História 8º ano



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. Acesso em: 30 out. 2014.

Figura 33

Fumaça tóxica emitida por indústria siderúrgica em Hangzhou, China, 2015.

Zhao jian kang/Shutterstock/Glow Images

a) Cite elementos que caracterizam o mundo moderno de acordo com o texto.

b) Quais foram os prejuízos ambientais causados pela industrialização?

c) Como é gerada a maior parte da energia atualmente?

d) Quais são as consequências para a natureza da queima de combustíveis fósseis?

e) Em sua opinião, quais são as vantagens da industrialização? E as desvantagens? Justifique sua resposta.

Estimule a autonomia na aprendizagem dos alunos solicitando-lhes que realizem a proposta da seção Refletindo sobre o capítulo. Explique-lhes que, caso não tenham compreendido alguma das afirmações, é importante que o professor seja informado para que possa retomar o conteúdo correspondente e sanar as deficiências na aprendizagem.



Refletindo sobre o capítulo

Agora que você finalizou o estudo deste capítulo, faça uma autoavaliação de seu aprendizado. Verifique se você compreende as afirmações a seguir.

• A Revolução Industrial causou profundas transformações nas estruturas econômica, social, política e cultural da Europa.

• A Inglaterra foi o primeiro país a se industrializar.

• A Revolução Industrial acentuou as desigualdades sociais na Inglaterra.

• Por meio da luta e da organização sindical, os operários ingleses conquistaram algumas melhorias em relação às suas condições de trabalho.

• Com a industrialização, a percepção do tempo mudou.

Após refletir sobre essas afirmações, converse com os colegas e o professor para certificar-se de que todos compreenderam o conteúdo trabalhado neste capítulo.


Página 152

capítulo 7 - As independências na América espanhola
Página 153

Veja nas Orientações para o professor algumas dicas, sugestões e/ou informações complementares para enriquecer o trabalho com os assuntos deste capítulo.



A crise do sistema colonial criou um ambiente propício para a eclosão dos movimentos de independência nas colônias na América espanhola. Neste capítulo, você vai estudar o contexto dessa crise e conhecer algumas características que marcaram os movimentos pela independência das colônias, assim como o processo de formação das novas nações após a emancipação.

Observe as imagens apresentadas nestas páginas e converse com os colegas sobre as questões a seguir.

Figura 1

Guerra de independência na Venezuela, detalhe de pintura de David Sabino, s/d.

David Sabino. s.d. Salón de Actos Angoátegui, Barcelona (Venezuela). Foto: Bruno PérousseAlbum/Akg-Images/Latinstock



Figura 2

Padre Hidalgo e seu exército durante a luta pela independência do México. Detalhe do painel Grito de Dolores, de Juan O’Gorman, cerca de 1960.

Juan O’Gorman. c. 1960. Pintura mural. Museu Nacional de História, Cidade do México (México). Foto: Granger/Glow Images

Aproveite as imagens e questões das páginas de abertura para ativar o conhecimento prévio dos alunos e estimular seu interesse pelos assuntos que serão desenvolvidos no capítulo. Faça a mediação do diálogo entre os alunos de maneira que todos participem expressando suas opiniões e respeitando as dos colegas.

Veja as respostas das questões nas Orientações para o professor.

A As imagens dessas duas páginas representam cenas da independência de dois países americanos que foram colonizados pela Espanha. A partir da observação das imagens, como você imagina que tenha sido o processo de independência desses países?

B O que você já sabe sobre as independências na América espanhola? Comente.
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A crise do sistema colonial

A crise do sistema colonial foi determinante para que as colônias espanholas conquistassem sua independência.



O império colonial espanhol em crise

No decorrer do século XVIII, a autoridade do governo espanhol sobre suas colônias na América foi se tornando cada vez menor. Nessa época, a Espanha não possuía navios suficientes para fazer a fiscalização de todo o litoral de suas colônias. Assim, os colonos conseguiam comercializar com outros Estados europeus, contrariando o exclusivo comercial, característico do colonialismo mercantilista.



Exclusivo comercial: prática mercantilista que garantia a uma metrópole o monopólio comercial de suas colônias.

Nesse contexto, o comércio entre as colônias espanholas foi liberado gradativamente. O aumento da circulação de mercadorias entre as colônias proporcionou mais lucros para os comerciantes, que em sua maioria eram criollos.

O enriquecimento das elites criollas, porém, não veio acompanhado de maior participação política. Os cargos mais importantes, como os de vice-rei, capitão-geral e arcebispo, continuaram sendo ocupados apenas pelos chapetones, isto é, pessoas nascidas na Espanha e que residiam nas colônias. A insatisfação dos criollos com essa situação aumentou no fim do século XVIII, quando a Espanha, envolvida em guerras na Europa, aumentou a cobrança de impostos.

Figura 3

Emblema da Companhia dos Mares do Sul, da Inglaterra, que comercializava com as colônias espanholas na América nos séculos XVIII e XIX. Gravura de John Richard Green, 1894.

John Richard Green. 1894. Gravura. Coleção particular. Foto: The Print Collector/Heritage Images/Glow Images

A Guerra de Sucessão Espanhola

A Guerra de Sucessão Espanhola foi uma série de conflitos pela sucessão do trono da Espanha, no início do século XVIII. Com a morte do rei Carlos II, que não deixou herdeiros, teve início a disputa pela Coroa espanhola, na qual se envolveram diferentes nações europeias, como Áustria, Inglaterra, Prússia, Portugal e França.

O término dos conflitos foi marcado pela assinatura dos Tratados de Utrecht (1713 e 1715), os quais determinaram o reconhecimento de Felipe V de Bourbon, neto do rei francês Luís XIV, como rei da Espanha, além de garantir à Inglaterra o direito de comercializar com as colônias espanholas na América.
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As reformas dos Bourbons

Em 1700, o trono espanhol passou a ser ocupado pela dinastia dos Bourbons. Alguns reis dessa dinastia empreenderam reformas no Estado espanhol, que permitiram o desenvolvimento de um pequeno comércio entre as colônias. Além disso, eles promoveram a modernização das instituições imperiais e nomearam novos funcionários para as colônias, com o objetivo de melhorar a gestão das finanças do governo e aumentar o controle sobre elas, reforçando o poder da monarquia espanhola e o sistema de arrecadação dos impostos coloniais.



Figura 4

O rei Carlos III, que governou a Espanha entre 1759 e 1788, foi um dos responsáveis pelas reformas dos Bourbons. Moeda de prata com o rosto de Carlos III, século XVIII.

Séc. XVIII. Moeda de prata. Museu Arqueológico Nacional de Nápoles (Itália). Foto: Leemage/Getty Images

A situação nas colônias

As reformas dos Bourbons tiveram ampla repercussão nas colônias espanholas, e o comércio entre elas foi sendo liberado gradualmente. Desse modo, aumentaram os contatos comerciais e a circulação de produtos entre as colônias, e também entre elas e as nações estrangeiras, que proporcionaram maiores lucros para os criollos.



Figura 5

Carlos III assina o decreto de livre comércio com a América, 1778. Pintura de Pedro Pablo Montaña, século XVIII.

Pedro Pablo Montaña. Séc. XVIII. Coleção particular. Foto: Album/Oronoz/Latinstock

A independência dos países da América Latina
Alexandre de Freitas Barbosa. São Paulo: Saraiva, 1997. (Que história é essa?).
Veja nesse livro um panorama sobre os processos de independência em diversos países da América Latina.
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A invasão napoleônica na Espanha

Entre os anos de 1807 e 1808, o exército do imperador francês Napoleão Bonaparte invadiu a península Ibérica com o objetivo de fazer valer o Bloqueio Continental, impedindo o comércio de Portugal e Espanha com a Inglaterra. Nessa ocasião, o rei espanhol, Fernando VII, foi deposto, preso e levado para o exílio na França.

Na América, a repercussão da queda do rei espanhol foi imediata e aumentou o desejo dos colonos de lutar por sua independência. As elites coloniais, então, organizaram-se em juntas governativas que, em um primeiro momento, apenas resistiram à dominação francesa, tentando ampliar sua relativa autonomia política. Mas, com o retorno de Fernando VII ao trono espanhol, em 1814, ocorreu uma retomada da política absolutista, tornando o sentimento separatista ainda mais forte na América espanhola.

As juntas governativas

Com a deposição do rei espanhol Fernando VII, as elites criollas da América espanhola formaram, com base nos Cabildos, juntas governativas locais para se autogovernarem.



Cabildo: órgão administrativo implantado pela Espanha em suas colônias na América.

No interior das juntas, estabeleceram-se tendências políticas diversas. Alguns de seus membros juraram total fidelidade ao rei deposto; outros desejavam governar de forma independente, embora em nome do rei; por outro lado, havia a tendência mais radical, que desejava a completa independência das colônias.

Com o retorno do rei espanhol ao trono e o ressurgimento das tensões entre as elites coloniais e a administração espanhola, o grupo que defendia a independência acabou prevalecendo.

Figura 6

O quadro Os fuzilamentos do Três de Maio, do artista espanhol Francisco de Goya, 1814, representa a repressão francesa contra a população espanhola que tentava resistir à invasão da Espanha pelas tropas do exército de Napoleão Bonaparte.

Francisco José de Goya y Lucientes. 1814. Óleo sobre tela. 268 x 347 cm. Museu do Prado, Madri (Espanha)
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O sujeito na história

Francisco de Goya

Francisco José de Goya y Lucientes (1746-1828) foi um renomado pintor espanhol que presenciou a invasão napoleônica à Espanha.



Figura 7

Francisco de Goya, autorretrato, século XIX.

Francisco José de Goya y Lucientes. Séc. XIX. Óleo sobre tela. Academia de Bellas Artes de San Fernando, Madrid (Espanha). Foto: Erich Lessing/Album/Latinstock

Goya começou a pintar aos 13 anos de idade, fazendo cópias de outras pinturas. Aos 17 anos, mudou-se para a cidade de Madrid, onde se tornou aprendiz de um popular pintor da realeza espanhola.

O destaque de Goya como pintor ocorreu a partir de 1780, quando conseguiu entrar para a Academia de Belas Artes de Madri. Ele começou então a receber encomendas importantes, realizando retratos da nobreza espanhola. Em 1789, tornou-se um dos pintores da câmara do rei, obtendo um maior reconhecimento de sua carreira.

Alguns anos depois, Goya contraiu uma grave e desconhecida doença. Ao se recuperar, deu início a uma transformação em sua pintura, passando a utilizar cores mais escuras e a tratar de temas sombrios e realistas.

Após as invasões napoleônicas, as obras de Goya passaram a retratar com maior frequência o sofrimento humano. Uma série de gravuras, intitulada Os desastres da guerra, por exemplo, representaram as batalhas ocorridas na Espanha. Goya não procurou pintar as glórias ou atos heroicos, mas sim demonstrar os horrores causados pela guerra.

Figura 8

Os desastres da guerra, placa 18, Francisco de Goya, 1863.

Francisco José de Goya y Lucientes. 1863. Gravura em metal. Palácio Real de Madrid (Espanha). Foto: Album/Oronoz/Latinstock



Figura 9

Os desastres da guerra, placa 44, Francisco de Goya, 1863.

Francisco José de Goya y Lucientes. 1863. Gravura em metal. Coleção particular. Foto: Quint & Lox/Akg-Images/Latinstock


Página 158

A América espanhola independente

Durante o século XIX, a Espanha perdeu o poder sobre suas colônias.



Independências declaradas

Observe, no primeiro mapa, a divisão das colônias espanholas no século XVIII. No segundo mapa, veja como ficaram divididos os novos países que se formaram.



Figura 10

A América espanhola no século XVIII

0° 50° O


Trópico de Câncer

Equador


Trópico de Capricórnio

OCEANO

ATLÂNTICO

OCEANO

PACÍFICO

0 1 410 km



N

O L

S

VICE-REINO DA

NOVA ESPANHA

VICE-REINO DA

NOVA GRANADA

VICE-REINO

DO PERU

VICE-REINO DO

RIO DA PRATA

CAPITANIA-GERAL

DO CHILE

CAPITANIA-GERAL

DA VENEZUELA

CAPITANIA-GERAL

DA GUATEMALA

CAPITANIA-GERAL

DE CUBA

0 1 410 km



N

O L

S

E. Cavalcante

Fonte: BLACK, Jeremy (Ed.). World History Atlas. Londres: Dorling Kindersley, 2005.

Figura 11

As independências na América espanhola

OCEANO

PACÍFICO

OCEANO

ATLÂNTICO

0° 50° O


Trópico de Câncer

Equador


Trópico de Capricórnio

MÉXICO

1821

PERU

1824

EQUADOR

1822

COLÔMBIA

1819

VENEZUELA

1819

URUGUAI

ARGENTINA 1828

1816

PARAGUAI

1811

BOLÍVIA

1825

CUBA

1898

COSTA RICA

1838

NICARÁGUA

1838

EL SALVADOR

1838

GUATEMALA

1838

HONDURAS

1838

CHILE

1818

PANAMÁ

1830

E. Cavalcante

Fonte: IstoÉ Brasil, 500 anos. São Paulo: Três, 1998.

Observe a linha do tempo a seguir, que apresenta alguns fatos importantes relacionados à independência dos países da América espanhola.



Figura 12

1805 1810 1815 1820 1825



1814

O rei espanhol Fernando VII reassume o trono.



1820

Revolução Liberal na Espanha. O rei Fernando VII tem que aceitar uma constituição que limita seus poderes.



1807

A Espanha é invadida pela França; o rei espanhol Fernando VII é deposto e se torna prisioneiro dos franceses.



1815

Derrota definitiva de Napoleão e conclusão do Congresso de Viena, que reorganiza as fronteiras das potências europeias.



1810

Início dos movimentos de independência em várias regiões da América espanhola.



1824

Batalha de Ayacucho (Bolívia). Tropas de Antonio José de Sucre vencem as últimas forças espanholas ainda estabelecidas na América do Sul.


Página 159

Os processos de independência

Os interesses das elites coloniais foram determinantes nos processos de independência na América espanhola.



As primeiras manifestações

No final do século XVIII, as condições de vida das pessoas pobres na América espanhola eram precárias e as condições de trabalho forçado nas lavouras e nas minas eram muito difíceis. Nesse contexto, surgiram as primeiras manifestações de insatisfação contra o governo espanhol. Essas manifestações de caráter popular, compostas essencialmente por indígenas e mestizos, foram duramente reprimidas.

Em 1780, um movimento popular liderado pelo indígena José Gabriel Tupac Amaru foi responsável por um levante que repercutiu em diversas regiões do Vice-reino do Peru. Os rebeldes atacaram os chefes políticos locais, saquearam as obrajes e ocuparam aldeias. No princípio, esse levante popular contou com a participação de alguns criollos que estavam insatisfeitos com o governo espanhol, principalmente porque eram obrigados a pagar altos impostos. Porém, muitos criollos, assustados com a violência dos rebeldes, decidiram apoiar a Coroa espanhola no combate ao movimento, procurando preservar seus interesses. Após vários conflitos, o movimento rebelde se desintegrou e seus líderes, incluindo Tupac Amaru, foram executados.

Obrajes: oficinas têxteis que exploravam a mão de obra indígena.

Figura 13

Tupac Amaru representado em pintura de artista desconhecido, século XVIII.

Séc. XVIII. Óleo sobre tela. Museu Histórico Nacional de Cabildo e da Revolução de Maio, Buenos Aires (Argentina). Foto: G. Dagli Orti/De Agostini/Glow Images

As condições para a independência

Os processos de independência na América espanhola ganharam força somente quando as elites coloniais passaram a se interessar pela separação política da Espanha.

A partir do início do século XIX, com a invasão napoleônica na Espanha, as elites criollas se fortaleceram e passaram a controlar as juntas governativas. Havia, no entanto, divergências entre os membros da elite. Leia o texto.

[Havia] os que defendiam a fidelidade ao rei Fernando VII [e havia] aqueles que desejavam a autonomia das juntas para governar, embora em nome do rei; [havia também os] partidários da completa independência ante a Metrópole. No decorrer das lutas, a tendência que aspirava à completa autonomia foi se impondo às demais até se tornar a dominante. [...]

Rubim Santos Leão de Aquino e outros. História das sociedades americanas. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 209.

O “haitianismo”

O Haiti foi a primeira colônia da América Latina a se tornar independente, em 1804. A independência foi conquistada por meio de um movimento revoltoso em que escravos e ex-escravos massacraram a elite branca e tomaram o poder. O medo de rebeliões como essa se espalhou entre as elites coloniais e ficou conhecido como “haitianismo”.


Página 160

A emancipação da América do Sul espanhola

À medida que o Estado espanhol se mostrava mais fraco e decadente, as elites coloniais passaram a apoiar a independência de suas colônias como forma de proteger seus interesses políticos e econômicos contra o avanço do Império Napoleônico.

A partir de 1810, começaram as primeiras insurreições pela independência nas capitanias da Venezuela e do Chile, e no Vice-reino do Rio da Prata, que hoje corresponde aos atuais territórios do Paraguai, do Uruguai, da Argentina e de parte da Bolívia.

O criollo San Martín, nascido na atual Argentina em 1778, liderou os movimentos pela independência desse país e colaborou para a libertação do Chile e do Peru. San Martín planejava criar Estados independentes na América, cada qual governado conforme os interesses da população.

Ao norte do continente, Simón Bolívar liderou a independência da Grã-Colômbia. Bolívar era um militar centralista, que acreditava em um poder forte e único composto por Estados independentes, porém solidários entre si, e que formassem uma confederação.

Embora os processos de independência na América tenham ocorrido de maneiras diferentes em cada região, de modo geral eles foram liderados pelas elites criollas. Apesar de lutar pela liberdade política e econômica das colônias, os membros dessas elites procuraram manter a mesma estrutura social do período colonial, e não promoveram melhorias importantes nas condições de vida das populações mestiça, indígena e escrava.



Figura 14

San Martín representado em pintura de artista desconhecido, século XIX.

Séc. XIX. Coleção particular. Foto: M. Seemuller/De Agostini/Glow Images

O bolivarismo

Conhecida hoje como bolivarismo, a política de solidariedade de Simón Bolívar tinha como objetivos principais a união dos países americanos contra o Absolutismo europeu, além da manutenção da paz continental e a igualdade entre os governos participantes.

Os ideais de solidariedade continental de Simón Bolívar foram colocados em prática durante um breve período de tempo. A partir de 1819, Bolívar organizou a República da Grã-Colômbia, composta por Venezuela, Equador e Colômbia, além do Panamá, localizado na América Central. Essa confederação durou até o ano de 1830.

Figura 15

Homenagem a Simón Bolívar, o libertador da América. Gravura de Santiago Juarez, 1825.

Santiago Juarez. 1825. 108 x 102 cm. Museu Histórico Regional, Cusco (Peru). Foto: Album/sfgp/Latinstock
Página 161

A fragmentação política

Após a criação da República da Grã-Colômbia, Simón Bolívar organizou o Congresso do Panamá Com esse Congresso, Bolívar desejava unificar todas as regiões recém-emancipadas na América espanhola. No entanto, o antigo Império espanhol se fragmentou em vários países.

O fracasso desse projeto de união ocorreu em razão de vários fatores. Um deles é que as elites criollas das diversas regiões do antigo Império espanhol na América acreditavam que seria mais fácil orientar a política e a economia de suas regiões de origem sem ter de negociar com caudilhos de outros locais, que, geralmente, possuíam interesses divergentes.

Havia, também, dos pontos de vista geográfico e econômico, grande diferença e isolamento entre as ex-colônias espanholas na América, o que dificultava sua união em um projeto comum de Estado.



Figura 16

Encontro entre os “libertadores” Simón Bolívar e San Martín, em 1822. Apesar de companheiros de luta contra a metrópole espanhola, os projetos dos dois líderes eram antagônicos: enquanto Bolívar defendia uma América republicana, unida em Estados federados, San Martín preferia a criação de Estados monárquicos independentes, preferencialmente governados por príncipes europeus. Gravura de Levy, século XIX.

Levy. Séc. XIX. Coleção particular. Foto: The Print Collector/Heritage Images/Glow Images

Os caudilhos

Os chefes políticos e militares que surgiram nas ex-colônias espanholas da América do Sul ficaram conhecidos como caudilhos. Leia, no texto abaixo, algumas definições acerca das origens e características dos caudilhos.

O caudilho pode ser um militar competente, acostumado a enfrentar guerras, liderar batalhas e obter sucessivas vitórias sobre os seus adversários, ou pode ser um proprietário rural que organiza as forças policiais de sua propriedade e as dos vizinhos, para defendê-las contra a invasão de estranhos ou de estrangeiros. [...] Por outro lado, o caudilho pode ser um líder político local que, para ganhar as eleições municipais e regionais, utiliza seus dotes pessoais para persuadir os eleitores. [...] O caudilho pode ser até aquele que escreve bem e que tenha feito curso superior. Um caudilho-doutor, que empolga as pessoas através daquilo que escreve. Em resumo, o caudilho sempre tem inegáveis qualidades militares e políticas.

Elio Chaves Flores. O caudilhismo. São Paulo: FTD, 1997. p. 9. (Para conhecer melhor).



Figura 17

Caudilhos da Argentina. Gravura de artista desconhecido, século XIX.

Séc. XIX. Museu Histórico Nacional do Cabildo e da Revolução de Maio, Buenos Aires (Argentina). Foto: G. Dagli Orti/De Agostini/Glow Images
Página 162

A independência do México

Os movimentos de emancipação do México tiveram importante participação popular, porém, após a independência, a elite assumiu o controle do país.



Os movimentos sociais

As lutas contra o domínio espanhol no México começaram com levantes populares liderados pelo padre Miguel Hidalgo, a partir de 1810. Os principais objetivos do movimento eram a independência do Vice-reino da Nova Espanha e a transferência das propriedades rurais dos chapetones e dos criollos para a população nativa.

Hidalgo chegou a reunir um exército de aproximadamente 30 mil pessoas, formado por indígenas e mestizos, e invadiu a Cidade do México. Em 1811, porém, as tropas reais espanholas conseguiram conter o movimento, executando grande parte dos revoltosos. Após ser capturado, o padre Hidalgo foi julgado pelo tribunal da Inquisição e condenado à morte.

Figura 18

Representação de Padre Hidalgo. Gravura de Claudio Linati, 1826.

Claudio Linati. 1826. Gravura. Museu da América, Madrid (Espanha). Foto: Album/Oronoz/LatinstockLatinstock

As lutas de independência

José Maria Morelos, outro padre mexicano, continuou a luta pela independência iniciada por Hidalgo. À frente do movimento, Morelos obteve alguns avanços, chegando a proclamar a independência do México em 1813 e, no ano seguinte, a promulgar a primeira Constituição do país. No entanto, nem a proclamação de independência e tampouco a Constituição foram reconhecidas pelo governo espanhol.



México: dos astecas à independência
Samuel Sergio Salinas. São Paulo: Brasiliense, 1994.
O livro aborda a formação cultural mexicana, em especial o encontro entre a cultura europeia e a indígena.

Figura 19

Essa imagem representa o padre Morelos, que morreu em uma batalha durante um cerco à atual Cidade do México, em 1815. Assim como Hidalgo, Morelos se tornou mártir da independência mexicana. Gravura de Claudio Linati, 1826.

Claudio Linati. 1826. Gravura. Biblioteca Nacional de Antropologia e História, Cidade do México (México). Foto: G. Dagli Orti/De Agostini/Glow Images
Página 163

As elites no poder

O movimento pelo reconhecimento da independência mexicana continuou durante anos. Mestizos e indígenas organizaram-se em grupos armados que, espalhados por todo o México, combatiam as tropas reais.

A elite criolla, no entanto, interessada em permanecer no poder e com receio da participação direta da população no governo, decidiu entrar em acordo com os rebeldes.

O militar criollo Agustín de Iturbide fez um acordo com os rebeldes e proclamou a independência do México em 1821, estabelecendo uma Monarquia Constitucional e tornando-se imperador mexicano. Porém, em 4 de outubro de 1824, um grupo de militares contrários à política vigente proclamou a República mexicana e oficializou o catolicismo como religião do país, que passou a se chamar Estados Unidos Mexicanos.



Figura 20

Entrada Triunfal de Agustín de Iturbide na Cidade do México, 1821. Pintura de artista desconhecido, século XIX.

Séc. XIX. Coleção particular. Foto: G. Dagli Orti/De Agostini/Glow Images

As independências na América Central

Uma semana após a independência do México, em 1821, as capitanias gerais da Guatemala, que incluíam os atuais territórios de Chiapas, Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Honduras, também se declararam independentes e se incorporaram ao Império Mexicano. Em 1823, elas se separaram do México e formaram a Federação Independente das Províncias Unidas da América Central.

A partir de 1838, essa federação se desfez e cada país se tornou autônomo, com exceção de Chiapas, que ainda hoje é um território mexicano.

Figura 21

José Rafael Carrera, primeiro presidente da Guatemala, representado participando dos conflitos pela independência. Gravura de artista desconhecido, 1938.

1938. Cartão. Coleção particular. Foto: Art Images Archive/Glow Images
Página 164

A sociedade mexicana após a independência

A independência do México foi marcada pela participação da população indígena e mestiza, porém o governo do país após a independência ficou nas mãos da elite criolla. As condições de vida da população mexicana não melhoraram após a independência. Mestizos e indígenas continuaram a ser a camada mais pobre da população, sem acesso à participação política no governo recém-implantado. Em 1829, a escravidão foi abolida no país, porém os ex-escravos de origem africana não receberam suporte do governo, e muitos continuaram a viver em situação degradante.

Observe os detalhes da imagem a seguir, que mostram membros das principais camadas sociais do México após a independência.

Figura 22

Mapa Etnográfico do México, ilustração de Antonio Garcia Cubas, 1885.

Antonio Garcia Cubas. 1885. Ilustração. Coleção particular. Foto: Buyenlarge/Getty Images


Página 165

Explorando a imagem

a) Descreva as pessoas representadas nos detalhes A, B e C.

b) Esses detalhes representam membros de quais camadas da sociedade mexicana após a independência? Justifique sua resposta.

Veja as respostas das questões nas Orientações para o professor.



A formação das nações latino-americanas
Maria Ligia Prado. São Paulo: Atual, 2009.
Esse livro aborda o período pós-independências na América espanhola, no contexto da formação dos Estados nacionais.

Figura 23

A

Figura 24

B

Figura 25

C
Página 166



A independência de Cuba

Cuba conquistou sua independência em 1898.



Cuba no século XIX

Desde o final do século XVIII, a ilha de Cuba havia se tornado uma grande produtora de açúcar e, assim como nas outras colônias espanholas das Antilhas, os colonizadores utilizaram a mão de obra escrava africana na lavoura canavieira. A grande quantidade de africanos na ilha passou a preocupar a elite cubana. Eles temiam o “haitianismo” e, para não sofrerem as mesmas consequências da elite haitiana, mantinham sempre um rígido controle sobre os escravos.

Além disso, as elites cubanas tinham certa autonomia comercial, pois no início do século XIX a Coroa espanhola havia liberado o comércio entre Cuba e os Estados Unidos. Dessa forma, boa parte da elite cubana não tinha interesses separatistas, o que retardou o processo de independência do país.

As guerras de independência

A primeira guerra de independência aconteceu durante os anos de 1868 e 1878, sob o comando de Carlos Manuel Céspedes. Dono de um engenho, Céspedes libertou seus escravos para lutarem pela independência. No entanto, a maioria dos grandes fazendeiros não aderiu à luta, e a revolta foi esmagada pelo exército espanhol.

A segunda guerra de independência aconteceu entre os anos de 1895 e 1898. Nessa ocasião, a revolta foi liderada pelo político e escritor criollo José Martí. Os revoltosos estavam insatisfeitos com o aumento dos impostos cobrados pela Espanha e com os altos custos que a manutenção do exército espanhol em Cuba causava para os criollos. O movimento de separação, iniciado pelos partidários de Martí, acabou ganhando força e derrotou o outro grupo da elite cubana que pretendia incorporar Cuba aos Estados Unidos.

Figura 26

Soldados que lutaram na primeira guerra de independência de Cuba. Fotografia de 1896.

Hulton-Deutsch Collection/Corbis/Latinstock
Página 167

A intervenção dos Estados Unidos

Em 1898, quando a independência de Cuba estava prestes a ser conquistada, os Estados Unidos invadiram a colônia e declararam guerra à Espanha. Os estadunidenses utilizaram como pretexto para a invasão o bombardeio, supostamente realizado por forças espanholas, de uma embarcação dos Estados Unidos enviada à Cuba para proteger os cidadãos estadunidenses que viviam na ilha. No entanto, o objetivo do governo dos Estados Unidos era ocupar as últimas colônias espanholas nas Antilhas e dar início a uma política intervencionista na América Latina.

Assim, Cuba e Porto Rico foram ocupados pelas tropas estadunidenses. Porto Rico tornou-se colônia dos Estados Unidos e Cuba foi considerada pelo governo desse país como um território sujeito à intervenção. Em 1901, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a chamada Emenda Platt. Essa emenda foi incluída na Constituição de Cuba e estabelecia o direito de os Estados Unidos intervirem na ilha sempre que seus interesses fossem ameaçados, além de obrigar Cuba a ceder partes de seu território para a instalação de bases militares. As tropas estadunidenses deixaram Cuba em 1902, após instalarem a base militar de Guantánamo.

Essa base continua em poder dos Estados Unidos até hoje, apesar dos protestos do governo cubano.



Figura 27

Tropas estadunidenses são representadas desembarcando em Cuba. Litogravura de artista desconhecido, 1898.

1898. Litografia. Coleção particular. Foto: Album/Oronoz/Latinstock

Figura 28

Base militar estadunidence em Guantánamo, Cuba, 2013.

Joe Raedle/Getty Images
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Explorando o tema

Veja nas Orientações para o professor subsídios para trabalhar essa seção com os alunos.



Figura 29

Camila Ferreira



A cultura mexicana pós-independência

Após a conquista da independência, intelectuais e artistas de vários países da América Latina buscaram construir a identidade nacional desses novos países. No caso do México, a identidade nacional foi buscada no passado indígena, nas culturas asteca e maia, que floresceram antes da chegada dos europeus à América. Podemos perceber isso em várias produções culturais que surgiram após a independência. Observe.

Na pintura, o tema da identidade nacional e da busca das raízes indígenas do México foi bastante recorrente. A representação do indígena como elemento fundador da nação mexicana, com seus modos, costumes e trajes típicos, marcou a pintura de muitos artistas da época, que buscavam contar a história do México com base no cotidiano das pessoas comuns. Nessa tela, intitulada Mercado na Cidade do México, o artista José Agustín Arrieta (1802-1879) representou pessoas comuns que viviam no México na época da independência.

Figura 30

José Agustín Arrieta. 1850. Óleo sobre tela. Coleção particular. Foto: De Agostini/A. Dagli Orti/Art Images Archive/Glow Images

Francisco M. Jiménez e Miguel Noreña. 1887.

Na literatura, a identidade nacional se destacou em poesias, contos e romances que valorizavam a cultura e o passado indígenas. O escritor mexicano Mariano Azuela (1873-1952), por exemplo, contribuiu para a construção de uma identidade mexicana principalmente por meio da obra Los de abajo, de 1916, que narra a história da Revolução Mexicana, iniciada em 1911. Ao lado, capa de uma edição dessa obra.



Figura 31

Paseo de la Reforma, Cidade do México (México). Foto: Felix Lipov/Shutterstock.com

Na arquitetura, ganhou força o movimento neo pré-hispânico, que buscava exaltar a tradição indígena. Do final do século XVIII até o início do século XX, foram construídas casas e monumentos que resgatavam características indígenas. Um exemplo desse movimento artístico é o Monumento a Cuauhtémoc, o último imperador asteca, construído na Cidade do México em 1887.

Figura 32

Editora Stockcero


Página 169

O muralismo

Uma das tendências artísticas que floresceram em diversos países da América Latina no início do século XX foi o muralismo. Os muralistas, como eram chamados os artistas que pintavam murais, procuravam mostrar e exaltar a contribuição cultural dos povos indígenas na formação da cultura mexicana.

O mural a seguir, intitulado História do México — desde a conquista até 1930, do artista Diego Rivera, foi feito entre os anos 1929 e 1931. Esse mural representa vários episódios da história mexicana. Veja a seguir um detalhe em que se destacam a época da civilização asteca e o período da independência.

Figura 33

A

F



C

D

E



B

Diego Rivera. 1929-1931. Mural. Praça da Constituição, Cidade do Mexico (México). Foto: Travelpix/Alamy/Glow Images



A José Maria Morelos é representado apontando para o futuro, como se orientasse a população mexicana a lutar pela causa da independência.

B As pessoas comuns são representadas no mural como personagens importantes para o processo de independência. Algumas delas aparecem armadas, prontas para o combate, enquanto outras, representadas com roupas rasgadas e pés descalços, exigem dos políticos mexicanos melhores condições de vida.

C Cuauhtémoc, o último imperador asteca, aparece segurando o coração de um inimigo sacrificado, simbolizando a resistência indígena à colonização espanhola.

D O padre Hidalgo é representado no mural carregando, na mão esquerda, o estandarte da Virgem de Guadalupe, que é o símbolo dos primeiros movimentos de independência do México. Na mão direita, ele segura uma corrente quebrada, simbolizando a liberdade alcançada com o fim do domínio colonial.

E Iturbide, que se tornou imperador do México, entre 1822 e 1823, é representado usando trajes reais.

F A águia com uma serpente no bico simboliza a fundação da cidade asteca de Tenochtitlán. Esse símbolo faz parte da atual bandeira mexicana.

Veja a resposta da questão nas Orientações para o professor.

• Em grupo, escolham um dos tipos de produções culturais citados: literatura, pintura ou arquitetura. Em seguida, pesquisem mais exemplos de artistas e obras mexi canas, dentro da vertente cultural escolhida. De pois, apresentem as informações aos colegas.

Figura 34

Camila Ferreira


Página 170

Atividades

Veja as respostas das atividades nas Orientações para o professor.



Exercícios de compreensão

1. Elabore um pequeno texto explicando a crise do Império espanhol e a situação nas colônias na época.

2. Quais foram as consequências da invasão de Napoleão na Espanha para as colônias espanholas?

3. Defina o bolivarismo.

4. Mesmo que a independência oficial do México tenha ocorrido no ano de 1821, a população do país a comemora como se ela tivesse ocorrido em 1810. Por quê?

5. Após a independência, qual grupo social mexicano tomou o poder?

6. Sobre a independência de Cuba, responda.

a) Por que os Estados Unidos intervieram em Cuba em 1898?

b) O que é a Emenda Platt?

Expandindo o conteúdo

7. Leia o texto a seguir sobre a participação da elite criolla nos processos de independência das colônias espanholas.

A independência das colônias espanholas não seria possível sem a participação das classes dominantes coloniais. [...] Embora fossem frequentes as revoltas populares contra o domínio espanhol, elas esbarraram sempre na repressão violenta, por parte tanto da Metrópole quanto dos elementos da aristocracia criolla. Apenas no momento em que se aprofundou o [conflito] entre a Metrópole e suas colônias, traduzido pelas reivindicações coloniais de liberdade econômica e autogoverno, foi que [os grupos] dominantes coloniais se articularam em torno do movimento de independência, conduzindo-o à vitória final, embora com a participação das camadas populares que integraram os exércitos coloniais.

Não se deve pensar que o bloco dominante nas colônias fosse homogêneo. Ao contrário, [a elite criolla] em algumas zonas era mercantil (como em Havana, Lima e Buenos Aires), com interesses ligados ao mercado externo; em outras, era rural, composta de grupos de grandes produtores de gêneros tropicais de exportação (açúcar, cacau) ou de produtores autossuficientes

[...].


Figura 35

Criollo do Peru. Aquarela do Códice Trujillo del Perú, de Baltasar Martínez Compañon, século XVIII.

Séc. XVIII. Aquarela. Palácio Real de Madrid (Espanha). Foto: Album/Oronoz/Latinstock


Página 171

Do ponto de vista [das ideias, os grupos] dominantes coloniais [também] divergiam: ao lado de republicanos radicais, como os venezuelanos Francisco de Miranda e Simón Bolívar, encontravam-se monarquistas liberais, como o argentino José de San Martín. Assim, o movimento de independência ocorreu em torno de determinados líderes — os caudilhos —, não possuindo caráter nacional (e sim local e regional) [...].

Rubim Santos Leão de Aquino e outros. História das sociedades americanas. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 206-7.

a) Por que, de acordo com o texto, as revoltas populares pela independência fracassaram?

b) Quais grupos sociais coloniais participaram das lutas de independência?

c) Quais eram as divergências entre os membros da elite criolla?

Essa atividade favorece um trabalho articulado com Geografia. Veja mais informações sobre como conduzir a atividade nas Orientações para o professor.



8. Observe os mapas da página 158. Compare-os e responda às questões.

a) Qual é o nome do país latino-americano que se formou na região que, na época colonial, fazia parte do Vice-reino da Nova Espanha?

b) Quais países se formaram na região do Vice-reino do Rio da Prata?

c) A Costa Rica foi formada na região que fazia parte de qual capitania?

d) A Colômbia ocupou uma região que, na época colonial, fazia parte de qual Vice-reino?

9. Leia o texto a seguir, que trata da invasão napoleônica à Espanha e os reflexos desse acontecimento nos processos de independência na América espanhola.

[A ocupação da Espanha pela França] foi o gatilho que desencadeou os movimentos coloniais de separação da Espanha, embora suas origens tenham sido muito mais remotas e complexas. [...] [Napoleão Bonaparte] esperava que as colônias aceitassem a mudança de dinastia e enviou emissários com instruções aos administradores coloniais para que proclamassem José Bonaparte seu rei. No entanto, [...] a opinião pública nas colônias reagiu com extrema repulsa à ocupação francesa e, em toda a parte, proclamou efusivamente sua lealdade a Fernando VII, o monarca Bourbon [preso pelas tropas de Napoleão].

[...] Quando as colônias instauraram governos autônomos [no século XIX], tratou-se essencialmente de uma reação ao risco [...] de que Napoleão pudesse conquistar totalmente a península [Ibérica]. Seu objetivo era romper a ligação com um governo metropolitano que tinha grande probabilidade de cair totalmente sob domínio francês.

D. A. G. Waddell. A política interna e a independência da América Latina. In: Leslie Bethell (Org.). História da América Latina: da independência a 1870. Trad. Maria Clara Cescato. São Paulo: Edusp; Imprensa Oficial do Estado; Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2004. v. 3. p. 233-4.



a) Qual foi a reação da população colonial à nomeação de José Bonaparte como rei da Espanha?

b) De acordo com o texto, qual foi o principal motivo da instauração de governos autônomos na América durante a ocupação napoleônica na península Ibérica?

10. Observe a imagem a seguir.
Página 172

Figura 36

Batalha de Boyacá, pintura do artista venezuelano Martín Tovar y Tovar, 1890.

Martín Tovar y Tovar. 1890. Óleo sobre tela. Palácio Federal Legislativo, Caracas (Venezuela)

A B C

a) Associe cada letra indicada na imagem com uma das descrições a seguir.


Os indígenas e mestizos foram representados descalços, com roupas semelhantes e com bolsas a tiracolo. Assim como os espanhóis, eles portavam armas de fogo.

Os soldados uniformizados pertencem às tropas espanholas, que lutaram contra a independência da região colombiana.

Os criollos aparecem a cavalo, no comando das tropas coloniais, mas sem participação direta na frente de batalha.

b) Escreva um texto sobre essa imagem, relacionando seus elementos com o contexto das independências da América espanhola.

Passado e presente

11. Leia um texto sobre a base militar que os Estados Unidos mantêm em Guantánamo.

Instalada há mais de um século no litoral cubano, a base [estadunidense] de Guantánamo subsiste porque é um vespeiro em que ninguém quer mexer. [...] “A presença em Cuba é pura questão de força política”, diz o cientista político João Roberto Martins Filho [...]. O professor de relações internacionais Günther Rudzit [...] concorda. “A atuação militar americana é tão grande que eles não precisariam mais da base, que tem pouca capacidade de operações”.

A base foi estabelecida pela Marinha [estadunidense] em 1898, durante a Guerra Hispano-Americana. O último acordo, assinado em 1934, estabeleceu o arrendamento por tempo indefinido da área de 116 metros quadrados na baía de Guantánamo, que só voltará ao controle cubano por consentimento mútuo. Como
Página 173

Estados Unidos e Cuba raramente concordam, a possibilidade é pequena. Por esse “aluguel”, o governo [estadunidense] deposita numa conta 4 085 dólares anuais, mas [o governo cubano] se recusa a sacar o dinheiro desde 1959.

A base de Guantánamo já teve grande importância para os [estadunidenses]. “[...] O Caribe era estratégico para os planos de desenvolvimento [dos EUA]”, lembra [o professor Günther Rudzit]. Apesar das contestações, nunca houve uma tentativa de desocupação. [...]

Antonio Neto. Como podem os EUA ter uma base militar em Cuba? Superinteressante. São Paulo: Abril, ano 17, n. 193, out. 2003. p. 42.



Figura 37

Protesto em Washington, nos EUA, pelo fechamento da base de Guantánamo. Fotografia de 2009.

Frontpage/Shutterstock/Glow Images

a) Por que há o interesse dos estadunidenses em manter a base de Guantánamo?

b) Quando a base de Guantánamo foi estabelecida?

c) O que foi decidido no acordo de 1934?

d) Quando a base foi estabelecida, qual era sua importância para os Estados Unidos?

Trabalho em grupo

12. Em 2015, os Estados Unidos restabeleceram relações diplomáticas com Cuba, rompidas desde 1961. Teve início, então, um diálogo entre os representantes dos dois países visando encerrar o embargo comercial que os EUA vinham mantendo à ilha. A partir desses fatos, voltou à pauta de discussões a questão da devolução da base de Guantánamo aos cubanos. Com os colegas, façam uma pesquisa em jornais, revistas e internet para conhecer melhor as relações diplomáticas entre Cuba e EUA, o embargo econômico e a questão da base de Guantánamo, que, como vimos, só voltaria ao controle cubano por meio de um acordo entre os dois países. Depois de concluída a pesquisa, apresente os resultados aos demais colegas da turma.

Estimule a autonomia na aprendizagem dos alunos solicitando-lhes que realizem a proposta da seção Refletindo sobre o capítulo. Explique-lhes que, caso não tenham compreendido alguma das afirmações, é importante que o professor seja informado para que possa retomar o conteúdo correspondente e sanar as deficiências na aprendizagem.



Refletindo sobre o capítulo

Agora que você finalizou o estudo deste capítulo, faça uma autoavaliação de seu aprendizado. Verifique se você compreende as afirmações a seguir.

• O sistema colonial rendeu altos lucros para alguns Estados europeus, porém no século XIX esse sistema entrou em crise.

• Tanto as elites quanto a população pobre nas colônias espanholas lutaram pela independência, porém as suas motivações eram muito diferentes.

• As independências na América espanhola não modificaram a estrutura social estabelecida no período colonial.

• Durante os processos de independência na América espanhola, desenvolveu-se o “haitianismo”, ou seja, o medo entre as elites coloniais de que os escravos e ex-escravos se rebelassem, como fizeram os escravos haitianos.

• Após a independência do México, vários artistas se empenharam em construir uma identidade nacional mexicana com base em seu passado indígena.

Após refletir sobre essas afirmações, converse com os colegas e o professor para certificar-se de que todos compreenderam o conteúdo trabalhado neste capítulo.


Página 174

capítulo 8 - A independência do Brasil
Página 175

Veja nas Orientações para o professor algumas dicas, sugestões e/ou informações complementares para enriquecer o trabalho com os assuntos deste capítulo.



No início do século XIX, as transformações que vinham ocorrendo na Europa e na América deram origem a uma profunda crise no sistema colonial. Neste capítulo, vamos estudar como essa crise está ligada ao processo que culminou na independência do Brasil.

Observe as imagens apresentadas nestas páginas e converse com os colegas sobre as questões a seguir.

Figura 1

Partida da rainha de volta a Portugal em 21 de abril de 1821, aquarela de Jean-Baptiste Debret, século XIX.

Jean-Baptiste Debret. Séc. XIX. Aquarela. 24 x 35 cm. Museus Castro Maya, Rio de Janeiro (RJ)

Figura 2

Aclamação de D. Pedro I no Campo de Sant’Ana, aquarela de Jean-Baptiste Debret, século XIX.

Jean-Baptiste Debret. Séc. XIX. Aquarela. 25,5 x 18,7 cm (detalhe). Museus Castro Maya, Rio de Janeiro (RJ)

Aproveite as imagens e questões das páginas de abertura para ativar o conhecimento prévio dos alunos e estimular seu interesse pelos assuntos que serão desenvolvidos no capítulo. Faça a mediação do diálogo entre os alunos de maneira que todos participem expressando suas opiniões e respeitando as dos colegas.

Veja as respostas das questões nas Orientações para o professor.



A A aquarela da página anterior representa a partida da família real portuguesa do Brasil para Portugal, em 1821. Você sabe qual a relação entre esse fato e a emancipação política do Brasil?

B Você já sabe algo sobre o processo que culminou com a declaração de independência do Brasil? Comente.
Página 176

As relações entre Brasil e Europa no século XIX

O Bloqueio Continental e as relações entre Portugal e Inglaterra foram fundamentais para o processo de independência do Brasil.



As relações entre Portugal e Inglaterra

Diversos fatores contribuíram para que o Brasil se tornasse um país independente de Portugal. Entre esses fatores, destacam-se as relações estabelecidas entre Portugal e Inglaterra.

Desde o século XIV, Portugal e Inglaterra já haviam assinado tratados que beneficiavam o comércio entre esses dois Estados. No começo do século XVIII, por exemplo, foi assinado um acordo que assegurava a venda de vinho e azeite portugueses na Inglaterra e determinava que Portugal deveria comprar exclusivamente os tecidos produzidos pelos ingleses. Além disso, a Inglaterra era um importante comprador de produtos da Colônia portuguesa na América, como o açúcar, o fumo e o algodão. Portugal, por sua vez, comprava os produtos ingleses manufaturados para vendê-los no Brasil.

Portugal e o Bloqueio Continental

Em 1806, Napoleão Bonaparte, imperador da França, determinou o Bloqueio Continental, por meio do qual proibiu os Estados europeus de comercializarem com a Inglaterra. Quem desrespeitasse o bloqueio seria considerado inimigo da França. Naquela época, Portugal mantinha amplas relações comerciais com a Inglaterra e, por isso, não podia aceitar a condição imposta pelo imperador francês sem que sua economia fosse prejudicada.

As autoridades portuguesas tiveram que optar entre ceder às exigências do imperador francês ou enfrentar o exército napoleônico.

Figura 3

Imagem que representa produtos ingleses sendo queimados por ordem de Napoleão Bonaparte após o Bloqueio Continental. Pintura de P. Suhr, 1810.

P. Suhr. 1810. Coleção particular. Foto: Album/akg/historic-maps/Latinstock
Página 177

A transferência da Corte portuguesa

Após uma série de encontros confidenciais com líderes ingleses, a solução encontrada pelos portugueses foi manter o apoio à Inglaterra e transferir a capital do Reino de Portugal para o Brasil.

Assim, em 1808, milhares de pessoas desembarcaram no Rio de Janeiro. Entre elas o príncipe regente D. João, a família real e a Corte Portuguesa. A partir de então, essa cidade tornou-se a sede do governo de Portugal.

Figura 4

Retrato de D. João. Pintura de artista desconhecido, século XVIII.

Séc. XVIII. Óleo sobre tela. Palácio Nacional de Mafra (Portugal). Foto: StockPhotosArt/Shutterstock/Glow Images

Esse livro consta na lista do PNBE de 2009.



D. João carioca
Lilia Moritz Schwarcz. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
Conheça, nesta história em quadrinhos, mais detalhes sobre a vinda da família real portuguesa ao Brasil.

A abertura dos portos

Antes de chegar ao Rio de Janeiro, D. João passou por Salvador. Nessa cidade, assinou um decreto que permitia a abertura dos portos brasileiros às nações europeias aliadas a Portugal.

A partir desse momento, os portos brasileiros podiam receber as mercadorias vindas da Europa sem o intermédio de Portugal. Esse decreto significou o fim do exclusivo comercial no Brasil.

Figura 5

Fac-símile do Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, 1808, com a assinatura de D. João (Príncipe).

Dom João VI de Portugal. 1808. Carta decreto. Arquivo Nacional, Rio de Janeiro (RJ)
Página 178

Tratados assinados entre Portugal e Inglaterra

Em 1810, sob pressão militar e diplomática da Inglaterra, D. João assinou dois importantes tratados que regulamentavam as relações comerciais estabelecidas entre Brasil, Portugal, Inglaterra e os demais Estados europeus. Com esses tratados, a Inglaterra obteve muitas vantagens sobre o comércio no Brasil.

De acordo com o Tratado de Navegação e Comércio, os comerciantes ingleses que quisessem vender seus produtos no Brasil deveriam pagar um imposto de 15% sobre o valor da mercadoria. Já a tributação dos produtos vendidos por portugueses seria de 16%, e a dos demais Estados europeus seria de 24%.

Com o Tratado de Amizade e Aliança, D. João se comprometia a reduzir e posteriormente abolir o tráfico de escravos africanos para o Brasil. Além disso, o tratado permitia aos ingleses a liberdade religiosa e proibia a instalação dos tribunais da Inquisição no Brasil. Também foi concedido aos ingleses o direito de extrair madeira das matas brasileiras para a construção de seus navios.



O processo de independência do Brasil

Observe, na linha do tempo a seguir, os principais fatos ligados ao processo de independência do Brasil.



Figura 6

1808 a 1815

O Brasil como sede do governo de Portugal

Nesse período, as instituições políticas, administrativas e jurídicas de Portugal são transferidas para o Rio de Janeiro, que se torna a nova sede da Coroa portuguesa. Nessa época, também são criadas várias instituições no Rio de Janeiro, como o Banco do Brasil e a Biblioteca Real.

1815 a 1822

O Brasil como Reino Unido de Portugal

Com a sua elevação à condição de Reino Unido, na prática, o Brasil deixa de ser uma colônia de Portugal. As capitanias brasileiras passam a ser chamadas de províncias e, além disso, em 1821 o Uruguai é anexado ao Brasil com o nome de província Cisplatina.

1805 1810 1815 1820 1825

1806

O imperador francês Napoleão Bonaparte determina o Bloqueio Continental.



1815

O príncipe regente D.João eleva o Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves.

1820

Em Portugal, tem início a Revolução do Porto.



1808

Chegada da Corte portuguesa ao Brasil.

1817

Ocorre, no Nordeste brasileiro, a Revolução Pernambucana.



1821

D. João VI retorna a Portugal.

1810

Assinatura do Tratado de Navegação e Comércio e do Tratado de Aliança e Amizade entre Portugal e Inglaterra.



1818

Após a morte de sua mãe, o príncipe regente D. João é coroado rei, passando a ser chamado de D. João VI.

1822

D. Pedro proclama a independência do Brasil.


Página 179

O Brasil deixa de ser Colônia

Em 1808, com a transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro, teve início o processo de independência do Brasil.



A “interiorização da metrópole”

As transformações desencadeadas com a instalação do governo português no Rio de Janeiro deram início a um processo que acabou levando à independência do Brasil. Leia o texto a seguir.

A transferência da Corte para o Brasil, em 1808, provocou uma série de transformações na América portuguesa e sinalizou o fim do período colonial. Deu início também ao processo [...] de “interiorização da Metrópole”, ou seja, não só o estabelecimento no Rio de Janeiro das instituições-chave da administração do Império, como também a criação e consolidação de interesses próprios dos súditos americanos. [...] Essa situação se fez acompanhar de uma crescente consciência do papel que o Brasil ocupava no conjunto dos domínios lusitanos. Portugal, por outro lado, [...] viu-se reduzido a uma posição marginal. No Brasil, a importância adquirida pelo Rio de Janeiro como sede da Monarquia despertou as esperanças de que se estava fundando um novo império, mas com o passar dos anos e a manutenção dos procedimentos tradicionais, identificados com a Corte em Lisboa, o fardo sobre as províncias não foi aliviado, estimulando ressentimentos. A tudo isso, a proximidade da massa escrava acrescentava, para as autoridades, uma dimensão de temor constante, fruto do pavor ao “haitianismo” que se propagara com a revolta [de escravos no Haiti] em 1791 [...].

Ronaldo Vainfas (Org.). Dicionário do Brasil imperial: 1822-1889. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. p. 225-6.



Museu Histórico Nacional
Conheça nesse site várias ferramentas, roupas e objetos usados no século XIX no Brasil. Veja em:

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