A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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Capítulo15
ESPIRITUALIDADE GNÓSTICA
Qualquer um que “vestiu a carne” não será salvo, mas aqueles
que “conhecem a si mesmos” entrarão no reino dos céus.
Apócrifo de Tiago
1
Morte: A Melhor Amiga dos Gnósticos
 morte não é o último inimigo. É a melhor amiga dos gnósticos.
Um Kevorkian cósmico, a Dra. Morte vem como um “seguro
saúde” espiritual para pôr um fim a um corpo físico indesejado. No
sistema gnóstico a morte é uma vitória,
2
 o triunfo final do espírito
sobre a matéria, o cancelamento final da obra maligna de Deus o
Criador. A morte é o corredor luminoso para a liberdade radical de
espíritos desencarnados que se libertaram do poder aprisionador
do corpo físico. Kurt Rudolf, um especialista em gnosticismo, diz
a redenção (...) é primeiro percebida pelo gnóstico na hora da
morte, porque nesse momento ele encontra o eterno fato,
reanimador, da liberdade das algemas do corpo, e pode começar
o seu caminho para seu verdadeiro lar.
3
A


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A Ameaça Pagã
Os Mandeans, um grupo particular de gnósticos, chamavam a
morte de “o dia da fuga” (ou “libertação”).
4
 Na morte a chama divina
se livra dos obstáculos do corpo e retorna para seu lugar de origem no
Ser divino.
5
 Um texto gnóstico diz: “Quando todo eleito deixar a
bestialidade de lado (existência corporal) então esta luz retrocederá até a
sua essência”
.6
 Esse momento de libertação não é simplesmente uma
esperança futura. O que a alma experimenta na morte é o pagamento total
do que o gnóstico já conseguiu em vida por meio da gnose – conhecimento.
Gnose
Você percebeu? Quando se pronuncia a palavra “gnose” está-
se no centro do sistema gnóstico.

O gnosticismo é um movimento
centralizado no conhecimento. É claro, todos os sistemas de pensamento
afirmam o conhecimento, mas o conhecimento gnóstico não é técnico,
cientifico, lógico ou filosófico. O Tripartite Tractate [Tratado tripartite]
adverte  contra o conhecimento grego da “filosofia (...) tipos de
medicina (...) retórica (...) música ou (...) lógica (...) [que levam a]
confusão.”
8
 Esse texto ensina que as pessoas são incapazes de conhecer
a verdade porque elas param na linha do visível – tanto os filósofos
pagãos como os judeus nunca vão além da fé no Demiurgo (o Criador)
porque “os poderes em si mesmos parecem atrapalhá-los (como se
fossem a Totalidade)”
.9
 Em outras palavras, o Deus da criação engana
as pessoas ao fazê-las pensar que não há nada além de sua esfera de
autoridade. O resultado desse subterfúgio é que a maioria das pessoas
nunca experimentou o conhecimento verdadeiro.
gnose gnóstica abre os céus. Ela transforma, redime e liberta
o ser humano do mundo encaixotado do corpo para vôos cósmicos
de êxtase espiritual. Esse conhecimento não é uma teoria estéril. É
uma experiência religiosa.
10
 Como o Evangelho da Verdade afirma sobre
o verdadeiro crente:
se ele tem conhecimento (gnose), ele é do alto. Se ele é chamado,
ele sempre ouve, responde e enfrenta aquele que o chama, e sobe
para ele. E ele sabe de que modo ele é chamado. Possuindo
conhecimento, ele sempre faz a vontade daquele que o chamou,
ele deseja ser agradável a ele. Ele recebe descanso. Os nomes de
cada um vão a ele. Aquele que tem conhecimento assim saberá
de onde ele é, de onde vem e aonde está indo.
11


ESPIRITUALIDADE GNÓSTICA
281
Este é o conhecimento da verdade realmente espiritual – o
conhecimento sobre para onde se está indo.
É também o conhecimento de si mesmo. O “Jesus” do Apócrifo
de Tiago revela o conhecimento da verdade para os discípulos.
Qualquer um que “vestiu a carne” não será salvo, mas aqueles
que “conhecem a si mesmos” entrarão no reino dos céus.
12
De acordo com o Evangelho da Verdade, o autoconheci-
mento e o conhecimento de Deus são a mesma coisa. Aqueles que
conhecem o Pai, o incompreensível e inconcebível Deus, o des-
cobrem em si mesmos.
13
Aristóteles disse sobre a iniciação nos mistérios pagãos de
seus dias que no estágio final não haveria mais “aprendizado”
mas somente “experiência”, que produziria uma mudança no
estado da mente.
14
 Um entendido nos mistérios pagãos antigos
que formavam o modelo para a espiritualidade gnóstica, também
vê a importância da transformação. “Mistérios eram rituais de
iniciação de um caráter secreto voluntário e pessoalque objetivavam
uma mudança de mente por meio da experiência do sagrado.”
15
Isso é o que os religiosos pagãos romanos e gregos obtinham de
seus rituais de mistério. Um observador contemporâneo, o
historiador romano Dio (c. 155-229 d.C.) dá alguma indicação das
expectativas espirituais que acompanhavam uma iniciação:
“alguma coisa deve necessariamente acontecer na alma”. Assim a
“confusão inicial dos candidatos ransforma-se em maravilha, e a
aceitação da razão”.
16
 Isso é claramente gnose como transformação.
Um escritor popular sobre Nova Era, sem qualquer referência
explícita ao gnosticismo antigo, descreve o movimento
contemporâneo da espiritualidade mística da mesma maneira: “a
salvação, para o seguidor da Nova Era, é equiparada à gnose
(conhecimento experiencial). É a autopercepção ou a percepção de
que o nosso Eu verdadeiro é Deus”.
17
A Bíblia distingue fé e pecado; submissão e rebelião. O
gnosticismo coloca a gnose contra a fé. A Paráfrase de Sem fala da
“prática impura da fé”.
18
 De acordo com Rudolf “a fé só tem um
papel provisional (...) relativo ao conhecimento”.
19
 O gnosticismo
deseja a gnosis assim como Eva desejava o fruto proibido e o
conhecimento oculto que a faria como Deus – assim a fixação
gnóstica em Gênesis 3 e suas leituras contrárias. Ela se recusou a
ter fé na palavra de Deus, e foi seduzida pela promessa do
conhecimento direto, pelo qual o mundo seria reconfigurado – não


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