Abel Pérez González — Revisão de Stygnommatidae
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‘Stygnomma’ monagasiensis Soares & Avram, 1981
(Fig. 95)
Stygnomma monagasiensis SOARES & AVRAM, 1981: 91, figs. 27-31; Linares & Bordón, 1987: 26; RAMBLA &
JUBERTHIE, 1994: 219.
Stygnomma managasiensis: GONZÁLEZ-SPONGA, 1987: 387 (erro ortográfico).
Stygnomma monagasiense: KURY, 2003: 235 (nome emendado).
Tipos:
♂
holótipo, VENEZUELA, Estado de Monagas, Município Caripe, Cueva
Quijano (10° 9' 28" N, 63° 30'22" W), MZT, não examinado.
Etimologia: nome especifico derivado de Monagas, Estado da localidade tipo.
História do táxon: a espécie foi descrita por SOARES & AVRAM (1981) e
posteriormente no catálogo dos Laniatores do Novo Mundo (KURY, 2003) seu nome
foi emendado para garantir a concordância gramatical nome especifico/ genérico,
acorde com o Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN, 1999).
Diagnoses: separa-se das restantes espécies do gênero pela morfologia da
genitália masculina, pela armação dos pedipalpos, da bulla queliceral e por possuir dois
pequenos tubérculos posteriores na carapaça. Separa-se de Z. rufus e Z. armatus pela
ausência do calyx na genitália masculina e pela forma dos condutores.
Descrição do macho:
Medidas: CT: 7,00; CC: 2,50; LC: 3,60; LMEA: 4,40; CBQ: 5,15; LMQ: 6,50;
CTrP: 1,50; CFeP: 5,75; CPaP: 2,70; CTiP: 5,00; CTaP: 1,85; CTP: 16,80. Cor (em
álcool): marrom avermelhado, quelíceras e pedipalpos fulvos. Dorso: carapaça concava
sem cômoro interocular e com área interocular finamente granulada, quatro pequenos
tubérculos na borda anterior na região media entre os soquetes quelicerais e dois
pequenos tubérculos mediais na região posterior; sulco I vestigial; áreas mesotergais
não demarcadas e granuladas; tergitos livres granulados com fileira de pequenos
grânulos longitudinais. Quelícera: bulla do basiquelicerito alargada dorsalmente com
duas fortes apófise espiniforme, ectal e mesalmente com numerosos grânulos e
tubérculos cônicos; mão dorsal densamente coberta de tubérculos cônicos baixos
terminados em cerdas. Pedipalpo: coxa dorsal com uma fileira de apófises espiniformes
terminando em uma forte apófise espiniforme reta medial, uma apófise espiniforme
meso-distal; ventralmente com quatro apófises espiniformes; trocânter com quatro
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fortes apófises espiniformes dorsais, ventral com três apófises espiniformes; fêmur
dorsal liso e ventralmente com uma fileira de fortes apófises espiniformes que chegam
até o extremo distal, região meso-distal sem apófise espiniforme; patela com uma
pequena apófise espiniforme ventro-ectal apical; tíbia mesal com dois fortes tubérculos
setíferos de pedestal muito alargado e sem apófises espiniforme intermédia, ectal com
dois fortes tubérculos setíferos e numerosos tubérculos baixos terminados em cerdas;
tarso com dois tubérculos setíferos mesais e dois ectais. Pernas: sem ornamentação
notável e com calcâneo III engrossado. Fórmula tarsal: 7:13:6:7. Genitália: tronco sem
fenda dorsal; sem demarcação entre pars basalis e pars distalis, pars basalis cilíndrica
com ligeiro alargamento distal e pars distalis curta e cilíndrica, ventralmente com
numerosas cerdas pontudas dispostas irregularmente; sem lamina apicalis; follis
pequeno com projeções digitiformes pequenas; condutores laminares e lisos de ápice
arredondado.
Fêmea: desconhecida.
História natural: a espécie é cavernícola obrigatória (troglóbia).
Distribuição geográfica: somente conhecido da localidade tipo. Eco-região
WWF NT0117 (Cordillera de la Costa montane forests).
Registro duvidoso: AVRAM (1987: 81) registrou Stygnomma monagasiensis
para localidade de: VENEZUELA. Aragua. Parque Nacional Rancho Grande (= Parque
Nacional Henri Pittier). No foi possível examinar o exemplar estudado por Avram, mas
considerou-se que se trata de um erro de identificação, pois a presença de Zygobunus
monagasiensis no Parque Nacional Heri Pittier criaria um padrão de distribuição
disjunta não compatível com os padrões de distribuição e endemismo de
Stygnommatidae. Existe uma alta possibilidade de que o estignomatídeo que habita no
Rancho Grande pertença a uma espécie nova para a ciência.
Relações: SOARES & AVRAM (1981: 95) colocaram que “ Stygnomma
monagasiensis sp. n. est plus rapprochée de l´espéce type du genre Stygnomma: S.
fuhrmanni Roewer, 1914 [Sic.]...” ( Stygnomma monagasiensis sp. n. é mais próxima
da espécie tipo do Gênero Stygnomma: S. fuhrmanni Roewer, 1914... ). O material de
comparação de S. fuhrmanni foi proporcionado pelo casal Goodnight (SOARES &
AVRAM, 1981: 76), os quais só dispunham de material centro-americano, por tanto, é
muito provável que o material de comparação usado por Soares & Avram tenha sido
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exemplares de Zygobunus. Na coleção HEMS encontramos um exemplar de
Zygobunus doado pelo casal Goodnight, é provável que corresponda com o material de
comparação usado em SOARES & AVRAM (1981), a ausência da listagem de dito
material no trabalho impede de confirmar a suposição. Esta espécie não entrou como
terminal na análise filogenética. A impossibilidade de obter o material tipo fez com que
não fosse possivél o exame de exemplares desta espécie e portanto o estudo detalhado
da genitália masculina. Os desenhos oferecidos por SOARES & AVRAM (1981) são
incompletos e pouco detalhados, e aportam informação insuficiente para sustentar
conclusões mais acuradas. Com base nos critérios detalhados na seção 5.2.4.3 pôde-se
considerar esta espécie como incertae sedis.
Material Examinado: um exemplar cujo sexo não foi possível determinar
pelo estado de deterioração, VENEZUELA, Monagas, Cueva Quijano, 23/vii/72, R.
Sforzina (MBSVE- 140).
5.3.1.- “Falsos” Stygnommatidae
BIANTIDAE THORELL, 1889
STENOSTYGNINAE Roewer, 1913
Observação: um conjunto de espécies que foram originalmente descritas em
Phalangodinae e posteriormente incluídos dentro de Stygnomma, apresentam
uma estreita relação com um grupo de stenostigníneos das Antilhas
(particularmente diverso em Cuba, cf. ŠILHAVÝ, 1973, AVRAM, 1977) e do norte
da América do Sul. Flaccus annulipes Goodnight & Goodnight, 1947, Stygnomma
bispinata Goodnight & Goodnight, 1953, Stygnomma tuberculatum Goodnight &
Goodnight, 1973, Stygnomma teapense Goodnight & Goodnight, 1951, são
transferidos, neste trabalho, a Biantidae: Stenostygninae, e feitas as respectivas
novas combinações. Compartem com Caribbiantes cubanus Šilhavý, 1973 e
espécies afins uma serie de caracteres como: machos com maior robustez das
pernas III e IV ao respeito das I e II, hipertelia queliceral, follis rígido ( stragulum)
sem microprojeções digitiformes, capsula interna alargada com condutores curtos,
metatarso III alargado com calcâneo invadindo ventralmente o astrágalo e
provavelmente com fileira(s) de cerdas penicilares (verificado em Caribbiantes sp.
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