Para além do pensamento abissal boaventura de Sousa Santos



Yüklə 326,44 Kb.
Pdf görüntüsü
səhifə11/16
tarix05.04.2018
ölçüsü326,44 Kb.
#36081
1   ...   8   9   10   11   12   13   14   15   16

truly disadvantaged: the inner city, the

underclass and public policy. Chicago:

University of Chicago Press,1987.

[40] Renner, Karl. Die Rechtsinstitute

des Privatrechts und ihre soziale Funk-

tion: ein Beitrag zur Kritik des Burgerli-

chen Rechts. Stuttgart:Gustav Fischer,

1965.


[41]  Mamdani, Citizen and subject...,

op.cit.,cap.2.

[42]  Nos últimos anos vem-se pro-

duzindo uma vasta literatura teórica e

empírica sobre procedimentos insti-

tucionais baseados na colaboração

entre atores não-estatais (firmas,

associações civis, ONGs, sindicatos

etc.), em lugar da regulação estatal.

Em contraposição ao rigor e à imposi-

ção, essa abordagem enfatiza a bran-

dura e a obediência voluntária me-

diante uma ampla variedade de

designações: “regulação responsiva”

(Ayres, Ian e Braithwaite, John. Res-

ponsive regulation: transcending the

deregulation debat. Nova York:Oxford

University Press, 1992), “lei pós-

regulatória” (Teubner, Gunther.

“Transnational politics: contention

and institutions in international

politics”. Annual Review of Political



Science, vol. 4, 1986, pp. 1-20), “lei

branda” (Snyder,Francis.Soft law and



institutional practice in the European

Community.Florença:European Uni-

versity Institute, 1993 [EUI Working

Paper Law no 93/5]; “Governing glo-

balisation”. In: Likosky, Michael

(org.). Transnational legal processes:

globalisation and power disparities.

Londres:Butterworths,2002,pp.65-

97; Trubek, David e Moscher, James.

“New governance, employment

policy, and the European social

model”. In: Teubner, Gunther (org.).



Governing work and welfare in a new

economy. Berlim: De Gruyter, 2003,

pp. 33-58; Mörth, Ulrika (org.). Soft



law in governance and regulation. Chel-

tenham, UK: E. Elgar, 2004; Trubek,

David e Trubek, Louise G. “Hard and

soft law in the construction of social

Europe”. European Law Journal, vol.

11, n. 3, 2005, pp. 343-64), “experi-

mentalismo democrático” (Dorf,

Michael e Sabel,Charles.“A constitu-

tion of democratic experimenta-

lism”. Columbia Law Review, vol. 98,

n. 2, 1998, 267-473; Unger, Roberto

M. Democracy realized. Londres:

Verso, 1998), “governança coopera-

tiva” (Freeman, Jody. “Collaborative

governance in the administrative

uma zona intermédia entre o estado de natureza e a sociedade civil,

onde o fascismo social prolifera e floresce.

Em suma,o pensamento abissal moderno,que deste lado da linha

era chamado a regular as relações entre cidadãos e entre estes e o

Estado, é agora chamado, nos domínios sociais sujeitos a uma maior

pressão por parte da lógica da apropriação/violência, a lidar com os

cidadãos como se fossem não-cidadãos e com os não-cidadãos como

se fossem perigosos selvagens coloniais. Assim como o fascismo

social coexiste com a democracia liberal, o estado de exceção coexiste

com a normalidade constitucional, a sociedade civil coexiste com o

estado de natureza e o governo indireto coexiste com o primado do

direito. Longe de ser a perversão de alguma regra normal, fundadora,

esse estado de coisas constitui o projeto original da epistemologia e da

legalidade modernas, ainda que a linha abissal entre o metropolitano

e o colonial tenha se deslocado, transformando o colonial numa

dimensão interna do metropolitano.

Cosmopolitismo subalterno

À luz do que foi dito ante-

riormente, ficamos com a idéia de que o pensamento abissal conti-

nuará a auto-reproduzir-se — por mais excludentes que sejam as prá-

ticas que origina — a menos que se defronte com uma resistência

ativa.Assim,a resistência política deve ter como postulado a resistên-

cia epistemológica. Como foi dito de início, não existe justiça social

global sem justiça cognitiva global. Isso significa que a tarefa crítica

que se avizinha não pode ficar limitada à geração de alternativas: ela

requer um pensamento alternativo de alternativas.É preciso um novo

pensamento, um pensamento pós-abissal. Será isso possível? Existi-

rão as condições que,se devidamente aproveitadas,poderão propiciar

sua emergência? A investigação sobre essas condições explica minha

especial atenção ao contramovimento acima mencionado, resultante

do abalo que as linhas abissais globais vêm sofrendo desde os anos

1970 e o qual designei como “cosmopolitismo subalterno”

43

.



Apesar de seu caráter por ora claramente embrionário,o cosmopo-

litismo subalterno contém uma promessa real.De fato,para captá-lo é

necessário realizar aquilo que chamo de “sociologia das emergên-

cias”


44

, a qual consiste numa amplificação simbólica de sinais, pistas

e tendências latentes que,embora dispersas,embrionárias e fragmen-

tadas, apontam para novas constelações de sentido referentes tanto à

compreensão como à transformação do mundo. O cosmopolitismo

subalterno se manifesta mediante os diversos movimentos e organi-

zações que configuram a globalização contra-hegemônica, lutando

contra a exclusão social, econômica, política e cultural gerada pela

mais recente encarnação do capitalismo global,conhecida como “glo-

balização neoliberal”

45

.Tendo em mente que a exclusão social sempre



83

NOVOS ESTUDOS  79 

❙❙ NOVEMBRO 2007    

04_Boaventura.qxd  12/7/08  9:45 PM  Page 83




Yüklə 326,44 Kb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   8   9   10   11   12   13   14   15   16




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©genderi.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

    Ana səhifə