A ameaça pagã Velhas heresias para uma nova era



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O DEUS DO GNOSTICISMO ANTIGO
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como Sofia toma o lugar do Filho Eterno na Trindade divina. A
revelação de Sofia é um monismo panteístico. Ela está em todo
lugar, declarando:
Eu sou revelada no imensurável e no que não se fala. Eu sou além
da compreensão, eu vivo no incompreensível. Eu me misturo em
toda a criação. Eu mesma sou a vida de minha Concepção que
existe em todo o poder e se mistura em cada movimento eterno, e
nas Luzes jamais vistas e nos Arcontes e Anjos e Demônios e em
cada alma que existe em [Tatatros] e em cada alma feita de matéria.
Eu existo naqueles que vieram à existência.
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Uma Previsão do Tempo Mística:
Trovão Por Todos os Lados
Trovão, Perfeita Mente, um nome misterioso para Sofia, revela
que, enquanto nós nunca podemos conhecer a fonte de toda a
unidade (Deus), tudo está unido no círculo cósmico de Sofia.
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 Sofia
é a expressão perfeita da espiritualidade pagã. Ela desconstrói as
categorias racionais em uma união monística dos opostos:
Pois a primeira e a última eu sou.
Eu sou a adorada e a desprezada.
Eu sou a prostituta e a venerável.
Eu sou a esposa e a virgem.
Eu sou a mãe e a filha (...).
Eu mesma sou o silêncio que vai além do entendimento
e a concepção cujos pensamentos são numerosos.
Eu sou a voz, o som do que é miríade
e a palavra (logos), cuja aparência é multiforme (...).
Eu sou a vergonha e a audácia.
Eu não tenho vergonha; Sou envergonhada (...).
Eu não tenho mente e sou sábia (...).
Pois eu mesma sou a sabedoria do grego e o conhecimento dos
bárbaros.
Eu mesma sou o julgamento dos gregos e dos bárbaros.
Eu sou aquela cuja imagem é grande no Egito (...).
Eu sou aquela que tem o nome de vida e que vocês chamam de
morte.
Eu sou aquela chamada lei e a que vocês têm chamado sem lei...
Eu, eu mesma sou infiel, e


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A Ameaça Pagã
sou eu cujo Deus é multifacetado (...).
Eu sou a essência imutável e aquela que não tem essência
imutável (...).
Eu sou a união e a dissolução (...).
Eu, Eu mesma sou sem pecado e
a raiz do pecado tem origem em mim (...).
Sou eu quem é chamada verdade e ilegalidade (...).
Esse texto, de acordo com o editor original do documento, não
possui temas distintivamente gnósticos.
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 Mas feministas contempo-
râneas não acreditam nisso. O texto têm alguma semelhança com a
personificação da Sabedoria em Provérbios 8, mas a diferença em
conteúdo é radical. Em provérbios, a Dama Sabedoria e a Dama Estupidez
são colocadas em oposição. Aqui a sabedoria e a estupidez pertencem ao
mesmo princípio divino. Essa reveladora feminina se assemelha não à
sabedoria bíblica, mas à deusa hindu Kali
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 ou à egípcia Ísis. Não é
de se admirar que Trovão-Sofia seja tão bem-recebida no panteão
religioso feminista:
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Uma outra divindade feminina que convoca as mulheres e nos
confirma nossa divindade e nosso poder é a não-nomeada
Perfeita Mente de Trovão. Ela parece estar em todo lugar e
envolve todas as coisas: (...) Ela é tudo e todas as pessoas e seus
opostos. Ela é feminina e dentro dela há uma gama de vida
feminina do nascimento à morte, da mulher mundana no
mundo à divina Sabedoria do Céu (...). Eu vejo no “Trovão” a
visão de uma deusa humana e divina que fala novamente (...).
[do modo da] Ísis egípcia.
Sofia Manda Saudações do Egito
Essa autora feminista coloca seu dedo na origem pagã de Sofia
como uma expressão da Deusa egípcia, Ísis. É claro que o texto em
si mesmo claramente faz essa conexão quando Trovão-Sofia declara:
“[Eu] sou aquela cuja imagem é grande no Egito”. A conexão é
apropriada já que Ísis era a Deusa egípcia da Sabedoria.
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 É dito de
Ísis que ela é “o ponto fixo do mundo em movimento”
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 que proclama:
“Eu sou a natureza, a Mãe Universal (...) a manifestação única de
todos os deuses e deusas sou Eu”.
64
 Assim como Trovão-Sofia, Ísis
une todas as coisas dentro de seu círculo inclusivista. E cito
novamente a descrição de sua sabedoria de um estudioso sobre Ísis:


O DEUS DO GNOSTICISMO ANTIGO
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Curiosamente, (...) os egípcios [quando caracterizando Ísis por
sua sabedoria] a chamaram “grande em poder mágico”. [Para
eles a] sabedoria real consistia de visão dos mistérios da vida e
da morte (...). Assim a sabedoria era para os egípcios equivalente
à capacidade de exercer um poder mágico.
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Isso é também afirmado numa linguagem mais técnica por
Caitlín Matthews, a sacerdotisa de Ísis dos dias modernos e especia-
lista na história de Sofia. “A experiência greco-egípcia (após a vitó-
ria de Alexandre o Grande sobre o Egito) é verdadeiramente
catalizadora no estudo da Sabedoria, pois o caráter forte de Ísis a
Deusa tornou-se o critério de Sofia do (...) gnosticismo”.
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 Aqui é
afirmado sem ambigüidade por uma sacerdotisa pagã que o
gnosticismo serve como uma ponte para o paganismo se infiltrar
no Cristianismo.
A iniciação nos mistérios de Ísis e o segredo das experiências
estáticas em seus templos deram aos adeptos uma idéia da transforma-
ção na imortalidade.
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 Ísis era assim a doadora da magia, do conhecimento
oculto e da sabedoria por  meio da qual, como Sofia, ela revelou o distinto
e desconhecido Deus egípcio por trás de todas as coisas, o Deus Re.
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 Ísis
“Re-Imaginada” como Deus para seus seguidores!
Que os “cristãos” gnósticos a tomaram emprestada do
paganismo é aqui muito óbvio – como portanto deveria ser a na-
tureza pagã das especulações dos dias atuais sobre Sofia. A Sofia
que fez uma breve aparição em Minneapolis não voou de Jerusalém
e traços de sua identidade não podem ser encontrados na Bíblia. Ela
veio do Egito pagão via gnosticismo “cristão” e seu passaporte leva
seu nome verdadeiro – Ísis.
Protennoia, que significa “Primeiro pensamento”, uma outra
manifestação de Sofia nos textos gnósticos antigos, revela na mais
completa terminologia a união dos opostos em uma unidade não-
racional tão essencial ao pensamento pagão antigo quanto moderno:
Eu sou gynandrous [Eu sou Mãe, eu sou] Pai [eu] [tenho coito]
comigo mesma. Eu [tenho coito] comigo mesma [e com aqueles
que] me [amam e] eu sou aquela por quem o Todo [permanece].
Eu sou o útero [que dá forma] ao Todo por meio do nascimento
da Luz que [brilha em] glória.
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