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possa envolver-se em processos de significa-
ção tomando os novos conhecimentos e di-
ferentes modos de aprender como parte de
sua própria experiência.
Para a Educação Infantil, é muito impor-
tante refletir sobre
o que significa adquirir
experiência, porque é na experiência que as
crianças se diferenciam umas das outras,
mais do que por sua idade ou classe social.
Pensar um currículo como um conjunto de
práticas que articulam experiências impli-
ca assumir que não basta ao professor e à
própria instituição deixar o tempo passar e
apenas acompanhar as experiências espon-
tâneas e casuais das crianças. A experiência
da Educação Infantil tem um compromisso
com o aprender da criança pequena, sendo
essa a sua principal característica.
Mais adiante, no capítulo destinado à apre-
sentação das diretrizes para as propostas pe-
dagógicas da Educação Infantil, o documento
explicita uma lista de diversificadas experi-
ências que devem ser
garantidas
às crianças.
Para aprender nessa fase da vida, uma crian-
ça necessita adquirir um conjunto de experi-
ências potencializadas em ambientes coleti-
vos, especialmente pensados para ela.
A explicitação das experiências a que as
crianças devem
ter acesso orienta o traba-
lho pedagógico em certa direção. Permite
pensar que não se deve focar uma área de
conhecimento, mas, sim, a experiência que
as crianças podem ter com os conhecimen-
tos que fazem parte do patrimônio cultural,
artístico, ambiental, científico e tecnológi-
co. Por exemplo, uma criança não aprende
a Língua Portuguesa, mas, sim, as práticas
de comunicação e expressão em sua língua,
nas diferentes situações sociais. Não apren-
de Literatura, mas, sim,
a ser um bom ou-
vinte de leituras feitas pelos professores,
a ser leitor/a antes mesmo de saber ler, a
ser apreciador/a de bons textos literários,
contador/a de histórias. Não aprende Histó-
ria da Arte, mas, sim, a relacionar-se com as
produções de artistas em diversos tempos.
Não aprende Ciências, mas, sim, a explorar,
observar, registrar, testar suas hipóteses so-
bre o mundo da natureza, comunicar o que
aprendeu a outros etc. Em todos esses ca-
sos, o próprio processo de significações é
visto como experiência do sujeito.
Temos, então, que o que se vive na Educa-
ção Infantil não é o mesmo que se vive no
ambiente doméstico ou em qualquer outro
lugar. A experiência educativa deve expandir
os conhecimentos e a significação das crian-
ças. Dito isso, o próximo passo é, portanto,
pensar sobre as condições dessa experiên-
cia. Na educação infantil a experiência está
circunscrita por condições de interação, de
diversidade e de continuidade.
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