A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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Capítulo 11
O DEUS DO GNOSTICISMO ANTIGO
Eu sou a prostituta e a venerada
Eu sou a esposa e a virgem...
Eu sou aquela cuja imagem é grande no Egito.
- thunder, Perfect mind
Sofia na Perspectiva Histórica
 que ocorreu em Minneapolis em 1993 não foi a primeira mostra
de Sofia em círculos cristãos. Ela havia aparido anteriormente
nos escritos gnósticos heréticos dos primeiros séculos da história
da igreja. As mulheres em Minneapolis imaginaram que estavam
criando novas imagens do divino ex nihilo (do nada). Mas as reflexões
gnósticas de 1500 anos atrás dão suas imaginações vãs, na
inesquecível frase de Yogi Berra, uma surpreendente aura de “déjà
vu tudo de novo!
Sofia apareceu entre os gnósticos como uma deusa jovem com
fascinantes idéias novas que a colocaram em situações problemá-
ticas, mas trouxeram redenção.
1
 Para aqueles cansados do Deus
masculino da Bíblia, ela prometeu libertação e liberdade radical. A
sua sabedoria ultrapassa a sabedoria bíblica de Provérbios, pois sob
O


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A Ameaça Pagã
seu manto misterioso e sedutor estão escondidos ambas as pérolas
da Senhora Sabedoria e os segredos sombrios da Dama Estupidez.
Esta oração gnóstica para Sofia teria sido bem recebida em
Minneapolis: “Que a que está diante de todas as coisas, a Graça
incompreensível e indescritível, vos encha no interior, e faça crescer
em vós o próprio conhecimento dela”.
2
Sofia no gnosticismo
Sofia é o primeiro Pensamento de Deus. Ela se torna uma
sabedoria “caída”
3
 porque, por causa de sua curiosidade, [como a de
Eva], o mundo físico finalmente passou a existir. Ialdabaoth (Jahweh),
o seu feto abortado, nascido de seu desejo de conhecer, cria o mundo
físico. Como ela reconhece seu erro, Sofia “não perde a oportunidade
de burlar os Governantes, [nominalmente Deus e seus anjos] para
ajudar [a humanidade]”.
4
 A sua missão de auto-redenção é dupla:
expor a natureza verdadeiramente maligna do Deus da Bíblia, e
mostrar à humanidade o verdadeiro Deus por trás do Criador e o
mundo opressivo visível que ele imprudentemente criou.
Sofia é boa notícia e má notícia. Há um lado negativo e um
positivo na função de Sofia, de acordo com a teoria gnóstica.
Negativamente, a sua revelação “desconstrói” o Criador dos Céus e
da Terra e todas as suas obras, assim limpando o caminho para sua
função positiva, a de revelar a verdade, o desconhecido Deus de
quem ela emana. Essas duas funções devem ser vistas para que seja
visto quão extremo é o ataque gnóstico “cristão” contra a ortodoxia.
Enquanto a feminina Sofia evoca noções de tranqüilidade e
criatividade, sua verdadeira obra é a de um golpe mortal no Deus
cristão. Essa é a razão pela qual nós precisamos conhecer esses textos
antigos, pois eles podem nos dizer algo sobre nosso próprio futuro.
Sofia derrota Deus
Especialistas reconhecidos do gnosticismo têm insisten-
temente enfatizado a natureza verdadeiramente radical do sistema
gnóstico. Kurt Rudolf observa, por exemplo, que o Evangelho de Filipe
produz uma “reavaliação fundamental das coisas e dos nomes – os
nomes deste mundo pertencem ao erro, introduzido pelos
arcontes”.
5
 De acordo com Rudolf, o conceito gnóstico de Deus é
“completamente revolucionário”.
6
 Hans Jonas, o grande entendido


O DEUS DO GNOSTICISMO ANTIGO
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alemão do gnosticismo argumentou, nos anos 50, que a tendência
sincretista nos círculos gnósticos não era “sem direção” mas tinha
um propósito distinto – colecionar e usar “qualquer material que
pudesse preparar a cena em um mundo diferente deste”, isto é, em
um mundo outro que não o mundo feito da ordem criado pelo
Criador dos Céus e da Terra.
7
Pensadoras feministas recentemente descobriram o caráter
revolucionário do gnosticismo quando aplicado ao gênero e à
civilização patriarcal. Uma delas diz, “o gnosticismo está se tornando
uma poderosa influência na pesquisa feminista na queda do
masculino divino”.
8
 Uma visão igualitária, não-patriarcal, constitui
a agenda da teologia moderna, da sociologia e da política global no
Ocidente. O gnosticismo e o feminismo antipatriarcal são uma
combinação feita nos céus desde que a missão da divina Sofia foi [e
aparentemente ainda é] a de derrotar Jahweh. O papel-chave de
Sofia na destruição do patriarcado nem sempre foi reconhecido nas
análises das heresias dos séculos 2º e 3º. Mas as preocupações atuais
com a libertação do gênero fazem a natureza de sua missão aparecer
claramente nas páginas antigas. A destruição de Deus por Sofia é
alcançada da seguinte maneira:
Sofia Prova que Jahweh é um Tolo
Assim como um grito bruto de um macho que pensa que
porque ele é masculino ele conhece tudo, o protótipo celestial de
toda opressão patriarcal, Jahweh, tolamente pensa que ele é o criador
de todas as coisas. Ele está errado. Sofia é a Criadora.
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 De acordo
com Ptolomeu, um teólogo gnóstico do século 2º, ela é a verdadeira
origem da criação:
Eles dizem que o Demiurgo [o Criador] acreditava que havia
criado tudo por si mesmo, mas de fato ele fez tudo porque
Achamoth [um outro nome para Sofia] o havia comandado.
10
Como Deusa da Sabedoria, Sofia é sábia, simplesmente
trasbordante do vigor intelectual, enquanto o nome clássico gnóstico
para o Deus masculino da Escritura é Samael, o “cego”. Sofia é a
“Mãe do Universo”.
11
 A iluminação espiritual deve ser desejada,
enquanto a obra de Jahweh da criação pelo processo de nascimento
deve ser lançada fora, como sendo rude e animalesca. Assim o Jesus
vivo do Evangelho de Tomás declara: “Minha mãe [deu-me mentiras],


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