A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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AS PROFUNDAS RAÍZES DA NOVA ESPIRITUALIDADE
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Sem Heresia – Sem Verdade
Há limites para a modificação da doutrina cristã – ou de
qualquer coisa (“a” ainda não é “não -a”, afirma a lógica) – antes de
ser tão desfigurada que se torne sua própria antítese.
Steve Brown, um pregador popular de rádio, conta sobre um
garoto judeu que pediu para seu pai uma Honda como presente em
seu Bar-Mitzvah. O pai pergunta ao seu ortodoxo rabino o que era
uma Honda, mas ele não sabe. Ambos perguntam a um rabino
conservador, que não sabe também. Todos os três então perguntam a
um rabino liberal-reformado, que orgulhosamente os informa que
Honda é uma motocicleta, um maravilhoso presente para o filho do
homem. Mas quando iam embora, o rabino liberal pergunta, “Com
licença. Eu posso fazer-lhes uma pergunta? O que é Bar-Mitzvah?”
Os extremos do judaísmo, indicados por essa história
engraçada, ilustram nossa quetão sobre heresia. Phillip Lee,
dificilmente um fundamentalista de direita, observa: “Num dado
ponto, um ensino, uma idéia ou uma ação que declara ser cristã é
tão diferente da ‘fé que uma vez por todas foi entregue aos santos’
(Judas 3) que se torna o oposto do Cristianismo”.
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As similaridades históricas formais entre uma heresia antiga
e o liberalismo moderno “cristão” sugerem que tal liberalismo não
é uma versão autêntica do Cristianismo, mas sua antítese. O caso se
torna persuasivo quando examinamos crenças doutrinárias mais
específicas. Mas antes de desenvolver uma comparação mais
detalhada, é importante notar que o liberalismo mudou
profundamente, colocando-se ainda mais em linha com a antiga
heresia do gnosticismo.
O humanismo árido do liberalismo teórico “pegou a religião”
na era de Aquário. Incendiada por uma paixão religiosa, a teologia
que elogia a tolerância elevou o nível de linguagem violenta contra
aqueles que não pode tolerar. A confiança mudou do racionalismo
iluminista para a espiritualidade e o poder. Mistérios pagãos
associados com gnosticismo antigo encontram um solo fértil na elite
sofisticada e intelectual do mundo ocidental – oponentes modernos
formidáveis da ortodoxia em nossa era.
Elaine Pagels exemplifica a “nova” elite “liberal cristã”. Uma
estudiosa bem-sucedida e autora de um best-seller, com Ph.D. de
Harvard e professora em Princeton, ela incorpora o rigor do
liberalismo racionalístico que dominou a academia. Ao mesmo tempo,


A Ameaça Pagã
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ela não esconde sua fascinação pelos gnósticos, a quem seu trabalho
reabilitou como heróis esquecidos da guerra de classe entre os (maus)
opressores ortodoxos patriarcais e as (boas) vítimas igualitárias. Seu
livro sobre Satanás procura provar que o mal é a invenção da literatura
judeu-cristã para a demonização de todos aqueles que não seguem o
sistema, em particular, dos hereges. Tal pensamento preto no branco,
argumenta ela, tem tido um abominável efeito nos últimos dois mil
anos na história ocidental. “O que começou como uma estratégia
retórica de um grupo minoritário, se tornou a moral da religião da
maioria, e até uma justificativa psicológica para a perseguição (...) de
todos os oponentes reais ou imaginários”.
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Os cristãos ortodoxos se tornam suspeitos na mente de Pagels,
enquanto os gnósticos oprimidos se tornam simpáticos. Em um estudo
feito em 1979, The Gnostic Gospels [Os evangelhos gnósticos], Pagels
demonstra uma atração pela heresia gnóstica, ao mesmo tempo em
que afirma sua ligação com o Cristianismo. A objetividade histórica
não está ausente desse estudo. Recentemente, todavia, sua atração
amadureceu e se tornou admiração. Na entrevista-história para The
New Yorker, ela fala a respeito de um encontro com a líder da igreja
gnóstica em Palo Alto, Califórnia: “Eu fiquei muito encantada e feliz
com ela (...) isso é coisa séria”.
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 Durante uma entrevista na Páscoa de
1996 na Rádio Pública Nacional, ela admitiu uma fascinação pelos textos
gnósticos, especialmente Thunder Perfect Mind [Mente perfeita de
trovão]. Esse texto elogia uma personificação feminina do divino,
identificada como Ísis, a deusa egípcia da bruxaria e da magia. Trovão
diz em prosa típica inclusiva: “Eu sou a prostituta e a santa, ... a esposa
e a virgem, ... conhecimento e ignorância, ... noiva e noivo, ...a vergonha
e a falta de vergonha”.
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 Pagels brinca com essa idolatria enquanto
freqüenta uma igreja episcopal. Similarmente, a primeira dama Hillary
Clinton não vê qualquer contradição entre o interesse na mediunidade
da Nova Era e sua fé metodista “devotada”.
Essas vinhetas ilustram a tese da PARTE UM. O liberalismo
fez uma plástica no rosto. Uma vez associada com um racionalismo
não-religioso e um evangelho social ativista, a nova esquerda
religiosa descobriu a espiritualidade, não a espiritualidade da Bíblia,
mas a do paganismo. Elaine Pagels e Hillary Clinton personificam
um momento de mudança cultural: do “moderno” para o “pós-
moderno”, do racional para o irracional, do cristão para o pagão, do
evangelho social cristão para a espiritualidade ocultista. Tal
mudança é agora elevada à lei. A maioria dos juízes da presente


AS PROFUNDAS RAÍZES DA NOVA ESPIRITUALIDADE
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Suprema Corte tem ido fundo no poço da religião pagã. A juíza
Ruth Bader Ginsberg, anteriormente na diretoria da União da
Liberdade Civil Americana, declarou em sua audiência que as cortes
deveriam às vezes ser “legislaturas interinas”.
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A interinidade tem durado muito. A decisão da Suprema Corte
no caso de Paternidade Planejada versus Casey (1992) dá a cada cidadão
“o direito de definir o próprio conceito de existência, de significado,
de universo, e do mistério da vida humana”.
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 Aparentemente
democrático, Casey é uma “receita para o caos”,
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 um “privilégio
particular” para todos os cidadãos “sobre assuntos de vida e morte”,
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uma porta escancarada para a “sodomia homossexual, a poligamia, o
incesto e o suicídio”.
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 Casey constitui a reabilitação legal e social, na
América cristã, do politeísmo pagão. Nas palavras eloqüentes de um
comentarista social incisivo, “meio acordada, murmurando clichês sobre
direitos, a América está caminhado em direção a um pesadelo”.
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Ao passar para a PARTE DOIS do livro, nós levantamos as
seguintes questões: Qual é a essência dessa nova teoria democrática
e da espiritualidade que está por trás dela? Além das Guerras
Culturais há as Guerras Espirituais: atrás do programa social pro-
escolha e da “política do significado” há o componente definidor
que vem da esquerda religiosa. Será que esta redescoberta da
dimensão religiosa proclama um novo dia para a fé e a expansão do
Cristianismo? Ou o reavivamento dessa nova espiritualidade abrirá
caminho num ameaçador dia de apostasia tal que, se fosse possível,
até mesmo os eleitos seriam enganados?
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Por trás dos sedutores apelos para a tolerância e a promessa
encantadora de paz universal, as Guerras Espirituais têm acontecido
seriamente e em vários níveis. Primeiro, a promoção do gnosticismo
abrangente na igreja e na sociedade mina as pressuposições cristãs
antigas da cultura americana. Segundo, a negação da própria
existência da batalha espiritual é em si mesmo uma grande ofensiva
na guerra. Finalmente, os esforços para suprimir a verdade de que
há um conflito entre Deus e Satanás mostra quão longe as forças da
“tolerância” irão.
Uma Espiada no Futuro
A revolução dos anos 60 aconteceu nos campi das universidades
antes de atingir a popularidade de hoje. Os conflitos nos campi nos


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