Abel Pérez González — Revisão de Stygnommatidae
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h, 15d). Esta lamina apicalis se manifesta muito variável em forma e tamanho e
pode ser inteira (Fig. 10g-i) ou dividida (Fig. 10a).
A pars distalis pode ter várias formas, geralmente é tubular (Figs. 8b, 10c,
11c, 13b, 14h), mas pode-se apresentar globulosa (Fig. 16c-d), alargada (Fig. 10d),
comprimida dorso ventralmente (Fig. 10h), etc. Na maioria dos grupos apresenta
cerdas de diferentes formas e tamanhos: foliares (Fig. 10e), espiniformes (Fig.
10c), espatulares (Fig. 14c). Estas cerdas ocupam geralmente a região ventral,
embora em famílias como Epedanidae, “Pyramidopidae” e Stygnopsidae
apresentem grandes cerdas na região dorsal (Figs. 8b-d). Também ventralmente a
pars distalis pode possuir uma concavidade que lhe confere um aspecto bilobulado
(Fig. 47c) e distalmente pode-se modificar em um calyx (Figs. 10g, 13a, d). O
calyx pode estar presente em várias famílias (Kimulidae, Samoidae,
Stygnommatidae, Epedanidae), pode ser inteiro como em Samoidae e
Neoscotolemon spp. (Fig. 13a, d) ou formado por duas projeções apicais da pars
distalis (p.ex. Zygobunus, Fig. 10g, Kimula, Epedanidae). Algumas espécies de
Samoidae apresentam um processo espiniforme ereto (Figs. 13b, c, e, f) na
parte mediana da base do calyx. Nos cálices bipartidos o ápice das bordas latero-
ventrais pode apresentar cerdas espiniformes (Fig. 10b) e as bordas dorsais podem
ter um velum (Fig. 10b). O velum apresenta uma fenda média de largura variável.
Em espécies com calyx unitário (p.ex. Neoscotolemon) pode-se apresentar uma
estrutura similar ao velum (Fig. 13d).
Glande
Capsula interna
A capsula interna (Fig. 12d) está conformada por dois escleritos que
cobrem o ductus ejaculatorius (Fig. 12d). Está intimamente relacionada ao
extremo distal do ducto, proporcionando-lhe a rigidez necessária na hora da
transferência do esperma. A mesma pode ser simples, como no caso de
Fissiphalliidae, ou apresentar os escleritos altamente modificados. Essa
modificação dos escleritos foi nomeada por MARTENS (1986) como “condutores”
(Konduktoren).
Abel Pérez González — Revisão de Stygnommatidae
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Condutores
Os condutores apresentam uma ampla gama de formas e tamanhos. Podem
ser de aparência mole ou formando placas laminares rígidas. Na hora da
preparação dos genitais, para sua observação no microscópio de varredura, os
condutores “moles” sofrem deformação e os laminares não. Os condutores também
podem ser curtos ou compridos estando relacionado diretamente com o tamanho e
a forma do estilo. Os condutores também podem estar fusionados entre si e com o
estilo. A glande em Podoctidae pode ou não possuir condutores. Os
Heteropodoctis possuem uma capsula interna simples sem condutores (Fig. 22i),
já outras espécies da família apresentam uma grande variedade de condutores
(Fig. 9). Metibalonius esakii Suzuki, 1941 apresenta condutores grossos, não
laminares e cobertos de micro-ornamentações (Fig. 9a). Ibalonius dubius
(Goodnight & Goodnight, 1948) apresenta condutores um pouco mais “laminares”,
porém não simétricos (Fig. 9e). Em um gênero não-descrito de Ibaloniinae (A.
Kury, com. pess.) podemos observar que os condutores estão fusionados entre si e
com o stylus (Fig. 9c).
Stygnommatidae, Samoidae, Hovanoceros
sp. (Mitraceratinae),
Neoscotolemon spp., possuem um par de fortes condutores laminares simétricos
(Figs. 10, 12g, 13). Dentro dos Samoidae Pellobunus e gêneros afins apresentam os
condutores fusionados (Figs. 13a, c, e, f, h) ao contrário de Maracaynatum (Fig.
13g). Os Biantidae também possuem variedade de condutores — os Biantinae
apresentam condutores grossos (Figs. 12b, c), já Caribbiantes (Stenostygninae)
apresenta condutores finos e lamelares (Fig. 11b) presentes também em Antagona
(Lacurbsinae) e Costabrimma (Grassatores incertae sedis) (Fig. 17b, d). Lacurbs
(Lacurbsinae) apresenta condutores curtos finos e laminares (Fig. 12e-f), um tipo
de condutor semelhante pode ser observado em Flaccus (Stenostygninae). Várias
espécies de Zalmoxidae sul-americanos, Fissiphalliidae e Guasiniidae, apresentam
uma capsula interna simples sem condutores (Fig. 16h, i), já outras espécies
centro-americanas de Zalmoxidae apresentam uma capsula interna muito
desenvolvida com poderosos condutores (Fig. 16e, f). Icaleptes malkini
(Icaleptidae) possui uma capsula interna alargada e condutores grossos e curtos,
uma capsula interna parecida podemos encontrar em Flaccus teapensis (Fig. 11d).
A capsula interna de Metakimula (Kimulidae) não apresenta condutores, porém
Abel Pérez González — Revisão de Stygnommatidae
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no seu extremo possui um colarinho paraestilar (Fig. 14f), este colarinho
aparenta ser homólogo com a estrutura presente em Escadabiidae (Fig. 15b, c). Os
Escadabiidae apresentam uma capsula interna larga, os condutores são variáveis:
pouco desenvovlidos e curtos em Escadabius e muito desenvolvidos em
Baculigerus (Fig. 15a, c).
O extremo livre apical do ductus ejaculatorius é chamado de stylus ou
estilo em português. O comprimento do estilo e muito variável, desde estilos
muito compridos como em Fissiphalliidae até estilos curtos como em Icaleptidae e
Kimulidae (Fig. 14f). Em Escadabiidae o ductus ejaculatorius não apresenta um
estremo distal livre e está imerso em uma larga capsula interna (Fig. 15b).
Capsula externa
A capsula externa encontra-se relacionada ao extremo dorso apical da pars
distalis e cobre completa ou parcialmente a capsula interna. Também apresenta
uma enorme variabilidade morfológica. Plesiomorficamente esta capsula externa
apresenta-se como um follis (novo termo, do Latim follis = fole) com forma de um
saco mole, com projeções digitiformes internas, que cobre a capsula interna e é
inflado por pressão de hemolinfa. Este tipo de follis está presente em Podoctidae,
Stygnommatidae, Assamiidae e Stygnopsidae (Figs. 8-10). Dentro de cada grupo o
follis sofre modificações. Nos Biantinae asiáticos se divide medialmente e sofre
uma notável redução formando uma estrutura denominada “titiladores” (Figs. 11-
12, de MARTENS, 1986 Titillatoren). Nos Mitraceratinae também se observa uma
incipiente divisão medial (Fig. 12g-h), e em algumas espécies de Stygnommatidae
essa divisão pode ser observada na parte interna do follis (p.ex. Stygnoquitus
penasblancas, Fig. 69d). Em Oncopodidae e Phalangodidae o follis pode
apresentar grandes projeções laterais ou posteriores (Fig. 7a-d). Em algumas
espécies de Stygnopsidae o follis mantém sua forma primitiva na região ventral e a
região dorsal se modifica em duas placas rígidas (p.ex. Chinquipellobunus madlae
(Goodnight & Goodnight, 1967), Fig. 8f). Esta placa rígida dorsal também esta
presente em Epedanidae (Fig. 8c-d) e “Pyramidopidae”. Em Samoidae o follis é
reduzido e interno (Fig. 13). Em Lacurbsinae, Caribbiantes, Fissiphalliidae,
Zalmoxidae, Icaleptidae, Costabrimma e Antagona o follis transforma-se em uma
estrutura rígida e a capsula interna perde a capacidade de eversão e para poder ser
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