A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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A Ameaça Pagã
os textos gnósticos antigos assim como filé au roquefort está para um
suave vinho branco; como os muçulmanos para Qur’an; ou os cristãos
para a Bíblia. Como esse encontro ocorre ainda será visto, mas é
somente uma questão de tempo. A música toca, a mesa é posta. A
tese deste livro, que o novo liberalismo é uma forma renovada do
antigo gnosticismo, recebe vigorosa confirmação quando nós
observamos a cruzada liberal contemporânea para restaurar esses
textos heréticos. Eles presentemente são empregados para justificar a
ordenação de mulheres,
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 o caráter de deusa do Santo Espírito, a
pertinência moral do aborto,
47
 a reinterpretação feminista da cultura,
48
e muito mais.
49
 O liberalismo contemporâneo não é meramente a
citação dos textos gnósticos como material amplamente útil e de base.
É, na verdade, a promoção desses textos a uma posição canônica.
Os Evangelhos Completos
Dizem-nos que a Bíblia está incompleta. Nós precisamos de
mais textos para completá-la – e a erudição radical do Novo
Testamento está feliz em poder ser útil. Robert Funk, fundador do
Seminário de Jesus, e um dos editores de Hermeneia, recentemente
montou o Instituto Weststar “dedicado a reduzir a ignorância
religiosa e bíblica na América”. O Weststar inclui o Seminário de
Jesus, um jornal bimensal, The Fourth R, e a Polebridge Press. A busca
por conhecimento religioso [o quarto R] na América desmantela a
Bíblia como a igreja a conheceu. A Polebridge Press publicou The
Complete Gospels [Os evangelhos completos] (1992), organizado por
Robert J. Miller.
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 Esse volume começou como uma nova tradução da
Bíblia, conhecida como a Versão Erudita. Mas desde que os tradutores
tentaram evitar qualquer revestimento da teologia ortodoxa, eles
refutaram as limitações do cânon ortodoxo também. A mensagem
implícita do título é que os evangelhos canônicos são incompletos,
e aqueles que não pensam assim são biblicamente ignorantes. Os
evangelhos canônicos são “completados” com os evangelhos
apócrifos tais como O Evangelho da Infância de Tiago e o Evangelho
da Infância de Tomás (um texto há muito tempo desprezado mesmo
pelos críticos eruditos liberais como literatura popular folclórica
de pouco interesse teológico). Também incluso nesse cânon
completo estão alguns evangelhos gnósticos: o Evangelho de Tomás,
o  Apócrifo de Tiago, Diálogo do Salvador e o Evangelho de Maria,
todos os quais, Miller admite, testemunham a “mistura do
Cristianismo e do gnosticismo”. Pedem-nos para aceitar com “a


A NOVA BÍBLIA
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convicção religiosa de sinceros cristãos” o que a igreja primitiva
combateu como heresia diabólica. Não há ambigüidade aqui. A nova
definição de conhecimento bíblico revive a heresia gnóstica, e
“cientificamente” a introduz na emergente nova Bíblia – tudo feito
em nome da objetividade acadêmica e da Tolerância que a tudo inclui!
Os Cinco Evangelhos
Você achava que só havia quatro Evangelhos. Esfregue seus
olhos e olhe novamente. Eruditos “progressistas”, com feitos sem
precedentes de truques acadêmicos, têm introduzido textos gnósticos
no Cânon, mais notavelmente em The Five Gospels [Os cinco
evangelhos] da Polebridge Press.
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 Esse livro ataca a Bíblia ortodoxa
a partir de duas posições.
Primeiro, determina as palavras autênticas de Jesus usando o
critério crítico dos liberais clássicos. Copiando as Bíblias populares que
destacam as palavras de Jesus em vermelho, essa publicação colore
somente aqueles ditos considerados autênticos pelo Seminário de Jesus
(lamentavelmente poucos). O preto indica os ditos não-  autênticos. O
Evangelho de João não tem nada em vermelho, há um rosa, dois em
cinza e todo o resto é preto. O Seminário assim cria um cânon dentro
do cânon, transformando muito do que a igreja considerou canônico
como acréscimo secundário, na melhor das hipóteses.
Segundo, um texto herético, o Evangelho de Tomás, é incluído
junto aos quatro evangelhos canônicos. Com muito mais vermelho
e rosa do que o Evangelho de João, se sai muito bem. The Five Gospels
secretamente “canonizam” o Evangelho Gnóstico de Tomás ao incluí-
lo com Marcos, Mateus, Lucas e João como uma (a mais?) autêntica
fonte para o Jesus histórico.
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Mel ou Fel?
Os eruditos radicais de hoje tentam o que seus primos antigos
falharam em alcançar. No século 2º, Irineu, defendendo os quatro
evangelhos canônicos como os “quatro pilares que transpiram
imortalidade por todos os lados e vivificam nossa carne” (Contra Heresias
3:11:8), compara-os aos quatro ventos, às quatro zonas do mundo, às
quatro faces do querubim (Ez 1.4). Embora as suas comparações não
impressionem os leitores modernos, a sua intenção era opor-se à
proliferação gnóstica dos evangelhos, insistindo somente em quatro
evangelhos verdadeiros sobre os quais a igreja foi fundada – nenhum
outro precisa ser usado.


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A Ameaça Pagã
A linha 67 da lista canônica do século 2º, O Cânone Muratoriano
especificamente se recusa a incluir os escritos do mestre gnóstico
Valentino, um livro de Salmos do proto gnóstico Marcião, e os
escritos de Montano. “Fel”, o autor antigo afirmou, “não pode ser
misturado com mel.”
Assim, colocar Tomás entre os evangelhos da Bíblia não é o
progresso triunfante da ciência sobre o preconceito e a razão sobre a
fé cega, mas antes, um exemplo contemporâneo da tentativa gnóstica
antiga de injetar dentro do mel dos evangelhos o fel da heresia. Hoje,
assim como no século 2º, duas versões opostas do Evangelho, duas
imagens de Jesus colidem, e os leitores podem escolher aquela que
mais os atraia. Dentro do registro canônico apareceu o amargo “Jesus”
proto gnóstico, que não veio para morrer por nossos pecados, mas
para revelar que todos nós somos cristos.
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Se os gnósticos modernos tiverem sucesso, não faltará muito
para um completo Novo Testamento, com encadernação de couro e
papel da China, incluindo o Evangelho de Tomás e excluindo 1 e 2
Timóteo e Tito, ou, ao menos, uma seleção dos “versos satânicos”.
Uma Bíblia inclusiva que exclui o que é politicamente incorreto
certamente já está nos arquivos de alguma editora esperando a hora
certa para ser publicada. O “quarto R” de Robert Funk pode muito
bem se tornar o R da revolução religiosa.
Jogo limpo?
Embora nos dias de hoje a adição das escrituras gnósticas ao
cânon cristão seja feita em nome da diversidade e do jogo limpo,
jogo limpo é deixá-los separados do cânon bíblico, pois a coerência
interna deles os faz mutuamente exclusivos – teologicamente
falando. Mesmo Bentley Layon, professor de História Cristã Antiga
da Universidade Yale, e tradutor de muitos textos gnósticos, e
favorável às suas mensagens, reconhece que os textos gnósticos
compartilham de um “sistema simbólico coerente” que se auto-
explica, explica o mundo e sua origem, e também as outras
pessoas.
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 Falando-se em coerência, alguém disse que o que se faz
com os três primeiros capítulos de Gênesis determina todo o
restante que será dito sobre teologia. Os escritos gnósticos de
Gênesis 1-3 são sistematicamente duvidosos, denegrindo não
somente a criação, mas Deus o Criador que está por trás do texto
de Gênesis. Tal suspeita permeia tudo o que os reveladores e
mestres gnósticos dizem. A Bíblia cristã toma a posição exatamente


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