História 8º ano



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Páginas 42 e 43

Comente com os alunos que, na época da afirmação de Portugal como um Estado moderno, problemas na sucessão do trono português quase levaram o reino a ser reincorporado por Castela. Enquanto uma parcela da nobreza portuguesa apoiava a integração do reino à Castela, a maior parte da população, principalmente as camadas burguesas, defendia a causa de D. João, mestre da ordem militar de Avis, que foi proclamado rei de Portugal. Essa vitória, que ficou conhecida como Revolução de Avis (1385), consolidou a centralização política do reino.


Página 376

Página 45

• Comente com os alunos que o século XVII na França foi marcado pela ascensão política da burguesia. A crise financeira que atingiu a França nessa época levou o governo a vender cargos públicos como meio de aumentar a receita. Assim, muitos membros da burguesia puderam adquirir títulos, ocupando cargos antes reservados aos membros da nobreza, sinalizando maior mobilidade social e consequente rivalidade entre os membros do segundo e do terceiro estado.

• Em A Força da Tradição: a persistência do Antigo Regime (1848-1914), o historiador estadunidense Arno Mayer apresenta outra perspectiva sobre a decadência do Antigo Regime. Segundo ele, a dissolução do Antigo Regime na Europa ocorreu somente com o fim da Primeira Guerra Mundial e a Revolução Francesa seria apenas um primeiro momento dessa desintegração.

Para obter informações sobre a cultura popular na época do Antigo Regime, leia a obra indicada abaixo.


• CHARTIER, Roger. Leituras e leitores na França do Antigo Regime. São Paulo: UNESP, 2004.

[...] A Grande Guerra de 1914 [...] foi uma consequência da remobilização contemporânea dos Antigos Regimes da Europa. Embora perdendo terreno para as forças do capitalismo industrial, as forças da antiga ordem ainda estavam suficientemente dispostas e poderosas para resistir e retardar o curso da história, se necessário recorrendo à violência. A Grande Guerra foi antes a expressão da decadência e queda da antiga ordem, lutando para prolongar sua vida [...].

De qualquer forma, nem a Inglaterra nem a França haviam se tornado sociedades civis e políticas industrial-capitalistas e burguesas em 1914. Suas políticas eram tão “obviamente antiquadas” e “obstinadamente preocupadas com sua longevidade” quanto as políticas das outras [...] grandes potências. Todas eram igualmente fundadas na predominância duradoura das elites agrárias, da agricultura, ou de ambas. [...]

Nos anos 1780, uma reação aristocrática em defesa de privilégios fiscais, sociais e burocráticos se tornara uma importante, possivelmente decisiva, causa subjacente e imediata da Revolução Francesa, o primeiro ato de desintegração do Antigo Regime da Europa.

[...] Entre 1905 e 1914 as antigas elites passaram a reafirmar e reforçar sua influência política, a fim de defender seu predomínio material, social e cultural. Nesse processo, intensificaram as tensões nacionais e internacionais que produziram a Grande Guerra, abertura do ato final da dissolução do Antigo Regime na Europa.

MAYER, Arno. A Força da Tradição: a persistência do Antigo Regime (1848-1914). In: MARQUES, Adhemar Martins e outros. História contemporânea através de textos. 11. ed. São Paulo: Contexto, 2005. p. 108-9. (Textos e Documentos).



Explorando a imagem página 45

a) O monarca foi representado na imagem com trajes típicos da cerimônia de coroação. Alguns elementos fazem referência ao seu poder soberano, como a espada; o cetro, sinal de autoridade; a vestimenta ornamentada e a flor-de-lis estampada em seu manto, símbolo da família real dos Bourbon.

b) A imagem do rei francês Luís XIV apresenta elementos relacionados à superioridade, autoridade, monarquia e poder. Esses aspectos se relacionam com o contexto do Absolutismo, período em que o poder dos reis tornou-se soberano na França e em muitas regiões europeias.
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• Ao analisar com os alunos a imagem da página 45, comente com eles que na época do Antigo Regime, muitas vezes, a imagem de um monarca era construída para impressionar seus súditos, impor sua autoridade e criar uma visão idealizada sobre a família real. Sobre a construção da figura do monarca francês Luís XIV, leia o texto a seguir e comente sobre ele com os alunos.



Figura 49

Diversos elementos distintivos do poder da monarquia francesa foram representados nesse retrato do monarca Luís XIV. Pintura de Hyacinthe Rigaud, 1701.

Hyacinthe Rigaud. 1701. Óleo sobre tela. Museu do Louvre, Paris (França)

Elaborada tal qual um grande teatro, um teatro do Estado, a atuação do rei se transforma em performance; os seus trajes viram fantasia. Na verdade, esculpida de maneira cuidadosa, a figura do rei corresponde aos quesitos estéticos necessários à construção da “coisa pública”. Saltos altos para garantir um olhar acima dos demais, perucas logo ao levantar, vestes magníficas mesmo nos locais da intimidade; enfim, trata-se de projetar a imagem de um homem público, caracterizado pela ausência de espaços privados de convivência. Tal qual um evento multimídia, o rei estará presente em todos os lugares, será cantado em verso e prosa, retratado nos afrescos e alegorias, recriado como um Deus nas estátuas e tapeçarias.

Senhor de um ritual cujo controle é por princípio impecável, o monarca transforma seu exercício diário numa grande dramatização, equilibrando-se no poder por meio da concessão alargada e programada de títulos, medalhas e privilégios. Dádivas que carregam a imagem do líder, esses rituais de consagração da monarquia acabam ajudando a cultuar e estender a própria personalidade do rei, que dessa forma paira muito acima de seus súditos.

SCHWARCZ, Lilia K. Moritz. A fabricação do rei: a construção da imagem pública de Luís XIV. Rev. Antropol. [online]. 2000, v. 43, n. 1, p. 257-261. Extraído do site: . Acesso em: 8 abr. 2015.



História em construção páginas 46 e 47

• O tema dessa seção faz referência a importantes teóricos que analisavam em suas obras a questão do Estado, do poder e dos regimes políticos. Na atualidade, o estudo dessas temáticas faz parte de uma vertente da história que tem buscado se renovar, assumindo metodologias diversas e mais condizentes com as perspectivas historiográficas contemporâneas. Leia o texto a seguir, que aborda essa questão.

Símbolo da historiografia mais tradicional — dos Estados, dos reis, das instituições e das guerras —, a história política (e com ela a história militar, qualificada de “história-batalha”) perdeu, durante a primeira metade do século XX, o lugar de honra que mantinha como digna herdeira de Tucídides. A crítica dirigida a uma história limitada aos meios dirigentes e às mudanças factuais não era completamente nova [...], mas teve uma repercussão inédita com a rejeição do particular e do acontecimento que caracterizou a orientação epistemológica iniciada na Escola dos Annales. Finalmente, o político surgia como um fenômeno secundário, “destilado pelo econômico e social” [...]. Entretanto, esse campo ficaria decididamente à margem da corrente que encarnava, bem ou mal, a audácia e a modernidade.

Esse descrédito, parcialmente justificado, impôs aos especialistas de história política uma redefinição radical do seu objeto de estudo, que acabou não somente por resgatar sua legitimidade, mas ainda por lhe fornecer meios para rivalizar com a supremacia da história social [...]. O historiador passou a contribuir para a análise do conteúdo e da evolução política propriamente dita (o factual não era ignorado) através do estudo do conjunto dos atores (não somente dos dirigentes, mas também do


Página 378

corpo político, das associações, dos intelectuais ou da opinião pública) como manifestações de poder (suas concepções e sua representação). Nesse contexto, um amplo espaço foi concedido à história das ideias políticas e ao peso das ideologias, aos sistemas de crença (sensibilidades políticas). Todos esses campos de pesquisa visam atualmente reunir-se em torno do conceito globalizante de “cultura política” [...].

CADIOU, François e outros. Como se faz a história: historiografia, método e pesquisa. Trad. Giselle Unti. Petrópolis: Vozes, 2007. p. 181-3.

Explorando a imagem página 47

a) O homem em destaque na imagem representa o Estado, que segundo Hobbes está centralizado no rei. É possível perceber que trata-se da representação do Estado pois o homem, que ocupa o centro da imagem, possui elementos distintivos do poder do rei (como a coroa e o cetro), e sua figura é composta por muitas pessoas – simbolizando a população que forma um estado.

b) Porque, segundo Hobbes, a população deveria transferir ao rei o direito de governar e seria firmado um contrato em que a população passaria a ser representada pela figura do rei.

Figura 50

Coroa – símbolo da realeza e do poder soberano atribuído ao rei.

Espada – faz referência ao poder da força e à manutenção da segurança, que passa a ser responsabilidade do rei, segundo Hobbes.

Título – A obra apresenta como título: Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil.

Corpo do rei (que representa o Estado) – é formado por diversas figuras que representam o povo, que, por meio de um contrato social, passaria ao rei o direito de governar.

Cetro – é um sinal da monarquia e do poder soberano do monarca.

Proporção – o rei (que representa o Estado) aparece em uma proporção bem maior em relação ao restante dos elementos da imagem. Isso simboliza seu controle e grande poder sob seus domínios.

Frontispício da obra Leviatã, escrita por Thomas Hobbes e publicada em 1651.

Séc. XVII. Biblioteca Britânica, Londres (Inglaterra). Foto: Granger/Glow Images

Sugestão de atividade Análise do texto

Páginas 48 e 49

Objetivos

• Ler e interpretar o texto de forma coerente.

• Compreender os vários aspectos relacionados ao cotidiano das crianças europeias no contexto do Antigo Regime.
Página 379

Comente com os alunos que, na época do Antigo Regime, as crianças eram tratadas como pequenos adultos: começavam a trabalhar muito novas, não frequentavam a escola e não dispunham de tempo para realizar atividades que hoje são típicas do universo infantil. Apresente aos alunos o texto a seguir, que trata desse assunto. Após o texto, são apresentadas sugestões de questionamentos.



O cotidiano das crianças no Antigo Regime

Quase metade da população da Europa, no século XVII, tinha menos de 16 anos. Isso porque as pessoas morriam mais cedo do que nos nossos dias. As escolas eram muito caras, por isso as crianças pobres andavam pelas ruas o dia todo. Comerciantes e fazendeiros ricos podiam mandar os filhos à escola, e os muito ricos pagavam professores particulares, que ensinavam seus filhos em casa. As escolas eram rigorosas e as crianças eram severamente punidas quando davam respostas erradas ou quando se comportavam mal. As matérias principais ensinadas eram latim, grego e instrução religiosa.

Poucas meninas iam à escola. Eram preparadas para ser donas de casa. As mais velhas tinham de tomar conta das mais novas e ajudavam nos serviços domésticos, como cozinhar, limpar, costurar e fiar. Os meninos ajudavam os pais, e assim aprendiam a arar, fazer pão, tecer, ferrar cavalos ou moer milho.

Como começavam a trabalhar muito cedo, as crianças eram tratadas mais como adultos.

TAYLOR, Laurence. O cotidiano europeu no século XVII. Trad. Aulyde Soares Rodrigues. São Paulo: Melhoramentos, 1995. p. 30.

a) Por que, no século XVII, quase metade da população europeia tinha menos de 16 anos?

b) Como era o cotidiano escolar das crianças naquela época?

c) Quais eram as principais matérias ensinadas?

d) Como era o cotidiano das meninas durante o Antigo Regime? E o dos meninos?

e) Como as crianças europeias eram tratadas naquela época?

Respostas

a) Isso acontecia porque na época do Antigo Regime as pessoas morriam mais cedo.

b) Naquela época, as escolas eram muito caras, por isso as crianças pobres andavam pelas ruas o dia todo. Os comerciantes e os fazendeiros ricos podiam mandar os filhos à escola, e aqueles que eram muito ricos pagavam professores particulares, que ensinavam seus filhos em casa. As escolas eram rigorosas e as crianças eram severamente punidas quando davam respostas erradas ou quando não se comportavam da maneira esperada.

c) As principais matérias ensinadas eram latim, grego e instrução religiosa.

d) Poucas meninas iam à escola. A maioria delas era preparada para ser dona de casa. As mais velhas tinham de tomar conta das mais novas e ajudavam nos serviços domésticos, como cozinhar, limpar, costurar e fiar. Os meninos ajudavam os pais, e assim aprendiam a arar, fazer pão, tecer, ferrar cavalos ou moer milho.

e) Por começarem a trabalhar muito cedo, as crianças eram tratadas como adultos.
Página 380

Encontro com... Literatura páginas 50 e 51

• Para complementar o estudo dessa seção, procure realizar com os alunos uma atividade de pesquisa, seguida de uma dinâmica de leitura. Veja o roteiro a seguir.



- Divida a turma em grupos e solicite uma pesquisa a respeito de outros contos e histórias que tratem sobre o cotidiano camponês no contexto do Antigo Regime.

- Nessa pesquisa, cada grupo deverá trazer para sala de aula trechos desses contos. Para isso, sugira a possibilidade de a pesquisa ser feita na biblioteca da escola ou do município e, também, na internet. Se necessário, você pode solicitar o auxílio do professor de Língua Portuguesa.

- Depois que os alunos trouxerem as informações e os trechos dos contos, solicite que cada grupo escolha um desses contos para ser lido e interpretado em sala de aula.

- Para essa apresentação, o grupo poderá ser dividido em:

Apresentador – irá expor um resumo do conto, com a data de produção, informações sobre o autor, o tema principal etc.

Personagens – irão ler e interpretar os diálogos.

Narrador – irá interpretar o papel do narrador do conto, se houver.



Respostas

a) Segundo Darnton, os contos franceses tendem a sugerir cautela e a demonstrar que o mundo era duro e perigoso.

b) Na história da Chapeuzinho Vermelho a menina passeia desacompanhada por um bosque quando se depara com um lobo, que nunca havia visto antes. Essa passagem pode se relacionar à afirmação de Darnton de que não se pode confiar em todos aqueles que se encontra pelo caminho, pois não há maneira de diferenciar os estranhos que podem revelar-se como príncipes e fadas, dos que são, na realidade, lobos e feiticeiros. Por isso, de acordo com o historiador, contos como “Chapeuzinho Vermelho” demonstram que o mundo é duro e perigoso.

Explorando o tema páginas 52 e 53

• A partir dos conteúdos trabalhados no capítulo, explore a ilustração das páginas 52 e 53 com os alunos e realize com eles uma discussão. Incentive-os a observar os personagens, as atividades praticadas, as roupas e adornos utilizados e os produtos comercializados. Em seguida, faça-lhes perguntas como: a qual camada social essas pessoas pertenciam? Que membros dessa camada foram representados na ilustraçao?

Quais dessas pessoas poderiam enriquecer e se tornar nobres? Quem eram os homens livres e por quais motivos esses homens viviam em condições precárias, muitas vezes perambulando pelas ruas como mendigos? Em sua opinião, o que poderia ser feito para sanar a desigualdade social no Antigo Regime? Aproveite o momento para exercitar o senso crítico dos alunos, fazendo-os refletir sobre as desigualdades sociais existentes na atualidade.

Resposta

• Resposta pessoal. Espera-se que os alunos compartilhem com os colegas suas experiências.


Página 381

capítulo 3 O Iluminismo

Objetivos

• Compreender que os avanços científicos do século XVII forneceram as bases para o pensamento iluminista.

• Identificar os principais ideais e pensadores iluministas.

• Estudar as críticas dos filósofos iluministas às doutrinas da Igreja.

• Conhecer as críticas dos filósofos iluministas ao Absolutismo.

• Verificar o que foi o despotismo esclarecido.

• Perceber que as ideias iluministas repercutiram na sociedade europeia e, também, em outros continentes.

Por que o Iluminismo?

Para o mundo de hoje o Iluminismo é algo bastante presente, tanto que é capaz de produzir debates e tomadas de posição dos mais variados tipos. Enquanto para os historiadores a palavra Iluminismo remete à noção de um movimento intelectual ocorrido na Europa do século XVIII — o “século das Luzes” [...] —, para nós, hoje, o Iluminismo reveste-se de muitas outras significações.

Podemos, por exemplo, tentar compreender o Iluminismo como culminação de um processo, ou como um começo. Enquanto ponto de chegada, o Iluminismo aparece como o clímax de uma trajetória cujos começos se identificam com o Renascimento, mas que só alça voo realmente com a Revolução Científica do século

XVII. Considerado como um ponto de partida, o Iluminismo passa a constituir o primeiro momento de uma aventura intelectual que é também a nossa. [...]

Somos hoje, de fato, de uma forma ou de outra, herdeiros do Iluminismo. E o somos em escala bem mais significativa do que muitos parecem dispostos a reconhecer ou assumir, pois, quer como estilo de pensamento, quer como realidade política, o fato é que o Iluminismo ainda vive.

FALCON, Francisco José Calazans. Iluminismo. 3. ed. São Paulo: Ática, 1991. p. 6-7.



Abertura do capítulo páginas 58 e 59

Figura 51

• As imagens das páginas de abertura desse capítulo se relacionam ao movimento que surgiu na Europa, no século XVIII: o Iluminismo. Observe com os alunos a gravura de Jean Huber e cite que os pensadores iluministas também podem ser chamados de enciclopedistas. Esse nome se refere à obra Enciclopédia, publicada principalmente por Diderot e D’Alembert, que reuniu um vasto acervo de conhecimentos existentes no século XVIII. Na página 59, foi representada uma das obras de Rousseau, importante filósofo suíço, nascido em 1712. Leia o texto a seguir e comente a respeito dele ao tratar sobre Rousseau com os alunos.


Página 382

Atribui-se às obras de Rousseau influência sobre o aparecimento do socialismo, do nacionalismo, do romantismo, do totalitarismo [...], bem como o dom de abrir caminho para a Revolução Francesa e contribuir substancialmente para os ideais modernos de democracia e igualdade. Elas têm também o crédito de influenciar a teoria educacional. Considera-se que a teoria de que os seres humanos são quase exclusivamente produto de seu meio (e, portanto, completamente maleáveis) deriva de seus escritos.

HART, Michael H. As 100 maiores personalidades da história: uma classificação das pessoas que mais influenciaram a história. Trad. Antonio C. Pereira. 3. ed. Rio de Janeiro: DIFEL, 2001. p. 436.

Respostas

a) Resposta pessoal. Se julgar conveniente, realize com os alunos uma leitura inicial da página 63 desse capítulo e apresente a eles os principais filósofos iluministas.

b) Resposta pessoal. Em sua obra, Rousseau defendia a ideia de que, para os cidadãos garantirem sua liberdade, eles deveriam abrir mão de seus direitos individuais em favor da sociedade. Ele acreditava também que o poder tinha origem no povo e somente seria legítimo se exercido em seu nome.

c) Porque, nessa época, muitos escritores e filósofos afirmavam que era necessário interpretar o mundo sob a “luz da razão”, valorizando o pensamento racional e o método científico em detrimento dos princípios característicos do Antigo Regime.

Páginas 60 e 61

• Comente com os alunos que, em seus textos, os iluministas defendiam diversos ideais que inspiraram os revolucionários dos Estados Unidos e da França no século XVIII, como: a liberdade positiva (autonomia para agir de maneira racional), o direito natural (humanista, oposto ao direito divino dos reis absolutistas), os direitos humanos universais e inalienáveis e a iniciativa humana. Alguns iluministas defendiam a necessidade de uma revolução para elaborar uma nova Constituição, que garantisse a todos os grupos sociais liberdades e direitos básicos. Por causa da influência iluminista, as revoluções americana e francesa ficaram conhecidas como “revoluções liberais”.

• Os conjurados de Minas Gerais também sofreram influência dos ideais iluministas. Porém, diferentemente dos revolucionários franceses e estadunidenses, os conjurados mineiros não teciam críticas aos princípios defendidos pela Igreja Católica, mesmo porque havia clérigos entre eles.

Explorando a imagem página 61

a) O evento ocorre em um salão amplo, com diversas pinturas nas paredes, estátuas, candelabros e espelhos.

b) Espera-se que os alunos notem que as pessoas estão conversando.

c) Porque eles foram representados reunidos em um salão literário em Paris para debater diversos assuntos. Ao observar esses personagens, nota-se que um deles se encontra no centro da imagem, com um documento escrito em uma das mãos. Além disso, grande parte deles está conversando. Explique aos alunos que o debate, a racionalidade e a investigação científica eram atitudes em evidência nesse momento histórico.

Página 62

• Com a Revolução Científica do século XVII, foram estabelecidos os parâmetros do método científico moderno, por meio do qual os cientistas puderam aplicar os prin



Página 383

cípios universais da ciência, as chamadas “leis da ciência”. Veja, a seguir, no que consiste o método científico moderno.



- O cientista, movido pela dúvida e pela curiosidade, postula uma ideia. Ex.: “A água pode se transformar em gelo”. A ideia original surge como um insight (uma “iluminação” súbita) concebido com base na observação dos fenômenos do Universo.

- Baseando-se na ideia original, o cientista desenvolve uma hipótese, por meio do raciocínio. Ex.: “A água se transforma em gelo quando sua temperatura diminui”.

- A hipótese então deve ser testada por meio de experimentos, isto é, pela reprodução prática do fenômeno. O cientista deve realizar todos os experimentos nas mesmas condições e observar quais características desse fenômeno se repetem. Ex.: “Verificação da temperatura abaixo da qual a água congela”.

- Se os resultados dos experimentos não entrarem em conflito com a hipótese, esta pode ser convertida em uma teoria (ou “lei”), que explica e prevê o funcionamento do fenômeno testado. Ex.: “A água congela ao ser resfriada abaixo de zero grau Celsius”.

Página 63

• Comente com os alunos que os pensadores do Iluminismo se apropriaram dos métodos de análise que Galileu, Bacon, Descartes e, posteriormente, Newton haviam aplicado às ciências naturais. Os pensadores iluministas deram novos usos a esses métodos, passando a aplicá-los em suas análises a respeito da sociedade em que viviam. Ao criticarem as instituições vigentes em sua época, organizadas sob os princípios do Antigo Regime, os iluministas contribuíram para a desestruturação gradual desse regime por toda a Europa. O texto a seguir aprofunda a discussão sobre o Iluminismo e discorre sobre sua importância. Se julgar conveniente, explore-o com os alunos.

O Iluminismo é um dos temas mais importantes na História das ideias, influenciando toda a estrutura mental do Ocidente contemporâneo. Como conceito, foi criado pelo filósofo alemão Imannuel Kant, em 1784, para definir a filosofia dominante na Europa ocidental no século XVIII. A palavra Iluminismo vem de Esclarecimento (Aufklärung no original alemão), usada para designar a condição para que o homem, a humanidade, fosse autônomo. Isso só seria possível, afirmava o Iluminismo, se cada indivíduo pensasse por si próprio, utilizando a razão.

O Iluminismo abarcou tanto a Filosofia quanto as Ciências Sociais e Naturais, a educação e a tecnologia, desde a França até a Itália, a Escócia e mesmo a Polônia e a América do Norte. Os pensadores e escritores de diversas áreas que aderiram a esse movimento de crítica às ideias estabelecidas pelo Antigo Regime eram chamados comumente de philosophes, filósofos em francês, mas entre eles havia também economistas, como Adam Smith, e historiadores, como Vico e Gibbons.

Esses filósofos do século XVIII, que chamamos hoje de iluministas, definiam a si mesmos como homens do “século das luzes”. Para eles o século XVIII foi o ápice da maturidade intelectual e racional do homem. Mas tais filósofos não seguiam uma única e coerente corrente de pensamento, pelo contrário, possuíam múltiplos discursos, não tinham nenhum manifesto ou programa de ideias, e muitos, inclusive, se contestavam mutuamente. [...] Todavia, a maioria desses pensadores compartilhava
Página 384

algumas ideias em comum: a defesa do pensamento racional, a crítica à autoridade religiosa e ao autoritarismo de qualquer tipo e a oposição ao fanatismo.

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2006. p. 210.

Páginas 64 e 65

• Comente com os alunos, caso julgue conveniente, que o Index Librorum Prohibitorum foi criado em 1559, no Concílio de Trento, e tinha como objetivo inicial impedir o avanço do protestantismo. Elaborado pelo Santo Ofício, o Index consistia em uma lista de autores e livros proibidos pela Igreja Católica, condenados por se oporem aos seus preceitos. O Index foi abolido pelo papa Paulo VI, em 1966, e, embora seja um documento sem força de lei eclesiástica, ainda hoje representa um guia moral da Igreja Católica. Entre os autores tornados proibidos pelo Index estão: Descartes, Montesquieu, Voltaire, Jean-Jacques Rousseau, Denis Diderot, Marquês de Sade, Victor Hugo, Gustave Flaubert, Alexandre Dumas, Émile Zola, Pierre Larousse, Jean-Paul Sartre, entre outros.

• Para aprofundar o tema abordado nessas páginas, discuta com os alunos sobre o hábito de consultar enciclopédias e outros possíveis suportes de informações difundidos na atualidade. Questione-os se eles costumam realizar pesquisas em enciclopédias, se sabem como é a organização desse tipo de material e que tipo de informações ele contém. Questione-os também sobre os outros suportes que eles utilizam para pesquisas e aproveite para promover uma discussão sobre um grande depósito de informação que tem sido bastante difundido na atualidade: a internet. Discuta com eles sobre como utilizar esse suporte, quais os cuidados que devem ser tomados ao analisar informações de sites e sistemas de buscas e se eles sabem qual é a porcentagem da população que tem acesso a esse veículo. Por fim, comente que, de acordo com a União Internacional das Telecomunicações, essa porcentagem é de 43% (dados divulgados em 2015).

Explorando a imagem página 65

• A página da Enciclopédia apresenta uma cena de pessoas trabalhando em uma cozinha. Abaixo há uma representação de diversos instrumentos que podem ser utilizados nesse ambiente. Veja as informações a seguir sobre como explorar a imagem com os alunos.



Figura 52

1 2 3 4


A cena representada se passa em uma cozinha e mostra diversos profissionais trabalhando em funções variadas.

Alguns instrumentos utilizados naquela época continuam sendo utilizados nas cozinhas até os dias de hoje.

A página traz o nome de algumas funções que podem ser desempenhadas em uma cozinha: cozinheiro 1, confeiteiro 2, fornecedor 3 e pessoa responsável por assar os alimentos 4.

Alguns animais, já abatidos, estão presentes na cena. Essa representação pode indicar alguns dos hábitos alimentares daquela época.

Os instrumentos normalmente utilizados em uma cozinha foram representados separadamente, para serem facilmente identificados pelos leitores da Enciclopédia.

Reprodução da página 145 da Enciclopédia, 1751.

Denis Diderot. Gravura. 1751-1757. Biblioteca de Artes Decorativas, Paris (França). Foto: G.Dagli Orti/DEA/AlbumLatinstock
Página 385

Página 66

• Comente com os alunos que o deísmo surgiu em um momento de revisão do pensamento religioso e, embora seus adeptos acreditassem na existência de Deus, para eles o Universo funcionava sem a intervenção divina. Nesse sentido, Deus não operava na natureza realizando milagres e cabia à ciência e à racionalidade transformar o curso do Universo. Segundo os deístas, os homens, dotados de capacidade de raciocínio, poderiam escolher entre o bem e o mal sem a ajuda ulterior de Deus.

• A segunda imagem da página 66, A oração de Voltaire, apresenta inscrição em francês. O texto a seguir traduz para o português o sentido da oração. Caso julgue conveniente, apresente-o para os alunos.

Ó Deus que me conhece; ó Deus que tudo anuncia!


Ouça as palavras que de minha boca pronunciei;
Se eu estiver errado é em buscar o seu direito;
Meu coração era errado; mas é cheio de você;
Eu vou sem fazer alarde, para a eternidade aparecer;
Eu não posso pensar que um Deus que me faz nascer, que um Deus que em meus dias versa tanta bondade;
Enquanto meus dias são externados, meus tormentos jamais o são.

Traduzido pelos autores.



Figura 53

Gravura anônima do século XVIII que representa Voltaire fazendo uma homenagem ao Sol. Voltaire considerava que o Sol, assim como os outros elementos da natureza, possuía uma essência divina.

Séc. XVIII. Gravura. Biblioteca Nacional, Paris (França). Foto: Bridgeman Images/Keystone

• O texto a seguir apresenta informações sobre as críticas de Voltaire aos dogmas religiosos. Se julgar conveniente, leia-as para os alunos.

A partir de 1759, vamos encontrar frequentemente nas obras de Voltaire [...] a curiosa expressão “Esmagai a infâmia!”. Objeto da crítica implacável e do ódio de Voltaire, o que pode ser essa “infâmia”? Ela é, em primeiro lugar, o fanatismo praticado pelas igrejas constituídas, que gera a intolerância em relação a toda opinião divergente e leva os homens a se perseguirem mutuamente e até a se trucidarem em guerras sangrentas. Em segundo lugar, a infâmia é a superstição e a ignorância que induzem os homens a práticas cruéis e à manutenção de preconceitos do passado.

[...] A posição de Voltaire, nesse contexto, é bastante singular: opõe-se ao cristianismo por julgar que os defensores dos dogmas cristãos são intolerantes e fanáticos e, sobretudo, porque, na sua opinião, o clero insiste em manter os povos na ignorância para poder melhor dominá-los. Mas se opõe também ao ateísmo, pois os ateus militantes podem ser tão fanáticos quanto os cristãos. Assim, ao se propor a lutar contra vários adversários, Voltaire constrói um pensamento essencialmente crítico, segundo o qual cabe à razão e à filosofia esclarecer os homens para que se libertem da superstição, da ignorância e da opressão.

NASCIMENTO, Maria das Graças. Voltaire: a razão militante. São Paulo: Moderna, 1993. p. 6-8. (Logos).
Página 386

Página 67

• As informações a seguir apresentam alguns dos ideais políticos defendidos por John Locke. Se julgar conveniente, leia-as para os alunos.

Tantos são os inconvenientes desse estado [estado da natureza], que por isso, segundo Locke, os homens decidiram renunciar à sua liberdade natural, principalmente ao direito de executar a lei de natureza com as próprias mãos, entregando-o ao corpo político formado nesse mesmo ato de renúncia. Esse é o pacto que dá origem à sociedade civil ou política (que Locke também denominava comunidade), isto é, um único corpo, político, representado pelo governo.

Conforme o pacto firmado, o governo pode ser de um só indivíduo ou de vários, mas o que importa é a sua finalidade: a de concentrar para si todo o direito de julgar e de castigar os criminosos, de modo a assegurar para toda a comunidade e para cada um de seus membros a segurança, o conforto e a paz. [...]

Por isso, Locke é adversário ferrenho do absolutismo. Para ele, o monarca absoluto, cujo poder não tem limites nem se baseia no consentimento, não participa da sociedade: encontra-se fora dela, no estado da natureza e, pior, com os recursos de que dispõe, declara guerra aos homens. Em tal situação, não há lei a não ser a de natureza, que autoriza castigar o agressor: a rebelião contra o absolutismo é legítima — e isso abre a possibilidade do pacto para inaugurar a verdadeira sociedade.

VALVERDE, José Maria et al. História do pensamento. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 356-7.



Páginas 70 e 71

• Comente com os alunos que, assim como o chefe da família representado na imagem, outras pessoas também tinham confiança na ciência e na racionalidade. Segundo o historiador Francisco José Calazans Falcon, elas eram os agentes sociais do Iluminismo. Eram indivíduos letrados, geralmente profissionais liberais, como médicos, advogados, professores, funcionários do Estado, clérigos, nobres ou burgueses.

• O século XVIII foi uma época de intensas transformações sociais, políticas e intelectuais. Essas transformações, que ocorreram tanto na Europa como em outras partes do mundo, estão refletidas nas representações artísticas produzidas nessa época. Comente isso com os alunos e, em seguida, proponha que realizem uma pesquisa sobre as artes no século XVIII, levantando os principais estilos artísticos na pintura e os principais nomes na música. Oriente-os a fazer a pesquisa em grupo e apresentar os resultados em sala de aula para os colegas. Incentive-os a compartilhar com a turma a reprodução das obras pesquisadas, a ler trechos de livros encontrados e a reproduzir músicas compostas no período. O trecho a seguir trata sobre as artes no século XVIII. Se julgar conveniente, leia-o para os alunos de modo a situar-lhes no assunto.

No século XVIII, as instituições inglesas e o gosto inglês tornaram-se os modelos admirados de todos os povos da Europa que ansiavam pelo governo da Razão. Pois na Inglaterra a arte não tinha sido usada para enaltecer o poder e a glória de governantes por direito divino. [...] Recorda-se também que na França a maciça grandiosidade barroca de Versalhes tinha passado de moda no começo do século


Página 387

XVIII, a favor dos efeitos mais delicados e íntimos do rococó [...]. Todo esse mundo de deslumbramento aristocrático começa agora a declinar. Os pintores passavam a observar a vida dos homens e mulheres comuns de seu tempo, a desenhar episódios comoventes ou divertidos que pudessem ser desenrolados numa história.

GOMBRICH, E. H. A história da arte. 4. ed. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1985. p. 371-2.

Explorando o tema páginas 72 e 73

• Muitos problemas decorrentes da modernidade são, ainda hoje, debatidos por muitos intelectuais contemporâneos. Eles questionam os benefícios do Iluminismo para as sociedades. Alguns argumentam que a mesma tecnologia que proporcionou uma melhoria na qualidade de vida foi utilizada também para a construção de armas de destruição em massa. Outros intelectuais apontam que o mesmo sistema econômico liberal, que deu plena liberdade econômica para os investidores, criou um mercado capitalista, que sujeita pessoas e instituições, e originou novas formas de exclusão social. Leia o texto.

O Iluminismo [...] é entendido como um momento fundador da modernidade e do mundo contemporâneo, em que predominam os valores burgueses. E como tal, passou, desde meados do século XX, a sofrer diversas críticas dos opositores da modernidade e do imperialismo.

As primeiras críticas vieram da Escola de Frankfurt. O filósofo alemão Theodor Adorno, com sua geração de exilados pela Segunda Guerra Mundial, começou a indagar, em meados do século XX, sobre a validade do progresso e da técnica para a história da humanidade. Ao lado de Horkheimer, Adorno afirmou o fracasso do Iluminismo, pois, para os frankfurtianos, o Iluminismo não libertou o homem do medo e do mito, nem o tornou autônomo, por meio do domínio da ciência e da técnica. Em vez disso, uma vez derrotado o fanatismo religioso, o homem passou a ser vítima de um novo fanatismo, criando outro dogma, o da ciência e da tecnologia, para a sociedade contemporânea.

Nas últimas décadas do século XX surgiu outra corrente filosófica contrária ao Iluminismo, a pós-modernidade. Criticando o predomínio das sociedades ocidentais sobre o mundo e a imposição de seus valores a todas as culturas em contato com os ocidentais, os pós-modernos passaram a criticar a supremacia do cientificismo e do progresso. O culto ao progresso entrou em decadência nos meios intelectuais e os limites entre razão, senso comum e religiosidade começaram a ser repensados. Apesar disso, a estrutura de pensamento predominante no Ocidente continua a ser derivada do Iluminismo [...].

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2006. p. 212.



Resposta

• As críticas contemporâneas ao Iluminismo questionam se efetivamente esse foi um movimento benéfico para a sociedade. Baseando-se em argumentos que criticam os avanços éticos, ambientais e científicos esses estudiosos buscam analisar o conceito de progresso instituído pelo Iluminismo.


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capítulo 4 A Revolução Americana

Objetivos

• Compreender que, a partir do século XVII, os ingleses iniciaram a colonização dos territórios ocupados na América do Norte.

• Analisar os principais aspectos do comércio triangular entre América, Europa e África.

• Estudar os principais fatores que motivaram o processo de independência das Treze Colônias.

• Perceber a diversidade sociocultural estadunidense no período colonial.

Entender que, antes da chegada dos ingleses na América, esse território era habitado por povos indígenas.



A ruptura e o novo país

[...] É importante lembrar que não havia na América do Norte, de forma alguma, uma Nação unificada contra a Inglaterra. Na verdade, as Treze Colônias não se uniram por um sentimento nacional, mas por um sentimento antibritânico. Era o crescente ódio à Inglaterra, não o amor aos Estados Unidos (que nem existiam ainda) que tornava forte o movimento de independência. Mesmo assim, esse sentimento a favor da independência não foi unânime desde o princípio. [...] O Sul era mais resistente à ideia de separação. E tanto entre as elites do Norte como as do Sul, outro medo era forte: o de que um movimento pela independência acabasse virando um conflito interno incontrolável, em que os negros ou pobres acabassem interpretando os ideais de liberdade como aplicáveis também a eles.

Na verdade, as elites latifundiárias ou comerciantes das Colônias resistiram bastante à separação, aceitando-a somente quando ficou claro que a Metrópole desejava prejudicar seus interesses econômicos [...].

A 2 de julho de 1776, o Congresso da Filadélfia acaba decidindo-se pela separação e encarrega uma comissão de redigir a Declaração da Independência. A Declaração fica pronta dois dias depois, em 4 de julho. [...] Declarar a independência era, porém, mais fácil do que lutar por ela. As Colônias tiveram que enfrentar uma guerra para garantir esta independência diante da Inglaterra.

KARNAL, Leandro. Estados Unidos: a formação da nação. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2007. p. 81; 85; 87. (Repensando a história).

Abertura do capítulo páginas 78 e 79

Figura 54

• As imagens de abertura desse capítulo proporcionam uma discussão sobre o contexto da Revolução Americana, que se deu no século XVIII, com a independência dos Estados Unidos. Comente com os alunos que o Monte Rushmore, retratado na página 78, é um monumento esculpido em granito com a representação dos rostos de quatro presidentes dos Estados Unidos: George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln. Esses presidentes protagoniza



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ram muitos dos acontecimentos que marcaram os primeiros 130 anos da história dos Estados Unidos da América enquanto território independente. A construção do monumento teve início em 1927, terminando em 1941, e contou com mais de 400 trabalhadores. A respeito da imagem da página 79, comente com os alunos sobre a importância desse documento para a população estadunidense. Analise elementos da imagem como a data, o local e a forma de escrita. A seguir, veja a identificação de cada presidente na fotografia e comente sobre eles com os alunos.



Respostas

a) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos já conheçam algum aspecto da independência dos Estados Unidos, como o feriado de 4 de julho, a valorização de seus ícones ou a influência que esse movimento teve em eventos no Brasil.

b) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos comentem que esse documento foi responsável por institucionalizar vários direitos dos cidadãos estadunidenses.

Figura 55

George Washington foi o primeiro presidente dos Estados Unidos. Presidiu a convenção que elaborou a Constituição da Filadélfia, em 1787, e comandou o exército durante a guerra de Independência dos Estados Unidos.

Thomas Jefferson foi o responsável pela assinatura do documento que declarou a independência dos Estados Unidos. Era a favor dos ideais da República e do Iluminismo e defendeu os direitos dos estados.

Theodore Roosevelt, presidente a partir de 1901. Liderou reformas progressistas e defendeu a influência sobre os territórios latino-americanos por meio de uma política externa mais agressiva.

Abraham Lincoln, presidente durante a Guerra da Secessão. Em 1863, proclama a declaração pela libertação dos escravos.

Nagel Photography/Shutterstock/Glow Images



Páginas 80 e 81

• Comente com os alunos que a empreitada da viagem para as colônias inglesas na América deu origem ao documento que justificou a ocupação do continente. O Pacto do Mayflower foi escrito em 1620 por súditos do rei da Inglaterra a bordo do navio de mesmo nome. Com teor religioso, o documento tornou-se a base para a teoria do destino manifesto, utilizando a constante alusão a Deus como uma forma de estratégia política. Leia a seguir um trecho desse documento.

Em nome de Deus, Amém. Nós, cujos nomes vão subscritos, súditos fiéis de nosso respeitável soberano Senhor, Rei Jaime, havendo empreendido, para a glória de Deus
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e progresso da fé cristã, e honra de nosso rei e país, uma viagem para implantar a primeira colônia no Nordeste da Virgínia, pelo presente, solene e mutuamente, na presença de Deus, uns perante os outros, convencionamos a nossa união num corpo político civil, para melhor ordenar, preservar e aperfeiçoar as finalidades antes mencionadas; e, em razão disso, promulgar, constituir e compor leis justas e iguais, ordenações, atos, constituições e cargos públicos, de tempos em tempos, como for julgado mais adequado e conveniente para o bem geral da Colônia, ao qual prometemos todos a devida submissão e obediência.

COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. p. 102.

• Caso julgue conveniente, apresente aos alunos a tabela a seguir, que contém algumas informações sobre as regiões que compunham as Treze Colônias. No final do século XVI, com o incentivo da rainha da Inglaterra, Elizabeth I, a expedição liderada por Sir Walter Raleight já havia chegado à América do Norte, dando à terra encontrada o nome de Virgínia. Nessa fase, o empreendimento foi organizado pela Companhia de Londres, composta por comerciantes ingleses. No entanto, foi somente no final da década de 1600 que a colonização consolidou-se nesse território.



As Treze Colônias originais

Nome

Fundada por

Ano

Virgínia

Companhia de Londres

1607

New Hampshire

Companhia de Londres

1623

Massachussetts (Plymouth)

John Mason e outros separatistas puritanos

1620-1630

Maryland

Lorde Baltimore

1634

Connecticut

Emigrantes de Massachussetts

1635

Rhode Island

Roger Williams

1636

Carolina do Norte

Emigrantes da Virgínia

1653

Nova York

Holanda

1613

Nova Jersey

Barkeley Carteret

1664

Carolina do Sul

Nobres ingleses

1670

Pensilvânia

William Penn

1681

Delaware

Suécia

1638

Geórgia

George Oglethorpe

1733

Fonte: KARNAL, Leandro. Estados Unidos: a formação da nação. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2007. p. 35. (Repensando a história).

Página 82

• Caso queira aprofundar o estudo sobre o comércio transatlântico de escravos, consulte o site Slave Voyages


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