Esquizofonia



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máquina se quebre. 
 
Notas 
1. A “justificativa” a que o autor se refere foi a desculpa alegada por 
criminosos nazistas no julgamento de Nuremberg para se livrar de penas 
mais duras pelo “princípio da obediência devida”, com alegações como 
“Estava apenas seguindo ordens” ou “Se eu não tivesse feito, alguém mais 
faria” (Nota do Tradutor). 
2. Azul é a cor do uniforme da polícia inglesa. (N. do T.) 
3. “Eyes Front!” é uma expressão imperativa disciplinar usada no exército 
para que o soldado olhe apenas para a frente. “Olhar Frente” é o 
equivalente no exército brasileiro (N. do T.). 
4. A “reunião de Nuremberg” aqui se refere às conhecidas reuniões com 
comício realizadas por Hitler nesta cidade (N. do T.). 
MP: Deleuze e Guattari, Mil Platôs (citações de acordo com  a edição 
inglesa, Athlone, 1988). 
Tradução de Ricardo Rosas 
Fonte: Mute (
www.metamute.org
).  
 
 
 
JÁ OUVIU FALAR EM BATALHAS DE LAPTOP? - Produtores viram 
gladiadores em busca do live PA perfeito 
Jamille Pinheiro  
 
Cate bancos de samples diversos ou pegue um microfone e registre seus 
próprios sons. Como fonte de inspiração, lembre de música experimental. 
Consiga um mixer e um bom laptop. Um Power Mac é bastante indicável, 
mas um PC quebra o galho, desde que tenha um processador de 2 GHz e 
conte com minimamente 512 MB de memória RAM. No recheio, 
softwares, de Fruity Loops, Cool Edit, Reason, Reactor, Logic e Max/MSP 
ao Ableton Live, o mais querido entre os queridos dos produtores 
atualmente. Depois de muito e muito treino, pronto - seu esquadrão 
portátil está montado e prestes a atacar. O cenário? As chamadas "laptop 
battles", ou "batalhas de laptop", novíssimo formato de performance de 
música eletrônica. 
Que a conotação é competitiva, você já sacou. A princípio, os embates são 
de produtores em combinações escolhidas aleatoriamente. As batalhas, 
que duram 3 minutos para cada competidor, são do tipo ganhar ou 
ganhar. É perder e sair fora. Quem escolhe os que continuam é uma 
banca de jurados. Uma parafernália de plug ins pode ajudar, e alguns 
produtores criam seus próprios softwares para as apresentações. E nem 
tem muito risco de não ser ao vivo, porque o competidor já sofre uma 
sanção imediata dos jurados e do público se trouxer tudo prontinho de 
casa, pré-formatado. Um cameraman fica na cola registrando tudo, que 
vai parar em um telão. Mas não é só a música que vale na jogada. A 
criatividade tem que acenar em todos os momentos, inclusive 
visualmente. Na avaliação, tudo conta. Turbinar o computador com 
enfeites, vestir uma roupa única, escolher um pseudônimo legal, ensaiar 
uma dancinha, cantar, se jogar no meio do público com um teclado USB... 


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Ninguém quer um nerd estático no palco. O melhor das batalhas de 
laptop é isso mesmo: você é livre para seguir a rota que quiser, inclusive 
musicalmente. Mas tem gêneros preferidos, como nos contou Zach 
Huntting, mais conhecido como Zapan, um dos pioneiros da proposta e 
mentor do site 
www.laptopbattle.org
 e do coletivo Fourthcity. "O 
drum'n'bass é muito popular, assim como o techno, a house, o tech-
house, o hip hop, o trip hop... Até atmosferas sonoras e um industrial 
super barulhentos têm destaque", disse. Tem gente que até recolhe 
música pop, corta em retalhos e cola de maneiras inusitadas. De qualquer 
forma, o sucesso mesmo é na comunidade fã de experimental. "As 
batalhas fundem design de som, composição e performance de palco, o 
que é uma chance para os músicos de laptop provarem suas habilidades e 
desenvolverem técnicas e estratégias", complementou. Funciona assim 
como uma disputa entre MCs, breakdancers ou DJs, mas, dessa vez, quem 
tem voz mais ativa são os produtores. Uns dos principais são Kris Moon, 
outro precursor na idéia, Hot Tub Gary & The Video Ape, dupla que até já 
abriu um show do Devo em Los Angeles, ou os malucos Absolute 
Madman, Franklin Mazzeo e Plastiq Phantom Deserve, famosos pelas 
fantasias que vestem. É assim, o reconhecimento vem por esse tipo de 
atributo também. Olha essa do Zapan: "O Luke Vibert [do selo Warp] não 
faz praticamente nada quando se apresenta, só fica parado fumando. Mas 
ele é sexy pra caramba! O eDIT, do Planet MU, faz umas coisas incríveis 
também".  
Seattle, nos Estados Unidos, é o lugar que deu origem às batalhas, além 
de ainda ser a principal meca da idéia. Com o tempo, as proporções 
aumentaram pencas. Há uns dois ou três anos, o movimento já rola na 
Alemanha e em outras cidades americanas, tais como São Francisco e 
Chicago, nos eventos Laptronica, onde os participantes vestem roupas de 
animais em "cage matches" [duelos em gaiolas], além de Vancouver, no 
Canadá. Só cresce. Nos dias 23 a 26 de setembro, inclusive, em Seattle, 
rola a primeira edição do Decibel Festival, que vai sediar um campeonato 
mundial de batalhas de laptop. Artistas como Matthew Dear, Jay Tripwire, 
Nordic Soul e Funkstörung vão se apresentar por lá. Zapan e os amigos 
também acabam de lançar o primeiro DVD sobre as laptop battles. No 
Brasil, a proposta seria absolutamente inédita. Para quem tiver a manha 
de agitar algo por aqui, mãos à obra. 
Links: 
www.laptopbattle.org
   
www.decibelfestival.com
   
www.fourthcity.net
  
Fonte: RRAURL (
www.rraurl.com
). 
 
 
 
 
 
 
 


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LIVE 8: O IMPERIALISMO FAZ UM ATAQUE IDEOLÓGICO EM GRANDE 
ESCALA AO MOVIMENTO ANTIGLOBALIZAÇÃO  
Roberto Delgado (
robe_delgado@yahoo.com
)  
 
 
"O maior evento musical da história" foi, provavelmente, o maior ataque 
ideológico ao movimento anticapitalista internacional desde o seu 
renascimento em meados e finais da década de 90.  
Centenas de milhares de pessoas assistiram no sábado, 2 de Julho, aos 10 
concertos celebrados em nove países, coincidindo com as reuniões que os 
líderes dos oito países mais ricos do planeta realizam perto de Edimburgo, 
na Escócia, entre os dias 6 e 8.  
Tóquio (Japão) abriu a jornada musical do Live 8, que prosseguiu em 
Moscou (Rússia), Joanesburgo (África do Sul), Edimburgo (Escócia), 
Londres (Inglaterra), Paris (França), Roma (Itália), Berlim (Alemanha), 
Filadélfia (EUA) e Barrie (Canadá). A imprensa internacional apresentou 
este acontecimento como "o maior evento musical da história, para 
pressionar o G-8 na tomada de medidas contra a pobreza".  
O evento foi apoiado por dezenas de "estrelas" da indústria musical, 
como Elton John, Pink Floyd, Madonna (que perguntava ao público "estão 
preparados para começar a 'fucking' revolução?"), Sting, Coldplay, REM, 
Will Smith, Die Toten Hosen, Green Day, Roxy Music, Brian Wilson (ex-
líder dos Beach Boys), Destiny's Child, The Dave Matthews Band, Alicia 
Keys, Bon Jovi, Stevie Wonder, Zucchero, Duran Duran, Pet Shop Boys...  
Além disso contou com a participação de atores como Brad Pitt (que disse 
à multidão: "Vamos nos indignar, sejamos enérgicos, sejamos audazes") 
ou Richard Gere (seguidor do Dalai Lama).  
O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, assistiu aos concertos 
de Londres para mostrar o seu "apoio aos milhões de pessoas no mundo 
que podem se beneficiar se  alcançarem os Objetivos do Milênio, 
especialmente as crianças que se salvarão do HIV/AIDS ou da malária". 
Nelson Mandela denunciou a "obscena desigualdade na África", no final 
do concerto de Joanesburgo. O dono da gigante empres Microsoft, Bill 
Gates, tomou a palavra "casualmente" em Hyde Park, em Londres.  
O Comitê pela Anulação da Dívida ao Terceiro Mundo denunciou que 
"para reunir os 38 milhões de euros que custou o evento, Live 8 pediu a 
contribuição a empresas multinacionais".  
Uma audiência de milhares de milhôes de pessoas  


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