A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era

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A Ameaça Pagã
acrescentava detalhes próprios aos mitos gregos – como “as histórias
transmitidas com (ou talvez sem) a minha pessoa – para então
descobrir mais tarde, numa pesquisa mais profunda, que esses
detalhes já estavam nos textos antigos”.
36
Afirmações de “inspirações” místicas são feitas por escritores
evangélicos que têm se desviado da ortodoxia bíblica para um neo-
gnosticismo. Madeleine L’Engle diz que não escreve seus livros. Antes
eles são escritos por intermédio dela.
37
 Virginia Mollenkott, que
reconhece ser grandemente ajudada por um texto da Nova Era, A
Course in Miracles, agradece “aos anjos que houver por perto e à
Profundidade que tem me levado a uma profundidade por meio deste
escrito”. Ao trabalhar para minar a sociedade maligna heteropatriarcal
que obstrui o advento de um novo dia de libertação humana – “O
‘regno’ de Deus, enfaticamente diferente do reino de Deus”.
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Mollenkott afirma ter “recebido”, entre aspas, a mensagem divina:
é sua natureza trabalhar pela mudança social que está já no
processo de acontecer (...) uma grande mudança de consciência
está ocorrendo no mundo, e você é uma parte dessa mudança
(...) é essencial para você cooperar ao ser um de meus canais
ativistas no mundo (...) é uma bênção especial fazer seu papel
sem impedimento, porque então seu coração será capaz de sentir
a ternura (...) de meus anjos e espíritos-guia.
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Os cristãos são orientados a testar os espíritos.
40
 O conhecimento
gnóstico encontrado no interior de si mesmo é um conhecimento oculto.
Sua fonte não é somente o coração humano, como tantas pessoas tão
inocentemente pensam, mas também as forças do mal reunidas contra
a verdade de Deus como revelada na Escritura. Ela afirma ser divina
profecia, mas é uma profecia falsa do pai das mentiras.
Os gnósticos eficazmente silenciaram a Bíblia em suas
comunidades ao não reconhecer sua existência ou seu poder. O
mesmo está acontecendo em nossos dias, quando dois cânones
competem por uma autoridade superior. A Bíblia ainda ocupa o
primeiro lugar nos púlpitos e nos corações por toda a terra. Porém,
mais e mais uma “bíblia” alternativa está sendo sutilmente
introduzida para a consideração tolerante dos crentes, e somos
levados a pensar se chegará o dia, como aconteceu no tempo do
gnosticismo, quando as Escrituras foram eclipsadas em muitos
lugares pelos escritos esotéricos dos heréticos.

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A BÍBLIA GNÓSTICA ANTIGA
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Mas esse movimento apóstata, tanto em sua forma antiga como
moderna, possuiu e possui ainda um outro trunfo. Se não se pode
eliminar totalmente a Bíblia, pode-se desfigurá-la com interpretações
questionáveis e com a eliminação de passagens que incomodam, de
modo que a Bíblia é transformada em algo que serve à falsidade e
não à verdade. Como interpretar a Bíblia tornou-se um outro teatro
das Guerras Espirituais.

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Capítulo 8
UM NOVO MÉTODO DE ESTUDO BÍBLICO
A Escritura é o livro da igreja. Eu acho que a igreja pode fazer
o que quiser com a sua Escritura.
- Burton Throckmorton, membro da comissão de revisão da Bíblia na
versão RSV (Revised Standard Version [Versão Padrão Revisada])
 do Concílio Nacional de Igrejas
1
Lendo a Bíblia com Poder:
O Sonho de uma Bíblia Vazia
mpurrada pelas nuvens, Sherry Ruth Anderson, uma feminista
judia,
2
 é transportada em um sonho para um templo guardado
por um feroz guardião de olhos salientes e rodeado por negros cães.
Com uma bravura não própria de si, ela entra; os guardas
amendrontadores desaparecem como névoa. Um ancião,
Melquisedeque, com longa túnica e barba branca, a conduz a um
quarto que contém a Torá sagrada. Ele permite que ela pegue o rolo,
reservado somente para os homens, e o abrace como um bebê.
“Esta é uma Torá muito especial”, diz [Melquisedeque]. Desem-
bainhando sua adaga, ele quebra o selo e desenrola os documentos. Eles
estão em branco. “A Torá está vazia”, ele diz, “porque o que você precisa
saber agora não está escrito em nenhum livro. Você já tem esse
E

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A Ameaça Pagã
conhecimento. Deve ser aberto de dentro de você (...). Sem falar,
Melquisedeque (...) coloca a [Torá] dentro de meu corpo, dos om-
bros em direção aos joelhos”.
A sala enche-se de patriarcas com longas barbas – incluindo
Moisés, Davi, Salomão, Abraão, Isaque e Jacó – vestidos com casacos
pretos e calças, dançando para celebrar a emergência das mulheres
espiritualmente responsáveis. “Mas quem serão nossas
professoras?” ela pergunta, e a resposta vem: “Vocês serão
professoras umas das outras. Vocês se reunirão em círculos e
contarão suas verdades umas às outras”. Finalmente os patriarcas a
abençoaram, dizendo: “Nós fizemos a sua iniciação (...). Mas nós
não sabemos mais o modo. Nossos modos não funcionam mais.
Vocês mulheres devem encontrar uma nova maneira”.
“Bem, queime a minha sarça”, diz uma personagem fictícia
feminista, quando dispensa Deus e invoca a deusa. A mulher, diz
uma feminista radical, será o novo Moisés para a nova ordem.
3
Muitas mulheres líderes – e que as feministas chamam de
“mulheres identificadas com homens” – estão descobrindo o
sentimento e a experiência como a fonte da verdadeira revelação
divina. Uma mulher católica romana que deixou a igreja no outono
de 1980 conta,
No outono passado eu participei de um seminário de conscien-
tização para mulheres, de dez semanas, patrocinado pela
Organização Nacional para as Mulheres (...). Eu comecei a
ver a situação impossível das mulheres em uma sociedade
regida por homens e por deuses masculinos. E a questão real
é a insuportável negação de poder às mulheres (...). Eu
sinto que é hora de começarmos a celebrar a nós mesmas, a
nossa própria espiritualidade, para aprender a fazer as coisas
por nossas próprias razões e para medir a nós mesmas por
nossos próprios padrões (...) para conhecermos a nossa força
criativa interior própria, que, eu acho, é nossa verdadeira
imagem de Deus.
4
“O que acontece aqui, agora, é revelação”, diz Rosemary
Radford Ruether. “A experiência das mulheres é um contexto
legítimo para a auto comunicação contínua do divino na comunidade
humana”.
5
 Essa visão faz com que os profetas saiam de cena e abre
um “novo modo de ler textos antigos”.
6

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