A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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UM NOVO MÉTODO DE ESTUDO BÍBLICO
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Deus
O procedimento é anunciado.
A noção de que a figura de Deus no texto bíblico é de fato Deus
(...) [é] uma forma de idolatria (...). A menos que o caráter de
Deus esteja sujeito ao mesmo tipo de escrutínio crítico como o
de todos os outros personagens, nós não estamos realmente lendo
o texto.
51
“Deus como masculino é parte e parcela dessa história” e a
história é sobre a opressão masculina que produz “ira e irreverência”.
Assim, no Decálogo, Deus é descrito como “um deus ciumento que
proíbe qualquer relacionamento com qualquer outro deus (...) [a]
perspectiva [desta metáfora] é a do marido. A deidade é o modelo
do marido ciumento”.
52
Em Gênesis 1-3 Deus é “uma figura curiosa (...)[que] tem uma
forte atração por ordem (...). e uma forte tendência para o binário”.
53
“Este Deus criador é totalmente não (...) onisciente” [porque ele
descobre que as coisas são boas].
54
Deus é a fonte do mal, porque o desejo mau por domínio e
poder totalitário é primeiro dele. Nisso, ele não é o sofisticado Deus
dos monistas.
Onde JHWH, o juiz de toda a terra, pode se encaixar na tabela
da inocência e do mal não é menos problemático do que o é a
respeito de Abraão, o sacrificador da família. Colocando de outra
maneira, a teologia construída em termos binários é falha.
55
Ao colocar a árvore, Deus é um tentador que maltrata o primeiro
casal: “Confie em mim! (...) Permaneça ignorante – ou procure [conhe-
cimento] por conta própria, com risco próprio”.
56
 O controle de Deus
do jardim é menos do que completo. Ao colocar a árvore, Deus sugere
estar “ansioso, mesmo inseguro” e “com ciúmes de seu poder (...) 
57
nós (...) precisamos (...) reconhecer a vulnerabilidade de Deus e sua culpa-
bilidade (...). Deus simplesmente não é capaz de arrumar a bagunça”.
58
Essa imagem de Deus recorda a descrição feminista
principal de Deus em Números 11-12. Ao vencer sentimentos
religiosos antigos que levaram-na a “sobreestimar o caráter de
Jahweh”, na liberdade da nova exegese, ela pode chamar a Deus
de “desesperado” e “estressado”. O questionamento que as pessoas


156
A Ameaça Pagã
fazem de seu julgamento é tomado por Jahweh “como afronta
pessoal. Tudo que ele pode fazer é lançar a sua frustração em seus
corpos, uma atitude muito comum de um pai estressado”.
59
 Nas
maldições que se seguem após a queda, Jahweh “não inspira nossa
gratidão” pois ele funciona como um “agente ideológico” para a
criação das identidades macho-fêmea que são a fonte da opressão.
60
Deus é um enganador, pois ele é imortal e conhece o bem e o mal,
mas nega isso ao homem.
61
Um dos eruditos
62
 acima afirma que do ponto de vista da
análise estrutural, Jahweh deveria ser visto no papel do vilão que
rouba o homem da terra para que cultive o seu jardim. O vilão deixa
uma falha em seu plano – a árvore que dará conhecimento ao
homem. A serpente e a mulher tiveram sucesso em anular o plano
do vilão ao conseguir que o homem comesse do fruto, que restaura
o cultivador a terra real. Deus é descuidado, somente se lembrando
da Árvore da Vida no último minuto como uma reflexão posterior.
63
Os eruditos acima certamente não “superestimam” o Deus da
Bíblia. Claramente, como os gnósticos, eles estão em contato com
um deus superior ao Deus revelado na Escritura.
Adão
Na nova tradição, Adão não recebe atenção. Ele é um reflexo
pálido de Deus – como Deus, um transferidor de culpas, que, na
tradição mais apurada de Acabe, simplesmente fica aborrecido
quando não pode obter a vinha de Nabote.
64
 A criatura da terra,
Adão, é o “montinho de terra” original.
65
 Adão é um personagem
profundamente passivo ao longo de toda a história.
66
 “Se a mulher
é inteligente, sensível e ingênua o homem é passivo, ignorante e
inadequado”.
67
 “ A mulher dá ao homem o fruto e ele come como
se fosse um bebê.”
68
Eva
Elizabeth Cady Stanton, a primeira intérprete feminista mo-
derna da Bíblia, afirmou em 1895: “o leitor deve ficar impressionado
com a coragem, a dignidade e a alta ambição da mulher” em quem
surgiu “aquela intensa sede por conhecimento”.
69
 “Eva é incapaz
de conhecer a diferença entre o bem e o mal. Como então pode ela
ser culpada por suas ações?”
70
 Ele somente faz o que vem natural-
mente. Ela busca sustento, beleza e sabedoria, e, ao fazê-lo, é culpada
para sempre pelo texto masculino e os comentaristas masculinos.
71


UM NOVO MÉTODO DE ESTUDO BÍBLICO
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Eva, de fato, caiu em uma cilada! “Embora o comportamento de
Eva fosse condenado por Deus e reprovado por séculos, ela surge
como um personagem com iniciativa e coragem (...) ela é uma cri-
ança testando seus limites, pesando suas opiniões, fazendo suas
escolhas. Ela toma sua decisão independente daqueles que afirmam
autoridade sobre ela”.
72
Assim como Deus, a mulher é uma exploradora. “Ela procura,
razoavelmente, estar em uma posição de fazer uma escolha.”
73
 “A
decisão de Eva é (...) o primeiro ato de independência humana.”
74
Ela compartilha a imagem de Deus do livre-arbítrio.
75
 “Eva não
‘peca’; ela escolhe a realidade sobre sua existência paradisíaca
ingênua. Sua escolha marca o surgimento do caráter humano.”
76
Nisso, Eva antecipa a esposa de Ló (cujo olhar para trás é “uma
escolha para ser humano”
77
 ) assim como Jezabel que é vista com
um “mulher forte (...) que age independentemente (...). Como a mais
complexa mulher estrangeira de poder ela é para o Sujeito patriarcal
o mais complexo Outro, que deve ser temido e culpado”.
78
A mulher está associada com o conhecimento. “No nível mais
profundo do texto (...) a transformação humana na qual a mulher
toma uma iniciativa poderosa foi positivo e não negativo [e]este
complexo mundo humano deve ser preferido sobre qualquer ideal
masculino.”
79
 O que tem sido chamado de desobediência completa
é, por outra perspectiva, emancipação do comando cego.
80
 Eva ganha
sabedoria, isto é, “a aceitação da condição humana, incluindo a
morte, e a continuação da História”, mostrando que “Eva está aberta
para a realidade e pronta para adotá-la”.
81
A mulher e a serpente “heroicamente se opuseram a Yahweh o
vilão”.
82
 A mulher “não é uma presa fácil para o demônio sedutor, como
uma tradição posterior a representa, mas um ator consciente que escolhe
o conhecimento. Junto com a serpente, ela é a que traz a cultura”.
83
Os argumentos de Paulo em 1 Tm 2.11-14 estão errados – em
particular, homem e mulher foram criados ao mesmo tempo, um
filho e uma filha da andrógina criatura-terra, Há-Adão, e neste
sentido Eva foi criada primeiro.
84
A Serpente
A serpente não é má, mas é a outra face de Deus, o tentador,
que propõe tanto o bem quanto o mal. Esse fator profundo o Deus
de Gênesis recusa-se a reconhecer.
85
 Com respeito à verdade, a
serpente e Jahweh compartilham a mesma posição. Ambos são


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