A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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ESTUDO BÍBLICO GNÓSTICO
169
Nessa exegese invertida, “o conteúdo da Bíblia não é tomado
pelo seu valormanifesto, mas à luz da informação anterior que
contribui para o aumento de uma ‘hermenêutica da suspeita’ (...) da
qual os gnósticos parecem ser os representantes sistemáticos mais
antigos”.
37
 Embora o texto seja sobre a inocência original, não há
inocência nas interpretações gnósticas forçadas.
Um caminho que essa “exegese invertida” toma é que “tudo
que a Bíblia chama de bom é tomado como mal, e vice-versa”. Na
Paráfrase de S em, os sodomitas são os membros corretos da raça de
Sete e é por isso que eles incorrem na ira do Demiurgo.
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 Esses
descendentes de Sete naturalmente afirmaram que a narrativa deles
sobre a criação forma a Bíblia verdadeira e que as narrativas bíblicas
são falsas, distorções enganosas.
39
Em On the Origin of the World é demonstra como a história da
costela de Adão é uma clara mentira:
Mas nós não falaremos disso a Adão, pois ele não é um dos
nossos. Vamos, em vez disso, fazê-lo dormir profundamente e
mostrar em seu sonho que ela veio a existir da sua costela, para
que a sua esposa seja submissa e ele seja o mestre sobre ela.
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Da mesma forma, o Apócrifo de João mostra uma suspeita radical
da narrativa de Gênesis:
e ele fez Adão dormir. E eu disse ao salvador, “O que é o sono?” E
ele disse, “Não é como Moisés escreveu e você ouviu”. Então a
Epinóia da luz escondeu-se nele (Adão) e o líder dos Arcontes
desejou trazê-la para fora pela costela. Mas a Epinóia da luz é
inalcançável. Enquanto as trevas a perseguiram, foi incapaz de
pegá-la, e ele lançou fora uma porção de seu poder, de si mesmo.
E ele fez uma outra criação em forma de uma mulher, à semelhança
de Epinóia, que foi revelada a ele. E ele pôs a porção de poder que
havia tomado do poder do homem na criação feminina, e não, de
acordo com Moisés, na “sua costela”.
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Quatro vezes nesse pequeno texto o autor exibe sua profunda
suspeição da narrativa bíblica ao repetir “não como Moisés disse”.
Ao mesmo tempo, a sua interpretação absurda deve estar certa, pois
concorda com a teoria gnóstica.


170
A Ameaça Pagã
A. F. J. Klijn, o erudito holandês e autoridade em gnosticismo
diz, “Finalmente nós temos que concluir (...) que os elementos judaicos
[o uso de Gênesis] foram totalmente reinterpretados ou invertidos
no gnosticismo (...) [e que] o gnosticismo tinha um desdém total pelas
fontes que usou somente para seus próprios objetivos”.
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O Êxodo Gnóstico de Javeh
Eruditos radicais modernos no final do século 20 (e início do
21) procuram levar os leitores a um êxodo do patriarcado e do grande
Patriarca, o Deus da Escritura. Mestres gnósticos antigos convidaram
os crentes a deixar sua escravidão/submissão ao grande Arconte, o
Deus bíblico, Criador dos Céus e da Terra. O Primeiro Apocalipse de
Tiago pesquisa as poderosas obras da criação e, com um pouco de
ajuda da astrologia antiga, enumera 72 céus. Mas o autor reafirma
ao crente gnóstico, que apesar dessa tremenda demonstração de
poder, o Criador é inferior ao Deus verdadeiro, Aquele que É. De
fato desde que todos os gnósticos tornam-se “Aquele que É”, eles
também são superiores ao Criador dos Céus e da Terra.
43
 Da mesma
forma, no texto gnóstico Diálogo do Salvador, Judas diz a Jesus: “Olhe,
os Arcontes estão no céu; certamente, então, são eles que governam
sobre nós”. Mas Jesus responde: “Vocês regerão sobre eles”.
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Assim, todo o sistema da criação, por impressionante que seja,
desmorona na mega interpretação gnóstica da realidade e da Escritura.
Intérpretes modernos da Bíblia argumentam que a adoração ao Deus
da Bíblia é uma idolatria, pois Javeh não é mais do que uma construção
intelectual da opressão masculina, e o verdadeiro Deus está além das
palavras humanas. Os gnósticos viram o Deus da Escritura como um
usurpador a ser desprezado e o Deus verdadeiro como um Deus
desconhecido que somente foi conhecido na centelha divina dentro
da alma humana. O “deus” antigo pertence ao domínio das trevas
que também é criação, matéria, o corpo, os planetas, e o destino –
uma prisão de onde não há escapatória. O Deus verdadeiro, o “Deus
desconhecido” que vai além de tudo que é visível ou sensível, que
incorpora uma “totalidade” (pleroma) dos seres celestiais, habita no
reino da luz. Mestres gnósticos antigos da Bíblia foram capazes de
“desconstruir” o ensino fundamental da Bíblia sobre Deus para fazer
vibrar um caminho de liberdade ao Deus desconhecido além da Bíblia.
A exegese da libertação era deles, mas o êxodo do Deus da Escritura
não conduziu à terra prometida, mas à escravidão diabólica.


ESTUDO BÍBLICO GNÓSTICO
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A Unidade Final: O Monismo Pagão
Por trás da grande diversidade do gnosticismo antigo está uma
ideologia coerente, profundamente oposta ao teísmo cristão, mas
capaz de abraçar as opções de outras religiões. Desde que o Deus
verdadeiro era desconhecido, exceto por meio do coração humano,
todos os caminhos de interpretação que passam pela experiência do
“conhecimento espiritual” conduzem a Deus. Embora seja comum
descrever o gnosticismo como dualista, que rejeita a carne e abraça o
espírito, o reconhecido especialista, Kurt Rudolf, descreve o
movimento como “um dualismo que acontece em um palco
monístico”.
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 O monismo, seja o antigo quanto o novo, dá as boas-
vindas todos os caminhos que conduzem ao “mistério final” – a todos
exceto a um, o sentido puro da Escritura, e do Deus da Bíblia.
Conclusão
No século 2º, Irineu, que dedicou a sua vida à leitura, à avaliação
e finalmente à denúncia do ensino gnóstico como herético, viu que um
elemento essencial daquele pernicioso ensino, que auxiliou na sedução
de cristãos, envolvia a manipulação da Escritura para se encaixar às
suas próprias finalidades. Ele chamou o método de estudo bíblico deles
de “mal uso da Escritura” que produzia uma “exegese distorcida”. O
procedimento era, para ele, muito óbvio: “Após terem fabricado
inteiramente seu próprio sistema, eles reuniam ditos  e nomes de lugares
diferentes e os transferiam, como já dissemos, de um significado natural
para um não-natural”.
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Na interpretação bíblica a História também se repete. Seja da
sexualidade e moral até métodos de estudo bíblico, o “não-natural”
uma vez mais afirma ser “natural”. Um sistema fabricado de libertação,
apoiado por novos mitos e verdades “auto-evidentes”, afetou o texto
bíblico, desviando seu sentido óbvio natural.
Os pergaminhos do gnosticismo estão abertos diante de nós
em nossa mesa de estratégia. Esses planos já foram usados antes, e os
pais da igreja nos mostraram táticas defensivas eficazes. A vigilância
deles contra as heresias tanto nos alertam quanto nos armam em nossa
própria defesa da Fé. Os cristãos de hoje permanecerão ignorantes
do passado arriscando a si mesmos e a seus filhos. A história da Igreja
nos ensina que as Escrituras declararam: a defesa inclui ataque. Se
nós não denunciarmos e rejeitarmos as técnicas de estudo “gnóstico”
da Bíblia, os fundamentos da igreja cairão.


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