Microsoft Word Sessão de Pôsteres doc



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boletins meteorológicos, reportagens esportivas e mesmo anúncios. As pessoas também 
precisam saber probabilidades e estatísticas para viver em sociedade, para serem 
capazes de ler e entender documentos oficiais e comerciais e para evitar serem 
enganados pelo falso uso da estatística. 
 
Exposta a relevância dos conceitos estocásticos no cotidiano das pessoas e da sua exploração nas 
aulas de matemática, fica clara também a relevância de pesquisas que se propõem a encontrar formas de 
remover, por meio do estudo da história da matemática, obstáculos para a sua aprendizagem, é urgente e 
essencial que se façam estudos que auxiliem na utilização desse caminho por parte dos professores.  
No uso pedagógico da história um conceito que se faz central é o de 
obstáculo epistemológico

Bachelard (1983) assinalou que no desenvolvimento da ciência existe um processo de crise entre a 
aceitação de uma teoria e outra. Em tais ocasiões ocorrem lentidões e conflitos, estagnação e até 
regressão, como ocorreu com a idéia de aleatoriedade. Ela foi um obstáculo epistemológico à idéia 
determinística fundada principalmente em crenças religiosas, isto é, a idéia da aleatoriedade estava 
contra
 
um conhecimento anterior estabelecido a partir da crença de que o mundo funcionava como uma máquina, 
na qual todos os fenômenos já haviam sido previstos anteriormente pelo Criador. A matemática foi então 
considerada a linguagem capaz de descrever esse mundo determinístico.  De certa forma, durante boa 
parte do curso de matemática, o educando conserva essa idéia, da descrição matemática de fenômenos 
determinísticos, até que se defronta com um curso de Probabilidade e Estatística. Ocorre, então, muitas 
vezes, algo semelhante ao obstáculo epistemológico, a não compressão dos conceitos que lhe são 
apresentados, o que é chamado de 
obstáculo pedagógico.  
Tal como no caso dos obstáculos epistemológicos, no surgimento de obstáculos à aprendizagem, 
existe a oposição entre a perspectiva continuísta da ciência e a perspectiva descontinuísta, na qual a 
ciência é construída por retificações, revoluções, rupturas com idéias prévias. Segundo a perspectiva 
continuista, diz Bachelard (1983), o professor apresenta a ciência como uma seqüência lógica, linear, em 
que o conhecimento surge de outro conhecimento de forma tranqüila. Por outro lado, frente a um professor 
que tenha uma visão da ocorrência de rupturas e  obstáculos na construção da ciência, o aluno corre o risco 
de não acompanhar o raciocínio do professor se não conseguir romper com as suas próprias idéias 
anteriores. Assim, o aluno passa por um processo parecido com aquele sofrido pela própria ciência.  
Os obstáculos pedagógicos são de caráter subjetivo, afetivo, não são rompidos com facilidade 
então, Bachelard, sugere que para chegar a uma determinada informação, o professor deve pensar todo o 
processo que foi feito para se chegar àquela informação e discuti-lo com seus alunos, de forma que eles 
tenham condições de criticar tal processo. É então que o ensino por meio da história se torna muito valioso. 
De maneira geral, referindo-se ao ensino de matemática, Schubring(2002) assinala esse fato: 
A relação entre a história e o ensino da Matemática representa um assunto de grande 
atualidade para as pesquisas em Educação Matemática. Particularmente são problemas 
inerentes à natureza da Matemática e que se revelam no processo de aprendizagem, no 
qual se espera – algumas vezes diretamente – soluções para problemas didáticos: por 
meio de conhecimentos tirados da história da matemática. É o conceito de ‘obstáculo 
epistemológico’ que apresenta um foco maior para transpor tais conhecimentos no 
ensino. (p.26)  
De modo especial, creio que a história da probabilidade e estatística é capaz de mostrar aos alunos 
como obstáculos foram erguidos e, posteriormente rompidos. Creio ainda que a própria história relatada 


 
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nesse artigo serve como argumentação para a importância do ensino e aprendizagem dos conceitos 
estocásticos a partir da exploração dos obstáculos epistemológicos a ela subjacentes. 
 
Bibliografia 
BACHELARD, G. 
Epistemologia: 
trechos escolhidos. Org. Dominique Lecourt. Rio de Janeiro, Zahar 
Editores, 1983. 
BRASIL. 
Parâmetros Curriculares Nacionais
: Matemática
. 
Secretaria do Ensino Fundamental – Brasília: 
MEC/SEF, 1998.
 
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KILPETRICK, J.; GOMES, P.; RICO, L., (ed.) 
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LIGHTNER, James E. Um Resumo da História da Probabilidade e da Estatística. Tradução: Antonio C. 
Patrocínio de 
Mathematics Theacher
, nov/1991, 1996. (mimiografado)  
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A probabilidade e a estatística no ensino fundamental
:
 
uma analise curricular.
 
Dissertação de Mestrado. Faculdade de Educação, UNICAMP, 1998.  
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. São Paulo: Escrituras Editora, 2000. (Coleção Ensaios 
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Zetetiké,
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Para o Currículo e Avaliação em Matemática Escolar
. Lisboa: APM/IIE, 1992. (Tradução 
portuguesa dos Standards do National Council of Teachers of Mathematics). 
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Bolema
, ano15, n.8, 2002, p.26-52. 
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, 17, 
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