Ciências 7º ano



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. Acesso em: 9 mar. 2015.

A fêmea do mosquito Aedes aegypti alimenta-se de sangue, enquanto o macho consome partes de frutas e flores e outros materiais açucarados.

Os resíduos açucarados presentes no lixo, como restos de refrigerantes, também alimentam os machos.

Os ovos da fêmea só se desenvolvem se houver uma fonte de nutrientes com proteínas, no caso, o sangue humano.

O macho transgênico transmite às larvas um gene que impede a conclusão do seu ciclo de vida. Dessa forma, as larvas morrem antes de chegar à fase adulta.

O monitoramento da população de Aedes é realizado com base na quantidade de ovos que são postos pelas fêmeas em armadilhas denominadas ovitrampas. Essas armadilhas, que servem de local para a postura de larvas das fêmeas, são colocadas dentro das casas monitoradas. Depois, elas são esvaziadas e os dados coletados semanalmente.

O sistema das ovitrampas impede a eclosão dos ovos.

Muitos dos conhecimentos desenvolvidos pela Ciência são revertidos em benefício da sociedade. Um exemplo está descrito nessa reportagem.

A transgenia é uma tecnologia de transferência, eliminação ou introdução de material genético em indivíduos de uma população natural.

A produção do primeiro ser transgênico (uma planta) ocorreu em 1983; após 11 anos, em 1994, ocorreu a produção em escala comercial do primeiro organismo transgênico, uma bactéria produtora de insulina.

Sua vez

1. Por que a população selvagem de Aedes aegypti fica reduzida após a soltura dos mosquitos transgênicos?

2. Qual é a vantagem do controle da população de Aedes aegypti

por meio da liberação de mosquitos machos transgênicos em relação ao uso de inseticidas?



3. Como as pessoas podem colaborar para o controle populacional do Aedes aegypti?
Página 184

No laboratório

Prevenção de endoparasitas intestinais por meio da educação

É comum ouvirmos dizer que a informação e a educação podem ajudar a prevenir doenças, inclusive as decorrentes da contaminação por parasitas intestinais. No entanto, de que forma podemos verificar quanto a informação e a educação são eficientes para prevenir a contaminação por parasitas intestinais?



Procedimento

A. Na primeira etapa do estudo, foram feitos exames de fezes em alunos de uma escola pública, com o intuito de verificar a existência de parasitas intestinais.

B. Foram promovidas palestras para pais e alunos sobre como ocorre a contaminação por parasitas. Também foram feitas dinâmicas de trabalho nas quais eles aprendiam o modo correto de lavar as mãos, verduras e frutas.

C. Dois anos depois, na segunda etapa, foram realizados exames de fezes nas crianças da mesma escola, também com a intenção de verificar a presença de parasitas intestinais.

Figura 26

Hábitos de higiene, como lavar as mãos, auxiliam na prevenção de doenças causadas por parasitas.

picturepartners/Shutterstock/Glow Images
Página 185

Resultados

Os exames feitos na primeira etapa revelaram que 23,5% dos alunos tinham parasitas intestinais.

Dois anos depois, na segunda etapa, os exames revelaram que apenas 6,6% dos escolares que participaram da atividade tinham parasitas intestinais.

Registre

1. Os resultados da pesquisa permitem concluir que a atividade educacional promovida pelos pesquisadores na escola contribuiu para prevenir a contaminação por parasitas? Por quê?

2. Por que é necessário conhecermos a porcentagem de alunos contaminados antes e depois da prática da atividade educacional?

3. Qual é a importância do conhecimento do ciclo de vida dos parasitas e do modo como as pessoas se contaminam para a prevenção de parasitoses intestinais?

4. Faça um gráfico circular (gráfico do tipo pizza) para representar as informações obtidas pelos pesquisadores nos exames de fezes realizados nas crianças.

Figura 27

Alimentos como verduras, legumes e frutas devem ser lavados em água corrente antes de serem ingeridos.

Fonte de pesquisa: FERREIRA, Glauco Rogério; ANDRADE, Carlos Fernando Salgueirosa. Alguns aspectos socioeconômicos relacionados a parasitoses intestinais e avaliação de uma intervenção educativa em escolares de Estiva Gerbi, SP. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 38(5): 402-405, set.-out. 2005. Disponível em: . Acesso em: 9 mar. 2015.

Subbotina Anna/Shutterstock/Glow Images


Página 186

Pensar, fazer, compartilhar

A vida dos insetos transmissores de doenças

O que você vai fazer

Você sabe como vivem alguns insetos? Conhece o ciclo de vida de insetos transmissores de doenças?

Embora todos os insetos tenham características comuns, há algumas particularidades, principalmente no modo de vida de cada espécie. Entre a grande variedade de insetos conhecidos, há os que são sugadores de sangue, os quais causam desconforto e, às vezes, transmitem doenças. Os animais, inclusive o ser humano, estão sujeitos ao ataque de insetos sugadores de sangue.

Muitos insetos consomem alimentos vegetais que armazenamos – grãos, por exemplo –, o que torna esses insetos e os seres humanos competidores.

Reduzir e controlar a população de insetos não é tarefa fácil. Em relação aos transmissores de doenças, a tarefa depende de ações dos governantes e de atitudes de cada cidadão. Doenças como febre amarela, dengue, leishmaniose, malária, peste bubônica, doença de Chagas e tifo são transmitidas por esses animais.

Você e seus familiares contribuem com ações que reduzem a população desses insetos? O que devemos fazer para ajudar a diminuir os casos de dengue e febre amarela, por exemplo?



Figura 28

1 cm


Aedes.

Fabio Colombini



Figura 29

3 mm


Mosquito-palha.

Roger Eritja/Alamy/Latinstock



Figura 30

3 cm


Barbeiro.

Natural History Museu/Diomedia



Figura 31

2 mm


Piolho.

Media for Medical/UIG/Easypix



Figura 32

1 cm


Pernilongo.

Kletr/Shutterstock/Glow Images



Figura 33

5 mm


Pulga.

BSIP/Diomedia


Página 187

Organize o trabalho

1. Em grupo, vocês devem escolher três insetos do quadro abaixo. Deem preferência aos insetos mais comuns na região em que vocês moram.

Nome popular do inseto

Nome científico

Doença que transmite

Agente causador da doença

Aedes

Aedes aegypti

Febre amarela e dengue

Vírus

Barbeiro

Triatoma sp.

Doença de Chagas

Protista (tripanossoma)

Pernilongo

Anopheles sp.

Malária

Protista (plasmódio)

Mosquito-palha

Phlebotomus sp.

Leishmaniose

Protista (leishmania)

Piolho

Pediculus sp.

Tifo

Bactéria

Pulga

Xenopsylla sp.

Peste bubônica

Bactéria

2. Pesquisem, em folhetos de postos de saúde, livros técnicos sobre saúde, revistas que tratam de saúde pública, sites ou outra fonte: Qual o modo de vida dos insetos que foram escolhidos? Como é o ciclo de vida deles?

Algumas informações que devem ser obtidas: características gerais dos insetos; locais em que vivem e são encontrados; sintomas das doenças transmitidas; modo de prevenir cada uma dessas doenças e atitudes que as pessoas e os governantes devem tomar para reduzir a propagação da doença.



Comunique o trabalho

Conscientes, agora, da gravidade das doenças pesquisadas, escrevam no caderno as atitudes que vocês, seus familiares e a comunidade devem tomar para evitar a disseminação das doenças transmitidas pelos insetos pesquisados.

Se possível, façam um vídeo (pode ser com um celular) representando o ciclo de vida e o modo de transmissão de uma doença propagada por um dos insetos pesquisados. Vocês podem gravar uma dramatização ou fazer uma animação caracterizando os seguintes personagens: insetos, pessoas que são picadas, pessoas doentes, agente patogênico (vírus, bactéria ou protista), entre outros.

Avalie o trabalho

Avaliem quanto o projeto colaborou para a ampliação dos conhecimentos sobre o ciclo de vida dos insetos.

• Que sugestões o grupo daria para melhorar a apresentação dos resultados da pesquisa?
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UNIDADE 8 - Os vertebrados — peixes, anfíbios e répteis

Observe a imagem ao lado e, depois, responda às questões propostas a seguir.



Figura 1

10 cm a 15 cm

Sapo da espécie Rhinella margaritifera.

Light/UIG Education/Diomedia



1. Você considera fácil identificar um animal na imagem?

2. A coloração do corpo do animal semelhante à da vegetação traz alguma vantagem para a espécie? Qual?

Para sobreviver na natureza, todos os seres vivos contam com características que lhes permitem obter vantagens em diversas situações. Por exemplo, espécies que apresentam coloração ou forma de elementos do ambiente são mais difíceis de serem identificadas por predadores e por presas. Muitas vezes, os predadores não as localizam e suas presas não as percebem.



NESTA UNIDADE
• Evolução dos vertebrados.
• Características e adaptações dos peixes.
• A ocupação do ambiente terrestre pelos anfíbios primitivos.
• Características de anfíbios e répteis.
• Aspectos reprodutivos de anfíbios e répteis.
• Adaptações dos anfíbios e répteis à vida em ambientes terrestres e aquáticos.
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Página 190

CAPÍTULO 1 - Os peixes e o ambiente aquático

Os animais mais comuns com os quais interagimos são, sem dúvida, os domésticos e os que vivem nas cidades ou são criados no campo. Gatos, cães, peixes e algumas espécies de aves são alguns desses animais.

Observe as imagens a seguir. Elas mostram animais encontrados no Brasil.

Figura 1

10 cm


Cambacica.

Armando Catunda/Pulsar



Figura 2

até 1,2 m

Teiú.

Fabio Colombini



Figura 3

até 6 m


Tubarão-tigre.

Matt9122/Shutterstock/Glow Images



Figura 4

15 cm


Rã-touro.

Fabio Colombini



Figura 5

até 35 cm

Piranha.

Dmitrijs Mihejevs/Shutterstock/Glow Images



Figura 6

até 1,3 m

Veado-campeiro.

Palê Zuppani/Pulsar



PENSE E RESPONDA

1. Usando como critério as características externas desses animais, você os colocaria em um único grupo?

Por quê?


2. Usando como critério o modo de locomoção, quantos grupos diferentes você formaria com esses animais?
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Peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos são exemplos de classes de animais que pertencem ao filo dos cordados. Além de todos os vertebrados, o filo dos cordados inclui alguns grupos menores que vivem no ambiente marinho.

Uma característica comum a todos os cordados é a presença, pelo menos na fase embrionária, de um tubo nervoso na parte dorsal do corpo.

O principal subgrupo do filo dos cordados é o dos vertebrados (96% das espécies do filo), os quais se caracterizam pela presença de esqueleto interno e de coluna vertebral. São conhecidas mais de 57 mil espécies de vertebrados viventes.

Alguns exemplos de animais vertebrados estão representados a seguir.

Figura 7

cavalo-marinho

sardinha

Os animais desta página estão representados em diferentes escalas de tamanho entre si.

Fotos: Eric Isselee/Shutterstock/Glow Images;

Maren Caruso/Photodisc/Getty Images



Figura 8

tubarão


arraia

Fotos: cbpix/Shutterstock/Glow Images;

Evlakhov Valeriy/Shutterstock/Glow Images

Figura 9

cobra-cega

salamandra

sapo


Fotos: kamnuan/Shutterstock/Glow Images;

Hintau Aliaksei/Shutterstock/Glow Images;

bogdan ionescu/Shutterstock/Glow Images

Figura 10

anta


gato doméstico

golfinho


morcego

Fotos: Comstock/Stockbyte/Getty Images; Kuttelvaserova Stuchelova/

Shutterstock/Glow Images; Rich Carey/Shutterstock/Glow Images;

Igor Chernomorchenko/Shutterstock/Glow Images



Figura 11

cágado


lagarto

serpente


crocodilo

Fotos: Lana Langlois/Shutterstock/Glow Images; Colin Keates/

Dorling Kindersley/Getty Images; Praisaeng/Shutterstock/

Glow Images; Twin Design/Shutterstock/Glow Images



Figura 12

avestruz


galinha

pinguim


Fotos: Kotomiti Okuma/Shutterstock/Glow Images; Tsekhmister/

Shutterstock/Glow Images; Aaron Amat/Shutterstock/Glow Images


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Características dos peixes

A maioria dos peixes pertence a duas classes: os peixes ósseos e os peixes cartilaginosos. Exemplos de peixes com esqueleto cartilaginoso são arraias, tubarões e cações, e de peixes com esqueleto ósseo são lambaris, bagres, atuns e enguias.

Nos peixes cartilaginosos, a boca é ventral e, de cada lado do corpo, abrem-se cinco fendas branquiais.

Os peixes ósseos têm escamas ósseas e uma câmara branquial coberta por uma estrutura chamada opérculo.



Ventral: pertencente ao ventre; relativo a abdômen.

Opérculo: aba ou placa que cobre a cavidade onde se encontram as brânquias da maioria dos peixes ósseos.

Figura 13

até 3 m


Tubarão, exemplo de peixe cartilaginoso. O tecido que compõe seu esqueleto não é ósseo, mas formado por cartilagem.

Shane Gross/Shutterstock/Glow Images



Figura 14

opérculo


até 1 m

Peixe ósseo com destaque para o opérculo.

André Seale/Pulsar

Entre os peixes, há grande variedade de espécies e de comportamentos.

Todos os peixes são aquáticos. Há espécies que vivem em água doce, enquanto outras vivem no mar. O ambiente aquático tem algumas características que o tornam muito diferente do ambiente aéreo em que vivemos.

Fatores ambientais que interferem na vida dos peixes

A taxa de oxigenação da água é um dos principais fatores que podem interferir na sobrevivência dos peixes.

Enquanto no ar o gás oxigênio é abundante, na água esse gás é mais escasso.

Muitos peixes têm adaptações que lhes permitem absorver o pouco gás oxigênio que há dissolvido na água.

O meio aquático, quando comparado com o ar, oferece grande resistência ao deslocamento voluntário de um ser vivo. A viscosidade é uma propriedade de líquidos e gases capaz de oferecer resistência ao escoamento. Líquidos que escorrem mais rapidamente por uma vasilha têm menor viscosidade do que os que escorrem mais lentamente. Assim, a viscosidade dos líquidos é maior do que a dos gases, porque suas partículas se ligam mais fortemente entre si do que as dos gases.

PENSE E RESPONDA

• Observe na imagem abaixo dois líquidos com diferentes viscosidades. Que característica dos peixes permite que eles vençam a resistência do líquido ao nadar?



Figura 15

Líquidos com diferentes viscosidades.

Sérgio Dotta Jr.
Página 193

A pressão da água exercida sobre os organismos também é um fator que interfere na vida dos peixes. Quanto maior a profundidade, maior será a pressão. Assim, um peixe nadando a 30 m de profundidade sofre pressão maior do que um peixe que está a 10 m do nível da água. Muitos peixes têm adaptações que lhes permitem viver sob pressões elevadas.



Adaptações dos peixes à vida aquática

As formas hidrodinâmicas favorecem o deslocamento em meio aquático, uma vez que reduzem a resistência da água quando o animal se desloca, diminuindo, portanto, o gasto de energia dos músculos que promovem a natação.

Algumas espécies ondulam o corpo para se locomover. É o caso das enguias, que se deslocam mais lentamente. Já a nadadeira caudal rígida do atum produz o impulso necessário para a locomoção do animal, que chega a atingir 75 km/h.

Figura 16

1 m


Atum.

Masa Ushioda/age fotostock/Getty Images

Os movimentos e as contrações musculares que possibilitam a natação dos peixes são muito variados.

A truta possui uma nadadeira caudal flexível que lhe permite realizar saltos. Esse movimento auxilia o animal a vencer as corredeiras e a deslocar-se em sentido contrário ao da correnteza dos rios.

As nadadeiras peitorais são importantes, pois permitem a precisão das manobras. Peixes que as usam para nadar costumam ser lentos e viver em frestas e grutas com pouco espaço para manobras. As nadadeiras mais usadas para frear o movimento do peixe são as peitorais.

Além da forma hidrodinâmica do corpo, a natação dos peixes é favorecida pelas escamas que recobrem a sua pele e por um muco protetor. Esses elementos reduzem o efeito da viscosidade da água.



Figura 17

anal


pélvica

peitoral


caudal

dorsal


Representação de peixe com destaque para as nadadeiras.

Walter Caldeira


Página 194

A respiração nos peixes

Para que os peixes consigam nadar rapidamente e com o vigor necessário para vencer uma corredeira, seus músculos contraem-se repetidas vezes. Nesse processo de contração, os músculos precisam receber do sangue suprimento de nutrientes (substâncias energéticas) e de gás oxigênio. São eles os responsáveis pelo fornecimento de energia para as células musculares, necessária para uma vigorosa contração.

Os nutrientes são obtidos do alimento ingerido (por exemplo, larvas de insetos, insetos adultos, peixes menores, crustáceos e plâncton) e o gás oxigênio é obtido do sangue durante a passagem da água pelas brânquias.

Figura 18

até 11 cm

Peixe da espécie Sander vitreus com destaque para suas brânquias (estruturas avermelhadas).

Tom McHugh/Science Source/Diomedia

As brânquias são estruturas filamentosas com grande quantidade de vasos sanguíneos. Elas se localizam em uma abertura lateral do corpo dos peixes, por onde circula a água que entra pela boca. O gás oxigênio que está dissolvido na água atravessa a fina membrana das brânquias e passa para o sangue; o gás carbônico resultante da respiração das células do peixe passa dos vasos sanguíneos para a água, que está em contato com as brânquias.

Figura 19

As cores não correspondem aos tons reais.

fluxo da água

filamentos branquiais

Esquema da estrutura das brânquias.

Walter Caldeira



Filamentoso: com forma de fios; semelhante a fios.

PENSE E RESPONDA

• Um piscicultor está interessado em criar trutas. A área que tem disponível para isso está em uma região fria, com tanques de águas paradas. O que ele pode fazer para melhorar as condições de crescimento das trutas?



Figura 20

até 75 cm

As trutas vivem em locais com águas frias e agitadas, onde a oxigenação da água é maior, como em regiões montanhosas.

Kletr/Shutterstock/Glow Images


Página 195

EXPLORE

Peixes pulmonados

A piramboia respira por brânquias quando nasce. À medida que ela cresce, essas estruturas vão ficando menores e ela inicia a respiração pelos pulmões.

A piramboia vive em ambientes alagados e que podem secar em um período do ano. Quando isso acontece, o peixe cava um buraco, recobre o seu corpo com uma camada de muco e lama e passa a respirar exclusivamente por pulmões, que captam o oxigênio atmosférico. Esse peixe pulmonado retoma o estado de atividade na época das chuvas.

Figura 21

até 70 cm

Piramboia.

A. Hartl/ Blickwinkel/Easypix

• Qual é a vantagem para a piramboia ao realizar a respiração pulmonar?

Há brânquias também em outros animais aquáticos, como moluscos, crustáceos e anelídeos, e em muitas larvas de insetos que se desenvolvem na água.

Peixes que vivem em águas com pouco gás oxigênio têm algumas adaptações, como capacidade de captá-lo do ar, e estratégias de sobrevivência que não exigem grandes gastos de energia (nadar lentamente ou enterrar-se na lama do fundo do lago).

O peixe-beta, por exemplo, contém uma câmara muito rica em vasos sanguíneos chamada cavidade opercular. Periodicamente, ele sobe até a superfície e capta o ar atmosférico. O gás oxigênio presente no ar entra em contato com a área rica em vasos sanguíneos da cavidade opercular e é absorvido, garantindo o suprimento de que o animal precisa.



Figura 22

5 cm a 7 cm

cavidade opercular

Peixe-beta.

Grigorii Pisotsckii/Shutterstock/Glow Images

A alimentação em águas profundas

A luz do sol não alcança regiões muito profundas de lagos, rios e oceanos.

Sabemos que no mar a luz chega a aproximadamente 200 m de profundidade em regiões de águas muito límpidas. Onde não há luz, não há algas nem plantas que façam fotossíntese.

Os seres vivos que habitam águas profundas e escuras alimentam-se dos detritos que vêm da região próximo da margem e da camada mais superficial.

Folhas, gravetos, organismos mortos, fezes e outros materiais orgânicos que se depositam no fundo servem de alimento para organismos decompositores e detritívoros. Organismos como caramujos, larvas de insetos, certos peixes, entre outros seres, dependem dos detritos para se alimentar.

Detritívoro: animal que se alimenta de detritos, ou seja, de partes de seres vivos (escamas caídas, restos da muda de animais, folhas caídas) ou de organismos mortos.

Figura 23

até 12 cm

Mark SmithCollection/Photo Researchers/Getty Images

O tamboatá alimenta-se de detritos que encontra no leito dos rios e lagos.


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Atividades

Reveja

1. Você já notou como é difícil andar dentro de uma piscina? Qual é a propriedade dos líquidos que dificulta a movimentação de algo que está imerso nele? Responda em seu caderno.

2. Escreva em seu caderno uma adaptação que os peixes utilizam para viver:

a) em águas com pouco oxigênio dissolvido;

b) em um meio que oferece maior resistência ao movimento do que o ar.

3. Em um lago, há alguma região onde não vivem organismos fotossintetizantes? Explique sua resposta.

4. Há alguma região de um lago onde não vivem animais? Explique sua resposta.

5. Cite objetos construídos pelo ser humano que imitam a forma hidrodinâmica de muitos tipos de peixes.

Explique

6. Observe as características dos peixes das imagens a seguir.

Figura 24

4,3 m


Peixe A.

James R. D. Scott/Moment/Getty Images



Figura 25

7 cm


Peixe B.

Yury Smelov/Shutterstock/Glow Images



a) Qual deles é um peixe cartilaginoso? E qual deles é um peixe ósseo?

b) Que características você considerou para identificar o peixe cartilaginoso e o peixe ósseo?

7. Aguapé é uma planta aquática que flutua na superfície de rios e lagos. Suas folhas são largas, e algumas apresentam modificações que funcionam como bolsas de ar, facilitando a flutuação. Em certas condições, os aguapés podem proliferar e cobrir toda a superfície de um lago.

• Como esse crescimento afeta as condições do lago e a vida dos organismos que o habitam?



DESAFIO

Considere dois tanques (A e B) utilizados para a criação de peixes. Ambos têm o mesmo volume de água e a mesma área de contato com o ar. Os sistemas de entrada e de saída de água também são semelhantes. A diferença entre eles está na temperatura da água. O tanque A recebe água com temperatura máxima de 18 °C, e o tanque B recebe água com temperatura mínima de 26 °C.

• Qual dos tanques deve receber uma comunidade de peixes que só sobrevive em águas com alta taxa de oxigenação? Justifique.
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CAPÍTULO 2 - Anfíbios e répteis

Os peixes são bem adaptados ao ambiente aquático, mas não ao ambiente terrestre. A transição dos animais do filo dos cordados do ambiente aquático para o terrestre deu-se de modo gradual e lento, assim como ocorreu com outros filos de seres vivos. Os cordados terrestres evolutivamente mais próximos dos peixes são os anfíbios.



Figura 1

até 9 cm


Perereca, um anfíbio.

mlorenzphotography/Moment/Getty Images



A vida começou na água!

Os registros fósseis mostram que os primeiros seres vivos eram marinhos e que a conquista do ambiente terrestre ocorreu há cerca de 500 milhões de anos. Os fósseis encontrados fornecem aos paleontólogos informações sobre o ambiente da época em que foram formados.

Os primeiros seres vivos do planeta eram formados por uma única célula, viviam no mar e eram semelhantes às bactérias atuais. Até cerca de 500 milhões de anos atrás, somente o ambiente aquático era povoado pelos seres vivos. A desidratação era um dos fatores que impediam os seres aquáticos de ocupar as margens dos rios, lagos e oceanos. Assim, os organismos que tivessem maior resistência à desidratação teriam maiores chances de sobreviver no ambiente terrestre. Aproximadamente entre 540 milhões e 490 milhões de anos, então, o ambiente terrestre começou a ser ocupado por plantas e pelos primeiros artrópodes.

Os vertebrados mais primitivos a viverem em terra firme foram os anfíbios, que surgiram há cerca de 400 milhões de anos. O estudo das semelhanças entre os anfíbios atuais, os fósseis dos primeiros vertebrados terrestres e os peixes fossilizados apoia essa conclusão.

A conquista do ambiente terrestre pelos vertebrados se deu aos poucos e foi possível graças à evolução, ou seja, à seleção pelo ambiente de sistemas e estruturas que superassem alguns desafios: evitar a desidratação (sem uma pele que impedisse a perda de água para o ar, os vertebrados só conseguiriam sobreviver em ambientes muito úmidos); sustentar o próprio peso, isto é, suportar a força da gravidade (a densidade da água é muito maior do que a do ar e, sem um sistema de sustentação, o animal não conseguiria se mover ou seria esmagado pelo próprio peso); impedir o ressecamento dos ovos (reprodução independente do ambiente aquático), entre outros.

Figura 2

Representação do fundo do mar há 500 milhões de anos, aproximadamente. Ilustração feita com base nos fósseis encontrados em British Columbia, no Canadá.

Walter Caldeira
Página 198

REDE DO TEMPO

Um fóssil vivo

Os celacantos foram descritos por Louis Agassiz como um grupo taxonômico extinto em 1844. Desde então, muitos fósseis de celacantos foram descobertos. O estudo desses fósseis indicava que esses animais viveram entre 415 milhões e 70 milhões de anos atrás. Não foram encontrados fósseis de celacantos mais recentes, por isso se acreditava que esse grupo de peixes havia se extinguido há 70 milhões de anos.

No entanto, em 1938, um celacanto vivo foi capturado na foz do rio Chalumna, na costa leste da África do Sul. A espécie foi então denominada Latimeria chalumnae.

Até hoje, cerca de 150 celacantos foram capturados. Vale observar que sua morfologia manteve-se aparentemente inalterada durante os últimos 400 milhões de anos.



Figura 3

até 2 m


Celacanto, peixe que se acreditava extinto.

Peter Scoones/SPL/Latinstock

• Pesquise a respeito das nadadeiras dos celacantos. Que características elas têm que podem indicar sua ancestralidade em relação aos membros de outros vertebrados terrestres?

Anfíbios: animais adaptados aos ambientes aquático e terrestre

Os anfíbios atuais apresentam algumas características que os aproximam dos peixes e outras que os colocam claramente como animais típicos de ambiente terrestre.

Talvez nunca tenhamos certeza do que realmente aconteceu há aproximadamente 400 milhões de anos e que determinou a transição dos vertebrados aquáticos para a terra firme.

De acordo com os fósseis conhecidos, a evolução dos peixes primitivos de nadadeiras lobadas demorou muitos milhões de anos até originar os primeiros anfíbios. Em termos evolutivos, os anfíbios descendem de um grupo de peixes ósseos cujas nadadeiras lobadas deram origem às pernas anteriores e posteriores dos vertebrados terrestres. A locomoção dos anfíbios primitivos era semelhante à do peixe-sapo, conforme a imagem ao lado.



Figura 4

até 20 cm

A guaperva ou peixe-sapo locomove-se caminhando nos recifes de corais e no fundo de mares rasos.

kaschibo/Shutterstock/Glow Images



Nadadeira lobada: nadadeira arredondada composta de pequenos ossos, os quais originaram os ossos das pernas (anteriores e posteriores) dos anfíbios.

Figura 5

Os elementos da imagem estão fora de escala de tamanho entre si.

As cores não correspondem aos tons reais.

A

B



Representação da nadadeira lobada de peixe (A) e da perna de anfíbio primitivo (B).

Paulo Nilson


Página 199

Sapos, salamandras e cobras-cegas

Anfíbios como sapos, rãs, salamandras e cobras-cegas formam uma das classes do filo dos cordados. O nome dessa classe tem origem grega (amphi = duplo + bios = vida) e está relacionado a uma das características de grande número de animais desse grupo:

o fato de passar parte do seu ciclo de vida dentro da água e parte na terra. Mesmo quando os organismos adultos passam todo o tempo em ambiente terrestre, a espécie ainda depende da água doce de um lago ou da umidade do ambiente para desenvolver seus ovos e larvas.

Dessa forma, uma etapa da vida da maioria dos anfíbios atuais só ocorre na água doce.

Na fase de vida aquática, os anfíbios captam o gás oxigênio por meio de brânquias; na fase terrestre, as trocas gasosas ocorrem nos pulmões ou através da pele que reveste o corpo. A pele é mantida úmida por secreções produzidas por glândulas.

Existem três grupos desses seres vivos: os sapos, as pererecas e as rãs formam o grupo dos anuros, isto é, sem cauda; as salamandras pertencem ao grupo dos caudados, ou seja, com cauda; e as cobras-cegas são do grupo dos ápodes, sem pernas.



Figura 6

11 cm


Salamandra.

John M. Burnley/Photo Researchers/Getty Images



EXPLORE

Glândulas de veneno

Além das glândulas espalhadas pela pele, os sapos têm um par de glândulas de veneno na cabeça. Quando um predador as pressiona, é lançado um jato de veneno que provoca intensa irritação. O predador pode morrer se o jato de veneno atingir sua boca.

• Você acha que o sapo consegue esguichar veneno nos olhos das pessoas, como diz a crença popular?

Figura 7

10 cm a 15 cm

glândulas de veneno

Sapo-boi. As saliências próximas aos olhos são glândulas de veneno.

Fabio Colombini

PENSE E RESPONDA

Um sapo adulto ficou muito tempo submerso na água de um lago. Ele não conseguia chegar à superfície nem expor a pele ao ar. Esse sapo morreu afogado do mesmo modo que um mamífero morreria se estivesse na mesma condição.

Por que o sapo morreu, se ele depende do meio aquático para viver?


Página 200

Reprodução do sapo-boi

A maioria dos anuros tem fecundação externa e é ovípara.



Figura 8

1

2



3

4

5



Os elementos da imagem estão fora de escala de tamanho entre si.

As cores não correspondem aos tons reais.

Esquema de reprodução do sapo-boi.

Walter Caldeira



1. No sapo-boi, o encontro do macho com a fêmea é guiado pelo coaxar que o macho emite durante as noites mais quentes do ano, no período de acasalamento.

2. Depois de atraída, a fêmea é abraçada fortemente pelo macho, em uma posição denominada amplexo. Nesse abraço, muitos óvulos são lançados na água e serão fecundados pelos espermatozoides do macho, também lançados na água.

3. As fêmeas de algumas espécies são capazes de eliminar até 30 mil óvulos, os quais, após a fecundação, são abandonados nas margens da lagoa.

4. Os ovos desenvolvem-se entre as folhagens do lago até se romperem e darem origem aos girinos (larvas aquáticas dos anuros). Os girinos respiram por brânquias, têm nadadeira caudal e alimentam-se de pequenas partículas que retiram da superfície das folhas e das pedras do lago.

5. Mais tarde, os girinos transformam-se em adultos e passam a viver exclusivamente no ambiente terrestre, próximo a ambientes úmidos, como lagoas ou outra fonte de água. A transformação dos girinos em adultos — metamorfose — envolve grandes mudanças nos órgãos do animal, entre elas o desenvolvimento de pernas, a regressão da cauda e das brânquias e o desenvolvimento de pulmões.

O ciclo de vida representado na ilustração não é válido para todas as espécies de anfíbios. Por exemplo, dos ovos das salamandras, eclodem pequenos animais iguais aos pais.



Ovíparo: que põe ovos que eclodem fora do corpo da mãe.

Regressão: diminuição, perda.
Página 201

Reprodução de cobras-cegas e salamandras

As cobras-cegas são animais que apresentam corpo cilíndrico, com o mesmo diâmetro em toda a sua extensão, e olhos reduzidos cobertos por pele, com os quais só são capazes de distinguir a presença de luz no ambiente. Esses animais vivem em galerias que cavam no solo úmido.

Alimentam-se de animais encontrados na terra, como minhocas, cupins, formigas, entre outros, os quais são capturados com os dentes que elas têm na boca.

Nas cobras-cegas, a fecundação interna é feita graças ao órgão copulador do macho (um tipo de pênis), que fica retraído dentro da sua cloaca. Durante a cópula, o macho deposita os espermatozoides na cloaca da fêmea, onde ocorre a fecundação.



Figura 9

até 45 cm

Cobra-cega.

Dante Fenolio/Photo Researchers/Getty Images

A fecundação da maioria das salamandras é interna, embora não haja cópula. Nessas espécies, o macho deposita no fundo do lago um “pacote” de espermatozoides, que fica protegido por uma capa gelatinosa. A fêmea apanha esse pacote com a sua cloaca, onde os espermatozoides serão liberados e fecundarão os óvulos.

Cloaca: cavidade disposta na extremidade posterior de anfíbios, aves e répteis que recebe gametas e restos digestivos e urinários.

NÓS

Bioindicadores

[...] A pele dos anfíbios é um órgão extremamente importante para esses animais, pois, além de protegê-los, é responsável por parte de sua respiração, pelo controle de entrada e saída de água e de outras substâncias que os mantêm vivos. [...]

Não sem razão muitos anfíbios são considerados bioindicadores. A pele permeável e o ciclo de vida em ambiente aquático e terrestre são características que os tornam suscetíveis a alterações no ambiente, tanto físicas (umidade e temperatura, por exemplo) como químicas (poluição, por exemplo). A sensibilidade de algumas espécies permite dizer que o ambiente não vai bem quando deveriam estar presentes e não estão. Pensando assim, o declínio de tantas espécies de anfíbios parece mais grave. Mesmo em áreas em que o ambiente está aparentemente preservado, o desaparecimento de espécies de anfíbios nos diz que existe um problema. A crise é um importante alerta. Se os anfíbios são os primeiros a sofrer com as alterações do ambiente, nada impede que os próximos sejamos nós, os humanos.

[...]


VERDADE, Vanessa K. et al. Os riscos de extincão dos sapos, rãs e pererecas em decorrência das alterações ambientais. Estudos Avançados, São Paulo, v. 24, n. 68, p. 167, 2010. Disponível em:
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