A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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A Ameaça Pagã
freqüentemente obtém seu material de uma grande variedade
de tradições existentes, então se anexa às tradições, e ao mesmo
tempo coloca tudo em uma nova estrutura (...). A visão gnóstica
do mundo (...) liga-se (...) a uma imagem religiosa antiga; quase
como um parasita prospera no solo de religiões anfitriãs, pode
também ser descrito como parasitaria. Desse extenso
gnosticismo, estritamente falando, não há uma tradição própria,
mas somente uma tradição emprestada. A sua mitologia é uma
tradição conscientemente criada com base em um material que
lhe é estranho.
6
Um maravilhoso exemplo deste método gnóstico é o dito de
número 21:
Maria disse a Jesus, “Como são os seus discípulos?” Ele disse,
“Eles são como crianças que têm se alojado em um campo que
não lhes pertence. Quando os senhores do campo vierem, eles
dirão, ‘Dêem-nos nosso campo de volta.’ (As crianças irão) se
despir diante deles ao devolver o campo que lhes pertence.
Conseqüentemente eu digo, se o dono da casa está consciente de
que um ladrão virá à sua casa, ele a guardará antes que venha e
não permitirá que invada a sua casa e tome todos os seus
pertences. Vós pois, estejais de guarda contra o mundo. Equipai-
vos com grande coragem para que os ladrões não cheguem até
vós, pois o sofrimento que antecipais virá. Que haja em vosso
meio um sábio. Quando o grão amadureceu, ele veio
prontamente com a foice na mão, e o colheu. Quem tem ouvidos
para ouvir ouça”.
Tal escrito não dá nenhum traço de criatividade individual
do autor ou artifício literário. Esse claramente não é o propósito
do autor gnóstico. Antes, inúmeras alusões bíblicas são
combinadas com algumas frases gnósticas em uma montagem
de idéias, que obscurecem a intenção escritural original e
promove um ensino gnóstico obscuro.
7
 A Escritura aqui não está
funcionando com autoridade canônica, mas como uma mina de
ditos e imagens para serem usados para outros propósitos e outros
programas, enquanto projetam uma casca da verdade cristã. Isso
não é exegese séria. Parece distintamente com algo manipulado,
escolhido conforme o prazer próprio, o que é denunciado pelo


A BÍBLIA GNÓSTICA ANTIGA
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pai da igreja, Irineu (130-200 d.C.). Aqui está seu relatório de
testemunha ocular contemporânea:
Eles tentam adaptar aos seus próprios ditos de uma maneira
digna de crédito, sejam as parábolas do Senhor, ou os ditos dos
profetas, ou as palavras dos apóstolos, de maneira que a mentira
deles não pareça estar sem testemunha. Eles desconsideravam a
ordem e a conexão das Escrituras e, tanto quanto em suas
mentiras, eles desmontam os membros da verdade. Eles
transferem passagens e as rearranjam; e ao fazer uma uma coisa
de outra, eles enganam a muitos por meio da fantasia malfeita
das palavras do Senhor adaptadas por eles.
8
Esse mesmo espírito gnóstico está vivo hoje. Rosemary Radford
Ruether, enquanto permanece na igreja e ensina no Seminário
Teológico Garret-Evangelical, em Evanston, Illinois, em seu livro
Womanguides [Guia da mulher] recomenda o uso de qualquer texto,
incluindo textos platônicos, gnóstico ou sectários, que façam
referências à divindade feminina.
9
 Uma agenda pessoal remove a
autoridade canônica da Escritura e a coloca ao mesmo nível de
qualquer documento que favoreça o programa teológico em pauta.
Um outro especialista gnóstico sublinha a diferença entre os
“Evangelhos” gnósticos e os Evangelhos da Bíblia. A respeito do
Evangelho Gnóstico da Verdade, seu editor diz:
Apesar do título, esta obra não é um evangelho do mesmo tipo dos
evangelhos do Novo Testamento: ele não enfatiza as palavras e os
feitos do Jesus histórico. Mas o Evangelho da Verdade é um “evangelho”
no mesmo sentido das “boas-novas” sobre Jesus, sobre o eterno e
divino Filho, a palavra que revela o Pai e transmite conhecimento,
particularmente auto conhecimento (...) por meio deste (...) os
gnósticos ... entendem que são essencialmente filhos do Pai.
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Isso dificilmente é uma boa-nova, se a verdade sobre nós é
que nós todos pecamos e destituídos estamos da glória de Deus.
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Os gnósticos usaram textos bíblicos, descartaram outros e
importaram material de quaisquer tradições religiosas para
expressar as “boas-novas” de sua própria natureza divina. As
Escrituras teístas do Antigo e Novo Testamentos são trazidas sob o
jugo dessa idéia essencial do gnosticismo. Mas desde que as


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A Ameaça Pagã
Escrituras são teístas e não monísticas, elas dão pouco apoio ao
programa gnóstico. Inevitavelmente, os gnósticos foram obrigados
a escrever seus próprios textos e produzirem sua própria “Bíblia”.
A Produção das Escrituras Gnósticas
Os gnósticos afirmaram uma revelação secreta que fora
escondida da igreja em geral e revelada somente aos verdadeiramente
espirituais. Prestando muita atenção ao que Jesus fez e disse na terra,
eles enfatizaram o ensino do Jesus “vivo” ou ressurreto que trouxe
um conhecimento secreto aos seus iniciados após o tempo que esteve
na terra. O livro dos Atos de Pedro, apócrifo, descreve Pedro entrando
numa igreja onde a congregação está lendo no rolo do Evangelho.
Pedro desenrola o documento, e explica que somente o
conhecimento profundo traz a verdadeira gnose: Jesus somente
apareceu para se apropriar da carne.
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Esta é a afirmação do Evangelho de Tomás, que começa assim:
“Estes são os ditos secretos que o Jesus vivo falou e que Dídimo
Judas Tomás escreveu (...) Quem quer que encontre a interpretação
desses dizeres não experimentará a morte”. Tomás recebe conhecimento
que vai além do que está nos Evangelhos canônicos, dando-lhe
autoridade para reconfigurar o Evangelho. A gnose gnóstica define
o principio de reconfiguração. Irineu reconta a visão de Marcos, o
Mágico, que vê
o Supremo Quádruplo descendo dos lugares invisíveis, não
nomeáveis na Pleroma em forma feminina para revelar-lhe algo
que nunca antes havia sido revelado a Deus ou ao homem, quem
ele realmente era e como veio a ser.
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Esse conhecimento se apresenta além da Escritura, e dá à
Escritura seu verdadeiro significado.
O Apocalipse Agora
O Novo Testamento contém um livro entitulado apocalipse, e
usa o termo em muitas ocasiões. Atrás do termo está um verbo que
significa “revelar abertamente, fazer conhecido, descobrir”.
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 Essa
palavra caracteriza a mensagem do Evangelho do Novo Testamento
como a revelação de Deus no Antigo Testamento, agora total e


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