A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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Capítulo 13
SEXUALIDADE GNÓSTICA
As feministas (...) mantêm diálogo fora da tradição [judeu-
cristã], o que nunca antes fora permitido por ela [isto é], um diálogo
com as heresias (...) um diálogo com a religião pré-cristã e pré-bíblica.
- Rosemary Radford Ruether
1
Uma Libertação Radical do Deus da Bíblia
 imagem é inesquecível. Quando o crente gnóstico sai da câmara
nupcial do sacramento, tendo passado pela iniciação sagrada
do casamento espiritual, ele mostra o punho fechado contra o
Deus da Escritura, o Criador e Doador da Lei, e declara-se a si
mesmo livre de sua autoridade.
2
 Ele faz isso  para seguir a
“Cristo”, aquele que lidera essa rebelião final contra “o Poderoso
do Caos” o “principal Progenitor [ou Arquiprogenitor] que é
chamado Ialdabaoth”
3
:
Mas eu [Cristo] vim para conduzi-los [a raça humana] da
cegueira para que eu possa educá-los em tudo sobre o Deus
que está acima de toda a criação [o espírito máximo superior
incognocível]. Portanto pisa em suas [os Arcontes – o Deus
A


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A Ameça Pagã
criador e seus anjos] sepulturas e humilha seus desígnios maus,
e quebra seu jugo e faz levantar os que são meus. Pois eu lhe
dei autoridade dos Filhos da Luz sobre tudo para esmagar o
poder deles sob seus pés.
4
The Masterless [O sem mestre]: Esse título de um livro recente
sobre história norte-americana, expressa a crença do autor de que a
história da civilização no Novo Mundo foi marcada, por um lado,
pela erosão do poder das instituições familiares e locais e, por outro
lado, pela ascensão do poder federal e do cidadão autônomo. Os
norte-americanos são Os sem mestre.
5
 Estranhamente, essa era a
autodesignação favorita dos antigos gnósticos.
Esse movimento antigo de libertação tornou-os livres das
estruturas existentes e tradições, especialmente do Deus da Escritura.
A observação de liberdade autônoma é fundamental para o auto-
entendimento gnóstico. Eles se orgulham de ser uma “geração sem
rei”, não presos a pessoa, instituição ou tradição alguma.
6
O sexo entra, como sempre acontece quando a teologia está
envolvida. “O sexo (...) é o meio pelo qual a escravidão aos poderes é
perpetuada”, diz Douglas M. Pattot, um dos tradutores dos textos de
Nag Hammadi.
7
 Um programa de libertação sexual é portanto parte
integral do sistema gnóstico. A libertação da escravidão é também a
adoção da sexualidade da religião pagã, especialmente aquela
expressa nos cultos da deusa mãe, ou na total rejeição da sexualidade.
O Sexo Pagão Para uma Heresia:
Sacerdotes Homossexuais da Deusa Mãe
Os gnósticos levaram a adoração da deusa e a homossexualidade
para dentro do “Cristianismo”.
8
 Essa eloqüente distorção da crença
ortodoxa é instrutiva em nossos dias quando os mesmos incríveis
fenômenos estão ocorrendo mais uma vez.
Hipólito (170-236 d.C.) relata que a adoração à serpente, ce-
lebrações que os gnósticos naasenes freqüentavam, eram celebra-
ções de mistérios da Grande Mãe para o entendimento do “misté-
rio universal”.
9
 Assim como os sincretistas modernos, os gnósticos
acreditavam que a verdade era uma, que poderia ser encontrada
em todos os lugares. Hipólito denuncia como erro fundamental a
tentativa naasene de cristianizar e espiritualizar uma perversão


SEXUALIDADE GNÓSTICA
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pagã da ordem criada. A seus olhos, e ele não estava sozinho em
suas  opiniões,
10
 a espiritualização de tal pensamento e prática
humanista de maneira alguma torna esse empréstimo uma opção
cristã aceitável.
Uma testemunha independente, o poeta latino do século 1º,
Catulo freqüentava práticas cúlticas pagãs de adoração à deusa como
aqueles cultos que os gnósticos freqüentavam. Ele descreve
graficamente a autocastração de Attis, amante da deusa Cibele,
11
por quem ele se torna uma “falsa cópia de uma mulher”. O poeta
retrata a situação e seus resultados:
Attis, (...) exaltado por uma ira amorosa, fora de si, (...) corta seus
testículos com um pedra afiada.
Ela (a castrada Attis) então, ciente de sua amputação, enquanto o
chão ainda estava manchado com sangue fresco (...) [expressando
arrependimento pelo que ele/ela acabou de fazer, diz]:
Não há nada para mim além da miséria.
Que forma há que eu já não tenha sido?
Uma mulher agora, eu fui homem, um jovem, um garoto;
Eu fui atleta, o lutador (...)
Serei eu uma empregada dos deuses, escravo de Cibele?
Eu um Maenad, eu uma parte de mim mesmo, eu impotente?
 (...)
Eu me arrependo agora, agora, [do] que fiz, eu me arrependo, agora!
Tal equívoco revolta Cibele:
Cibele, soltando os seus leões
E instigando a besta com sua mão esquerda,
Disse, “Continue, seja mau, deixe-o muito nervoso;
Faça-o o mais raivoso possível para que retorne à floresta;
Ele tem a impertinência de querer estar fora de meu poder (...) ”
O poema termina com a seguinte estrofe de três linhas:
Grande Deusa, Deusa Cibele, Deusa senhora de Dindymus,
Que toda a sua fúria esteja longe de minha casa.
Provoque outros, vá. Enraiveça outros homens.
12
Uma outra forma dessa espiritualidade cúltica é encontrada na
Síria, onde Cibele é chama Rhea. De acordo com essa versão, Rhea castra


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A Ameça Pagã
Attis, que, a partir desse momento adota um estilo de vida feminino,
veste roupas de mulher e viaja pelo mundo antigo cantando louvores
a Rhea.
13
 Os Galli ou sacerdotes itinerantes efeminados de Rhea
imitavam exatamente as obras da Attis mitológica.
14
Os rituais de iniciação ao culto de Cibele incluíam o batismo
no sangue de um boi ou bode morto. Isso acontecia em um poço ou
taurobolium. No final da cerimônia, às vezes certos “poderes” do boi
sacrificado, sem dúvida a genitália do animal, eram oferecidos para
a Mãe dos deuses, novamente um símbolo poderoso da castração
masculina diante da divindade feminina.
15
 As óbvias intenções e
resultados de tal prática e mitologia cúltica era a feminização e
castração dos homens sob o poder da deusa. É possível imaginar o
que o reavivamento da adoração da deusa em nosso tempo, em nome
do Cristianismo, poderia fazer com a nossa civilização.
Essas práticas grotescas e pervertidas do paganismo não-
cristão não são aqui citadas para sensacionalismo, mas porque
elas constituem um exemplo particularmente claro de como o
paganismo foi introduzido no Cristianismo. Hipólito explica o
procedimento naaseno. Como afirmavam que “tudo é espiritual”,
os naasenos não se tornaram Gallis fisicamente, mas só espiritualmente:
eles somente fazem as funções daqueles que são castrados pela
abstinência de relações sexuais”.
16
 A história mitológica da
castração de Attis levou os naasenos a concluir que a imagem da
castração era um símbolo de salvação.
17
Assim, conclui Hipólito, os gnósticos naasenos imitavam
os Gallis, os sacerdotes castrados de Cibele. “Pois eles insistem
muito severa e cuidadosamente que se deve abster, como aqueles
homens (os Galli) fazem, de relações sexuais com mulheres; seu
comportamento por outro lado (...) é como o do castrado”.
18
Hipólito indica que Naas era associada tanto com o adultério
quanto com a homossexualidade, desde que foi dito à Serpente
para ter relações com Eva e com Adão.
19
 É portanto possível que
os naasenos, que adoravam a Serpente, teriam praticado alguma
forma de sexualidade depravada.
Gnosticismo e Homossexualidade pagã
Nos textos Nag Hammadi, têm-se de ler entre as linhas para
se encontrar sugestões de homossexualidade. A Paráfrase de Sem fala


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