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O CURRÍCULO PARA A EDUCAÇÃO
INFANTIL: QUE DIREÇÃO TOMAR?
Muita coisa está ocorrendo na área da Edu-
cação Infantil. Ao lado da expansão de ma-
trículas, embora ainda em número insufi-
ciente, tem havido
significativa mudança
na forma como hoje se compreende a fun-
ção social e política desse nível de ensino e
a concepção de criança e seu processo de
aprendizado e desenvolvimento. Novas pro-
postas didáticas e pontos de vista renovados
sobre o cotidiano das creches e pré-escolas
têm convidado os professores a repensar seu
trabalho junto às crianças e suas famílias. É
disso que esta edição temática irá tratar.
Para orientar as unidades de Educação In-
fantil na tarefa de aperfeiçoar suas práticas
pedagógicas, as
novas Diretrizes Curricula-
res Nacionais da Educação Infantil (DCNEI),
aprovadas pelo Conselho Nacional de Edu-
cação em 2009 (Parecer CNE/CEB nº 20/09 e
Resolução CNE/CEB nº 05/09), desafiam os
professores que atuam junto às crianças de
0 a 5 anos a construírem
propostas peda-
gógicas que, no cotidiano de creches e pré-
escolas, deem voz às crianças e acolham a
forma de elas significarem o mundo e a si
mesmas, em parceria com as famílias.
O texto da professora Silvia Cruz é claro na
exposição que faz do processo de elaboração
das Diretrizes, com explicitação da identida-
de da Educação Infantil, condição indispen-
sável para o estabelecimento de normativas
em relação ao currículo e a outros aspectos
envolvidos em uma proposta pedagógica.
Lembra o Parecer CNE/CEB nº 20/09 que nem
toda Política para a Infância, que requer es-
forços multissetoriais integrados, é uma Po-
lítica de Educação Infantil. Com isso, outras
medidas de proteção à infância
devem ser
buscadas fora do sistema de ensino, embora
articuladas com ele, sempre que necessário.
O foco do trabalho institucional vai em di-
reção à ampliação de conhecimentos e sa-
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Professora e pesquisadora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – FFCLRP-USP.
Consultora da edição temática.
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