A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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A Ameaça Pagã
intelectual se tornaram uma raridade. Se a academia ainda não copia
totalmente o ambiente das gangues de Los Angeles, a guerra intelectual
entre as “comunidades” já tipifica as universidades norte-americanas.
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Defesa
Se a liberdade é um tipo de poder nu, não é de admirar que
nossa era tenha descoberto uma nova forma de interpretação bíblica
conhecida como “exegese da defesa”.
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 Em particular, comunidades
são melhores advogados do que indivíduos. Embora os números
não signifiquem necessariamente que algo seja verdadeiro, há uma
grande força nos números.
Rosemary Ruether afirma o caso da defesa aberta: “os estudos
das mulheres não fingem neutralidade ética. Este exemplo é na
verdade uma ideologia da classe dominante. A neutralidade esconde
um compromisso com o status quo. Toda erudição da libertação é
uma erudição da defesa”.
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 Xingamentos e demonstrações
conturbados caracterizam até a igreja. Esta agressividade acadêmica
deixa os antigos liberais assustados. Walter Brueggemann, professor
de Antigo Testamento no Seminário Teológico Columbia em
Decatur, Georgia, reconhece uma “nova definição do que constitui
uma erudição responsável”. O título de seu artigo, “Sobre Escrever
um Comentário... Uma Emergência”, trai sua confusão. Ele observa
que a “exegese da defesa” dá preferência à situação do intérprete
sobre o que o texto uma vez significou. Entendendo o excesso do
racionalismo, Brueggemann sente o puxão do envolvimento
espiritual oferecido na exegese da defesa, e ainda assim ele lembra
com pesar a perda da objetividade.
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 Brueggemann não deveria se
preocupar. Uma nova visão construtiva reconstruirá o mundo.
Uma Nova Unidade
Atrás de uma ampla diversidade de leituras, apesar da rejeição
de discursos totalizantes (especialmente o cristão), há uma nova
ideologia unificadora totalizante! Ela é tão diversa que pode viver
dentro de um mundo desconstruído, mas tão totalizante que não
abre espaço para mais nada senão o monismo. A “hegemonia de
um modo de pensar e ser como se fosse universalmente válido”, tão
temido por intelectuais modernos, não desapareceu. Somente
mudou de forma. O cristão teísta original afirma que a verdade é


UM NOVO MÉTODO DE ESTUDO BÍBLICO
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agora feita pelo monismo pagão. O totalitarismo pagão está
chegando, e acredita-se no que Harvey Cox disse: “nós devemos
moldar e reentender nossos ritos e mitos para que eles nos unam e
nos multipliquem [humanidade] (...). Nós devemos agora tomar a
iniciativa, não somente para predizer o futuro (...) mas para moldá-
lo”. Esta é a última frase em seu livro, apropriadamente entitulado
Many Mansons [Muitas mansões].
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 Nessa nova visão da unidade
humana, a Nova Babel se torna o céu na terra.
Como indivíduos ou membros da comunidade, os seres
humanos precisam falar de modo significativo. A verdade, no novo
paradigma, não vem do discurso racional baseado na revelação do
divino Criador que é distinto do universo que ele criou. A verdade
vem antes da “experiência” humana – a experiência de uma nova
unidade pagã “reconstruída” de todas as coisas, encontrada dentro
da alma humana, e não em livros sagrados. Com essa nova ideologia
unificadora, o novo método de estudo bíblico não tem necessidade
da Bíblia. O apego à Bíblia é uma cortina, uma tática estratégica
para permanecer dentro da igreja e finalmente tomá-la.
O famoso entendido em religiões comparadas, o romeno
Mircea Eliade, ele mesmo muito fascinado pelo Hinduísmo, via
em todas as religiões grandes símbolos unificadores para a
humanidade. O trabalho de sua vida foi a tentativa de definir esses
símbolos universais porque “Símbolos universalizam. Eles são
consistentes. Eles expressam a unidade da raça humana. E todo
fenômeno local-provincial encontra a sua verdade e mais completo
significado no significado mais global dos símbolos”.
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 Embora
tenha morrido nos anos 80, ele sentiu a vinda do que chamou de
“novo humanismo”, que seria construído pelo encontro com outros
mundos de significados, em particular o encontro do Oriente com
o Ocidente. Ele viu isso como a ocasião para o conhecimento
espiritual aumentar. Foi ele quem criou a frase “hermenêutica
criativa”. O que ele queria dizer com isso era o desejo por parte
das pessoas de se engajar com o mundo espiritual do ‘outro,’ mesmo
se isso pudesse implicar ser ‘convertido’ à visão dos ‘outros’”.
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Atrás das “comunidades de interpretação”, uma unidade
monística parece dar direção à exegese em um mundo
desconstruído que perdeu seu rumo. A “resposta do leitor” é para
o monismo o que a intenção autoral é para o teísmo. Deixe-me
explicar. Se a verdade deve ser encontrada no interior, então o
leitor tem a chave. Se a verdade é revelada do Deus exterior, então


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A Ameaça Pagã
é o autor inspirado e seu texto inspirado que tem as chaves do
reino dos céus. Agora, a “resposta do leitor”, como o monismo em
todas as suas formas, está muito popular. Seu ponto principal está
em brincar de destruir o texto da Escritura. Olhe só o que uma
exegese radical da “resposta do leitor” fez com Gênesis 1-3, o pilar
fundamental do mundo cristão e da visão de vida – e por esta
razão foi o objeto de constante reinterpretação pelos gnósticos.
Gênesis 1-3: Uma Visão Feminista do Jardim
Eva caiu em uma cilada.
- Mary Daly
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A resposta do leitor feminista contemporâneo ao ler Gênesis
1-3 é de ira, descrença e suspeita, uma leitura “contra a natureza de
alguém”, uma leitura imaginativa que põe a mulher no centro e
mandam o homem e o Deus masculino bíblico para fora do jardim.
Tudo é muito suspeito porque:
O mito do Deus Pai assegura um mundo de domínio e
dependência (...) O patriarcado, embutido na história da criação
de Gênesis, é a religião universal. O que explica a persistência do
mito? O que explica sua seleção? Havia outros mitos disponíveis
na época (...). Mas o mito de Gênesis marcou o estabelecimento
do monoteísmo e a legitimação do patriarcado como o modo
natural – como a vontade de Deus!
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Como podem os cristãos liberais, comprometidos com a
libertação radical, continuar a usar a Escritura, que é tão
comprometida com uma ideologia oposta ao pensamento
deles? A resposta é: mudando a narrativa de Gênesis segundo a
idéia deles.
Muitos eruditos “cristãos” vão bem longe.
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 Esta “nova”
exegese da resposta do leitor muda os personagens do drama
original. Deus, Adão, Eva e a Serpente misteriosamente trocam de
lugar e uma nova hierarquia emerge – a Serpente, Eva, Adão e
Deus. Aqui está a nova interpretação dos eruditos bíblicos radicais
(em suas próprias palavras). Só vendo para crer.


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