A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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A Ameaça Pagã
de acordo com a ordem de Deus, mas de acordo com a pretensão
inspirada diabolicamente para o egoísmo imortal.
Desconsiderando a revelação bíblica e sua criada divina, a
razão humana, esta gnose põe o crente em contato com os mistérios
ocultos que dormem dentro da alma.
O Objetivo da Espiritualidade Gnóstica:
A União com o Divino
E isso [o fim] é a recepção do conhecimento a respeito dele que
está escondido, que é Pai. De quem veio o começo e para quem
tudo que procedeu dele retornará.
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O gnosticismo usa os termos clássicos do monismo, enquanto
mantém a possibilidade da identificação total e união com o divino.
Uma expressão muito empregada para evocar a realidade divina é
“a Totalidade”, e Deus é referido como “o Pai da Totalidade”. O
alvo da existência, de acordo com o Testimony of Truth [Testemunho
da verdade] é o “conhecimento de Tudo.
21
 Tal conhecimento conduz
da multiplicidade à unidade,
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 e, assim, à união com o Pai
desconhecido. “A ordem total dos éons”, diz o Tripartite Tractate
[Tratado tripartite], “tem um amor e um desejo pelo perfeito, pela
total descoberta do Pai e isso é sua união ininterrupta.”
23
Além das Polaridades
A própria essência dessa heresia antiga é a confusão bem-
aventurada entre Deus e o Homem. Assim, na união com o Todo,
simultaneamente a pessoa encontra a si mesma, pois o ego, como vimos,
é Deus. Hans Jonas fala da “identidade ou consubstancialidade do mais
intimo do homem com o supremo e transmundano Deus, ele mesmo
em geral chamado ‘Homem’.”
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 Em outras palavras, a busca por Deus
é a busca por si mesmo. No entanto, o Evangelho da Verdade indica o
que acontece quando o eu finalmente encontra o Deus gnóstico. Tal
união é pessoal, física e, sem dúvida, uma dissolução individual:
Finalmente a Unidade completará o espaço. Cada um alcançará
a si mesmo dentro da Unidade, ele se purificará a si mesmo da
numerosidade dentro da unidade pelo conhecimento, sua
substância interna sendo consumida como pelo fogo (...). Mas


ESPIRITUALIDADE GNÓSTICA
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dessa época (da morte) em diante, a forma exterior não mais
aparecerá, mas se apagará na união da unidade, porque agora
suas obras estão espalhadas.
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Esta desintegração do muito no um, a aniquilação da diferença
e da individualidade é um tema clássico do monismo místico. Por
que ela está no famoso sistema dualístico do gnosticismo?
O atual bispo da Igreja Gnóstica de Los Angeles, Steven
Hoeller, um gnóstico do século 20, afirma o caráter monístico de
sua fé, descrevendo a experiência espiritual que o gnosticismo
oferece como comunhão no “escuro mar da consciência profunda”.
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Os Elementos da Espiritualidade Gnóstica
Destruição da Ordem Criada
Todo desvio do desígnio criador Deus deve desconstruir a
ordem “natural” e recriar a vida em termos de seus próprios desejos.
Assim, em nossos dias, os homossexuais têm influência muito além
de seu número nos círculos intelectuais, na mídia e nas artes. Nesses
campos, que ajudam a definir a realidade, há a oportunidade de
recriar o mundo ao derrubar a “heteropatriarquia” e tornar normativa
a visão homossexual da vida. Um programa semelhante é apoiado
por feministas radicais. Esta atividade desconstrutiva e recriativa
encontra recursos espirituais na nova espiritualidade na qual
marginais vêem a si mesmos como “xamãs”. Não é de se surpreender
que um programa semelhante caracterize a espiritualidade do
gnosticismo antigo.
O escritor contemporâneo Phillip Lee crê que o gnosticismo
voltou em nossos dias para desfigurar o Cristianismo. Ele observa que
para a personalidade gnóstica, o conhecimento religioso
[conhecimento de Deus] nunca poderia ser descoberto em termos
de peregrinação na terra. O conhecimento de Deus requeria o
oposto exato, um retirar-se deste mundo.
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Rudolf diz que o programa espiritual negativo do gnosticismo
antigo incluía “a eliminação progressiva de tudo que fosse asso-
ciado ao corpo terreno”.
28
 Lee vê os pais da igreja como um modelo
escritural do Cristianismo verdadeiro:


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A Ameaça Pagã
Os Pais (...) não eram menos espirituais do que aqueles que
afirmavam uma espiritualidade superior; o que tão radicalmente
os distinguia de seus oponentes era sua determinação para ver o
eterno mediante dons divinos temporais da criação.
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Para a espiritualidade gnóstica florescer, os dons temporais
ordenados por Deus, e em especial a racionalidade, têm de acabar.
gnose deu ao gnóstico um entendimento do Deus “não-existente”
além do mundo visível.
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 O futuro para a alma iluminada, de acordo
com o Tripartite Tractate [Tratado tripartite], seria
uma entrada no silencioso, no lugar que não precisa de expressão
nem para compreender nem para formar um conceito nem para
fazer a luz, mas [onde] tudo é luz enquanto eles não têm
necessidade de serem iluminados.
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Se isso é verdade a respeito da existência após a morte, é
verdade a respeito da vida espiritual do gnóstico na terra, como
o “Jesus” do Apócrifo de Tiago ordena a seus discípulos: “Enchei-
vos do Espírito, mas esvaziai-vos da razão (logos)”.
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 Espirituali-
dade não-racional é uma antecipação do céu gnóstico. O curto-
circuito conveniente da razão é baseado na afirmação gnóstica da
experiência supra-racional. Isso explica a natureza mística dos
escritos gnósticos assim como a importância das técnicas mediativas
místicas como componente essencial da espiritualidade.
Como já observamos, a rejeição da razão é parte da rejeição
geral da existência corporal. Rudolf observa corretamente: “o
gnóstico deve provar que é um gnóstico pela rejeição do corpo
antes que possa conhecer a redenção final”.
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 Alguns gnósticos
eram vegetarianos por essa razão.
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 Muitos eram ascéticos, como
os textos de Nag Hammadi mostram. Alguns se envolviam em re-
beldia sexual, como documentam os pais da igreja, como um modo
de provocar o Criador da sexualidade normativa. Aí, claro, é onde
a sexualidade e a espiritualidade se sobrepõem.
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 Os gnósticos
dizem isso muito claramente.
Não é assim em nossos dias. A maioria das mudanças em
normas e práticas sexuais, estimuladas por um programa massivo
do monismo pagão/religioso, é furtivamente justificada, não como
questões de religião (que seria proibido pela lógica da separação
Estado/Igreja), mas como questões não-religiosas dos “direitos


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