Abel Pérez González — Revisão de
Stygnomma___delicatulum'>Stygnommatidae
94
○
40(1).— Ausência do agrupamento
das cerdas lateroventrais da pars
distalis em dois grupos bem separados.
■
50(1).—
Condutores tubulares com concavidade ventral (DELTRAN).
Grupo armatus
● 6(1).— Armadura da mão da quelícera - fortemente granulosa.
○
46(0).— Velum presente.
Clado (Yareus + Maleiwa)
● 5(1).— perfil da bulla – reto.
○
31(0).— Delimitação entre
pars basalis e
pars distalis do truncus
evidente.
Yareus
● 17(0).— Fêmur do pedipalpo com fortes apófises espiniformes
dorsais.
○
31(1).— Delimitação entre
pars basalis e
pars distalis do
truncus não
evidente.
Clado (larensis + santuario)
● 50(2).— Condutores com prega mesodorsal.
Maleiwa
○
2(1).— Relevo interocular liso.
○
10(1).— Espinho
dorsal da fileira externa da coxa do pedipalpo presente.
○
34(1).— Comprimento da
pars distalis vs truncus: longo.
5.2.4.3.-
Alocação genérica das espécies
mal conhecidas
Infelizmente um grupo de sete espécies de Stygnommatidae possui, por
diversos motivos, conjuntos muito incompletos de caracteres. De
Stygnomma
delicatulum Rambla, 1976, só se conhece o holótipo imaturo e a série-tipo de
Stygnomma leleupi Rambla, 1976 está constituída somente por fêmeas o que
Abel Pérez González — Revisão de Stygnommatidae
95
torna inviável a codificação de importantes caracteres masculinos. As séries-tipos
de
Stygnomma ornatum González-Sponga, 1987,
Stygnomma purpureum
González-Sponga, 1987,
Stygnomma truxillense González-Sponga, 1987 e
Stygnomma furvum González-Sponga, 1987, estão perdidas e foi impossível
obter o empréstimo de
Stygnomma monagasiense Soares & Avram, 1981.
Além de não possuir exemplares destas espécies, existiam evidências que
comprometiam a utilidade dos desenhos para codificar os caracteres, sobretudo
nas espécies venezuelanas em uma análise filogenética.
Por exemplo, se são
comparados os desenhos originais de
Stygnomma gracilitibiae González-Sponga,
1987, com os oferecidos na presente tese (que foram obtidos a partir de exemplares
topotípicos), é possível observar marcadas diferenças. No desenho original as
cerdas da
pars distalis são pontudas e não foliares, a forma dos condutores é
diferente e a
lamina apicalis aparece fendida,
ou com uma linha medial, quando
na realidade essa linha corresponde a uma fina quilha ventral. A utilização do
desenho original acarretaria uma codificação falsa de vários caracteres. A inclusão
de táxons terminais com muitas células incompletas não é aconselhado, pois
poderiam causar problemas como a produção de resultados inesperados e sem
sustentação (PLATNICK
et al. 1991; MADDISON, 1993). Este fato foi comprovado
em uma analise exploratória incluindo estas espécies, o que afetou
consideravelmente a recuperação dos grupos obtidos na análise beta.
Por tais motivos se procedeu a tomar uma decisão sobre a alocação genérica
temporária destes táxons
de forma ad hoc espécie por espécie. Esta proposta
deverá ser testada no futuro com base no exame direto de exemplares. Foram
tomados em consideração três critérios, expostos a seguir em ordem decrescente
de prioridade:
−
Como mínimo deve possuir uma das sinapomorfias do gênero a ser
designadas.
−
Concordância com algum dos caracteres da diagnose genérica.
−
Coerência biogeográfica.
O primeiro critério é “mínimo suficiente”, os restantes são critérios de
reforço.
Abel Pérez González — Revisão de Stygnommatidae
96
Análise das espécies e justificativas:
Stygnomma ornatum González Sponga, 1987
Critério l
.— A espécie possui apófises espiniformes ventro-proximais
anteriores aos tubérculos setíferos da tíbia mesal e ectal do pedipalpo. Estas são
sinapomorfias que a incluem no clado (
Stygnomma +
Stygnoquitus).
A presença
de uma fileira de grânulos mesodorsais no fêmur do pedipalpo é uma sinapomorfia
que a coloca dentro do gênero
Stygnoquitus.
Critério ll
.— Aparentemente nos desenhos observa-se que o pênis apresenta
um
follis grande e globuloso e a
lamina apicalis fendida, e que os pedipalpos não
possuem os característicos tubérculos setíferos de pedestal alargado na tíbia mesal.
Esses caracteres são congruentes com a diagnose de
Stygnoquitus.
Critério lll
.— Poderia ser o representante do limite norte da distribuição do
clado (
Stygnoquitus +
Stygnomma). Existe um hiato distribucional
muito grande
entre essa espécie e os representantes de
Stygnoquitus. Pode ser que nessa área
existam estignomatídeos aparentados com
S. ornatum que constituam um terceiro
gênero do clado (
Stygnoquitus +
Stygnomma). A genitália masculina é fora do
comum.
Decisão.
— Stygnoquitus ornatum (González Sponga, 1987).
Stygnomma purpureum González-Sponga, 1987 e
Stygnomma truxillense
González-Sponga, 1987
Critério l
.— Ambas as espécies apresentam fortes apófises espiniformes na
bulla da quelícera. Essa sinapomorfia as inclui no clado (
Zygobunus+). A
bulla
distalmente engrossada que lhes confere um perfil de aspecto reto é uma
sinapomorfia que as relaciona ao clado (
Maleiwa +
Yareus).
A presença de um
espinho dorsal na fileira externa da coxa do pedipalpo e de uma
pars distalis
comprida são sinapomorfias que a colocam dentro do gênero
Maleiwa.
Critério ll
.— A ausência de uma fileira longitudinal de fortes apófises
espiniformes no fêmur do pedipalpo favorece a inclusão das espécies em
Maleiwa
contra
Yareus. Da mesma forma, possuir os pedestais dos tubérculos setíferos da