Guia de economia comportamental e experimental



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93   Guia de Economia Comportamental e Experimental

Agradecemos a Shane Frederick, a dois revisores anônimos e ao editor por comentários e 

sugestões oportunos.

Notas

[1] Baixos índices de glicose (ou baixa tolerância à glicose) têm sido relacionados a comportamento 

criminoso (por exemplo, Rojas & Sanchi 1941; Virkkunen 1984), impulsividade extrema (por exemplo, 

Virkkunen et al. 1987) e consumo abusivo de bebidas alcoólicas (por exemplo, Wright 1977; Linnoila & 

Virkkunen 1992). Analogamente, o consumo de glicose pode restaurar a força de vontade (por exem-

plo, Kissin & Gross 1968; West & Willis 1998). Gailliot et al. (2007), por exemplo, realizaram um estudo 

no qual os participantes inicialmente assistiram ao mesmo vídeo utilizado por Vohs & Faber (2007), 

novamente variando se os participantes controlavam ou não sua atenção. Alguns participantes re-

ceberam então uma bebida rica em glicose; outros receberam uma bebida placebo sem glicose. Por 

fim, todos os participantes receberam uma tarefa difícil para concluir, com os erros servindo como 

medida de autocontrole. Consistentemente com pesquisas anteriores sobre a força de vontade, os 

participantes que receberam a bebida placebo cometeram mais erros se concluíram, inicialmente, a 

tarefa difícil de controle de atenção. Fundamentalmente, no entanto, a glicose eliminou essa diferen-

ça. Essas constatações apresentam um desafio aos modelos econômicos de tomada de decisão, que 

(implicitamente) supõem estarmos sempre na condição de glicose alta.

[2] A incapacidade de fazer trade-offs explícitos de forma espontânea não é de modo algum li-

mitada a decisões sobre gasto (por exemplo, Northcraft & Neale 1986; Okada & Hoch 2004). Legrenzi 

et al. (1993), por exemplo, perguntaram a participantes se desejavam ou não assistir a um determi-

nado filme em uma cidade estrangeira. Permitiu-se que os participantes fizessem aos pesquisadores 

quaisquer perguntas que os ajudassem a tomar uma decisão. Suas perguntas se concentraram quase 

exclusivamente no filme em si, e muito poucas se referiram a outras opções disponíveis (por exemplo, 

sair para jantar ou ir a um evento esportivo). Camerer et al. (1997), de maneira análoga, observaram 

que muitos motoristas de táxi de Nova York estabelecem metas de receita diária e, portanto, param 

de trabalhar mais cedo nos dias mais lucrativos (nos dias de chuva, por exemplo), quando o custo de 

oportunidade do lazer é mais alto.

[3] Deve-se reconhecer, entretanto, que, como em todos os estudos com ressonância magnéti-

ca funcional (fMRI), este está sujeito aos problemas de deduzir causalidade a partir de correlações, 

deduzindo também o envolvimento de uma reação cognitiva ou emocional particular a partir da 

ativação de uma região cerebral particular (Poldrack 2006), deduzindo a real ativação cerebral da 

resposta BOLD (blood oxygen level dependent - dependente do nível de oxigênio no sangue), e fa-

zendo sentido dessas indicações indiretas de ativação. 

[4] A denominação desses consumidores de “esbanjadores” pode ser identificada (no mínimo) 

desde Strotz (1955–1956, p. 165): “imagina-se que um indivíduo escolhe um plano de consumo para 

um período de tempo futuro para potencializar a utilidade do plano conforme é avaliado no momento 

presente (...) Se ele é livre para reconsiderar seu plano em um momento posterior, ele irá respeitá-lo 

ou não, mesmo que suas expectativas originais em relação aos desejos e meios de consumo futuros 

se confirmem? Nossa resposta atual é que o plano ideal do momento presente, em geral, não será 

respeitado, ou que o comportamento futuro do indivíduo será incompatível com seu plano ideal. Se 

essa incompatibilidade não for reconhecida, nosso sujeito normalmente será um ‘esbanjador’.”



94   Guia de Economia Comportamental e Experimental

[5] Programas de incentivo similares diminuíram a propensão à recaída de dependentes quími-

cos. Stephen Higgins e colaboradores desenvolveram uma “terapia de reforço baseado em vales”, 

que basicamente “suborna” o dependente a abster-se por meio de recompensas frequentes à desis-

tência na forma de vales que podem ser trocados por produtos (vide Higgins et al. 2004 para uma 

análise). A terapia obteve sucesso em reduzir a recaída entre usuários de diversas substâncias que 

causam dependência, entre as quais a cocaína (Higgins et al. 1991), opiáceos (Silverman et al. 1996; 

Bickel et al. 1997), álcool (Petry et al. 2000), maconha (Budney etal. 1991) e tabaco (Roll etal. 1996; 

Roll & Higgins 2000). De maneira similar às dietas, a dependência é um domínio no qual a neurociên-

cia poderá elucidar oportunamente o papel das emoções experimentadas no momento da escolha.



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