Jobson da silva santana


ANEXO F – Governo consegue reintegração



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ANEXO F – Governo consegue reintegração

CIDADES


Parte superior do formulário

          1. 29/06/2007 às 21:42




Adilson Fonsêca

Xando P./ Agência A TARDE




Exército patrulha áreas ocupadas por movimentos sociais em Cabrobó

O juiz da 20ª Vara Federal de Salgueiro (PE), Georgius Luís Argentini Príncipe Credidio, determinou, na sexta-feira, que seja requisitada força federal para retirar os índios e sem-terra da área do canal do Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco, em Cabrobó (PE), ocupada desde a madrugada da última terça-feira. A decisão aumentou a tensão entre os manifestantes, que temem um confronto com a polícia ou mesmo com as tropas do Exército, que estão estacionadas a seis quilômetros da beira do rio.

A decisão do juiz implica não apenas o uso da força federal, mas também em multa de R$ 10 mil aos líderes da ocupação, caso a decisão não seja cumprida. Requisita, ainda, a presença de representantes da Funai (Fundação de Apoio ao Índio) e adverte, ao mesmo tempo, que a ação de reintegração “seja com a máxima cautela, calma e ponderação pelos oficiais de justiça e policiais federais”.  Ainda segundo a decisão do juiz da 20ª Vara Federal, deverão ser identificados e citados os líderes do movimento no auto de desocupação da área.

Até as 19 horas de sexta-feira, contudo, a decisão do juiz não tinha sido comunicada oficialmente aos líderes do movimento. A advogada do movimento, Juliana Barros, explicou que os manifestantes irão aguardar que sejam  comunicados por um oficial de justiça. “Por enquanto, vamos ficar e somente com a intimação oficial é que adotaremos uma posição”, disse.

Na manhã de sábado, os índios trukás e demais integrantes de outras nações indígenas que estão na área do canal da transposição, justamente com integrantes de vários movimentos sociais, vão realizar uma manifestação na cidade de Cabrobó,  relembrando os dois anos da morte de dois índios no interior da aldeia Truká, que fica na Ilha de Assunção, nos arredores de Cabrobó. A ideia é também mostrar à população da cidade os motivos da ocupação e o porquê da luta contra a transposição do Rio São Francisco.

Legenda: Exército patrulha áreas ocupadas por movimentos sociais em Cabrobó

Jornal: A TARDE / Autor: Adilson Fonseca

Editoria: Cidades / Tamanho: 339 palavras

ANEXO G – Trabalhadores ocupam Incra



CIDADES

          1. 12/12/2007 às 20:48




Amélia Vieira, do A TARDE

Abmael Silva / Agência A Tarde




Trabalhadores invadem sede do INCRA

Cerca de 300 trabalhadores rurais sem terra ocuparam na manhã desta quarta-feira, 12, a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Sussuarana. Vindos das regiões sul, baixo sul, Chapada Diamantina e Recôncavo baiano, os agricultores ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) no Estado da Bahia levaram ao órgão uma extensa pauta de reivindicações cujo principal item é a realização de vistorias em áreas com a finalidade de promover a reforma agrária.

Segundo o diretor da Secretaria de Política Agrária da Fetag, Gilson Gomes, a proposta, no início de 2007, era para 440 áreas serem vistoriadas. Após uma greve de quase três meses no Incra, a Fetag negociou para que o órgão fizesse a vistoria em 14 fazendas. “Até o momento, nenhuma foi feita”, reclama Gomes.

Aproximadamente 10 mil famílias ligadas à Fetag vivem hoje acampadas em barracas de lona à beira de estradas enquanto aguardam as vistorias, primeiro passo para a declaração da terra como sendo de interesse social para a reforma agrária.

Outras cinco mil famílias ocupam 109 assentamentos de organizações sociais vinculadas à Fetag – de um total de cerca de 450 existentes na Bahia. De acordo com Gomes, 80 dos 109 assentamentos não foram divididos em lotes, o que impede os posseiros de, entre outras coisas, conseguir créditos bancários. “Eles só podem fazer plantações coletivas ou de curto prazo, porque é arriscado investir sem saber qual o lote definitivo”, explica o diretor da Fetag.

A pauta de reivindicações inclui ainda, entre os seus 22 itens, assistência técnica, cumprimento de acordos anteriores, implantação do Pronera – Programa de Educação para Áreas de Reforma Agrária e o fornecimento de uma planilha detalhada dos gastos do Incra, bem como seu planejamento para 2008.

“Nossa disposição é de permanecer ocupando o prédio até assinarmos um acordo com o superintendente do Incra para que cumpra ao menos 30% das nossas solicitações”, ressaltou Milton Mendes, assessor da Secretaria de Política Agrária da Fetag.

Legenda: Trabalhadores invadem sede do INCRA

Jornal: A TARDE / Autor: Amélia Vieira

Editoria: Cidades / Tamanho: 348 palavras

ANEXO H – Rebeldia necessária e possível

CIDADES

          1. 15/12/2007 às 18:58




Saymon Nascimento, do A Tarde On Line

Saymon Nascimento / Agência A TARDE




"Não quero viver para ter três cartões de crédito e pagar a prestação do carro"

Na Turquia, a alegria apátrida de crianças curdas, acenando para a câmera. Na Palestina, um risco de fumaça cruza o céu. Uma bomba, talvez. No quadro, um homem se agacha, assustado. Tudo isso em rigoroso preto e branco, marca visual do fotógrafo baiano Rogério Ferrari. Aos 42 anos, ele já viu meio mundo. Mês que vem, hora de despachar as malas e fazer check-in: vai à Itália, França, Alemanha e Bélgica, para lançar seu mais recente livro, Curdos - Uma Nação Esquecida.

Antes de embarcar, Rogério fez uma pausa na organização da "turnê" para bater um papo com o A TARDE On Line, na casa de familiares da “companheira”, em um condomínio fechado, em Jaguaribe. Ele tem um relacionamento estável, filho, mas mantém o repórter delicadamente longe de qualquer detalhe mais íntimo, como por exemplo dizer há quanto tempo ele e sua parceira estão juntos: “Mas isso é pessoal...”.

A elegante resistência em falar sobre a vida pessoal é completamente justificada, já que os melhores retratos de sua personalidade estão mesmo no trabalho. Deste assunto, ele fala, e muito (bem). Há vinte anos, com breves intervalos, sua vida é marcada pela constante mudança de ares – de tormenta. Dedica-se ao projeto Resistências/Existências, em que documenta a vida de povos em conflito de afirmação: “São povos que existem não exatamente na oposição direta ao modelo de sociedade ocidental, mas como uma via independente, própria”.

O aspecto mais evidente desses povos é a falta de Estado. Os curdos, retratados no livro que Ferrari se prepara para lançar na Europa, habitam uma região da Ásia Menor que não tem um território próprio – o Curdistão ocupa áreas da Síria, Irã, Turquia e Iraque. Como minoria étnica, são hostilizados em todos esses países. Foi contra eles que Saddam Hussein desferiu seu célebre ataque com armas químicas em 1988, deixando cinco mil mortos.

Rogério Ferrari visitou o Curdistão no final de 2002, meses depois de trabalhar na Palestina: “Havia feito uma entrevista com o líder-fundador do Hamas, o sheik Ahmed Yassin, para a Carta Capital. Propus à revista então uma viagem ao Iraque, com o objetivo de entrevistar Saddam Hussein, para ajudar a viabilizar meu projeto. Faria a entrevista no Iraque, e depois iria ao Curdistão. O problema é que tentei entrar no Iraque via Síria. No aeroporto, fui impedido de seguir viagem por causa do carimbo de Israel no passaporte”. Ferrari foi então para Paris, de onde articulou uma viagem à região turca do Curdistão. Logo depois da volta, começou a produzir o livro Palestina - A Eloqência do Sangue, que, entre edição, publicação e divulgação, tomou dois anos do fotógrafo.

"Exposições são efêmeras demais para essas situações de conflito. Elas precisam durar mais tempo, chamar mais atenção, e o livro cumpre essa função". Trabalhando como produtor, Ferrari vem conseguindo driblar as dificuldades de seu modo de produção quase mochileiro, que ele mesmo define como mambembe. "Não trabalho com grandes patrocínios. Corro atrás de apoio, negocio com agências, e reduzo custos até pela natureza do meu trabalho. Não fico em hotéis, como os fotojornalistas de grandes agências. Vivo nas casas das pessoas, com o povo".

Sob esse aspecto, contraria deliberadamente a ideia de objetividade jornalista, que prega o distanciamento entre o repórter/fotógrafo e o objeto retratado. Ele prefere a imersão total. Ferrari atribui a esse posicionamento o pouco interesse das editoras e veículos jornalísticos por seu trabalho. No último projeto, sua batalha foi recompensada. Conseguiu a publicação de Curdistão - Uma Nação Esquecida em quatro línguas: português, italiano, francês e curdo, idioma proibido na Turquia e na Síria. No Brasil, nenhuma previsão de lançamento.

Política e fotografia - Entre goles de café, "nem forte nem fraco", o fotógrafo lembra da juventude, nos anos 80, enquanto pega e muda de lugar uma caneta e o gravador do repórter. Sobre a mesa de madeira, também estão uma agenda pequena, bastante manuseada, e um exemplar de bolso do Elogio da Loucura, de Erasmo de Roterdã. No início da saga de Ferrari, a política veio antes da fotografia. Natural de Ipiaú, sul do estado, era filiado ao Partido Comunista Brasileiro, o Partidão. Numa viagem a Brasília durante a campanha de Tancredo Neves, em 1985, começou a fotografar:

"Meu interesse era a documentação de movimentos sociais. Não entendia nada de fotografia, usava uma dessas câmeras básicas que todo mundo tem em casa. As fotos eram só instrumento". Fã do cineasta bósnio Emir Kusturica, de Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios, Ferrari credita a aproximação da fotografia pelo seu gosto por cinema, "que era muito importante nas cidades do interior. Via todas as matinês". Em 1987, a militância no PCB o levou à Nicarágua, atingida pelos conflitos posteriores à Revolução Sandinista, quando a oligarquia Somoza, que dominou o país por quarenta anos, foi derrubada do poder. "Nessa época, ainda não sabia muita técnica, mas já tinha uma opção estética. Na Nicarágua, comecei a usar filme preto e branco".

De volta ao Brasil, Ferrari começou a estudar fotografia, para apurar as técnicas do p&b. Em 1989, conseguiu uma bolsa pelo PCB para estudar na Alemanha Oriental. Poucos meses depois do desembarque, o muro de Berlim caiu, e Rogério estava lá, "documentando". O registro da queda do muro e dos meses posteriores lhe renderam a primeira exposição, "O Muro Desde o Fim".

Depois do segundo retorno, o registro vira fotojornalismo. Estudante de Antropologia, começa a fazer frilas para a extinta revista Veja Bahia. "Fazia fotos banais, de eventos, pessoas, mas era tudo um excelente exercício técnico". No Correio da Bahia e no extinto Bahia Hoje, se exercita no jornalismo diário, fazendo todo tipo de pauta.

Entusiasta, acredita que "o fotojornalismo permite unir arte, ética e documento", mas o desgaste com o fotojornalismo começou justamente quando a pressa e falta de reflexão da labuta diária provocava um conflito entre as obrigações da profissão e os princípios: "Não gostava de fazer pautas de polícia. Chegava na delegacia e tinha que fotografar meninos pretos e pobres como se fossem culpados pela situação de insegurança geradas por esse sistema cruel. Ainda assim, o trabalho diário forma grandes fotógrafos, como Fernando Vivas", diz, referindo-se ao repórter fotográfico de A TARDE.

Ferrari abandonou as redações em meados dos anos 90, já formado em Antropologia. Largou segurança, emprego fixo, e se mandou para Chiapas, México, onde viveu por dois anos, na casa de membros do movimento zapatista. "Nessa época, havia uma ressaca do Muro de Berlim. Só se falava no fim da esquerda, nessa falácia de pós-modernidade, e surgem os zapatistas com ideias com os quais eu me identifiquei muito". O movimento, batizado em homenagem ao herói da Revolução Mexicana Emiliano Zapata, surgiu na década de 90 com um discurso baseado em formas participativas de democracia e o fortalecimento dos direitos dos indígenas.

No México, dedicou-se menos à fotografia, em favor da militância política. Depois da extinção do PCB, Ferrari não se filiou a nenhum outro partido, mas se manteve ligado a movimentos sociais. Morando com os zapatistas, teve uma percepção da revolução em seu aspecto cotidiano. "Não há por que se cultuar a figura do herói nesse sentido ocidental. No México, vi os comandantes zapatistas organizando a resistência e sendo, ao mesmo tempo, pais de família, com os filhos no colo".

De volta ao Brasil, restabaleceu esses princípios junto ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). "Um de meus próximos projetos é voltar a trabalhar com o MST, registrando o movimento do ponto de vista das pessoas que o compõem, e não sob a perspectiva de líderes e dirigentes. Pretendo colher depoimentos e tirar fotos, fazendo uma ligação necessária entre fotografia e palavra". Apesar de ter estado em algumas das regiões mais perigosas do mundo em momento de conflito, Ferrari destaca a violência da repressão sofrida pelo MST: "Em confrontos com a polícia, minha vida esteve em risco. Isso diminuiu nesse novo governo [Lula], mas muita gente morreu no campo, sem que houvesse muita repercussão".



Próxima parada - Vivendo entre frilas, exposições e movimentos sociais, Ferrari ainda teria a experiência que considerou definitiva como fotógrafo e ser humano. "A Palestina mudou minha vida. Numa guerra, você tem exército contra exército. Neste caso, de um lado tínhamos os israelenses, fazendo ataques aéreos, na distância das teleobjetivas, e do outro, palestinos civis sendo massacrados, bombardeados. Vi guris sendo abatidos de perto, com tiros na cabeça. Quando não queriam matar, atiravam nos braços, nas pernas. Vivi esse risco constante, já que morava com civis. Vi os ataques covardes, do alto de helicópteros".

Rogério Ferrari passou seis meses na Palestina. Apesar das cenas de horror que presenciou, quando perguntado  sobre o que mais lhe afetou como ser humano ao longo da carreira, cita um  exemplo local: "Não há nada mais brutal que andar do Campo Grande até a Praça da Sé e ver aquelas pessoas jogadas no chão, porque o sistema não quer quer que elas existam. Não consigo diferenciar isso de uma guerra. Não consigo naturalizar a tragédia e ter uma relação cínica com a vida".

Além de voltar a trabalhar com o MST, depois do lançamento do livro sobre o Curdistão, Ferrari pretende se dedicar justamente ao registro desses pequenos detalhes de Salvador, "mas essa é uma ideia que ainda não está amadurecida". Mais próximo do projeto Resistências/Existências é a ideia de fotografar ciganos em toda a região Nordeste.

Seja qual for a próxima parada, o estilo de vida não muda. "Quero ter um porto seguro, mas quero também conhecer muitos povos. Isso, claro, tem suas conseqências. Tenho que abrir mão de necessidades criadas, artificiais. Não quero viver para ter três cartões de crédito e pagar a prestação do carro. A rebeldia é necessária e possível". 

Legendas da foto: "Não quero viver para ter três cartões de crédito e pagar a prestação do carro"

Jornal: A TARDE / Autor: Saymon Nascimento

Editoria: Cidades / Tamanho: 1643 palavras


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