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Aplicação
Vamos resolver um quebra-cabeça hindu do século VII.
Um colar se rompeu quando brincavam dois namorados
Uma fileira de pérolas escapou
A
sexta parte ao solo caiu
A quinta parte na cama ficou
Um terço pela jovem se salvou
A décima parte o namorado recolheu
E com seis pérolas
o colar ficou
Diga-me, leitor, quantas pérolas tinha o colar dos namorados.
Um estudante hindu dessa época resolvia o problema através da regra do falso; o montão
representava a quantidade de pérolas do colar.
- Escolhia um valor falso:
Valor falso = 60
12
6
20
12
10
60
60
10
1
60
3
1
60
5
1
60
6
1
60
=
−
−
−
−
=
⋅
−
⋅
−
⋅
−
⋅
−
- Montava uma regra de três simples:
6
12
60
montão
=
6
60
12
⋅
=
⋅
montão
12
360
=
montão
30
=
montão
Descobria assim que
o colar dos namorados tinha
30 pérolas.
Vamos conferir o resultado resolvendo o problema através de uma equação:
6
10
3
5
6
=
−
−
−
−
x
x
x
x
x
6
30
10
3
5
6
30
⋅
=
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
−
−
−
−
⋅
x
x
x
x
x
72
30
6
180
180
6
180
3
10
6
5
30
=
=
=
=
=
−
−
−
−
montão
x
x
x
x
x
x
x
x
Diante de tais apresentações, considero a História da Matemática como uma forte aliada para o
ensino e aprendizado das equações algébricas, seja no ensino fundamental ou ensino médio, pois para
Lima (1988, p.21)
"Por mais antigo, tradicional e repisado que seja o
assunto que estamos ensinando, convém sempre
procurar novos ângulos para focalizá-lo, outras maneiras de abordá-los, não somente buscando tornar mais
atraentes nossas aulas mas até mesmo para nos dar um pouco mais de entusiasmo, quebrando a
monotonia de repetir todos os anos a mesma história."
Considerações Finais
Este trabalho foi desenvolvido com base no texto de Ercole Castagnola intitulado “ O uso da
História da Matemática no ensino e aprendizagem das equações algébricas”, onde se destaca a
importância da resolução das equações algébricas por meio da abordagem histórica.
Nós sabemos a dificuldade que os professores tem enfrentado em introduzir a História da
Matemática
na sala de aula, devido a falta de formação, ausência de material para pesquisa e outros
fatores que dificultam o trabalho. Entretanto, este conhecimento torna-se cada vez mais necessário, pois ao
trabalhar um novo conteúdo sempre surgem perguntas, e buscar respostas requer fundamentação teórica
para que as aulas se tornem prazerosas, e satisfaçam a curiosidade dos alunos.
O uso da história da matemática permite um retrocesso a origem fornecendo um
material para que
se identifique o tipo de problema que se visava resolver, as dificuldades que surgiram na época, o modo
como foram superadas, e assim analisar a nova situação chegando a uma resolução adequada.
A partir da pesquisa realizada sobre as equações algébricas, vimos que conforme as necessidades
dos povos, os métodos
foram sendo desenvolvidos, divulgados e assim os problemas solucionados. Além
de confirmar a importância da história e poder humanizar a matemática, que se trata de uma obra humana,
em evolução constante até nos dias de hoje, usada no cotidiano de todas as pessoas em todas as culturas.
Sob o ponto de vista educacional, não resta a menor dúvida que deve-se dar relevância a história
da matemática no ensino e aprendizagem da álgebra, com o intuito de ampliar a visão sob o conteúdo,
motivando
o interesse dos alunos, facilitando a compreensão e utilização da matemática.
Referências Bibliográficas
AMARAL, João Tomas.
Método de Viète para resolução de equações do 2º grau.
In: Sociedade Brasileira
de Matemática. Revista do Professor de Matemática Vol. 13. 1988 p. 18-20
BOYER, Carl B. História da Matemática. 2ª ed. São Paulo: Edgard Blucher, 4ª reimpressão, 2002.
Tradução: Elza F. Gomide.
D’AMBRÓSIO, Ubiratan. A História da Matemática: Questões Historiográficas e Políticas e Reflexões na
Educação Matemática. São Paulo: Editora da Unesp, 1999. In: BICUDO,
Maria Aparecida