A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era

SEXUALIDADE GNÓSTICA
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na androginia, como O Apocalipse de Tiago tão eloqüentemente o coloca:
“O perecível se tornou imperecível e o elemento feminino se uniu ao
elemento masculino”.
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 Esse é o retorno ao suposto estado original
andrógino de Gênesis 1, onde Deus criou o Homem, macho e fêmea,
um ser andrógino.
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Da Teoria para a Prática: O Lugar das Mulheres Gnósticas
Seja de forma extremada ou suave, a prática gnóstica é uma
extensão lógica de sua teoria. Se cada gnóstico, macho ou fêmea, é
autônomo, e se a sexualidade diferenciada é algo não-espiritual,
então um igualitarismo radical é o resultado necessário. Se a
hierarquia do gênero e a subordinação são os trabalhos malditos
dos Arcontes maus, eles devem ser eliminados. Epifânio, um antigo
mestre gnóstico, propõe um comunismo igualitário extremo .
A justiça de Deus é uma comunhão com a igualdade, pois o céu,
igualmente esticado por todos os lados como um círculo, abraça
toda a terra (...) Deus não faz distinção entre (...) macho e fêmea
(...) ele declarou a justiça como sendo a comunhão com a
igualdade (...) que ele (o legislador judeu) tenha dito “não
cobiçarás” é algo engraçado (...) que ele tenha dito “a esposa de
seu próximo” é ainda mais engraçado, pois ele força o que era
possessão comum a se tornar propriedade privada.
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A visão igualitariana dos sexos e da ética em geral, de acordo
com Rudolf, leva os gnósticos a uma “inversão de valores” e à
remoção das distinções terrenas.
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 Tertuliano denuncia uma forma
muito menos extrema de rejeição das distinções que teve implicações
práticas na vida da igreja:
Eles defendem uma [eclesiástica] harmonia com tudo, sem
distinção. Na verdade, ela [a harmonia] existe entre eles, embora
eles sustentem doutrinas diferentes enquanto travam uma
batalha comum contra uma coisa, a verdade [ortodoxia]. Eles
são todos inchados, cheios de promessas do “conhecimento”.
Seus catecúmenos são perfeitos antes de serem ensinados. Mesmo
a mulher herege (...) se atreve a ensinar, discutir, exorcizar,
prometer curas e talvez também batizar.
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A Ameça Pagã
Os historiadores observam que as mulheres freqüentemente
ocuparam posições de liderança como professoras e profetisas, ou
tiveram um papel importante em cerimônias cúlticas.
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 O Marcos
gnóstico praticava não somente a ordenação profética de mulheres,
mas as tinha também como sacerdotisas.
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 A função autoritativa do
professor é dada às mulheres pela inversão da narrativa de Gênesis
onde Eva é representada como a professora de Adão.
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 É por isso
que Paulo insiste em que a mulheres não deveriam ensinar os
homens na Igreja?
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 Essa exegese invertida, colocada em prática no
Evangelho de Maria de Nag Hammadi, instrui a Pedro e aos outros
apóstolos com um conhecimento oculto do Senhor revelado somente
a ela.
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 Maria se levanta e exige que todos louvem à grandeza do
Senhor, pois ele “nos preparou [e] nos fez homens”.
72
 André
identifica o que Maria diz como “idéias estranhas” (17:15), e Pedro
não pode acreditar que o Senhor falaria em particular com uma
mulher (17:19). Levi afirma que “o Salvador a conhece muito bem,
por isso ele a amou mais do que a nós”. Então Pedro implora a Maria
para lhe dizer as palavras do Salvador, e Maria responde que revelará
a Pedro o que estava escondido.
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 Nessa linha de gnosticismo, Cristo
está edificando a sua igreja não em Pedro, mas em Maria Madalena.
Tanto Kurt Rudolf quanto Elaine Pagels, teólogos liberais e
reconhecidos especialistas no campo do gnosticismo antigo, afirmam
que a prática gnóstica era uma aplicação consistente da teoria gnóstica.
“Muitos cristãos gnósticos”, diz Pagels, “combinam suas descrições
de Deus tanto em termos masculinos quanto femininos com uma
descrição complementar da natureza humana (...) [e] geralmente
tomam o princípio da igualdade entre homens e mulheres [com base
na noção andrógina da criação] dentro das estruturas sociais e
políticas de suas comunidades”.
74
 Rudolf argumenta que o domínio
das deidades femininas na história gnóstica se traduz em poder
religioso feminino nas igrejas gnósticas.
75
 A mesma teoria gnóstica
está de volta. Há alguma razão para estarmos surpresos que a prática
gnóstica esteja de volta também?

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Capítulo14
A NOVA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL
Não existe ajuda vinda de dentro – sem o sobrenatural o
natural é um poço de horror.
- John Updike
1
No Começo Era a Experiência: Envolvido Pela Luz
ualquer coisa que o excite” expressa apropriadamente a
moderna tolerância de experiência, em termos reminescentes
de um usuário de droga LSD. As drogas acenderam as luzes das
pessoas nos anos 60, e ainda fazem isso. De acordo com Marilyn
Ferguson, ps pesquisadores podem produzir experiências místicas,
quase que à vontade. Após se submeter a um “Aparelho de Indução
ao Estado Alterado de Consciência” (em inglês, a sigla é ASCID –
aparentemente o jogo de letras é intencional), uma cobaia humana
voluntária descreve a viagem em termos apaixonantes:
Havia uma tremenda explosão em câmera lenta e a energia se
elevava e desaparecia por todos os lados e do ponto onde a luz
desaparecia. Era incrível. Então o círculo crescia e crescia em
“Q

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A Ameaça Pagã
proporções infinitas dentro de mim, e todo o som era branco. Era
uma sinfonia silenciosa de Beethoven soando por todos os lugares
(...). Eu me tornei enorme e transparente, cheio da luz e do fogo. E
pensei: Meu Deus é um Deus de Amor e ele vive dentro de mim.
2
Betty Eadie, autora de Embraced by the Light [Envolvida pela luz],
agora um best-seller mesmo entre os cristãos, descreve sua experiência
“de quase-morte” de maneira impressionantemente semelhante:
Eu vi um ponto de luz a distância, (...) e me senti viajando (...) a
uma velocidade ainda maior, correndo em direção a ela (...). à
medida que me aproximava dela, percebi a figura de um homem
[Jesus Cristo] de pé nela (...). Quanto mais perto eu chegava, mais
a luz se tornava brilhante (...) indescritivelmente, muito mais
brilhante do que o sol (...) uma brancura brilhante e magnificente
que se estendia por uma certa distância. Eu senti a sua luz se
misturando com a minha (...) E quando nossas luzes se
misturaram, (...) eu senti uma explosão final de amor.
3
Todos querem uma experiência como essa. Aparentemente,
tanto os seguidores da Nova Era quanto os cristãos podem tê-la. Quem
optaria pela fé se pudesse genuinamente ter um conhecimento como
esse? O sentimento de voar através das nuvens em uma êxtase da
explosão da mente, sem sombra de medo, em contato com Deus e
nosso eu verdadeiro (...). Soa como o céu na terra. Se a fórmula pudesse
ser engarrafada, as possibilidades de negócios explodiriam. Na
verdade as pessoas têm feito isso. “Formule um desejo ao ver uma
estrela” fez muito bem para Disney, mesmo se o Tinkerbell voador
do Anaeheim esteja com sessenta e poucos anos. Com muito mais
eficácia, o negócio bilionário das drogas alimenta “viajantes” famintos
por uma fantasia com momentos passageiros de gloriosa felicidade.
O verdadeiro, vendido pelos gurus, é muito melhor – e (quase) de
graça. Só é necessário um pouco de trabalho, muito compromisso
espiritual e 350 dólares por fim de semana.
Na nova religião tudo existe para criar essa experiência, como a
ala feminista concede com uma clareza característica. “Mulheres
Selvagens” falam da descoberta de uma “tradição espiritual como
mulheres”, que elas encontram/criam “em novas traduções, novas
interpretações, nova linguagem (...) novos nomes do santo (...)
expressos em uma vasta exibição de formas religiosas (...) [e] novas

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