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como banho, trocas de fraldas, cuidados
de higiene pessoal, nas brincadeiras de faz
de conta etc., as crianças podem construir
experiências que ampliam sua confiança e
participação nas atividades individuais e co-
letivas (DCNEI, art. 9º, inciso V).
É também no cotidiano da Educação Infan-
til que as crianças observam aspectos da
cultura escrita, na forma como os adultos
se
relacionam com ela, como recorrem à
escrita para organizar o cotidiano, para se
informar, se divertir etc. Atividades siste-
máticas de leitura pelo professor, de recon-
to de histórias pelas crianças, de rodas de
conversa, associadas a projetos especiais de
estudo de determinado repertório de histó-
rias e pesquisas das brincadeiras da tradição
popular, podem favorecer “experiências de
narrativas, de apreciação e interação com a
linguagem oral e escrita, e convívio com di-
ferentes suportes e gêneros textuais orais e
escritos” (DCNEI, art. 9º, inciso III).
Da
mesma forma, é nesse ambiente que a
criança poderá conhecer as diferentes lin-
guagens artísticas, música, pintura, teatro
etc. e observar o apreço que os adultos têm
por tais manifestações, como se relacionam
com os objetos da sensibilidade, como os
incluem na vida e os valorizam.
Isso tudo
pode ser aprendido na experiência de “imer-
são das crianças nas diferentes linguagens
e o progressivo domínio por elas de vários
gêneros e formas de expressão: gestual, ver-
bal, plástica, dramática e musical” (DCNEI,
art. 9º, inciso II).
Além de aprender nas ações cotidianas e
na imersão nesse ambiente cultural que é a
instituição de Educação Infantil, as crianças
também podem aprender em propostas es-
peciais que envolvam pesquisar um assunto
novo. Elas podem, por exemplo, conhecer
melhor um determinado
ambiente natural
e suas relações com os homens. A partir
desse estudo, elas podem criar formas de
comunicar o que aprenderam a outros cole-
gas como, por exemplo, uma apresentação
oral a outros grupos, ou a organização de
um espaço expositivo desse ambiente. Nes-
se contexto, as crianças podem viver experi-
ências que:
•
“incentivem a curiosidade, a exploração,
o encantamento, o questionamento, a in-
dagação e o conhecimento das crianças
em relação ao mundo físico e social, ao
tempo e à natureza” (DCNEI, art. 9º, in-
ciso VIII).
•
“promovam a interação, o cuidado, a pre-
servação e o conhecimento da biodiversi-
dade e da sustentabilidade da vida na Terra,
assim como o não desperdício dos recursos
naturais” (DCNEI, art. 9º, inciso X).
•
“promovam a utilização de gravadores,
projetores,
computadores, máquinas fo-
tográficas, e outros recursos tecnológicos
e midiáticos” (DCNEI, art. 9º, inciso XII).
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Os conhecimentos matemáticos, por exem-
plo, ao contrário do que muitos pensam, não
são espontâneos na criança, mas sim cons-
truídos a partir de sua interação com os nú-
meros, suas relações e as práticas sociais em
que contar, comparar, calcular etc. estão em
jogo. Por isso, é necessário que a instituição
de Educação Infantil desenvolva um trabalho
pedagógico intencional que garanta experi-
ências que “recriem, em contextos significa-
tivos para as crianças, relações quantitativas,
medidas, formas e orientações espaço tem-
porais” (DCNEI, art. 9º, inciso IV).
Muitas vezes, a própria escola de educação
infantil já institui em seu projeto contextos
interessantes e potencialmente significati-
vos. No entanto, frequentemente são toma-
dos pelos adultos, excluindo as crianças. Di-
ferente disso, compartilhar desde o início a
organização de mostras culturais de artistas
da comunidade e produções de desenhos,
pinturas, fotografias e outras produções de
crianças é uma excelente proposta para que
elas tenham garantidas experiências que:
•
“possibilitem vivências éticas e estéticas
com outras
crianças e grupos culturais,
que alarguem seus padrões de referên-
cia e de identidades no diálogo e conhe-
cimento da diversidade” (DCNEI, art. 9º,
inciso VII).
•
“promovam o relacionamento e a inte-
ração das crianças com diversificadas
manifestações de música, artes plásticas
e gráficas, cinema, fotografia, dança, te-
atro, poesia e literatura” (DCNEI, art. 9º,
inciso IX).
O mesmo pode ser feito com relação às fes-
tas regionais que as escolas costumam re-
produzir. Quando isso é feito na perspectiva
da experiência educativa e não apenas do
evento
comercial, as crianças podem inte-
ragir com os conhecimentos que são trans-
mitidos pelas manifestações e tradições cul-
turais brasileiras (DCNEI, art. 9º, inciso XI).
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