A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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ESPIRITUALIDADE GNÓSTICA
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civis”. Muitos inconscientemente escorregam para dentro de uma
redefinição religiosa da existência por causa de sua aceitação “política”
de uma visão igualitária, antipatriarcal e pan-sexual. O programa
religioso oculto da sexualidade sem diferencia-ção é na verdade a
união monística dos opostos dentro do divino impessoal.
Tecnologia Espiritual Atual
Uma antecipação dessa união na imortalidade é experi-
mentada no presente, na existência física, como um “chamado”.
“Assim, se [o crente gnóstico] tem conhecimento”, diz o Evangelho
da Verdade, “ele é do alto. Se ele é chamado, ele sempre ouve,
responde e enfrenta aquele que o chama, e vai até ele.”
36
 Essa
escalada de união é antecipada mesmo no feto abortado do corpo
de alguém. Phillip Lee observa, corretamente, que “Os gnósticos
eram capazes, ao menos para satisfação própria, de fazer como
Houdini (o mágico) uma saída bem-sucedida do cosmos antes da
morte física”.
37
 Filoramo identifica a “experiência fundamental” do
gnosticismo como “momentos visionários de êxtase (...) [da]
realidade divina [a qual] não pode ser conhecida por meio das
faculdades comuns da mente”.
38
 Experiências extáticas, tanto
conjunta quanto individuais, preparam o gnóstico para aquela
libertação final do corpo e elevação ao pai das Totalidades.
Êxtase Comunal: Os Sacramentos Gnósticos
Assim como as religiões pagãs de mistério que eles
freqüentavam e estudavam, os gnósticos se envolviam em
cerimônias de iniciação altamente codificadas, com detalhes que
são somente sugeridos pelos nossos textos. Os autores do recente
livro, Ancient Christian Magic [Magia cristã antiga] (1994) chamam
esses sacramentos de “rituais de elevação” nos quais os gnósticos
desenvolveram suas “práticas de ritual de poder”.
39
 “As iniciações
em geral,” diz Burker, falando amplamente dos cultos de mistério
pagãos, “têm sido definidas como ‘dramatização de status’ ou
“mudança ritual de status”.
40
 O objetivo da iniciação sacramental,
em outras palavras, é uma transformação espiritual e mística. Irineu
observa que no gnosticismo “há tantas redenções [sacramentos de
iniciação] quanto há mestres de mistério desta doutrina”.
41
 O
Evangelho de Filipe enumera cinco desses sacramentos: “um batismo,
uma unção, uma eucaristia, uma redenção e uma câmara nupcial”.
42
A própria existência dos cinco sacramentos consecutivos sugeria


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A Ameaça Pagã
uma elevação progressiva nas profundezas do mistério. Nada se
sabe a respeito do sacramento da redenção, assim devemos fazer
comentários somente sobre quatro sacramentos.
u Batismo na Perfeição
O batismo em questão não é o batismo cristão, que representa
a remoção dos pecados, por meio da morte de Cristo. Os gnósticos
inventaram um outro batismo, baseados nas palavras de Jesus “Eu
tenho outro batismo para ser batizado”.
43
 Isso eles afirmavam ser
um segredo, um batismo místico de perfeição entregue a Cristo em
Jesus,
44
 e revelado somente a seus verdadeiros seguidores. Por essa
razão, eles argumentaram, não se poderia encontrá-lo descrito nas
páginas da Bíblia.
u A unção
Além do batismo espiritual “na perfeição”, o Evangelho de Filipe
menciona o sacramento da crisma (unção) que é superior ao ba-
tismo, pois é da palavra “crisma” que veio a designação de
“cristãos”.
45
 Embora não nos seja dito muito a respeito, essa unção
com óleo servia como uma cerimônia de redenção especial e
funcionava como um pré-requisito para a divisão da refeição comu-
nal e a entrada no pleroma, o mais alto mistério de todos, “O Santo
dos Santos”, a câmara nupcial.
46
u A Ceia do Senhor Com Um “Desvio”
Não é de surpreender que os gnósticos também tenham
modificado o sacramento central da ortodoxia, a Ceia do Senhor.
Como é interessante que hoje nós descobrimos um desejo renovado
para falsificar a Ceia do Senhor. No Evangelho de Filipe, a carne e o
sangue de Cristo, uma parte da criação tão detestada pelos gnósticos,
foram reinterpretados como “a palavra” e o “Espírito Santo” dados
aos gnósticos perfeitos que tinham conseguido a unidade com o
divino.
47
 Em um texto gnóstico não encontrado na Biblioteca Nag
Hammadi, os Atos de Tomás
48
 a oração na mesa eucarística invoca
uma “compaixão perfeita (...) um intercurso com o masculino (...) e
[a] Mãe oculta”.
49
 Isso é falsificação teológica. Alguns gnósticos,
usando a mesma teologia, foram a extremos muito radicais.
Epifânio conta sobre a versão da Ceia do Senhor de Ophite/
Naasenos (os adoradores da serpente):


ESPIRITUALIDADE GNÓSTICA
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Eles têm uma serpente que mantém em uma caixa; na hora
em que fazem seus mistérios, eles atraem-na para fora do
buraco, e enquanto colocam pão sobre a mesa chamam a ser-
pente para frente.
Quando o orifício é aberto, ela sai (...) se arrastando sobre a mesa
e rolando sobre o pão; isso, dizem eles, é a “oferta perfeita”. E é
também por isso, eu ouvi deles, que não somente “partem o pão”
sobre o qual a serpente passou, mas o oferecem aos participantes;
todos beijam a serpente na boca, uma vez que a serpente foi
encantada pela bruxaria (...). Eles se prostram diante dela e
chamam isso de “ações de graça” (eucaristia).
50
Para os ouvidos modernos, tal cerimônia parece grotesca, mas
um dos grandes pais da psicologia moderna, Carl Jung, via na serpente
uma representação da “qualidade extra-humana no homem (...). A
serpente, cruel e de olhar fixo, expressa o temor do homem do não-
humano e sua reverência para com o sublime, do que está além do
alcance humano”.
51
 Versões modernas da Eucaristia não incluem as
serpentes, mas sim a “repetição do comer da maçã” no final da Ceia
em Women-Church [Mulheres-igreja] de Rosemary Radford Ruether,
em sua inversão gnóstica da narrativa de Gênesis, em que revela uma
teologia que é potencialmente tortuosa como uma serpente.
u Antigos Degenerados:
52
O testemunho de Epifânio, pai da igreja do século 4º, a respeito
da celebração da “eucaristia” dos borborianos, é geralmente mal
entendido como um exagero, fantasia e uma cruel difamação.
53
 Isso
é possível. A seu favor ele expressa um forte senso de piedade cristã
e santidade pessoal, e afirma ter sido forçado a freqüentar tal
iniciação quando jovem, na idade de 20 anos, em uma visita ao Egito.
Em resumo, ele professa ser uma testemunha ocular, e algumas
testemunhas independentes apóiam seu testemunho.
54
 De acordo
com Epifânio, os borborianos começavam sua celebração da Ceia
com uma festa do ágape, uma abundante refeição regada a muito
vinho. Então seguia-se o “ágape com o irmão,” no qual casais casados
se dividiam e tinham relações sexuais com outros membros do
grupo. Desde que a concepção seria um aprisionamento nas estru-
turas do Criador, o coitus interruptus era praticado. A ejaculação
masculina era então dirigida para o céu com a oração: “Isso é o corpo


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