlas Harmonia Macrocosmica, de Andreas Cellarius, século XVII.

Figura 5

George Henry Harlow. 1809. Óleo sobre tela. 65 cm x 56 cm. Coleção particular. Foto: Sotheby’s/akg-images/Latinstock

Filho de nobres ingleses, Francis Bacon (1561-1626) ocupou altos cargos políticos no governo da Inglaterra, mas o que realmente o interessava era a renovação do conhecimento e a fundação de uma nova forma de ciência. Essa nova ciência deveria renunciar aos preconceitos da tradição e promover um conhecimento capaz de melhorar as condições da vida humana por meio de um controle cada vez maior da natureza. Francis Bacon. Detalhe da pintura de George Henry Harlow, 1809.

Figura 6

Justus Suttermans. Séc. XVII. Óleo sobre tela. 80,5 x 59,4 cm. Coleção particular. Foto: Fine Art Images/Glow Images

Considerado um dos precursores do método científico, Galileu Galilei (1564-1642) nasceu na cidade italiana de Pisa. Foi músico, astrônomo e físico. Para Galileu, não havia diferença entre os corpos celestes e terrenos. Ele chegou a essa conclusão ao observar a Lua com um telescópio. Em suas observações, notou a existência de cadeias de montanhas, vales profundos, cavidades e saliências, concluindo que, assim como a superfície da Terra, a superfície da Lua era irregular. Foi pioneiro na Física experimental, aplicando a Matemática ao estudo do movimento dos corpos. Galileu Galileu. Detalhe da pintura de Justus Suttermans, século XVII.

Figura 7

Frans Hals. Séc. XVII. Óleo sobre tela. 77,5 x 68,5 cm. Museu do Louvre, Paris (França). Foto: Granger/Glow Images

René Descartes (1596-1650), matemático e cientista, é considerado um dos fundadores da Filosofia moderna com sua obra mais importante, Discurso do Método, publicada em 1637. Descartes elegeu a dúvida investigativa como método, construindo um pensamento racionalista centrado no sujeito, e não no objeto. Sua famosa frase “Penso, logo existo” é um exemplo da importância que esse filósofo atribuía ao sujeito pensante e ao caráter universal da razão. René Descartes. Detalhe da pintura de Frans Hals, século XVII.
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Os filósofos iluministas

Os pensadores iluministas do século XVIII foram profundamente influenciados pelos avanços da ciência e aplicaram os métodos desenvolvidos no século XVII em suas análises sobre a sociedade, criticando as instituições políticas e econômicas dominantes no Antigo Regime.

Conheça, a seguir, algumas informações sobre os principais pensadores iluministas.

Domínio Público
O site disponibiliza diversos textos de autores iluministas, como Voltaire e Diderot. Veja em:


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