A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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A Ameça Pagã
Uma Elaboração da Androginia: Casamento Espiritual
Ao negar a sexualidade criacional, os gnósticos a substituíram
por um novo tipo de sexualidade, simbolizada pelo sacramento da
“Câmara Nupcial”.
41
 No santo matrimônio com o novo “Cristo”, o
crente gnóstico jura destruir tudo o que Deus criou. Em particular
ele jura unir o que Deus separa e assim destruir o Criador com suas
obras, em particular, a obra da sexualidade criada.
Evangelho de Filipe identifica a distinção sexual como a causa
da morte.
Quando Eva ainda estava em Adão, a morte não existia. Quando
ela se separou dele, a morte veio a existir. Se ela retornar para
dentro novamente, obtendo sua forma anterior, a morte não
mais existirá.
42
Estabelecer essa inteireza é o motivo da vinda de Cristo. “Para
este propósito, Cristo veio para reverter a divisão que era desde o
começo e novamente unir os dois, e dar vida àqueles que morreram
como resultado da divisão e uni-los. Mas a mulher é unida ao seu
marido na câmara nupcial. De fato, aqueles que se uniram na câmara
nunca mais se dividirão”.
43
Embora externamente menos radical, O Evangelho de Tomás é
similarmente dirigido pelo ideal andrógino e a recusa da femi-
nilidade e da maternidade. Sem dúvida representando o objetivo
do evangelho, o último dito, o de número 114, esconde do crente a
obtenção de um estado sem sexo ou andrógino.
Simão Pedro lhes disse: “Maria deve ir embora, pois as mulheres
não merecem a vida”. Jesus disse, “Eu mesmo a conduzirei para
fora, para que se torne homem, para que ela também venha a se
tornar um espírito vivo que é como o de vocês homens. Pois
cada mulher que se tornar homem entrará no reino dos céus”.
O dito número 114 deve ser entendido à luz do dito 22: “Jesus
lhes disse, ‘Quando você faz dos dois um, e quando você fizer o
interior como o exterior, e o exterior como o interior, e o superior
como o inferior, e quando você fizer o macho e a fêmea um e o mesmo,
para que o macho não seja macho e a fêmea não seja fêmea; (...) então
você entrará [no reino]”. Ambos os ditos sugerem a “neutralização”


SEXUALIDADE GNÓSTICA
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da sexualidade pois o ideal para os gnósticos é se tornar sem sexo.
44
Tomás não é um ataque machista às mulheres, como Pagels vê.
45
 É a
rejeição da sexualidade criacional, uma recusa radical da diferenciação
sexual, como apresentado na narrativa de Gênesis.
46
Quando  Tomás diz que as mulheres primeiro se tornarão
homens para que então se tornem “espíritos vivos”, ele está falando
sobre uma “criação ao avesso”, que desfaz a ordem original: da costela
fêmea dentro do Adão macho, de volta para o “espírito vivo”.
47
 Assim
as mulheres gnósticas se tornam “machos autônomos”,
48
 e junto com
os machos, se tornam “espíritos vivos” além da diferenciação sexual.
Nessa implosão da criação, os dois se tornam um pela destruição da
diferenciação num retorno à unidade: o ideal monístico.
O Jesus vivo do Evangelho de Tomás declara que somente o
“solitário [monachos] entrará na câmara nupcial”.
49
 Em outras
palavras, somente seres igualitários autônomos podem encontrar a
verdadeira espiritualidade. Esse ensino do Jesus de Tomás é claro
em seu ensino a Salomé. Para ela ele declara ser aquele que “existe
a partir do Todo (ou o não-Dividido)”. Salomé responde com a
confissão, “Eu sou sua discípula”, ao que Jesus replica com uma
afirmação do puro princípio gnóstico: se ele [o discípulo gnóstico] é
[inteiro ou destruído], ele será preenchido com luz, mas se ele se
tornar dividido, ele será preenchido com trevas”.
50
Salomé fez o que Zostrianos recomendava, como observado acima:
“Fuja da insanidade e das algemas da feminilidade, e abrace em seu
lugar a salvação da masculinidade”.
51
 Salomé é a discípula ideal, a
liberada, autônoma, gnóstica igualitária, livre pelas distinções sexuais
da criação original. “Levantando-se sozinha” ela se moveu para além
da prisão de seu sexo. Ela se tornou espiritualmente andrógina.
Androginia: Super-homem/mulher:
Nem Masculino, Nem Feminino, Muito pelo Contrário
O gnosticismo não foi simplesmente um movimento de
liberdade sexual. Em um nível mais profundo, foi a introdução
do pensamento monístico pagão a respeito de Deus no teísmo
cristão. O notável erudito Giovanni Filoramo fala do “deus
andrógino dos gnósticos”, que expressa o “conceito de coniunction
oppositorum, ou a união dos opostos, para incorporar a conquista
de toda a dualidade”.
52
 Há muitos textos que retratam esse monismo


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A Ameça Pagã
gnóstico.
53
 Da mesma maneira, o feminismo contemporâneo não diz
respeito somente à sexualidade. O novo feminismo religioso procura
reduzir Deus o Pai a uma deidade andrógina bissexual imaginária ao
“reintroduzir a imagem de Deus como feminino para completar a
imagem masculina de Deus”.
54
 A androginia tem profundos
significados religiosos, e os textos gnósticos tratam continuamente,
mas de maneiras diferentes, desse tema misterioso. Em On the Origin
of the World, Sofia (Sabedoria), usando de esperteza, leva a melhor
sobre Jahweh e seus anjos ao criar um homem que instruiria as
criaturas desprezíveis do deus que as criou (Jahweh) e assim escapar
de suas garras. Após doze meses ela produziu um “homem
andrógino (...) o qual os gregos chamam Hermafrodita”. Ele deveria
ser o “Mestre”. Este “filho” de Sofia é chamado “a besta” por Jahweh
e suas hostes, mas ele é “mais sábio do que todos eles”.
55
 Em outras
palavras, Cristo, o filho andrógino, apareceu primeiro como o
mestre-serpente de Gênesis 3.
56
Nós já vimos em Thunder, Perfect Mind que a própria Sofia é um
ser andrógino que une o masculino e o feminino – e tudo o mais também,
incluindo a verdade e a iniqüidade. Essa é a perfeita expressão do
monismo.
57
 Observe como Sofia une não só os opostos da sexualidade,
mas todos os aspectos da existência. A androginia é assim a expressão
sexual de um programa profundamente religioso, que é o monismo pagão.
Sofia faz uma afirmação sexual ainda mais explícita sobre a
androginia em um texto já citado, Trimorphic Protennoia [Protenóia
de três formas].
58
Eu sou gynandrous (ou andrógina) [eu sou Mãe, eu sou ] Pai
desde que [eu] [tive um coito] comigo mesma. E [tenho coito]
comigo mesma [e com aqueles que] me amam e eu sou a por
quem o Todo [permanece]. Eu sou o útero [que dá forma] ao
Todo ao dar à luz a Luz que [brilha na] glória.
59
A androginia é assim o ideal, assim como na nova humanidade
atual aquariana. Ao zombar do Deus que criou a heterossexualidade,
os gnósticos propuseram opostos como um ato de desacato. A rebelião
sexual no gnosticismo é completa – desde a negação da sexualidade e
feminilidade, especialmente a gravidez e a maternidade (como parte
das obras e ostentações do Arconte),
60
 à licença heterossexual,
61
 e
mesmo, talvez à homossexualidade. A destruição da sexualidade
criacional normativa tem como seu objetivo final a união dos opostos


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