A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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A Ameaça Pagã
Isso é confirmado por Irineu:
o mais perfeito entre eles desavergonhadamente faz todas as
coisas proibidas (...). Comida sacrificada aos ídolos (...) eles são
os primeiros a se reunir nos festivais bárbaros feitos em honra
aos ídolos em função do prazer.
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Muito do gnosticismo “cristão”, mediante seu contato com
os cultos de mistério greco-romanos, era uma variação cons-
ciente do paganismo místico não-cristão. “O pensamento mís-
tico”, diz o politeísta moderno David Miller, descrevendo sua his-
tória antiqüíssima:
começa com a matemática mística de Pitágoras, move-se contra-
culturalmente através das teologias metafísicas e por muitas
heresias [gnosticismo de vários tipos], manifesta-se no pietismo
após a Reforma, e termina em várias formas de romanticismo,
de algumas literaturas do século 19 na Inglaterra e Alemanha
para homens e mulheres fascinados pelo treinamento sensível,
Don Juan, o feiticeiro Yaqi e o I Ching [confucionismo].
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Hipólito e Epifânio acusam inúmeros sistemas gnósticos de
terem tirado suas teorias e especulações místicas do místico
matemático Pitágoras (581-497 a.C.).
99
 Crê-se que Pitágoras esteve
na Índia onde foi iniciado nas idéias espirituais do Hinduísmo, e na
noção de que o verdadeiro ego era “um ego oculto”.
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 Por meio de
Pitágoras, em particular, e sem dúvida por muitas outras conexões,
101
a espiritualidade gnóstica inclui o ingrediente crucial do Hinduísmo
monístico pagão.
O outro elemento significante é a mágica da deusa egípcia.
Como já vimos, Trovão/Sofia, o princípio da revelação feminina,
declara: “[eu] sou aquela cuja imagem é grande no Egito”. A conexão
é apropriada desde que Ísis era a Deusa egípcia da Sabedoria,
102
 isto
é, a Deusa da magia.
103
 Um estudioso de Ísis observa que a magia de
Ísis é uma “sabedoria real”, pois consistia da “visão no mistério
da vida e da morte (...). Assim, a sabedoria era para os egípcios o
equivalente à capacidade de exercer poder mágico.”
104
 A iniciação
em seus mistérios e as experiências nos segredos extáticos em
seus templos deu aos adeptos uma antecipação da transformação
na imortalidade.
105


ESPIRITUALIDADE GNÓSTICA
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Nós possuímos unicamente um texto (já citado) do mundo
antigo que descreve a iniciação no culto pagão de Ísis. No romance
satírico escrito por Apuleio, intitulado Metamorfose ou O Asno
Dourado (século 1º d.C.), o herói relata:
E eu me aproximei da fronteira da morte, e coloquei o pé na
entrada da porta de Perséfone [morte], eu viajei através de todos
os elementos e voltei, e vi à meia-noite o sol, brilhando em branca
luz, eu cheguei perto dos deuses do mundo superior e inferior e
os adorei bem de perto.
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Essa descrição tem todos os ingredientes das experiências
contemporâneas da “nova era” – luz, união com o todo, experiência
próxima à morte.
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 Essa espiritualidade oculta tangível, que parece
ser o próprio centro da espiritualidade gnóstica, está brincando com
um tipo de magia manipulativa pagã.
O Testemunho dos Contemporâneos
Tertuliano acusou os gnósticos de intrometerem-se com
mágica. “Eles têm relações sexuais com mágicos, charlatões,
astrólogos e filósofos e a razão é que eles são homens devotados a
questões curiosas (curiositati)”.
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 Anteriormente, Irineu havia feito
a mesma acusação contra os simonianos. Os “sacerdotes do mistério”
e cada membro da escola de Simão “praticavam feitiçarias”:
Eles praticavam exorcismos e encantamentos, faziam poções do
amor e mágica erótica, invocavam espíritos familiares e faziam
indução de sonhos, evocando aqueles demônios companheiros
(típicos da magia grega) que enviavam sonhos, e qualquer outra
coisa oculta existente são zelosamente cultivadas entre eles.
109
Conquanto esteja em moda hoje em dia acusar os pais da igreja
“caçadores de heresia” de exagerarem, o apoio para as alegações deles
vem de uma fonte não usual, o filósofo pagão Plotino (205-270 d.C.),
que estava escandalizado de que os gnósticos usassem “exorcismos”,
“discursos apropriados”, “melodias”, “gritos”, “sussurros e assobios
com a voz”.
110
 Muitos gnósticos, diz Rudolf, “apoiavam um culto
de imagens, e mesmo possuíam estátuas de deuses tais como aquelas
encontradas nos destroços arqueológicos dos cultos de mistério”.
111
Devemos concluir que os pais estavam certos e que a magia pagã


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A Ameaça Pagã
era uma parte significativa da espiritualidade gnóstica. À medida
que o gnosticismo é reabilitado como Cristianismo autêntico, nós
não deveríamos nos surpreender em ver uma espiritualidade
semelhante à magia e o retorno dela à igreja, em particular por meio
da deusa da sabedoria pagã.
Conclusão
A revolta gnóstica contra o Deus da Escritura e a resultante
busca por uma nova espiritualidade finalmente conduziram muitos
pretensor cristãos para dentro de um paganismo oculto religioso
inspirado pelo demônio. Arrancar o Deus do Antigo Testamento
do Cristianismo do Novo Testamento não encheu a igreja com o
Espírito de Cristo, mas abriu suas portas para o programa religioso
pagão do êxtase sexual, da idolatria e da magia inspirada pelo
espírito – sobre o que o silenciado Antigo Testamento tem muito a
dizer. Em uma visão que lembra o que agora acontece ao vivo e a
cores na Catedral de São João, o Divino, na cidade de Nova York, e
em muitos outros lugares de adoração “cristã”, o profeta Ezequiel é
levado ao Templo de Jerusalém
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 onde ele vê:
³ na entrada norte do portão do altar, a estátua de um deus pagão
provocando a Deus;
³  próximo ao portão do pátio do Templo, em uma sala secreta,
setenta anciãos leigos, os representantes oficiais da casa de Israel,
usurpando a função dos sacerdotes, envolvendo-se em práticas
esotéricas da adoração pagã de ídolos imundos;
³ no portão norte, uma mulher prostrada ante o deus babilônico
da natureza, Tammuz;
³ no santuário, entre o lugar santo e o altar das ofertas queimadas
(um lugar tradicional de penitencia), 24 sacerdotes,
113
 de costas para
Deus, olhando para o Oriente, adorando o Deus pagão Sol.
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Não há nada novo debaixo do sol. Esta adoração de ídolos no
próprio Templo de Jahweh, esta busca por luz do Oriente, diz o
comentarista do Antigo Testamento Walter Zimmerli, representa a
“blasfêmia máxima”,
115
 contra a qual a ira de Deus inevitavelmente
se manifesta com uma severidade eterna.
116
 A esses idólatras que
conhecem a verdade, e deliberadamente a rejeitam, Deus pronuncia


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