Ministério público federal procuradoria da república no estado do rio de janeiro



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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Núcleo de Combate à Corrupção – Força Tarefa

para efetuar a obra; Que soube de tal relato por Rogério; Que SERGIO

CABRAL disse que quem falava pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro

era WILSON CARLOS; Que se a AG fosse entrar como sócia do consórcio

teria que honrar com 5% da parte que lhe coubesse; Que esses 5% seriam

destinados ao Governo do Estado do Rio de Janeiro; que o 5% se referiam a

propina;   Que   e   Rogerio   relatou   tal   fato   a   Clovis;   Que   Clovis   fez   uma

reunião com Benedicto Junior, presidente da CNO-lnfraestrutura; Que de

tal reunião foi decidido que, dos 70 % da CNO, 30 % seriam da AG, ou

seja,   21   %   do   total   da   obra,   ficando   a   CNO   com   49   %;   Que   em

contrapartida a CNO teria uma participação na licitação do Mineirão, caso

a  AG   fosse   vencedora,   o   que   não   ocorreu   ao   final;   Que   para   que   o

consórcio   liderado   pela   CNO   ganhasse,   houve   a   inserção   de   cláusulas

restritivas de competitividade bem como o acordo com outras empresas

participantes do certame;”

BENEDICTO BARBOSA DA SILVA JÚNIOR, representante do alto

escalão   da   ODEBRECHT,   foi   quem   anuiu,   em   reunião   com   CLÓVIS   PRIMO,   com   a

participação   da  ANDRADE   GUTIERREZ  no   consórcio   a   ser   constituído   também  com  a

empreiteira DELTA.  Não está esclarecido nos autos em que momento e local essa reunião

teria   ocorrido,   mas   é   importante   anotar   que,   ao   tempo   dos   fatos,   a   sede   da  ANDRADE

GUTIERREZ e da ODEBRECHT no Rio de Janeiro localizavam-se no mesmo prédio (Praia

de Botafogo, 300).

A   despeito   disso,   os   documentos   fornecidos   pela   ANDRADE

GUTIERREZ ao CADE no acordo de leniência já referido trazem o registro de ao menos uma

reunião   contemporânea   aos   fatos   ora   imputados   entre   CLÓVIS   PRIMO,   MÁRCIO

MAGALHÃES   DUARTE   PINTO   (então   Diretor   de   Operações   Geral   da   ANDRADE

GUTIERREZ) e  BENEDICTO JÚNIOR, ocorrida em 08 de junho de 2009, conforme o

Documento 11 do Histórico de Condutas do Acordo de Leniência – HCAL 08/2016:

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Em   data   imediatamente   posterior,   entre   6   e   11   de   agosto   de   2009,

MARCO ANTONIO LADEIRA DE OLIVEIRA (superintendente de negócios estruturados da

ANDRADE GUTIERREZ) troca e-mails com EDUARDO SOARES MARTINS (diretor de

desenvolvimento de negócios estruturados da ODEBRECHT), agendando reunião em São

Paulo, para 11 de agosto de 2009, conforme o Documento 12 do HCAL 08/2016, abaixo

recortado. Tal reunião contaria com os demais integrantes do cartel de empreiteiras – o que,

repita-se,   não   é   objeto   da   denúncia   –   mas   também   dos   acordos   já   celebrados   entre   a

ODEBRECHT e a ANDRADE GUTIERREZ:

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Nesse   e-mail   trocado,  EDUARDO  SOARES  pede   a   MARCO

LADEIRA:   “Se   você   puder   chegar   às   17:00   poderíamos   dar   uma   alinhada   nos   temas

enquanto aguardamos o grupo chegar às 17:30”. Segundo os executivos da ANDRADE

GUTIERREZ   signatários   do   acordo   de   leniência   com   o   CADE   trata-se   de   intenção   de

EDUARDO SOARES MARTINS de antecipar assuntos referentes aos estádios de futebol em

que a ODEBRECHT e a ANDRADE GUTIERREZ tinham interesses conjuntos, entre eles o

Estádio do Maracanã.

Outra reunião para tratar temas referentes ao acordo entre as empreiteiras

foi agendada para o dia 1º de dezembro de 2009 (Documento 14 do HCAL 08/2016) e,

conforme registro de portaria do prédio da ANDRADE GUTIERREZ em São Paulo, contou

com   a   presença   de   GUSTAVO   SOUZA   (diretor   comercial   da   QUEIROZ   GALVÃO),

EDUARDO  SOARES  MARTINS  (pela   ODEBRECHT)   e   JOSÉ   CAMILO   TEIXEIRA

CARVALHO (pela CARIOCA ENGENHARIA) (Documento 16 do HCAL 08/2016).

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No   acordo   de   leniência   celebrado   com   o   CADE,   os   executivos   da

ANDRADE GUTIERREZ negaram ter acordado com a OAS a cobertura na licitação para a

reforma do Maracanã, embora afirmem que o acordo pode ter sido feito pela ODEBRECHT.

No entanto, na dinâmica de divisão de obras de estádios para a Copa do Mundo de 2014

estabelecida pelo cartel  de empreiteiras, as empresas não participavam das licitações das

obras   já   destinadas   às   demais   a   não   ser   para   apresentar   proposta   cobertura   à   suposta

concorrente. No caso da reforma do estádio do Maracanã, coube à OAS concorrer no certame

apenas para escamotear a fraude à competitividade da licitação.

No acordo de leniência, a ANDRADE GUTIERREZ forneceu diversos

documentos que comprovam a reunião entre representantes da OAS e da ODEBRECHT para

discutir assuntos relacionados às obras dos estádios da Copa (entre eles, por óbvio, a licitação

referente   à   reforma   do   Maracanã)   ao   tempo   do   acordo   de   direcionamento   da   licitação

celebrado entre as empreiteiras e o Governo do Estado do Rio de Janeiro:

–   08/12/2009:   e-mail   enviado   por  IRINEU   BERARDI   MEIRELES,

diretor de desenvolvimento de negócios da ODEBRECHT, marca reunião para aquela mesma

data na sede da CAMARGO CORRÊA ou da ODEBRECHT, entre EMÍLIO AULER NETO

(diretor   comercial   da   CAMARGO   CORRÊA),   MARCO   LADEIRA,  LOUZIVAL  LUIZ



LAGO MASCARENHAS JUNIOR  (diretor comercial da OAS), além de uma pessoa de

nome CARLOS VALENTE e um representante da QUEIRÓZ GALVÃO

12

, cf. Documento 17



do HCAL 08/2016: 

12 Os executivos da ANDRADE GUTIERREZ não souberam esclarecer quem é a pessoa chamada CARLOS 

VALENTE para quem o e-mail foi encaminhado e tampouco souberam dizer quem foi o representante da 

QUEIRÓZ GALVÃO presente na reunião.

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