Objetivos de Filosofia para o teste de 04-12-2008 Distinção entre discurso argumentativo e demonstrativo



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Objetivos de Filosofia para o teste de 04-12-2008


  1. Distinção entre discurso argumentativo e demonstrativo.

Argumentar é fornecer argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma determinada tese.

A prova demonstrativa diz respeito à verdade de uma conclusão ou, pelo menos, à sua relação necessária com as premissas.



Enquanto um sistema dedutivo se apresenta como isolado de todo o contexto, uma argumentação é necessariamente situada.


Demonstração

Argumentação

Visa mostrar a relação necessária entre a conclusão e as premissas;

Visa provocar a adesão do auditório;

É do domínio da evidência, da necessidade, do constringente;

É do domínio do verosímil, do plausível, do preferível, do provável;

Caracteriza-se pela univocidade própria da lógica e das suas regras;

Caracteriza-se pela equivocidade própria da linguagem natural;

Permite uma única interpretação pela pobreza da linguagem formal;

Permite uma pluralidade de interpretações pela riquea da linguagem natural;

Reduz-se a um cálculo lógico-formal;

Apresenta razões a favor ou contra uma determinada tese;

É independente da matéria ou conteúdo;

É dependente da matéria ou conteúdo;

É impessoal ao nível da prova: a validade não depende em nada da opinião;

É pessoal, pois dirige-se a indivíduos em relação aos quais se esforça por obter adesão;

É isolada de todo o contexto;

É contextualizada;

É dominada pela autoridade lógica;

É dominada pela intersubjetividade;

É independente do orador e do auditório.

É dependente do orador e do auditório.




Demonstração (Exemplos)

Argumentação (Exemplos)

Se 2+2=4, então 4-2=.

Ora, 2+2=4.

Logo, 4-2=2.

Ou o ser humano é totalmente livre, ou é totalmente determinado.

O ser humano não é totalmente livre.

Logo, é totalmente determinado.

Ou o triângulo tem três ângulos, ou o triângulo não tem três ângulos.

Ora, não é verdade que o triângulo não tem três ângulos.

Logo o triângulo tem três ângulos.

Se Deus existe, a alma humana é imortal.

Ora Deus existe.

Logo, a alma humana é imortal.

  1. Relação entre convencer e persuadir.

O conceito de persuadir, está relacionado com o convencer, no entanto, o discurso persuasivo não obedece a critérios de transparência e reciprocidade. Isto é, tem como objetivo induzir ou levar os interlocutores a acreditar em alguma coisa ou a fazer alguma coisa. Trata-se do ato de manipular símbolos para provocar mudança nos comportamentos, daqueles que interpretam esses símbolos. Os três elementos principais da persuasão são:

  • A intenção consciente por parte do emissor para manipular o(s) recetor(s).

  • Transmissão de uma determinada mensagem.

  • Influência nas atitudes e comportamentos. Ex.: Discurso político e publicitário.

Deste modo, persuadir é o objetivo do discurso dirigido a um auditório particular enquanto que o convencer é o objetivo do discurso dirigido a um auditório universal. Assim, persuade-se um auditório particular, tendo em conta a sua especialidade afetiva, valorativa, etc.; e convence-se um auditório universal a partir de argumentos racionais que são universalizáveis.


  1. Relacionar Ethos, Pathos e Logos.

No contexto da retórica, o Ethos refere-se ao caráter do orador, que se for considerado uma pessoa íntegra, honesta e responsável, conquista mais facilmente a confiança do público. Quando o público pressupõe que o orador é uma pessoa leal, séria e credível, está mais predisposto a aceitar o que é dito. É uma técnica retórica que não tem obrigatoriamente a ver com a forma de ser real da pessoa.

O Pathos significa paixão, sofrimento, ser afetado. Na retórica, pathos refere-se às emoções despertadas no auditório, que constituem um elemento determinado na receção da mensagem. Dado que a reação do público é diferente conforme passa os estados de calma ou ira, alegria ou tristeza, amor ou ódio, piedade ou irritação, o orador deve desenvolver a técnica de despertar sentimentos.

Neste contexto, refere-se àquilo que é dito, ao discurso argumentativo, isto é, aos argumentos que o orador utiliza na defesa das suas opiniões. É esta a dimensão que Aristóteles mais desenvolve evidenciando as principais técnicas a ter em conta na retórica.

Estes tipos de provas tem todos o mesmo objetivo: Influenciar e convencer o ouvinte, por isso mesmo, podemos dizer que estão todas relacionadas.




  1. Distinção entre falácias informais e formais.

Falácias formais são aquelas que cumprem as regras lógicas (silogismo categórico).

Por sua vez, as falácias informais são argumentos inválidos, aparentemente válidos, cuja invalidade não resulta de uma deficiência lógica mas sim do conteúdo do argumento, da sua matéria, depende, portanto, da linguagem natural comum (conteúdo/matéria).




  1. Aplicação das falácias informais em argumentos.

(Ficha)

  1. Aplicação das falácias informais em texto.

(Ficha)

7 – Os tipos de argumentos: analogia, indução, silogismo e entimema.

Entimema

É um silogismo ao qual falta uma das premissas, geralmente a menor, ou então as duas. Por vezes, falta a conclusão. Trata-se, portanto, de um argumento incompleto: Parte dele fica subentendida, muitas vezes porque se admite que essas posições são do conhecimento do auditório.

Ex: Sou homem. Logo sou mortal. (Falta a premissa maior: Todo o homem é mortal.)

Todo o texto é subversivo. Logo, todo o poema é subversivo. (Falta a premissa menor. Todo o poema é um texto.)

Todos os homens voam. João é um homem. (Falta a conclusão: João voa).
Indução

O raciocínio indutivo pode ser divido em dois tipos: a generalização e a previsão. A indução como generalização consiste num argumento cuja conclusão é mais geral que as premissas, e cuja validade não advém da sua forma lógica, mas sim do seu conteúdo. Assim, uma generalização é válida se cumprir 2 requisitos:

- Se partir de casos particulares representativos;

- Se não existirem contraexemplos.

Ex: Algumas galinhas têm penas, Logo todas as galinhas têm penas.

Ex: Os alunos da minha escola gostam de praticar desporto, logo todos os alunos do meu país gostam de praticar desporto.

Ao nível da indução, podemos falar ainda da previsão. A indução como previsão pode ser definida como argumento que baseando-se em casos passados antevê casos não observados presentes ou futuros. A sua validade está dependente da probabilidade de a conclusão corresponder ou não à realidade. Este é o tipo de argumento usado pelas ciências.

Ex: Todos os corpos que observámos hoje são atraídos pelo respetivo centro de gravidade. Por conseguinte, todos os corpos que doravante observamos serão atraídos pelo respetivo centro de gravidade.

Trata-se de uma previsão válida, na medida em que é provável que a conclusão corresponda realidade.
Analogia

Consiste, partindo de certas semelhanças ou relações entre dois objetos ou duas realidades em encontrar novas semelhanças ou relações.

Ex: As casas bonitas e bem construídas têm de ter criadores: autores e construtores inteligentes.

O mundo é como uma casa bonita e bem construída.

Logo, o mundo tem também de ter um criador: um autor e arquiteto – Deus.


Autoridade

Embora seja a maior parte das vezes falacioso, sobretudo em filosofia, pode ser definido do seguinte modo: é o argumento que se apoia na opinião de um especialista para fazer valer a sua conclusão. Para o argumento ser válido deve cumprir quatro requisitos:



  • O especialista usado deve ser um perito no tema em questão;

  • Não pode existir controvérsia entre especialistas do tema em questão;

  • O especialista invocado não pode ter interesses pessoais no tema em causa;

  • O argumento não pode ser mais fraco do que outro argumento contrário.

Ex: Newton disse que dois corpos se atraem na razão direta das suas massas e na razão inversa do quadrado da distância entre eles. Logo, dois corpos atraem-se na razão direta das suas massas e na razão inversa do quadrado da distância entre eles.

Silogismo

É um raciocínio formado por 3 proposições, de tal maneira, que sendo dadas as duas primeiras (as premissas), se segue necessariamente a terceira (a conclusão).




  1. Oposição Sofistas/Filósofos (Sócrates e Platão).

A retórica, como arte de convencer e persuadir, tem as suas origens na Antiguidade, devendo aos sofistas a sua proliferação. Professore itinerantes que se dedicavam ao ensino dos jovens cidadãos, os sofistas dominavam a arte de persuadir pela palavra. Eram dotados de habilidade linguística e de estilo eloquente e surpreendiam pela sua vasta sabedoria e pelos seus discursos expressivos. O seu ensino proporcionava aos cidadãos da Grécia antiga os meios e as técnicas necessários à inserção e participação na vida política.

Os sofistas dão conta que o uso da palavra, tendo em vista convencer e seduzir os ouvistes, é mais eficaz do que o conteúdo do próprio discurso. Por outro lado, o contacto com diferentes culturas faziam-nos acreditar e defender que a verdade dos discursos é a verdade que serve ao homem (concreto); é uma verdade relativa, feita medida das necessidades e circunstâncias de cada um. “O homem é a medida de todas as coisas” dizia o sofista Protágoras.

Ao afirmar o relativismo da verdade, os sofistas inauguraram uma longa batalha contra Sócrates, Platão e seus discípulos. Por oposição ou nome filósofo, amigo do saber, o termo sofista (que originariamente significa sábio) passa a estar associado ao falso saber, o sofista é aquele que detém uma sabedoria aparente, que faz uso do raciocínio falacioso.

Se, para o sofista, a retórica era arte de bem falar ou técnica de persuadir para ganhar dado auditório a favor de determinada opinião, para os filósofos como Sócrates e o seu discípulo Platão a argumentação só pode servir a busca da verdade. Uma boa argumentação é aquela que serve o filósofo na busca da verdade.

Com Aristóteles, a retórica torna-se um saber entre outros, uma disciplina que não faz uso do mesmo tipo de provas que as ciências teóricas, e que se ocupa do que verosímil. Ao distinguir os domínios das retóricas, da moral e da verdade, Aristóteles pôde libertar a retórica da m+a reputação que a ligava a sofistica. Come feito, pode-se fazer um bom ou mau uso da retórica, não é ela que é mora ou imoral, mas quem a utiliza.

Apenas no século XX, assiste-se à nova retórica, com o fundamento de uma nova racionalidade, isto é, passa a considerar-se a sua importância no pensamento e para o conhecimento.




Anexos:

Retórica - Pode entender-se por retórica a arte de argumentar, a arte de bem falar, cujo objetivo é persuadir e convencer um auditório a respeito de determinado assunto, levando-o a aceitar que uma certa tese ou opinião é preferível àquela que se lhe opõe.

Argumentação – Argumentar é apresentar ideias pró ou contra uma determinada tese. Tem uma dimensão comunicativa e implica a existência de um orador que transmite uma determinada tese (conjunto de argumentos), e um auditório ou interlocutor que recebe essa mensagem, aderindo ou não a esses argumentos. O objetivo da argumentação é, portanto, convencer ou obter a adesão do auditório.


Demonstrar

Argumentar (convencer)

Validade dos raciocínios (lógica formal)

Linguagem natural

Linguagem formal (2+2=4)

Auditórios particulares

Auditório Universal

Verosímil ou plausível




Doxa (opinião)


Opinião Pública – A propaganda política que se pretende eficaz deve ir ao encontro ou responder às necessidades e preocupações manifestadas pela chamada opinião pública é o conjunto de pensamentos, conceitos e representações gerais dos cidadãos sobre as questões de interesse coletivo. A um primeiro nível, pode ser entendida como a voz da sociedade civil ou a expressão da vontade coletiva. Neste sentido, a opinião pública influencia a política e pode, inclusive, derrubar governos.
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