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mostraram que o desenvolvimento humano
não é um processo natural e sim produto de
processos sociais mediados pela cultura. A
partir de Vigotski, podemos dizer que a ex-
periência é construída na interação.
A ideia de interação social é assim apro-
ximada da noção de ação conjunta, da
relação Eu / Outro, em que sentidos são
construídos sempre em resposta a uma
alteridade. Mas tal noção vai além dis-
so e abrange o social enquanto aparato
histórico e ideológico, enquanto conjun-
to de normas, valores, representações.
Assim, a atividade em parceria na rea-
lização de atividades culturais concre-
tas – tais como: construir um brinquedo
com sucata, consolar alguém, escrever
uma carta, preparar um seminário, ve-
rificar a origem de um defeito em uma
máquina, editar um texto no computa-
dor etc. – constitui uma condição ne-
cessária para a formação das funções
psíquicas caracteristicamente humanas
(Oliveira, 2011, p. 22).
Nessa perspectiva, a experiência é
sempre
simbólica, mediada pela cultura, inscrita na
história do sujeito que, dialeticamente, dia-
loga com a história de seu tempo,
de seu
meio, de outros homens.
A criança inicia seu processo de aprender
desde muito cedo. Ainda bebê, ela aprende
a observar seu entorno, a imitar os adultos
que a cercam,
a emitir sons e gestos que
provocam os adultos a com ela interagirem.
É no contato com aquele que a acolhe que
ela aprende a se comunicar, primeiramente
por gestos e balbucios, antes que pelas pala-
vras. É na relação de seu corpo em contato
com aquele que lhe dá colo, que a toca, a
abraça, a afaga, que ela reconhece o contor-
no do próprio corpo e aprende o que signi-
fica sentir-se segura. É na interação com o
meio que ela inicia
a jornada para erguer-se
e sustentar-se ereta, primeiramente com al-
gum apoio, até que possa, autonomamen-
te, dar seus próprios passos. Nesse sentido,
podemos dizer que não é com a experiência
que a criança aprende, mas sim na experi-
ência.
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