A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



Yüklə 1,63 Mb.
Pdf görüntüsü
səhifə70/128
tarix26.08.2018
ölçüsü1,63 Mb.
#64844
1   ...   66   67   68   69   70   71   72   73   ...   128

SEXUALIDADE GNÓSTICA
241
de Sodoma como o lugar de revelação do Espírito,
20
 e o Evangelho
dos Egípcios traça a origem da semente de Sete o Revelador até
Sodoma e Gomorra.
21
 O louvor constante da homossexualidade
“espiritual” [androginia] como o estado “sexual” preferido além das
diferenças de gênero, certamente faz a predisposição da prática
homossexual entre alguns grupos radicais gnósticos uma
possibilidade.
Epifânio, pai da igreja, que parece ter conhecido os grupos
radicais gnósticos melhor do que qualquer um, sem dúvidas afirma
a prática da sodomia em algumas expressões do gnosticismo.
Estas pessoas [os caspocratas gnósticos] praticam tudo o que é
ilegal e indizível, que não é certo mencionar, e todo tipo de ato
homossexual e intercurso carnal com mulheres, com cada
membro do corpo.
22
Essa acusação ele também faz com respeito aos nicolaítas
gnósticos
23
 e os borboritas.
24
A narrativa de Hipólito da adoção naasena e a espiritualização
das perversões sexuais do culto da deusa Cibele ou Rhea mostra a
que extensão o gnosticismo “cristão” era uma variante do paganismo
não-cristão. Os especialistas gnósticos principais de uma geração
atrás teriam concordado com isso.
25
 A agenda teológica por trás
dessa negação da sexualidade é a transformação da criação. Por meio
dos mistérios da Grande Mãe revelados aos egípcios e aos frígios,
estes então chamados gnósticos cristãos vêm a entender o “mistério
universal”, a saber, o que é verdade em todas as religiões, ou seja,
“o processo de mudança é apresentado pelo inefável, inimaginável,
inconcebível, ser sem forma que transforma a criação”.
26
 Pela
perversão sexual pagã os gnósticos descobrem o divino, que é a
incognoscível e inefável Força espiritual do monismo, e não o
Criador e Redentor das Escrituras.
O exemplo de 1800 anos de idade de Hipólito ilumina nossa
situação atual.
27
 Muitos procuram recuperar a espiritualidade pagã
da deusa para criar um Cristianismo com uma “nova aparência”
em cadência com uma sociedade “ecofeminista” e pós-patriarcal. O
Deus das Escrituras é trocado pelo espírito divino em todas as coisas.
Os pais da igreja viram a profunda lógica na ecologia
desconstrucionista do gnosticismo com respeito à sexualidade.
Devemos fazer o mesmo. A lógica constrói:


242
A Ameça Pagã
³   a rejeição de Deus o Criador e o estabelecimento da indepen-
dência humana;
³ a denúncia da sexualidade criacional;
³ uma elaboração de várias formas de androginia.
A Rejeição de Deus o Criador:
Antes Autoridade Agora Patriarcado, Sempre Déspota
O sistema gnóstico alcança independência humana ao
eliminar o Deus Criador, o assim chamado governador do
mundo ou Arconte. A veemência da rejeição dessa antiga heresia
é comparável à predominante rejeição feminista do mesmo Deus
“patriarcal” do Antigo Testamento.
28
 De fato, os paralelos são
surpreendentes. O termo “patriarcado” é composto de duas
palavras gregas – pater (pai) e arconte (autoridade-governador). Para
os gnósticos antigos, a libertação vem quando alguém mostra a
mão fechada contra o patri-arconte; para as feministas modernas,
libertação vem pela rejeição do patriarc(onte)a. Hoje o grande
“mal” do patriarcado é identificado como a estrutura pecaminosa
que proíbe a verdadeira liberdade da humanidade. O gnosticismo
identificou os arcontes (Deus e seus anjos) como o grande obstáculo
para uma existência autêntica e livre do crente gnóstico, que “se
levanta sozinho” (monachos)
29
. Este “levantar sozinho” ou
autonomia (uma lei para si mesmo) produz um despotismo (dirigido
por si mesmo).
Tal despotismo autônomo é uma rejeição antiga das
estruturas criacionais do patriarcado. A eliminação tanto de Deus
o Pai quanto da paternidade biológica e reprodução foi uma
poderosa polêmica contra o patriarcado, exatamente como qualquer
“discurso” feminista moderno.
Como um contraponto a este tema da “autarquia” (governo
próprio) veio o tema do “super-homem” (hyper anthropos).
30
 De
acordo com o Apócrifo de João, Adão é superior ao Deus que o
criou.
31
 Superior ao Arconte macho, essa “criatura” pensa ser um
“solitário”, isto é, alguém que se levanta sozinho, que possui
poder autônomo, relacionado somente ao deus desconhecido
interior. Essa autonomia teológica fundamental deve ser enten-
dida sexualmente.


SEXUALIDADE GNÓSTICA
243
A Condenação do Sexo Criacional:
Maternidade Desprezada, Torta de Maçã Ameaçada
Evangelho de Tomás toma o ensino de Jesus que coloca todos
os relacionamentos familiares em subordinação à demanda eventual
do reino de Deus, e faz dele um princípio gnóstico para a absoluta
rejeição dos laços naturais de família.
32
 O gnóstico é monachos,
“alguém que se sustenta sozinho”, com respeito à família e aos laços
sexuais. Muitos afirmam que Tomás não é uma expressão radical do
gnosticismo, mas, neste assunto, esse evangelho apócrifo é
notavelmente extremo. No dito 105, Jesus ensina: “Aquele que se
achega para com o pai e a mãe será chamado o filho de uma
prostituta”. No dito 101, o Jesus vivo nega qualquer valor aos pais e
mães físicos, e opta por sua “mãe espiritual”.
33
O gnóstico Apócrifo de João ensina que a relação sexual é
maligna: “até hoje o intercurso sexual continuou devido ao Pri-
meiro Arconte”.
34
 O Livro de Tomás o Contendor ensina que rela-
ções sexuais produzem bestas, e que o eleito deve “abandonar a
bestialidade”.
35
 “Ai daquele”, o texto continua, “que ama rela-
ções sexuais com mulheres e pratica intercurso com elas”.
36
 No
Diálogo do Salvador, Mateus lembra um dos mandamentos de Je-
sus: “Aniquilem as obras que pertencem à mulher [isto é, a gra-
videz] (...) para que [estas obras] possam parar”.
37
 O Ensino
Autoritativo denigre o corpo: “o corpo veio do desejo sexual e o
desejo sexual veio da (...) matéria”.
38
 A paráfrase de Sem fala da
Natureza e sua “impura feminilidade”, a “vagina negra” da Na-
tureza”,
39
 e o “intercurso das Trevas” que será destruído no fim
dos tempos”. Zostrianos diz ao crente gnóstico: “Fuja da insani-
dades e algemas da feminilidade, e abrace em lugar dela a salva-
ção da masculinidade”.
40
Essas citações, de uma grande variedade de documentos
gnósticos, não são expressões de chauvinismo masculino (embo-
ra sem dúvida existisse um pouco disso) mas são condenações
da ordem criada da heterossexualidade e da gravidez. Embora
aparentemente derivando de um programa completamente dife-
rente, o resultado final está em profundo acordo com a rejeição
atual da heteropatriarquia, da maternidade, da família tradicio-
nal e da existência do direito ao aborto – porque eles fluem da
mesma fonte espiritual.


Yüklə 1,63 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   66   67   68   69   70   71   72   73   ...   128




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©genderi.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

    Ana səhifə