A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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A Ameaça Pagã
há nas alturas invisíveis e inefáveis um pré-existente perfeito éon,
a quem eles chamam pré-começo, patriarca e Fundamento Original,
isto é, inconcebível e invisível, eterno e não-criado e que existia na
grande paz e no grande sossego em espaços sem-fim (éons).
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Os textos recentemente encontrados confirmam o testemunho
dos pais da Igreja sobre o ensino gnóstico – Deus é tudo e nada:
Ele [não] está no fim, nem na felicidade,
nem na santidade, mas ele é muito mais do que isso.
Ele não é corpóreo nem incorpóreo.
Ele não é nem grande nem muito pequeno.
[Não há] como dizer,
‘Qual é a sua quantidade?’ ou ‘O que [em sua qualidade?’],
pois ninguém é capaz de [conhecê-lo].
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Evangelho dos egípcios o descreve como:
o grande Pai não-visto [espírito], o nome de quem não se pode
falar, [é ele que veio] dos lugares mais altos da luz [completa] dos
[éons de luz], a luz [sossegada] da premeditação e o pai do silencio,
a [luz] da palavra e da verdade, a luz [da Incorrupta] luz sem
limites, o brilho, da luz dos éons que não podem ser repelidos,
indistinguível, eterno, improclamável, o éon dos éons, autônomo,
o estranho, o éon verdadeiramente autêntico.
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Assim como os eruditos protestantes Fewell e Gunn, citados
anteriormente, afirmam que o Deus da Bíblia é uma construção
masculina humana que não deve ser tomada como o Deus
verdadeiro, assim os gnósticos argumentam que o Deus verdadeiro
está além de toda a representação, bíblica ou não-bíblica. Assim como
Fewell e Gunn, os gnósticos, a julgar pela seguinte citação de
Allogenes, sem dúvida teriam dito que a adoração do Deus do Antigo
Testamento era idolatria. Na prosa rememorativa do anarquismo
budista, nós lemos:
Ele não é nem como deus, nem é ele um ungido, nem um perfeito,
mas é (a trindade) uma entidade dele da qual nada pode ser
conhecido, não do que é característico dele, mas ele é um outro,
que é superior ao ungido e sendo como deus ou perfeito. Ele não


O DEUS DO GNOSTICISMO ANTIGO
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é perfeito, outro é, algo superior (...). Nem é ele algo que alguém
possa vir a conhecer. Mas ele é outra coisa em si mesmo que é
superior, que não se pode conhecer (...). Ele é sem limites e
impotente e não-existente.
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Para os gnósticos, descrever Deus é prova de percepção
espiritual inferior. Assim Jahweh já é revelado inferior porque ele é
conhecido. A complacência graciosa do Senhor da glória ao revelar
a si mesmo na criação é lançado de volta na face de Deus. No Ensino
de Silvano a comparação é feita entre o Deus inferior, o Criador, que
é fácil de conhecer, e o Deus verdadeiro que é impossível de
compreender.
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 O próprio caráter do Deus Escritural como Deus
que vai até seu povo e se faz conhecido é uma causa para zombaria
no sistema gnóstico.
Esse princípio espiritual final não é uma trindade de pessoas
divinas, mas uma só, uma causa impessoal referida como “O Pai
das Totalidades”,
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 ou o “Tudo”.
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 Nós desenhamos o círculo
completo. No final do século 20, a nova espiritualidade refere-se
agora a Deus de modo inclusivo, politicamente correto como “o
Deus/Deusa/Tudo o que há”. Nessa terminologia empacotada tudo
está incluído – exceto uma divindade de personalidade individual.
Gnosticismo: Dualista ou Monista?
Diz-se geralmente que o gnosticismo é dualista.
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 Em um certo
sentido isso está correto. Se o gnosticismo rejeita a matéria e abraça
o espírito, o que ele faz de fato, como pode ter um sistema que inclui
tudo no círculo monístico? Há razões para pensar que o gnosticismo
é, em última análise, monista. Assim como outras formas de
panteísmo, vê Deus em todo lugar, mesmo na matéria. Enquanto o
teísmo separa Deus de seu criação, o gnosticismo nega a Deus
qualquer identidade específica. Deus é tão difuso que ele não está
em parte alguma.
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Conquanto haja uma ênfase anti cósmica, a oposição gnóstica
essencial ao mundo é a oposição a Deus o Criador e sua ordem
criada. A visão cristã de Deus e da criação concebe um deus pagão
monista que está em todos os lugares, mas é incognoscível. O
famoso Evangelho de Maria mostra esse panteísmo pagão quando
prediz que todas as coisas “existem em outros e com outros”, e


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A Ameaça Pagã
“serão decididas novamente em suas próprias raízes”.
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 Isso não é
anti cósmico. É anti criacional, rejeitando as coisas do modo como
são agora. O Jesus vivo no Evangelho de Tomás expressa um
sentimento monístico semelhante:
Jesus disse, “Eu mesmo sou a luz acima de tudo. Eu mesmo
sou tudo. Tudo saiu de mim e estende-se para mim. Rache
um pedaço de madeira, eu estou ali. Levante a rocha e lá eu
serei encontrado”.
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Esses textos tiram a matéria do Deus da Escritura e a dão ao
deus monístico por trás de todas as coisas. De fato, em um texto (e
muitos outros implicam o mesmo) a matéria não provém de Jahweh,
mas de sua mãe Sofia: “Ele fez os céus sem conhecer o céu; ele formou
o homem sem conhecer o homem; ele trouxe luz à terra sem conhecer
a terra. E em cada caso, eles dizem, ele era ignorante das idéias das
coisas que ele fez, e mesmo ignorante sobre sua própria mãe, e
imaginou que ele sozinho era todas as coisas”.
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Até a declaração infame de Jahweh de que criou o mundo,
não é dele, e foi apresentada ao domínio das emanações divinas como
a obra de Sofia. Mesmo o mundo físico não pertence a Ialdabaoth,
mas é usado pelo deus verdadeiro e final como um veículo pelo qual
ele pode ser conhecido.
Sofia Gnóstica: Epítome de uma Deidade Pagã Monística
O poder divino final é geralmente descrito na imagem
masculina do Pai incognoscível. Os gnósticos afirmam que o
poder divino conhecível, revelador e ensinador é feminino.
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 (O
equivalente na terra é Eva ensinando Adão como uma Instrutora
sábia). Deus é tão desconhecido e distante que se pode falar de
uma existência sem ser. A força dinâmica que coloca alguém
face a face com o desconhecido é feminina. Sofia é o elemento
divino que passa por cima tanto da física quando dos mundos
espirituais e une os opostos na existência terrena numa unidade
mística.  Trimorphic Protennoia [Protenóia de três formas]
descreve “três descendentes da protenóia redentora celestial
gnóstica, que, na verdade, é Sofia. Ela é o Primeiro Pensamento
do Pai (...). Ela habita em todos os níveis do universo”.
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