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4.8. Uma música não é uma imagem, embora uma imagem possa
corresponder a ela.
5. O estilo é consequência da composição, não o contrário.
5.1. O estilo, o modo de composição, é a possibilidade de que os sons
estejam uns para os outros tal como os sentimentos do
ouvintecompositor o estão.
5.11. Não pode haver hierarquia dos estilos. Só podemos anteouvir
o que nós mesmo compomos.
5.12. Como exemplo disto podemos imaginar o mito histórico da
descoberta da perspectiva pictórica e o impacto que isto teve nas
modulações intensivas e timbrísticas entre a música medieval e a
renascentista européia ocidental.
5.2. A audiçãocomposição produz sua paixão de fora, e seu ponto de
vista é seu estilo.
5.21. A audiçãocomposição pode ou não concordar com a realidade
do ouvintecompositor.
5.211. Desta diferença de estilos nascem as influências e querelas
musicais.
5.212. Não simpatizar com uma música é não simpatizar com as
paixõesrazões que acreditamos que seu compositor tenha.
5.3. A audiçãocomposição não pode colocar-se fora da paixãorazão de
seu ouvintecompositor.
5.4. O que toda composição, seja qual for seu estilo, deve ter em
comum com algo para poder de algum modo produzí-lo é seu esquizo
pathológico, os filtros das razõespaixões do mundo do
ouvintecompositor.
5.41. Estes filtros esquizo pathológico unem os sentimentosidéias
aos sons através da criação contínua de relações sinestésicas entre as
experiências memoriais e sensitivas.
5.5. O som não é estilizado.
5.51. Porém, toda lógica está submetida a uma estética.
5.52. Toda composição é uma composição lógica.
5.521. Lógica das paixões.
5.53. A composição musica uma situação possível no tempespaço
lógico.
5.531. A composição contém a possibilidade da situação que ela
produz.
5.532. A composição produz o que produz por meio do estilo.
5.6. O que a composição produz é seu sentido.
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5.7. Tentar explicar uma música é tentar explicar o mundo através
daquela música.
5.71. Somos como soamos.
5.72. A música é a ontologia do ouvintecompositor.
5.73. A música é o esquizo coxeando entre paixões e razões:
ruídos e silêncios imaginários.
6. O estilo são as regras dos jogos esquizo passionais lógicos.
6.1. A lógica passional de uma composição são suas modulações de
sons. Que arbitrariamente expresso pelos conceitos de movimentação de
melodia, intensidade, harmonia, pulso, cor timbrística e espacialização.
6.2. “Ouvir às musas” como o próprio termo musicae propõe remete
que ouvir é por com (ouvire aude).
6.21. A totalidade das modulações é a composição.
6.211. A totalidade das composições é o audível.
6.22. Não podemos compor nada de ilógico, pois o pensamento é
lógico e a composição parte dele para produzir os sentimentos.
6.3. Na modulação, o sentimento exprime-se sensível e
perceptivelmente ao ouvintecompositor.
6.31. Utilizamos os sons para ouvir o que se põe entre eles, as
modulações.
6.32. À modulação pertence tudo o que for projeção passional, mas
não o pathós. Portanto, a possibilidade do sentimento, não o próprio
sentir. Na modulação está contida a forma de seu sentido mas não o
conteúdo.
6.33. A modulação consiste que seus elementos, os sons, estão uns
para os outros de uma determinada maneira. Toda modulação é uma
música.
6.331. A modulação não é uma mistura de sons.(Como a
proposição não é uma mistura de palavras.) A modulação é articulada e
contínua.
6.4. Só músicas podem exprimir um sentido, uma classe de sons não.
6.41. Fica muito clara a essência da modulação quando a
concebemos composta não de melodias, harmonias, ritmos, timbres,
deslocamentos espaciais ou quaisquer outras variáveis modulares
arbitrárias, dimensões dos sons, mas sim de pathólogós.
6.42. Duas formas de modulações se mostram possíveis: as
elementares, compostas de sons e as moleculares, formadas de outras
modulações.
6.421. A composição molecular está em relação dinâmica com a
composição que trata das partes constituintes desse complexo.
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6.422. Todo elementar é uma ilusão necessária para se evitar o
abismo racional da impossível essência na linguagem.
6.5. A modulação substitui, na composição, a sons.
6.51. Os sons podem apenas ser nomeados, não descritos.
Modulações podem ser descritas, não nomeadas.(Modulações são como
flechas ao passo que sons são como pontos).
6.6. Há uma e apenas uma análise completa da modulação: a própria
modulação.
6.61. Toda composição musical é inominável.
6.62. Nomear uma música a reduz a uma imagem poética.
6.63. Só a música faz um sentido; e só no contexto modular que os
sons tem significado.
7. No caso-limite, as variáveis modulares diversas(arbitrariamente pulso,
harmonia, melodia, intensidade, cor timbrística, movimentação espacial,
etc.) são uma e a mesma modulação do som.
7.1. Toda modulação pode ser decomposta em várias modulações
constituintes desse complexo em seus conceitos arbitrários, tais como
pulsos, harmonias, melodias, intensidades, cores timbrísticas e
movimentações espaciais.
7.11. Quais seriam todas as modulações elementares?
7.111. A modulação elementar consiste em sons. Como não
podemos, porém, fixar o número de sons diferentes, tampouco podemos
especificar a composição de modulações elementares.
7.112. Mesmo pulso, harmonia, melodia, intensidade, cor
timbrística e localização espacial são apenas rastros arbitrários do
movimento sonoro.
7.113. Em última instância, as modulações elementares(stoichéia)
são também limites abstratos inalcançáveis necessários para uma
linguagem musical.
7.12. As variáveis modulares podem ou não se influenciarem
mutuamente.
7.2. Se fixamos em variável uma parte constituinte da modulação, há
uma classe de variáveis modulares que são todos os valores da
modulação variável assim originada, como nos casos dos movimentos de
pulso, harmonia, melodia, intensidade, cor timbrística e espacialização.
7.21. Essas variáveis dependem ainda do que nós, segundo
convenção sentimental arbitrária, queremos significar(meinen) com suas
partes.
7.22. Se transformamos em variáveis, porém, todos os sinais cujo
significado foi arbitrariamente determinado, ainda assim continua a haver
uma tal classe(movimentos de pulso, harmonia, melodia, intensidade, cor
timbrística, espacialização).
7.221. Esta classe de fixações teóricas, porém, não depende mais
de qualquer convenção, mas apenas da natureza da modulação. Ela
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