A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era

AS PROFUNDAS RAÍZES DA NOVA ESPIRITUALIDADE
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No nascimento do Cristianismo, as pessoas que estavam sem
rumo e a buscavam uma nova vida começaram a entalhar uma nova
identidade social e espiritual em um mundo cosmopolita em
mudança, que “encorajava viagens e negócios, mas minou as uniões
familiares, as amizades e os relacionamentos sociais ao ponto da
destruição”.
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 James Robinson caracterizou os gnósticos como
“desistentes” da sociedade imperial Romana
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, comparando-os aos
movimentos de “contracultura dos anos 60”.
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 Essa nova identidade
espiritual apareceu em um “mundo religioso em agitação”.
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 O
gnosticismo “cristão” foi provavelmente uma tentativa de cristãos
insatisfeitos de reinterpretarem sua fé de acordo com os
movimento de libertação dominantes do dia. O que poderia ser mais
liberal? – e mais “cristão”?
u Filosofia e Prática Pagã como
Fonte para Teologia:
O  novo homem da sociedade helenista encontrou muitas
vantagens ao assimilar a filosofia pagã e a fé cristã. O “evangelho”
religioso resultante se tornou atrativo tanto para os pagãos quanto
para os crentes insatisfeitos. Só havia uma coisa ruim. Ao passo que
o gnosticismo ganhava sofisticação teológica, o Cristianismo foi
totalmente desfigurado. Hipólito relata que gnósticos “cristãos” na
verdade freqüentavam as cerimônias dos cultos de mistério pagãos
para entender o que os pagãos ensinavam sobre o “mistério
universal”.
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 A igreja ortodoxa tinha que lutar por sua vida.
A História se repete nos movimentos de libertação
contemporâneos, na rejeição da moralidade tradicional, na
moderna sexualidade radical, na promessa da Nova Era do novo
nascimento espiritual e do poder, na inundação das técnicas
espirituais orientais no Ocidente, no interesse pela bruxaria e na
adoração à deusa, e na crescente invasão do espírito deste século
na igreja. O liberalismo teológico “progressivo” mais radical
justifica a crença e a prática pagã como o caminho avançado para
o Cristianismo. Teólogos “cristãos” hoje, assim como os mestres
gnósticos antigos, impelem a igreja a procurar o “mistério
universal” na religião pagã.
O teólogo católico Paulo Knitter, com frequência associado
com o Concílio Mundial de Igrejas, quer “um novo tipo de teólogo
com um novo tipo de consciência – uma consciência
multidimensional e transcultural”.
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 Knitter explica: “Os teólogos

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A Ameaça Pagã
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devem ignorar a experiência (...) que nutre os credos e os códigos
e os cultos de outras religiões”. O que os gnósticos naasenos
chamavam de “mistério universal”, Knitter chama de “consciência
transcultural”, e outros chamaram de “Cristo Cósmico”. Seja em
que aparência se apresente diante de nossas portas, nós podemos
estar certos que traz uma ilusão, não uma festa, pois não é nada
mais do que uma espiritualidade pagã. O apóstolo Paulo chamaria
isso de “comunhão com demônios”.
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u Brilho Intelectual:
Os modernos teólogos liberais freqüentemente demonstram
dons intelectuais impressionantes. Schleiermacher, von Harnack,
Tillich e Bultmann, para citar alguns, recebem o maior respeito no
nível criativo e na habilidade intelectual. Da mesma forma, o
brilhante pensador gnóstico, Valentino. Tertuliano (160-225) disse
sobre ele: “Em relação ao talento e à eloqüência, ele (Valentino)
era um homem muito capaz”.
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 Aparentemente Valentino quase
se tornou Papa.
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 Numa das maiores capitais intelectuais do mundo
antigo, Alexandria, o mestre gnóstico Basilides tinha a reputação
de ser um habilidoso estudioso bíblico.
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 Os liberais necessitam
de uma inteligência incomum para fazer o que é óbvio nas
Escrituras parecer obscuro e o obscuro óbvio! De que outra maneira
poder-se-ia transformar o Cristianismo teísta em monismo pagão?
Jerônimo (342-420), pai da igreja, observou, com um toque de
humor e fraco elogio:
Ninguém pode trazer uma heresia à existência a menos que esteja
possuído, por natureza, de um intelecto extraordinário e tenha
dons dados por Deus. Tal pessoa era Valentino.
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A princípio, esses paralelos parecem compartilhar somente
uma similaridade de “espírito”. Similaridades estruturais, ainda que
impressionantes, entre os dois movimentos separados por 1700 anos
podem não ser conclusivas. O que os líderes liberais dizem? Os seus
comentários evasivos são reveladores. Tome, por exemplo, a
avaliação de Marcião, um dos primeiros gnósticos.

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AS PROFUNDAS RAÍZES DA NOVA ESPIRITUALIDADE
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O “Primeiro Protestante” ou o “Primogênito de Satanás”?
É preciso um liberal para destacar outro. Em 150 d.C.,
Marcião, um “teólogo” de Ponto na Ásia Menor foi excomungado
da Igreja em Roma.
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 Ele desconsiderava  Deus o Criador, o
Antigo Testamento, a lei mosaica e três dos Evangelhos. Das
poucas epístolas de Paulo que ele aceitava, ele tirou as citações
do Velho Testamento, e adorava o “Deus estranho” por trás do
Deus da Escritura. Por causa dessa rejeição da ortodoxia, Adolf
von Harnack, o grande liberal alemão do século 19 saudou Marcião
como o “primeiro protestante”! – por “protestante” Harnack queria
dizer “liberal”.
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Helmut Koester, um estudioso do Novo Testamento, ensina
na Harvard Divinity School, chama Marcião de “um crítico textual,
filólogo e reformador”.
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 Elogios brilhantes como esse podem nos
fazer pensar que Marcião era um Martinho Lutero
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 da época da
igreja Primitiva.
Que diferença 1700 anos podem fazer! Os pais da igreja
expressaram uma outra opinião. Tertuliano (160-225) chamou
Marcião de
o rato do Ponto que roeu os Evangelhos (...), aboliu o casamento
e (...) despedaçou o Deus todo-poderoso com [suas] blasfêmias.
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Policarpo (69-155 d.C.), que conhecia o apóstolo João, chamou
Marcião de “o primogênito de Satanás”.
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Somente o entendimento contraditório da fé cristã pode explicar
tais divergências de opinião a respeito de Marcião. A ortodoxia cristã
mantém a antítese separando todas as expressões de paganismo,
incluindo o paganismo “cristão”, da verdade bíblica. O liberalismo
sempre sujou as águas. Os liberais de hoje afirmam que o gnosticismo
antigo é uma expressão alternativa e autêntica do Cristianismo
antigo.
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 Será plausível essa avaliação? Os antigos pais da igreja
disseram que não. O liberalismo moderno diz que sim.
O que um Gnóstico moderno, sem pretensões em relação ao
Cristianismo, seja ortodoxo ou liberal, diria? Duncan Greenlees é
um gnóstico assim, um adepto da tradição teosófica-ocultista. A sua
avaliação independente do gnosticismo é muito interessante:

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