A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



Yüklə 1,63 Mb.
Pdf görüntüsü
səhifə31/128
tarix26.08.2018
ölçüsü1,63 Mb.
#64844
1   ...   27   28   29   30   31   32   33   34   ...   128

A NOVA BÍBLIA
115
contrária. Toda a Bíblia honra e glorifica a Deus, o bom e gracioso
Criador e Redentor do céu e da terra.
Estes dois sistemas coerentes são fundamentalmente opostos.
O que um deles chama de maligno o outro chama de bom, o que um
chama de verdade o outro chama de erro. No mundo real criado
por Deus, um dos sistemas é falso e o outro é verdadeiro. Os dois
não podem estar corretos. Somente um pode funcionar como cânon.
Claramente, é obra do maligno compor uma trama de confusão a
partir dos claros limites entre a verdade e a falsidade. Em seu mundo,
não há cânon.
Q: Uma Fonte de Riquezas Liberais Inesperadas
Como um texto gnóstico herético como o Evangelho de Tomás
pode se posicionar orgulhoso ao lado dos quatro Evangelhos
canônicos, dos “quatro pilares, expirando imortalidade em cada
lado e vivificando nossa carne”, como disse Irineu, o terrível
inimigo do gnosticismo?
55
 Imagine a ferrenha crítica que ele teria
escrito dos Cinco Evangelhos, já que ele conhecia o gnosticismo de
primeira mão e o considerava “um abismo de loucura e blasfêmia
contra Cristo”.
56
Críticos modernos serão tolerantes, não menos por
causa da erudição que tal volume afirma. Parte dessa erudição é o
emprego de Q.
James Robinson opõe-se a Irineu e aos cristãos ortodoxos ao
elevar um documento hipotético, Q, como “certamente o mais
importante texto que nós temos”. O que faz de Q mais importante
que Mateus, Marcos, Lucas ou João, ou as grandes epístolas de Paulo?
Q, da palavra alemã quelle (“fonte”), é o nome que os eruditos
deram ao material comum a Mateus e Lucas. A princípio sugerido
por Johann Gottfried Eichhorn em 1794,
57
serviu como a teoria
mais aceita sobre as fontes usadas por Mateus e Lucas. Conhecido
como a “Teoria das Duas Fontes” esse argumento sugere que Mateus
e Lucas tinham tanto Marcos quanto Q diante deles quando
compuseram seus próprios evangelhos. Mateus teve um material
adicional, “M”, enquanto o material exclusivo de Lucas é conhecido
como “L”. Por um longo período, Q foi considerado uma miscelânea
de ditos.
O interesse recente transformou Q de uma coleção de ditos
possivelmente usados por Mateus e Lucas, para Q como um


116
A Ameaça Pagã
documento independente, que oferece sua própria teologia e uma
janela sobre o movimento inicial de Jesus.
58
 Certos círculos críticos
se referem a Q usando capítulos e versículos (por exemplo, Q
9.57).
59
 Isso é algo parecido com a classificação dos ossos
imaginários de um homem pré-histórico, cujo único traço na
História era as ruínas de sua casa. Q é estudado como um
documento independente no encontro anual da Sociedade da
Literatura Bíblica. Alguns títulos recentes – The First Gospel [O
primeiro evangelho]
60
, The Lost Gospel [O evangelho perdido]
61
, e
Q Thomas Reader [O leitor Q de Tomás] (apresentados na contracapa
como “Os Primeiros Dizeres dos Evangelhos”)
62
 – também
procuraram conceder a Q o maravilhoso dom da existência objetiva.
Q tem duas funções importantes nos estudos radicais do
Novo Testamento: a primeira é restaurar o Evangelho de Tomás; a
segunda é dar acesso à comunidade “cristã” radical na qual Q
supostamente nasceu.
Q e Tomás: Uma Dupla Dinâmica
Tomás, como uma coleção de 114 ditos sem qualquer interesse
para a história da vida de Jesus, é tão claramente gnóstico e tão
diferente de outras formas do evangelho que é difícil colocá-lo logo
cedo na história cristã.
63
entra no momento certo.
Se de fato Q existiu, é o mais antigo documento escrito.
64
 Se
pode ser identificado com o material comum de Mateus e Lucas,
também é composto quase que inteiramente de ditos, dificilmente
apresenta uma narrativa e não contém nenhuma descrição ou reflexão
sobre a morte e ressurreição de Jesus. Et voilà uma alma gêmea
teológica para TomásQ leva Tomás para o Jesus histórico assim como
um ímã atrai limalha de ferro. De acordo com Robinson, o documento
hipotético Q mostra que o Evangelho de Tomás está entre as coleções
mais antigas de ditos de Jesus.
65
 Diz o estudioso neotestamentário
Stevan Davies que “[Tomás] parece ser aproximadamente tão valioso
como fonte primária para o ensino de Jesus quanto Q”.
66
 Tomás e Q
compartilham o mesmo gênero literário – uma coleção de ditos – e a
mesma teologia – Jesus como um mestre sábio, não como um salvador
dos pecados. Robert Funk, em uma entrevista na Rádio Pública
Nacional, admitiu que as seções em vermelho e rosa de The Five Gospels
[isto é, os ditos considerados os mais autênticos] derivam
principalmente de Q e Tomás.
67
 A erudição moderna tem o objetivo de
nos entregar uma imagem de Jesus nova, com bases científicas.


A NOVA BÍBLIA
117
Se a imagem é a mensagem, a mensagem implícita do Seminário
de Jesus está fadada a agradar as gerações boomer buster – esta é
uma pesquisa histórica pró-escolha, a verdade por meio da urna de
voto, como especialistas calmamente lançam bolas coloridas dentro
de um jarro, em um “seminário” não-confessional de entendidos,
68
livre de instituições eclesiásticas e dogmas impostos, forçado pela
evidência objetiva da ciência para que apresente novos textos e um
novo Jesus para um novo tempo.
Um dos representantes do Seminário de Jesus diz: “[nosso
trabalho] não está em conformidade com nenhuma igreja (...). Nosso
propósito é simplesmente deixar os evangelhos falarem, o máximo
possível, em seus próprios termos”.
69
 O único problema com a
imagem é que é falsa. Há tanto compromisso teológico aqui como
em qualquer grupo religioso aberto.
70
 Além do mais, a “ciência” na
qual a imagem é baseada deixa muito a desejar.
Q é absolutamente essencial para esta nova Bíblia. Uma vez
que  Q existe, o Tomás gnóstico pode ser (de alguma forma)
plausivelmente conduzido para a órbita da comunidade primitiva
que se seguiu à morte de Jesus.
71
 Sem o documento Q, toda essa
construção cai ao chão como uma casa de cartas.
Q é o que você acredita que seja
Algumas das melhores mentes têm procurado fazer com que a
hipótese do documento Q seja aceita. No final do século 19, o famoso
liberal alemão Adolf von Harnack advertiu que trabalhar nas fontes
dos Evangelhos canônicos era como “um trabalho de um gari, no qual
se engasga com a poeira”.
72
 A poeira ainda não baixou. Em 1980, um
outro especialista sobre o assunto, outro alemão, disse:
A análise crítica das fontes dos Evangelhos é justificavelmente
considerada como um dos mais difíceis problemas de pesquisa
na história das idéias (...) pode-se verdadeiramente dizer que
nenhum outro empreendimento na história das idéias chegou
perto do mesmo grau de escrutínio erudito.
73
Apesar de todo esse esforço, muitos eruditos respeitáveis têm
discordado sobre a visão padrão, mesmo a respeito de Q como
uma fonte existente.
74
 Um erudito neotestamentário inglês, John
Wenham, palestrante da Universidade Bristol e diretor da Latimer
House, em Oxford, dá um testemunho interessante:


Yüklə 1,63 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   27   28   29   30   31   32   33   34   ...   128




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©genderi.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

    Ana səhifə