Construindo espaçOS, mapeando ideias: em busca da construçÃo de uma educaçÃo descolonial



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Artigo Acadêmico

CONSTRUINDO ESPAÇOS, MAPEANDO IDEIAS: EM BUSCA DA CONSTRUÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO DESCOLONIAL

Ingrid Campos de Oliveira Miranda1

RESUMO

O presente artigo apresenta-se como uma discursão sobre o pensamento de Boaventura Santos em seu texto: “A Topologia do Ser e a Geopolítica do Conhecimento. Modernidade, Império e Colonialidade”. Serão apresentados conceitos como: pensamento abissal, topologia do ser, geopolitica do conhecimento entre outros. Seus relatos apresentam-se como um debate acerca da hierarquização de saberes pela sociedade ocidental, ao qual suprimiu o pensamento de outras culturas não hegemônicas. Para o autor, o pensamento pós-abissal seria a busca pela educação descolonial, a qual se pode perceber a participação e a representatividade de todos os atores que participam do cenário educacional.


Palavras – chave: Educação. Pensamento abissal, Descolonialização.

ABSTRACT

The present article is presented as a discourse on the thinking of Boaventura Santos in his text: "The Topology of Being and the Geopolitics of Knowledge. Modernity, Empire and Coloniality". Concepts will be presented such as: abyssal thinking, topology of being, geopolitics of knowledge among others. His accounts are presented as a debate about the hierarchization of knowledge by Western society, to which he suppressed the thought of other non-hegemonic cultures. For the author, the post-abyssal thought would be the search for decolonial education, which can be seen the participation and the representativeness of all the actors who participate in the educational scenario.


Keywords: Education. Abyssal thinking, Descolonization.
INTRODUÇÃO

O presente estudo apresenta a intenção de contribuir para um amplo e diversificado debate da articulação entre raça e espaço na obra de vários pensadores europeus a partir da perspectiva de Nelson Maldonado Torres no seu ensaio “A Topologia do Ser e a Geopolítica do Conhecimento. Modernidade, Império e Colonialidade”. A metodologia baseou-se nas pesquisas bibliográficas em livros, e-books, revistas eletrônicas e sites disponibilizados pela web.

Desenvolver uma analise critica sobre as Geopolíticas do conhecimento a partir da perspectiva do pensamento da descolonização exige explicitar alguns conceitos como a noção de geopolítica, que diz respeito às relações entre espaço e poder e que procura explicitar as hierarquias consolidadas entre diferentes sistemas de conhecimento quando relacionamos espaço, poder e saber.


  1. PARA ALÉM DO PENSAMENTO ABISSAL

A palavra abissal remete-nos a ideia de “abismo, profundeza algo que está no fundo”. Para que se possa ilustrar melhor o texto de maneira que possamos entender a etiologia da palavra, segundo Luft (2005) entende-se por abissal:

(...) Que tem as características ou a natureza do abismo (profundezas abissais); ABISMAL. 2. Fig. Que causa espanto, assombro ou pavor; ABISMAL: figura abissal e tenebrosa. 3. Fig. Que não se pode decifrar; enigmático. (...) 4. Geol. Ref. às grandes profundidades terrestres, oceânicas ou lacustres 5. Oc. Diz-se das profundidades submarinas abaixo de 2.000 m (regiões abissais do oceano). 6. Fig. Que extrapola todas as medidas ou parâmetros (inteligência abissal; distâncias abissais); imenso; descomunal. (LUFT, 2005. P.63).

Para Boaventura, o pensamento abissal é uma característica da modernidade ocidental, que consiste num sistema de distinções visíveis e invisíveis que dividem a realidade social em dois universos ontologicamente diferentes. O lado de cá da linha, correspondendo ao Norte imperial, colonial e neo-colonial, e o lado de lá da linha corresponde ao Sul colonizado, silenciado e oprimido. Essa linha é tão profunda que torna invisível tudo que acontece do lado de lá da linha.

A articulação destes níveis finda por promover, de modo rígido, uma marginalização do "local", do que está próximo, do aqui e agora, em virtude de uma sacralização do universal, do global, do abstratamente articulado que se afirma como um mobilizador da vida social, oferecendo a imagem de um mundo ordenado, racional, previsível e em constante progresso. Esta imagem do mundo moderno é chamada, pelos estudos da colonialidade de modo eurocentrado de interpretação. Eurocentrado, por ter na Europa (e em suas projeções nos Estados Unidos) o eixo de compreensão do processo moderno, não apenas na Europa (e EUA), mas em todo o mundo. E em função desta imagem, tudo o que não é moderno, não é civilizado; é atravessado pela marca da barbárie, da marginalização, da subalternidade. O local é, neste contexto, menor, marginal, bárbaro, subalterno. (NASCIMENTO, 2015, p.3)

Este lado colonizado não tem realidade ou, se a tem, é em função dos interesses do Norte operacionalizados na apropriação e na violência. O que caracteriza este pensamento abissal é a impossibilidade de co-presença entre os dois lados referidos o domínio do conhecimento, a ciência e o direito constituem as manifestações mais bem-sucedidas deste pensamento abissal na medida em que definiu do ponto de vista científico, a distinção entre verdadeiro e falso e, do ponto de vista jurídico, a distinção entre legal e ilegal, impondo, internacionalmente, esta diferenciação através do direito internacional.

De acordo com Maldonado-Torres (2010, p. 349), a descolonização não se resume a alcançar a libertação nacional, antes implica a criação de uma nova ordem material e simbólica que leva em consideração o espectro completo da história humana, incluindo as suas conquistas e fracassos.

Para Boaventura, superar o pensamento abissal exige o reconhecimento de sua persistência, para que se possa pensar e agir para além dele em direção a um pensamento pós-abissal, que pense a partir do outro lado da linha, a partir de uma epistemologia do Sul e confrontando o monoculturalismo do Norte com uma ecologia de saberes. A ciência moderna precisa estabelecer relação com outros conhecimentos. Ter a consciência que não é a única forma de conhecimento possível. Uma espécie de contra-epistemologia, que nega a existência de uma epistemologia geral e se baseia no reconhecimento de uma pluralidade de conhecimentos que se cruzam entre si..

Boaventura afirma ainda que, lutar por uma justiça social global implica, afinal, uma luta pela justiça cognitiva global transformando a impossibilidade de co-presença em co-presença radical, em que as práticas e agentes de ambos os lados da linha são contemporâneos em termos igualitários. Boaventura ainda completou: “Num tempo em que se formulam perguntas fortes, não havendo para elas respostas fortes, a ecologia dos saberes constitui-se através de um questionamento forte para respostas incompletas. É por isso que é um conhecimento prudente, permitindo a abertura de novos horizontes epistemológicos e o exercício da autorreflexividade.”

Será que não seria este o momento de pensarmos a respeito dos conhecimentos estruturados como sentidos de vida e de movimento ligado ao humano e sua existência no planeta? O sistema-mundo com suas cosmologias, sua historicidade, sua compreensão sobre a vida e a morte é constituído por processos, procedimentos e afetos que mobilizam e dispõem territórios, saberes, poderes (LOPES, 2014).

Ainda a mesma autora, em um projeto educacional que pretende formar seres reflexivos, contestadores e que buscam, antes de tudo, uma construção coletiva do conhecimento, não permitir o silenciamento de compreensões distintas do mundo (essencialmente, as de raízes não europeias) é de extrema importância, além de catalisar discussões a respeito do processo de descolonização do saber e gerar abertura para o surgimento e a consolidação de um ensino voltado para as Diversidades.

Muitos discursos educacionais afirmam que a educação como uma preparação para a vida. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei 9.394/1996) tem como um marco fundamental a ideia de que a educação deve promover o "desenvolvimento pleno do educando" (art. 2º). Esta finalidade estaria conectada à tarefa de preparar a/o educanda/o para o exercício da cidadania e para o mercado de trabalho. Nesse sentido, há de se pensar que, devemos seguir na construção de uma sociedade menos desigual, mais sustentável, respeitando as diferenças e diversidade nela existente e, portanto mais humana.

A hierarquização entre os saberes formais e informais, baseados na diferença experiencial supõe que todas as experiências são válidas, mas umas são mais importantes do que as outras. A experiência canonizada pela cultura deve ser a baliza e o critério de avaliação das outras. Os saberes subalternos são desta maneira, silenciados, na medida em que só são escutados através do filtro colonial de entendimento e avaliação do que seja um saber ou uma experiência autenticamente importantes. E esse silenciamento se dá também no estabelecimento do modo correto de lidar com os saberes e as experiências. O modo eurocentrado de lidar com os saberes determina também uma epistemologia da construção correta dos saberes que secundariza um modo não hegemônico de produção de pensamento, experiência, conhecimentos, subjetividades. (NASCIMENTO, 2015, p.10).



  1. A TOPOLOGIA DO SER E A GEOPOLÍTICA DO CONHECIMENTO

É comum perceber países e ou regiões como produtores de teorias do conhecimento universalmente reconhecidas e validadas, exemplificado no Eurocentrismo e no Germanocentrismo de Heidegger que divulga a ideia, a cultura e os interesses europeus como as mais importantes avanços do mundo e outras áreas geográficas tratadas com desprezo como apenas objeto de estudo e recepção das teorias produzidas por regiões epistemicamente privilegiadas como podemos observar no colonialismo europeu existente na África e Ásia.

É claro que existem hierarquias que se impõem nos contornos e fronteiras dentro de um só país, demarcando regiões, lugares sociais e institucionais, como a percepção Sulista da produção do conhecimento.

Essa relação desigual de saber-poder conduz a uma base de dominação que tende a perpetuar o colonialismo e um estado de subalternidade dos povos e nações colonizados. É descrita claramente na posição critica de Maldonado.

A ideia de que as pessoas não conseguem sobreviver sem as conquistas teóricas ou culturais da Europa é um dos mais importantes princípios da modernidade. Há séculos que esta lógica é aplicada ao mundo colonial. (MALDONADO-TORRES, 2008, p.77).

Nelson Maldonado centra-se essencialmente no que ele nomeia de esquecimento da colonialidade. Dividindo este ensaio em três secções. A primeira secção o autor centra-se na relação entre a Ontologia de Martin Heidegger e a Ética Metafísica de Emmanuel Lévinas que originou o chamado de “racismo epistêmico”.

Trata-se aqui de um racismo que não é nem biológico, nem cultural, mas que, como essas formas, “descura a capacidade epistêmica de certos grupos de pessoas” tendo o mesmo resultado: “evitar reconhecer os outros como seres inteiramente humanos”.

Este modelo colonial, fundado em hierarquias e supondo a falácia desenvolvimentista, pode ser transposto para o saber, para a vida, para o ser. Uma imagem moderna da vida é a que sustenta que ela está em um constante desenvolvimento, que pode ser descrito eficazmente pela biologia – e também por saberes mais recentes como algumas partes das ciências da educação e de alguns setores da psicologia. (NASCIMENTO, 2015, p.5).

Heidegger e Lévinas buscam as raízes que legitimam a Europa e o Ocidente como o único espaço responsável pelas grandes realizações humanas. Desqualificando e subalternizando todos os demais espaços não europeus e não ocidentais como incapazes de produzir qualquer coisa de notável, especialmente o pensamento.

Na segunda secção o autor apresenta um apanhado teórico da colonialidade, relacionando-o com a modernidade e fazendo uma distinção entre esta perspectiva critica e teoria critica que abrange o global.

Na perspectiva de Heidegger a questão do significado do ser representava o resgate de um ponto de partida radical, caindo em esquecimento devido a tradição da metafísica ocidental. Este ponto de partida fornece os meios para responder à crise da modernidade, pois proponha uma posição filosófica indicadora de modos alternativos de ser e agir (Maldonado-Torres, 2010, p.340).

Segundo Nelson Maldonado, Heidegger, não estava a mencionar especificamente sobra a ética ao falar de modo do ser alternativos que despertam os critérios da modernidade, mas sim Heidegger procura abarcar essencialmente sobre a modernidade ou seja o modelo do homem. O autor argumentava que “O ideal da vida moderna em termos de avanço tecnológico, reside em deslocar a reflexão filosófica das questões epistemológica para a ontologia”.

Autores como Aníbal Quijano e Maldonado alertam para a distinção entre colonialismo e colonialidade, argumentando que a coloniedade diz respeito a um padrão de poder que surge como resultado do colonialismo moderno.

A lógica colonial da modernidade não vai apenas estar ligada ao contexto da colonialidade política, que é este modo de exercício do poder que se funda na base de uma diferença colonial – que hierarquiza experiências, saberes, culturas, vidas –, mas também vai sustentar um regime de produção de saberes que o legitima e o faz funcionar, ao mesmo tempo em que estes saberes estão ligados a uma certa imagem de vida, de comunidade, de ensino, de aprendizagem, também colonizada. (Nascimento, 2015, p.5).

A Colonialidade do poder, em vez de estar limitado a uma relação formal de poder entre dois povos ou nações, ao contrário, refere-se à maneira como o trabalho, o conhecimento, a autoridade e as relações intersubjetivas se articulam entre si, através do mercado capitalista mundial e a ideia de raça.

Observamos que a ideia de colonialidade, emergente da modernidade. se origina e mundializa a partir da descoberta do Novo Mundo, fundando-se na imposição de uma classificação racial/étnica das populações e operando em cada um dos planos, âmbitos e dimensões, materiais e subjetivas, da existência cotidiana e a escala social. A modernidade emerge com a colonialidade, uma vez que, a partir desta, um novo e específico conjunto de relações.

Na terceira secção o autor propõe uma alternativa à política da identidade ocidental. O autor identifica concepções análogas noutros pensadores ocidentais, sobretudo, Negri, Habermas e Derrida. Ao projeto da busca das raízes, com os seus pressupostos racistas, ele opõe uma visão crítica, inspirada em Fanon (in Maldonado-Torres, 2010), que sublinha o carácter integrante da colonialidade. O autor conclui com um apelo a uma diversidade radical e uma geopolítica do conhecimento descolonial.

A colonialidade não se limitou à posse e exploração de territórios e povos pela força. A sua expressão mais profunda e duradoura alcançou a mente do colonizado. Apesar de ter sido forjada no interior do colonialismo, a colonialidade, acrescenta não está limitada a uma relação formal de poder entre povos subalternizados e nações hegemônicas, ela.

No contexto democrático em que vivemos diversos movimentos como os movimentos negros, indígenas e campesinos, passam por um momento crucial de luta pela promoção e ampliação da democracia. Crucial porque sua força vem inflamada por significados, experiências de vida sentidas na pele, e que se manifestam em forma de denúncias.

A partir de reflexões em torno das implicações da colonialidade do poder nas diferentes áreas da sociedade, o conceito de colonialidade do ser emerge. Pontua Maldonado:

E, se a colonialidade do poder se refere à inter-relação entre formas modernas de exploração e dominação e a colonialidade do saber esta relacionado ao rol da epistemologia e à tarefas gerais da produção do conhecimento na reprodução de regimes de pensamento coloniais, a colonialidade do ser se refere, então, a experiência vivida da colonização e o seu impacto na linguagem. (MALDONADO-TORRES, 2007, p.130).

As questões apresentadas aqui nos levam à compreensão quanto à necessidade de pensar e formular alternativas, teóricas e políticas, a atual e profunda conformação desigual e excludente do mundo moderno no qual vivemos.

O pensamento descolonial exige, antes de tudo, um esforço de descontrução, desnaturalização do caráter universal que pressupõe a história da humanidade como linear, universal e sempre direcionada para o progresso.

Depreende-se, então, que toda qualquer busca por alternativas requer, necessariamente, que sejam questionadas o conjunto de saberes que foram produzidos à custa da imposição de uma ideia de superioridade que, ademais de completamente e etnocêntrica.


  1. EM BUSCA DE UMA EDUCAÇÃO DESCOLONIAL

Levando em conta as afirmações dos estudos sobre a temática da colonalidade e as afirmações em relação à existência de uma corrente inerente à modernidade a qual estão ligadas as relações de poder estabelecidas na sociedade, não se pode deixar de levar em consideração que a escola também recebe influencia desta forma de ação da sociedade para com os indivíduos.

Se pensarmos em alternativas para a tentativa de descolonização da escola, a principal delas deve perpassar na igualde de papeis dentro do âmbito escolar assim como o modo ao qual lidamos com os saberes e as experiências dos nossos educandos.

Uma escola que percebe que esta hierarquia está, em grande parte, fundada na diferença colonial, que pensa a diferença em termos hierarquizados e por isso, pode problematizar tal relação com a diferença, com a singularidade, com a diversidade de experiências, saberes e inserções culturais. Esse processo de problematização precisa acontecer através do esforço do conjunto da comunidade escolar, que é quem tem a possibilidade, a partir de suas maneiras locais de interpretar a vivência escolar, de criar o espaço mais propício para essa tarefa sem um objetivo meramente salvacionista. (NASCIMENTO, 2015, p.12).

É comum acreditar que a posição pré-estabelecida de papéis dentro da escola é natural, em face de que isto está intrínseco em nossa sociedade. Frequentemente observamos que na prática docente é comum não se levar em conta as experiências e informações oriundas dos educandos, levando-se em conta somente o saber pré-estabelecido e trazido pelo professor. Segundo Nascimento:

Nesta escola que se tenta descolonizar, as vozes locais são ouvidas, as experiências locais são acolhidas não na tentativa de desenvolvê-las, mas de ter este mesmo local como um dos marcos da subjetivação, sem a ideia de que o local deva se integrar à dinâmica global. (NASCIMENTO, 2015, p.12)

É fato que para que práticas emancipatórias e que tragam saberes significativos a professores e educandos, devem estar baseadas em dinâmicas transdisciplinares e que se baseiem em diversos referenciais culturais. Devem-se levar em conta as relações com as diferenças, as diversidades de experiências, com a singularidade de saberes e as inclusões sociais e o direito a cidadania.

Em seu texto, o autor afirma que é possível realizarmos um processo de descolonização no ambiente escolar sem termos que totalmente abolir os conhecimentos já vigentes aos quais a escola utiliza. Para tal ilustra o autor:

(...) a crítica descolonial instaura uma proposta de lidar com as contribuições europeias como uma entre outras e não como a contribuição privilegiada, por ela ter vindo de um mundo em um “estágio posterior de desenvolvimento”. (NASCIMENTO, 2015, p.13)

Em sendo assim observa-se que o processo de descolonização da escola passa pela aceitação de a escola é plural, pois possuí em si elementos do mundo globalizado assim como facetas das individualidades culturais inerentes aos seus componentes, docentes, alunos e outros que fazem parte deste espaço de construção de saberes para ambos.


  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No contexto em que a educação é uma prática social modificadora do ser humano nos seus estados físico, mental, espiritual, cultural e configura a existência humana individual e coletiva a busca por uma educação descolonial visa analisar e propor práticas educativas condizentes com a melhoria e inserção do individuo na sociedade minimizando os efeitos da realidade socialmente excludente em que vivemos hoje, face aos aspectos inerentes a modernidade e o colonialismo.

Repensar a educação, em seu caráter plural e multicultural é um desafio para aqueles que se propõe na construção de uma educação emancipadora, que considere o ser humano em todas as suas dimensões. Neste processo, repensar as práticas que visem abrir a escola para novos pensamentos e expetativas representa um caminho para um desenvolvimento mais humano e libertador idealizando assim, novas perspectivas para aprendizagem.

E neste processo, que o professor precisa assumir a crença no poder de transformação que a visão multidisciplinar pode trazer para a educação e sendo esta vista como um ampliador do desempenho do educador e potencializador de grandes êxitos para seus educandos.

Faz-se necessário repensar nossas práticas, ajustando as ações pedagógicas para promover o efetivo exercício da cidadania e também perceber que a sala de aula constitui-se em um ambiente com diferentes vivências que podem ser aproveitadas para estimular os alunos impulsionando e dinamizando o processo de ensino-aprendizagem.



REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9.394/96. Brasília: Imprensa Oficial, 1996.


LUFT, C. P. Minidicionário Luft. São Paulo: Ática. Nova Ortografia, 2005.
NASCIMENTO. W. F. do. Incursões descoloniais pela educação: por uma crítica da vida colonizada. Disponível em: https://www.yumpu.com/pt/document/view/20607160/wanderson-flor-do-nascimento-portal-de-filosofia-e-educacao. Acessado em 29/03/2015.
SANTOS, B.de S. Epistemologias do Sul. São Paulo: Editora Cortez, 2010.
__________. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002007000300004. Acessado em: 14/03/2015.
MALDONADO-TORRES, N. A topologia do Ser e a geopolítica do conhecimento. Modernidade, império e colonialidade. Revista Crítica de Ciências Sociais. Coimbra: Centro de Estudos Sociais, n. 80, março 2008, p: 71-114.
____________. Com Fanon, ontem e hoje, por Nelson Maldonado-Torres. Disponível em: http://www.decolonialtranslation.com/portugues/com-fanon-ontem-e-hoje.html. Acessado em 03/04/2015.

1 Graduada em Pedagogia, Pós-graduada em Educação Infantil, Educação Especial, Psicopedagogia e Psicomotricidade. Atuando como educadora em Atendimento Educacional Especializado e Educação de Jovens e Adultos na rede municipal da cidade de Salvador/BA e como Psicopedagoga Clínica no Centro Ocupacional Encontro, na mesma cidade. E-mail: ingrid77@ig.com.br

UNIVERSIDAD INTERAMERICANA | Artigo acadêmico

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