Jobson da silva santana


ANEXO C – Manifestantes fecham canal de acesso para transposição



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ANEXO C – Manifestantes fecham canal de acesso para transposição

CIDADES

          1. 28/06/2007 às 07:33




Adilson Fonsêca, do A TARDE

Juarez Matias/Agência A Tarde




Manifestantes prometem resistir a uma possível reintegração

Os índios e integrantes dos movimentos sociais vindos dos Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Ceará fecharam, na tarde de ontem, o canal de acesso para a transposição do Rio São Francisco, no chamado Eixo Norte, no município de Cabrobó, em Pernambuco. O fechamento paralisou por completo as obras de transposição, e a ação dos manifestantes impede que o Exército, que é o responsável por essa fase das obras, possa trabalhar no local.

O ato não provocou reações dos militares, que estão acampados a seis quilômetros da área onde estão os manifestantes.

Cem homens do 2º Batalhão de Engenharia de Construção (2º BEC), vindos de Teresina (PI), e um reforço do 72º Batalhão de Infantaria Motorizada (72º BImtz), de Petrolina (PE), estão na área desde anteontem à noite.

A tensão, contudo, aumentou entre os manifestantes com o aparecimento de uma patrulha militar, formada por dois veículos ocupados por soldados armados com fuzis e pistolas, que chegou a 200 metros do portão de acesso ao acampamento montado pelos índios e pelos sem-teto e permaneceu por cerca de cinco minutos, olhando de binóculos a área. Depois a tropa foi embora.



RESISTÊNCIA – Alertados sobre a possibilidade de uma ação de reintegração de posse, que tramita em Brasília, e sobre a possibilidade de entrada do Exército na área onde estão acampados, os manifestantes prometem resistir.

O cacique dos índios trukás, Aurivan dos Santos Barros (o Neguinho), e o líder da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Rubens Siqueira, disseram que têm estoques de alimento para vários dias e que podem trazer ainda mais gente para o local. “Comida não é problema, e, se for necessário, colocaremos 2.500 pessoas para manter o acampamento”, disse Siqueira.

O major Aristócles Pessoa, comandante do destacamento do 2º BEC que está acampado desde o início do mês a seis quilômetros de onde estão os manifestantes, disse que a presença de reforço de um pelotão de infantaria, do 72º BImtz, não tem relação direta com a ação dos manifestantes. “Estamos aqui para trabalhar e eles (a infantaria) vieram para dar segurança à área”, afirmou.

DURO GOLPE – A área onde começou a ser aberto o canal de aproximação para captação das águas do Rio São Francisco, no chamado Eixo Norte da transposição, em Cabrobó, está ocupada desde a madrugada de terça-feira por aproximadamente 1.500 pessoas, entre índios, integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) e de movimentos sociais liderados por segmentos da Igreja Católica, pescadores e produtores agrícolas.

Hoje, está sendo aguardada a chegada no acampamento do bispo de Barra, dom Luiz Flávio Cappio, que fez greve de fome contra a transposição do Rio São Francisco durante 11 dias.

A manifestação é um duro golpe nas pretensões do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que prometeu levar a obra da transposição “a ferro e fogo”. Ele esteve em Cabrobó no 14 de junho, no local onde será captada a água do Rio São Francisco, agora ocupada pelos índios e integrantes dos movimentos sociais contrários à transposição.


Para hoje, está sendo aguardada a chegada do coordenador-geral da transposição, o engenheiro Roberto Macedo, para tentar negociar a retirada dos manifestantes da área.

O ministro e comitiva fizeram uma viagem de cinco dias pelo Rio São Francisco, desde a sua nascente, no norte de Minas Gerais, até a sua foz, entre os Estados de Sergipe e Alagoas.

Durante a sua passagem por Cabrobó, ele assinou convênios com as tribos Trukás e Tumbalalás, no valor global de R$ 17,5 milhões, mas ouviu deles que, mesmo assim, o projeto de transposição não tinha o apoio da comunidade indígena local.

As obras do Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco em Cabrobó são de responsabilidade do 2º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército, que teve que retirar homens e equipamentos da área demarcada.

No local, já tinham sido abertos os primeiros trechos do canal de aproximação. O Exército recebeu contrato no valor de R$ 26 milhões para iniciar a primeira etapa das obras tanto no Eixo Norte (Cabrobó) como no Eixo Leste (Floresta), com prazos que variam de 15 a 36 meses. Esse valor inclui a construção de um canal de 12 quilômetros de extensão e de uma barragem para receber a água do rio.



INTERESSES – Na cidade de Cabrobó, a 18 quilômetros do local onde estão os manifestantes, a população prefere evitar comentários diretos contra ou a favor da transposição. Quando questionadas sobre o assunto, as pessoas dão opiniões, mas evitam se identificar.

“Aqui, há muitos interesses, e as discussões podem resultar até mesmo em morte”, disse um comerciante.

O prefeito da cidade, Eudes Caldas (PTB), está convocando não apenas a população local, mas também lideranças políticas dos demais municípios próximos ao São Francisco para que se manifestem contra a ocupação do canteiro de obras da transposição.

“Vamos convocar todos para que se manifestem e forcem a saída dessas pessoas que são prejudiciais aos interesses do município e do sertanejo em geral”, disse.

O sentimento das pessoas que se manifestam a favor da transposição é dirigido, principalmente, para as comunidades indígenas e aos baianos, que não são bem-vistos por causa da posição do Estado, que sempre foi contra a obra.

Frases como “coisas de baianos” ou “bagunceiros” são normalmente ditas quando se discute a transposição.


Legendas da foto: Manifestantes prometem resistir a uma possível reintegração.
Jornal: A TARDE / Autor: Adilson Fonseca

Editoria: Cidades / Tamanho: 907 palavras





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