Mestrado em Sociologia Relações de poder no campo família empresária



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Mestrado em Sociologia                         Relações de poder no campo família empresária
 
 
Jorge Rodrigues  
Página 96 
 
redes  de  especialistas  capazes  de  tratarem  com  criatividade  os  problemas  mais 
complexos, variados e evolutivos que lhes colocam os clientes;       
c)
 
Ausência de conflitos de interesses. O family office não deverá representar, nunca, 
um conflito de interesses; ele trabalha com os melhores especialistas do mercado 
com o objetivo único de defender os interesses dos seus clientes;      
d)
 
Capacidade de execução. O family office deverá ser capaz de executar sem falhas 
e de maneira contínua o conjunto dessas operações;  
e)
 
Transparência.  Qualquer  que  seja  o  tipo  de  remuneração  (salários,  honorários, 
comissões), o cliente deve conhecer e compreender o custo do seu family office
 
Como se depreende destes macro princípios, o  family office, uma estrutura operacional 
independente,  administra  todos  os  bens  que  pertencem  aos  membros  da  família 
empresária e não os da empresa familiar. 
 
5.6 Fundação familiar   
 
Na ausência de uma definição única de fundação (Moody et al 2011, 47), adotamos a da 
lei  portuguesa,  a  qual  nos  permite  abranger  uma  enorme  diversidade  de  entidades. 
Assim,  uma  fundação  é  uma  pessoa  coletiva,  sem  fim  lucrativo,  dotada  de  património 
suficiente  e  irrevogavelmente  afeto  à  prossecução  de  um  fim  de  interesse  social.  Este 
fim traduz-se em benefício de uma ou mais categorias de pessoas distintas do fundador, 
seus parentes e afins, ou de pessoas ou entidades a ele ligadas por relações de amizade 
ou de negócios (artº 3º, Lei nº 24/2012, de 9/7). Logo, uma fundação familiar será uma 
estrutura  social  privada,  independente  da  família  empresária,  que  obedece  a  normas 
legais imperativas, instituída por um fundador, com o património afeto à prossecução de 
objetivos  filantrópicos  (Carlock  et  Ward  2010,  211)  para  públicos-alvo  bem  definidos 
nos estatutos, os quais definem os órgãos sociais, cujos mandatos dos seus membros não 
podem  ser  vitalícios.  A  diversidade  de  tipos  de  fundação  deixa  antever  múltiplas 
motivações  para  a  sua  criação.  A  utilização  do  nome  próprio  do  patriarca,  total  ou 
parcial,  direta  ou  indiretamente,  acrónimos,  o  nome  próprio  do  fundador  ou  de  uma 
personalidade  relevante  de  entre  os  membros  da  família  ou  de  alguns  nomes  de 
familiares do clã, são utilizados para lhe dar reputação (Olivares 2016, 34-35). Porém, a 
construção  da  definição  de  fundação  familiar  está  em  desenvolvimento,  procurando 
envolver várias dimensões da família empresária (Moody et al. 2011, 58).   


Mestrado em Sociologia                         Relações de poder no campo família empresária
 
 
Jorge Rodrigues  
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Capítulo 6. Estudo de casos   
 
A família empresária, como paradigma de investigação – área de estudo suficientemente 
importante  para  suscitar  a  atenção  e  dedicação  de  vários  investigadores,  autónoma,  e 
que  possui  um  conjunto  próprio  e  articulado  de  teorias  e  métodos  –  é  relativamente 
recente, mas muito profícuo (Fayolle et Bégin 2009, 18; Sharma 2012).  
As dificuldades em estabelecer o objeto de  investigação – as metodologias dominantes 
nos  últimos  25  anos  no  campo  das  empresas  familiares  foram  os  questionários  e  os 
estudos de caso; métodos como a simulação, a análise de conteúdo e de narrativas, são 
ainda  pouco  utilizadas  (Sharma  2012)  –  terá  levado  à  dificuldade  de  afirmação  deste 
paradigma (Casillas et al. 2005, 3; Chua et al. 1999; Chrisman et al. 2005; Klein et al. 
2005; Kraus et al., 2011), apesar de os indicadores apontarem para um peso importante 
das empresas e famílias empresárias na economia dos países, seja no tecido empresarial 
ou na sua contribuição para a riqueza nacional (Bhat et al. 2013, 60). 
 
6.1 Metodologia  
 
A  metodologia,  em  ciências  sociais,  consiste  na  explicação  minuciosa,  detalhada, 
rigorosa  e  exata  de  toda  a  ação  desenvolvida  no  trabalho  de  pesquisa.  Ou  seja,  é  a 
explicação do tipo de investigação e técnicas utilizadas, válidas e apropriadas ao objeto 
de análise, do tempo previsto e do tratamento dos dados, com vista à revisão e crítica do 
conhecimento  científico  que  emerge  do  estudo  da  realidade  social  (Santo  2010,  11; 
Strauss et Corbin 1998, 3). Logo, é o caminho do pensamento e a praxis na abordagem 
da  realidade,  que  procura  garantir  a  eficiência  e  a  eficácia  da  investigação  científica 
(Santo 2010, 12). Neste contexto, no que se refere à classificação desta pesquisa: 
a)
 
Quanto à natureza, a mesma classifica-se como qualitativa.  Nesta, a verdade não 
se  comprova  por  meio  de  números  ou  estatísticas,  mas  convence  a  partir  de 
análises feitas de forma detalhada, abrangente, consistente e coerente, assim como 
a argumentação lógica das ideias. Isto, porque os factos, em ciências sociais têm 
significados sociais e a sua interpretação não pode ficar reduzida a quantificações 
frias  e  descontextualizadas  da  realidade  (Santo  2010,  15;  Bryman  2000,  157),  o 
que envolve uma forma radicalmente diferente de pensar sobre os dados (Strauss 
et Corbin 1998, 59), como seja uma imaginação sensível e ética (Bryman 200, 3). 
 


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