Microsoft Word Sessão de Pôsteres doc



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encontramos uma doutrina científica, reunindo todo o conhecimento da época, direcionando à construção 
de cidades. 
De Architectura
 chegou até nós por ter sido conservada na Abadia de Monte Cassino, onde foi 
encontrada em 1415. A primeira edição latina aconteceu em Roma, em 1486 e a partir desta data se 
multiplicaram na Europa edições e traduções. 
O título 
De Architectura
 refere-se ao conceito que na antigüidade se associava à arquitetura e não 
ao sentido especializado que hoje atribuímos. Do arquiteto era exigido o domínio de muitas áreas, não 
apenas do mundo das ciências, mas também das atividades práticas do cotidiano. Para os romanos, 
arquiteto era um indivíduo dotado de conhecimentos em desenho, geometria, aritmética, história, ótica, 
filosofia, música, medicina, jurisprudência e astronomia. Para Vitruvius, são dignos de nota os trabalhos de 
Tales, Pitágoras, Epicuro, Demócrito, sendo que considera particularmente importante, para os arquitetos, o 
estudo das criações de Arquimedes, sábio grego e de Ctesibius, um filósofo egípcio, inventor de vários 
artefatos mecânicos, muitos deles hidráulicos. 
O domínio da geometria possibilitou aos gregos e, posteriormente, aos romanos, vitórias militares, 
sendo que “a passagem de um conjunto desordenado de duelos a uma batalha organizada representara um 
salto prodigioso e que correspondia à superioridade do poder da linha em relação ao ponto [...]“ (UPINSKY, 
1989, p.104). Estratégias logísticas e maquinaria de guerra, ligadas aos conhecimentos matemáticos 
gregos, interessaram aos romanos, especialmente as criações mecânicas de Arquimedes, citadas no 
décimo livro do livro 
De Architectura
, onde Vitruvius apresenta a descrição de um elenco de máquinas 
utilizadas na engenharia civil e na militar. 
A leitura dessa obra revela um autor de personalidade modesta, profundamente preocupado com o 
bem-estar social e com a qualidade de vida dos cidadãos romanos. Não são precisos os dados biográficos 
de Vitruvius, estimando-se que viveu nos tempos dos imperadores Julio Cesar e Augusto. Por intervenção 
de sua irmã Octavia, Augusto concedeu a Vitruvius uma pensão, de modo que, sem problemas financeiros, 
pudesse se ocupar com a redação de sua obra. Na introdução do livro II, Vitruvius expressa sua esperança 
na proteção do imperador para que possa estudar e escrever apesar da idade ter deformado o seu rosto e 
das enfermidades terem diminuído as suas forças. Pode-se concluir, por meio desse comentário, que 
escreveu 
De Architectura 
na sua velhice.
 
Vitruvius enaltece a preocupação do imperador com a vida comum 
de todos e no sólido assentamento do Império Romano, tendo como fundamento um modo de viver e um 
modelo de cidade.  
No capítulo I do primeiro livro, Vitruvius acentua a necessidade de ligações entre a prática e a 
teoria. Comenta que o indivíduo, cujo trabalho é fundamentado na prática, não angaria credibilidade em 
suas obras. No tocante aos que se apoiaram somente na teoria, avalia que conseguiram apenas uma 
sombra e não a realidade. Por ter se apoiado na prática, por ter escrito uma obra envolvendo matemática e 
outras ciências aplicadas, Vitruvius recebeu injustas críticas: “faltava quase completamente aos romanos o 
interesse pela matemática, de modo que seus melhores esforços, como o de Vitruvius por exemplo, não se 
comparavam aos mais fracos resultados surgidos na Grécia” (BOYER, 1985, p.130). Se, por um 
entendimento, 
De Archictetura
 não é valorizada, por não apresentar contribuições para a construção da 
matemática pura, por outro, é uma importante obra relacionada com a história da matemática aplicada. É o 
texto pioneiro da teoria da arquitetura ocidental, inspirador de muitas obras posteriormente escritas. 
Vitruvius comenta que algumas mentes humanas são dotadas de dom extraordinário, sobrepujando 
as condições exigidas para ser um arquiteto e convertem-se em matemáticos. Só considera matemático 
quem é dotado de talento, perspicácia e conhece todas as áreas do conhecimento, pois “todas as ciências 


 
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têm entre si uma recíproca conexão e mútua comunicação” (VITRUVIUS, 1955, p.10, tradução nossa). 
Enfatiza que a matemática deve ser utilizada para adaptar adequadamente os edifícios às diferentes 
pessoas que irão habitá-los, de modo harmonioso e com perfeita proporção entre todas as partes, visando 
“procurar o menor custo da obra conseguido de um modo racional e ponderado” (VITRUVIUS, 1955, p.15, 
tradução nossa). Para o autor, a aritmética possibilita o cálculo do custo das obras arquitetônicas e a 
mensuração dos espaços. Enquanto que a geometria fornece métodos para o desenvolvimento de projetos 
de edificações, desde as suas fundações, abarcando questões como simetria e luminosidade. 
Não efetuando investigações teóricas sobre figuras geométricas, Vitruvius aponta onde elas são 
utilizadas. Aconselha evitar ângulos agudos na construção de muralhas e torres, para a defesa da cidade, 
cuja forma não deve ser quadrada, mas sim circular, para que o inimigo possa ser avistado de diversos 
pontos. Explica que as torres construídas com saliências são vulneráveis aos golpes das máquinas de 
guerra, enquanto que “as de forma arredondada, com pedras cortadas como cunhas, resistem melhor aos 
golpes, os quais não fazem outra coisa senão pressioná-las para o centro, cada vez mais” (VITRUVIUS, 
1955, p. 23, tradução nossa). 
Visando à distribuição das ruas de uma cidade, Vitruvius explica o método gráfico para determinar a 
direção dos ventos. Não apresenta um estudo abstrato, mas sim, atrela seus conhecimentos ao objetivo 
fundamental: determinar a direção dos ventos para delinear o traçado das ruas, de modo que, nas 
residências, os habitantes não tenham sua saúde comprometida. Vitruvius descreve o método 
detalhadamente: “coloca-se no centro da cidade uma lousa horizontal de mármore, perfeitamente nivelada, 
ou simplesmente se aplaina e se nivela um lugar de modo que não seja necessária uma lousa horizontal” 
(VITRUVIUS, 1955, p.27, tradução nossa).  Mostra a inconveniência de ruas traçadas na direção dos 
ventos, os quais comprimidos se difundiriam com maior violência. As ruas “devem estar orientadas no 
sentido oposto à direção dos ventos” (VITRUVIUS, 1955, p.28, tradução nossa). Em linguagem atual, 
diríamos que o traçado das ruas deve ser efetuado sobre a reta normal ao vetor gradiente. Nesse estudo da 
intensidade e direção dos ventos encontramos as raízes do conceito de vetor, isto é, primórdios de álgebra 
vetorial aplicada. 
No decorrer de sua obra, descreve a construção dos edifícios da cidade, desde a escolha adequada 
de pedras e madeiras até métodos de confecção das tintas decorativas. Centraliza seus estudos no ser 
humano, analisando as proporções harmoniosas do corpo e concluindo que “com razão pretenderam os 
antigos que existisse também nas obras perfeitas essa mesma correspondência de medidas com a obra 
inteira” (VITRUVIUS, 1955, p.68, tradução nossa). Após comentários sobre as teorias gregas acerca dos 
números perfeitos, analisa vários estilos de templos e colunas, sempre visando à adequação do edifício ao 
ser humano. Para Vitruvius, certas regras de proporções entre diâmetro e altura de colunas podem 
apresentar “vários inconvenientes: o primeiro deles consiste em que as mães de família, quando sobem as 
escadas para fazer suas preces, não podem passar emparelhadas pelo estreito espaço entre as colunas” 
(VITRUVIUS, 1955, p.73, tradução nossa). Vitruvius não explica proporções objetivando apenas beleza 
estética, mas focaliza o bem-estar das mulheres romanas que tradicionalmente iam ao templo de braços 
dados. 
Na introdução ao nono livro, Vitruvius comenta as homenagens recebidas pelos atletas gregos 
vencedores dos Jogos Olímpicos: palmas, coroas e pensões vitalícias às custas do tesouro público. De 
maiores honrarias, avalia Vitruvius, são merecedores os escritores que proporcionaram mais benefícios, 
eternamente, para toda a humanidade. Sugere que deveriam ser considerados “dignos de ser elevados à 


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