Abel Pérez González — Revisão de Stygnommatidae
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Samoidae:
−
Pellobunus sp.: um
♂
e uma
♀
,
COSTA RICA, Limon Hone Creek. Finca de
Alberto Moore, 6/i/2004, Carlos Víquez, INBIO.
Escadabiidae:
−
Baculigerus sp.: um
♂
e uma
♀
, BRASIL, Ceará, Fortaleza, 25/xii/2002, Ian,
Milena e Adriano Kury, MNRJ 17689.
4.4.- Distribuição geográfica
Os dados de distribuição geográfica foram retirados das etiquetas de
procedência do material analisado e da literatura. Os registros errados e/ou
duvidosos não foram incluídos. Os mapas de distribuição geográfica foram
confeccionados no aplicativo ESRI ArcView 3.2 com base nas coordenadas obtidas
nas databases em formato “dbf” de
Digital Chart of the World e nos sítios do
Directory of Cities and Towns in World, CIP MapServer. Algumas coordenadas
foram fornecidas direitamente pelos coletores, e foram tomadas
in situ com um
GPS (Global Positioning System). As coordenadas das cavernas venezuelanas
foram gentilmente fornecidas pela Sociedade Venezuelana de Espeleologia. As
distribuições foram dadas fazendo referência aos biomas da
World Wide Fund for
Nature (WWF, 2005).
Abel Pérez González — Revisão de Stygnommatidae
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5.- R
ESULTADOS E
D
ISCUSSÃO
5.1.- Morfologia
5.1.1.- Caracterização da morfologia externa de Samooidea
Uma caracterização mais detalhada dos diferentes grupos pode encontrar-se
nas seções 5.2.1 “Caracterização dos grupos externos” e 5.3 “Taxonomia”. A
seguinte caracterização geral poderá servir de guia para a compreensão das seções
mencionadas.
O corpo de um samoóideo esta dividido em
prossoma e
opistossoma
(Fig. 2) os quais encontram-se fundidos em toda a sua largura.
Prossoma
O prossoma dorsal chama-se
carapaça (Fig. 3) e nela podemos distinguir
uma
borda anterior (Fig. 2) que porta os
soquetes quelicerais (Fig. 3)
. Essa
borda pode estar armada de tubérculos ou apófises dependendo do grupo. A região
média posterior à borda
anterior pode apresentar uma bossa frontal,
essa região
também possui armação variável. Nas bordas latero-anteriores da carapaça
encontram-se os
ozóporos (Fig. 2), os quais são as aberturas das glândulas
odoríferas. Na carapaça encontram-se localizados os
olhos (Figs. 2, 3) (exceto nas
espécies troglóbias, termitófilas ou edáficas que são anoftalmas). Os olhos
localizam-se diretamente sobre a carapaça, em
cômoros individuais (Fig. 18a,
b) ou em um
cômoro ocular comum (Fig. 21a, b, c).
Nos Podoctidae existe uma
ponte quitinosa ou
ponte ocular (Fig. 22a, c) que se estabelece entre a
carapaça e cada cômoro ocular. O espaço entre os olhos denomina-se
região
interocular (Fig. 3) e pode ser liso ou possuir uma armadura muito variável
desde finamente granulada até fortes apófises espiniformes. Na região interocular
pode aparecer um
cômoro interocular (Fig. 52c) de tamanho variável o qual
pode-se alargar secundariamente e dar origem a um cômoro ocular comum. A
região posterior da carapaça também pode possuir armação muito variável desde
grânulos até fortes apófises espiniformes.
O
prossoma ventral encontra-se
praticamente coberto pelas coxas das
pernas (Fig. 4), medialmente observa-se um estreito
esterno e anteriormente
Abel Pérez González — Revisão de Stygnommatidae
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uma abertura que corresponde à
boca (Fig. 4). A boca encontra-se rodeada pelas
gnatocoxas (Fig. 5a) que são expansões membranosas dos extremos proximais
das coxas dos pedipalpos e das coxas I. Na parte ventral do pedipalpo
imediatamente distal à
gnatocoxa pode-se encontrar a apófise pré-gnatocoxa
(Fig. 5a, b). Anteriormente à boca e entre as quelíceras, encontram-se o
labrum e
o
cervix (também chamado de
clypeus) (Fig. 55f). Posteriormente e entre as coxas
IV está a
área estigmática (Fig. 4),
que é precedida anteriormente pelo
opérculo genital (Fig. 4) e latero-posteriormente porta os estigmas traqueais ou
espiráculos (Fig. 4). Os espiráculos podem estar livres ou cobertos por
tubérculos e apófises da coxa IV ou dobras da área estigmática.
O prossoma apresenta seis pares de apêndices:
•
Um par de
quelíceras (Fig. 2a), que são tri-segmentadas e dividem-se em um
segmento basal ou
basiquelicerito (Fig. 3) e um
segmento distal bi-
segmentado em
forma de pinça denominado de mão (Figs. 3, 4), a qual possui
um
dedo móvel e um
dedo fixo (Fig. 4). A borda mesal dos dedos pode
apresentar lâminas quitinosas denominadas
dentes (Fig. 5), os quais possuem
forma, tamanho e quantidade muito variada, dependendo do grupo. O
basiquelicerito pode apresentar uma elevação dorsal de comprimento variável
denominada de
bulla (Fig. 3). Em alguns grupos a
bulla está
muito bem
demarcada. Tanto a mão quanto o basiquelicerito apresentam uma armação
muito variável dentro e entre os grupos de Samooidea. A hipertelia queliceral
pode estar presente em vários grupos e pode ser uma característica
sexualmente dimórfica.
•
Um par de
pedipalpos (Fig. 2) raptoriais, de forma muito variável constitui
uma das estruturas de maior importância taxonômica dentro de Samooidea.
Estão divididos em seis segmentos de forma e armação variável:
coxa,
trocânter,
fêmur,
patela,
tíbia e
tarso (Fig. 2). Geralmente encontram-se
armados de grânulos, tubérculos, apófises e
tubérculos setíferos (Figs. 2b,
5f, h). Os tubérculos setíferos dividem-se em um
pedestal e em uma
cerda
apical, esta cerda pode ser lisa ou estar modificada (p.ex. plumosa (Fig. 2b),
espatular, alargada, etc.). A posição e número dos tubérculos setíferos é de
importância taxonômica. Pode apresentar dimorfismo sexual variado no