Guia de economia comportamental e experimental



Yüklə 13,28 Mb.
Pdf görüntüsü
səhifə5/194
tarix15.08.2018
ölçüsü13,28 Mb.
#62905
1   2   3   4   5   6   7   8   9   ...   194

16   Guia de Economia Comportamental e Experimental

a análise desse segundo conjunto de emoções, em decisões que envolvem resultados intangíveis. 

O segundo artigo sobre escolha intertemporal é de autoria de Shlomo Bernatzi e Richard 

Thaler. Os autores abordam a questão da poupança para a aposentadoria, ou, mais propriamente, 

da arquitetura de escolha dos planos de aposentadoria, em seus quatro ingredientes fundamen-

tais: disponibilidade, adesão automática, investimento automático e escalonamento automático 

de contribuições.

O capitulo elaborado por Dean Karlan explora exemplos de mecanismos de comprometimen-

to, examinando a ênfase que as pessoas dão ao consumo presente, em detrimento do consumo 

futuro. À luz da literatura sobre desconto hiperbólico do futuro, Karlan discorre sobre alguns 

experimentos que avaliam produtos bancários que podem funcionar como estímulo à poupança 

em cooperativas de crédito.

Sobre o tema de políticas públicas e regulação, a Parte II engloba artigos de Cass Sunstein, Da-

niel Read e Nick Chater.

Sunstein expõe uma lista de fatores que tem sido explorados em políticas públicas baseadas 

na ideia de arquitetura de escolha e de mecanismos de nudging, trazendo a discussão para uma 

perspectiva ética dessas intervenções. Argumenta que esses mecanismos podem assumir diversas 

formas, e devem ser examinados de forma concreta, a partir das intervenções sociais que são por 

eles inspirados. Quando os fins são legítimos, e os nudges

 são transparentes e sujeitos ao escrutínio 

público, dificilmente serão expostos a uma objeção ética convincente.

No capítulo de sua autoria, Chater defende que estaria em curso neste século uma revolução 

comportamental no campo da pesquisa, do desenvolvimento e do teste das políticas públicas. O 

autor considera que os achados da ciência comportamental levam ao questionamento das for-

mas tradicionais de se lidar com problemas sociais. O governo precisa empoderar os cidadãos, 

oferecendo-lhes uma estrutura com a qual possam fazer escolhas de vida adequadas e conve-

nientemente embasadas.

O capítulo de Read volta-se para uma dimensão estratégica da Economia Comportamental, 

dada por suas implicações para a psicologia do consumidor e a importância de reguladores. Aborda 

a desvantagem da Economia Comportamental comparativamente à teoria tradicional, decorrente de 

sua pretensão de lidar com a realidade humana em sua complexidade e “bagunça”. Discute em segui-

da como isso repercute na tradução de seus ensinamentos em políticas sociais adequadas.

A contribuição da Economia Comportamental nas áreas de negócios e marketing é objeto do 

capítulo de Ravi Dhar, Jon Cummings e Ned Welch. O artigo fala da “irracionalidade do consumidor” 

e trata de pontos ainda pouco explorados pela empresas, que se beneficiariam de uma mudança de 

mindset para uma visão mais psicológica do consumidor, suas prioridades e o impacto do contexto 

em decisões simples de consumo.

Eyal Winter traz um visão diferente e crítica de que a Economia Comportamental poderia se be-

neficiar de ampliar seu espectro de investigação para além de vieses cognitivos. O autor defende a 

investigação mais cuidadosa das influências sobre o comportamento e fala do engano de se atribuir 

decisões erradas a fatores emocionais.




17   Guia de Economia Comportamental e Experimental

Já Johannes Haushofer e Ernest Fehr discutem a psicologia da pobreza. Os autores examinam 

resultados empíricos que mostram que as consequências psicológicas da situação de pobreza po-

dem desencadear comportamentos econômicos que tornam difícil sua superação, criando-se um 

círculo vicioso. Esse entendimento é crucial para melhorar a eficácia das intervenções sociais de 

fomento ao desenvolvimento humano.

Integram a Parte III do guia artigos de especialistas brasileiros envolvidos na pesquisa de Econo-

mia Comportamental e Experimental. Antes de apresentá-los individualmente, é importante registrar 

que se trata de um trabalho pioneiro, empreendido por pesquisadores de formação variada, com 

diferentes filiações institucionais, cujo empenho em estimular o avanço dessa área no Brasil merece 

destaque. Esses precursores lidam com as dificuldades que qualquer trabalho de desbravamento de 

território acarreta. Graças a seu esforço, que ocorre em condições de relativo isolamento, tem sido 

possível o desenvolvimento da pesquisa no Brasil e sua adequação às condições locais.

O primeiro capítulo da Parte III foi elaborado por Roberta Muramatsu. A autora defende o impor-

tante papel que a Economia Comportamental desempenha no sentido de oferecer uma explicação 

complementar para os desafios colocados pela pobreza e pelo desenvolvimento humano. A pesquisa 

na área tem seu foco em heurísticas e vieses cognitivos e afetivos potencializados pela condição de 

pobreza e pela privação de oportunidades e direitos. São descritos dois exemplos de experimentos 

randomizados controlados, instrumentos de pesquisa cuja importância vem crescendo na área, que 

ajudam a avaliar a eficácia de diferentes formas de intervenção.

Vera Rita de Mello Ferreira, vanguardista na área de psicologia econômica no Brasil, faz um 

retrospecto histórico da psicologia econômica contemporânea, para em seguida compará-la com a 

Economia Comportamental. Do ponto de vista de método, a autora identifica a psicologia econômica 

com a tradição experimental na psicologia, bem como sua afinidade com a psicologia aplicada, que 

tem propiciado a aplicação de seus ensinamentos em diferentes setores da vida socioeconômica.

Os desdobramentos da Economia Comportamental e Experimental no campo das finanças não 

poderia ser deixado de lado na estruturação deste guia. A área de finanças comportamentais é ob-

jeto do capítulo de autoria de Carol Franceschini. A autora faz uma breve introdução e mapeamento 

das anomalias estudadas pela pesquisa em finanças comportamentais, e apresenta resultados de 

pesquisas com essa orientação feitas no Brasil.

Já Bernardo Nunes, Pablo Roger e Gustavo Cunha examinam o papel do autocontrole nas deci-

sões financeiras cotidianas. Fazem um apanhado dos desenvolvimentos mais recentes da economia 

e da psicologia sobre o autocontrole, tendo em vista a formulação de políticas de regulamentação 

financeira referentes à poupança para aposentadoria, às dinâmicas da tomada de crédito e às deci-

sões de investimento no mercado de ações.

O capítulo de Anderson Teixeira, Benjamin Tabak e Daniel Cajueiro analisa a evidência experi-

mental sobre a violação de determinados axiomas da teoria da utilidade esperada em ambientes 

de risco e incerteza. Essa violação seria provocada por dois fatores psicológicos: aversão míope 

à perda e efeito dinheiro em casa. Este último termo aplica-se a jogos sequenciais com inúmeras 

rodadas, em que os agentes se mostram pouco sensíveis ao risco de perda por terem conseguido 

ganhar na rodada anterior.

O capítulo de Fernando B. Meneguin e Flávia Ávila tem como foco a dimensão aplicada da 




Yüklə 13,28 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   2   3   4   5   6   7   8   9   ...   194




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©genderi.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

    Ana səhifə