Microsoft Word Sessão de Pôsteres doc



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Ainda em relação à finalidade de ensinar Geometria, temos que ela se apresenta como “um campo 
profícuo para o desenvolvimento da capacidade de abstrair, generalizar, projetar, transcender o que é 
imediatamente sensível, conferindo ao aluno capacidade para que o mesmo alcance sucessivos níveis de 
abstração": primeiramente, o reconhecimento das figuras geométricas, distinção das propriedades inerentes 
a tais figuras e, conseqüentemente, o estabelecimento de correlações entre esses dois níveis. Num nível 
posterior, o aluno consegue organizar seqüências parciais de afirmações, deduzindo uma da outra, até que 
finalmente, atinge um nível de abstração tal que lhe permite desconsiderar a natureza concreta dos objetos 
e do significado concreto das relações entre eles, incutindo no aluno uma “forma progressiva de um 
pensamento cada vez mais abstrato".

Apesar das considerações expostas acima, no âmbito da sala de aula, o professor, quando o faz 
(importante de se frisar), aborda a Geometria de  forma a se ater à exposição de teoria e fórmulas, 
abordando alguns exercícios de fixação na seqüência, negligenciando ferramentas pedagógicas, talvez 
essenciais, como o uso de artes plásticas, através da observação de formas, perspectiva e profundidade em 
telas, pinturas, esculturas e até mesmo na arquitetura. É inegável que, por exemplo, as obras de Gaudi 
possam configurar-se como um formidável estímulo ao estudo de retas, curvas e sólidos geométricos. 
Exemplos tão válidos e importantes quanto os citados são as aplicações na Astronomia, como o método 
usado por Eratóstenes para efetuar o cálculo do raio da Terra e a trajetória de corpos celestes que sempre 
se configuram como uma elipse; em Química, a questão da Geometria molecular, fator essencial na 
ocorrência de reações químicas ou ainda em áreas como a Geografia, quando se trabalha as projeções do 
globo terrestre. Isso sem contar com a enorme gama de opções que o advento da informática proporciona, 
através de softwares de geometria dinâmica, como o 
Cabri-Geomètre
 e o 
iGeom,
 este último distribuído 
gratuitamente na internet. 
Tópicos relacionados à história das descobertas geométricas/matemáticas, como acima citado, e de 
seus pensadores são também excluídos dos conteúdos apresentados em sala de aula, perdendo-se assim 
uma grande oportunidade de se estabelecer uma conexão entre ciências exatas, humanas e biológicas, 
delimitando as possibilidades de tornar as aulas de Geometria mais prazerosas e estimulantes para todo o 
tipo de aluno, desde aquele com maior afinidade com a Matemática até o aluno que mais se aproxima de 
outros ramos do conhecimento, proporcionando a este, a motivação necessária para desenvolver certos 
assuntos relacionado à Geometria e apagando a falsa impressão de que a Matemática está dissociada de 
outras áreas, não tendo aplicações no mundo que o cerca. É comum se trabalhar apenas pontos isolados 
que compõe o processo de construção do conhecimento geométrico: concepção, representação, concepção 
e construção.
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 Esse equívoco é cometido por grande parte dos educadores, prejudicando, em certa óptica, 
o ensino e o aprendizado do conteúdo. É de grande importância para esse processo que o aluno possa  
trabalhar a percepção de formas e características, bem como explorar suas representações no plano e no 
espaço, além de estudar como podem ser construídas, considerando suas propriedades intrínsecas. 
Nessa conjectura, encontramos uma Matemática desvalorizada junto aos alunos, e em muitos casos, 
de modo a agravar a situação, em relação aos próprios professores. Nesse ínterim, cabe mais uma 
pergunta que, ao ser analisada de forma mais cuidadosa, pode revelar aspectos fundamentais para a 
construção do universo que remete ao ensino de Geometria: até que ponto a formação dos professores 
contribui para o agravamento da situação exposta até aqui?  Será que nos encontramos num ciclo vicioso 
em que os futuros professores, ao receber uma formação inadequada, se receberem, quanto aos recursos 
didáticos a serem utilizados em Geometria, ou mesmo em relação ao conhecimento teórico da disciplina


 
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refletirão em suas futuras aulas a mesma situação encontrada nas faculdades, formando por sua vez, 
alunos detentores de uma visão equivocada e deturpada da Geometria, transformando-se em professores 
portadores das mesmas deficiências, ou até mesmo mais graves, que de seus antigos mestres? Onde será 
o início desse ciclo, na base, no Ensino Básico, ou em um patamar mais elevado, nas cátedras das 
universidades? 
Buscamos respostas que elucidem tal cenário em que se encontra a Matemática e mais 
especificamente a Geometria, bem como a utilização dos resultados na elaboração de novas aplicações 
para a educação matemática. Nesse objetivo, iremos nos ater ao percurso histórico traçado pelo ensino de 
Matemática no Brasil, observando processos fundamentais para esse propósito, como o Movimento da 
Matemática Moderna, ascensão da etnomatemática e do tecnicismo, bem como seus reflexos nas 
propostas de ensino vigentes no país. 
 
 
Proposta de Trabalho 
Para encaminhar os estudos relacionados aos tópicos acima expostos, 
serão utilizados os seguintes métodos: 
- Levantamento dos contextos históricos, como Movimento da Matemática Moderna, o advento do 
tecnicismo, da etnomatemática e das políticas educacionais ao longo dos anos. 
- Levantamento e análise das propostas curriculares observadas nos documentos da CENP e dos 
PCNs. 
- Análise do uso de recursos tecnológicos nas aulas de Geometria, como softwares de geometria 
dinâmica, bem como acessibilidade e usabilidade desses programas. 
 
 
Resultados Esperados 
Através da análise dos dados obtidos nos estudos, tirar conclusões sobre causas e efeitos do formato 
de abordagem da Geometria no Ensino Médio, de modo a futuramente, elaborara novas propostas para o 
tratamento da Geometria no Ensino Médio. 
 
 
Referências 
[1] MACHADO, Nilson José, 
Epistemologia e didática: as concepções de conhecimento e inteligência 
e a prática docente
, São Paulo, Cortez, 1995. 
[2]  MIORIM, Maria Ângela, MIGUEL, Antônio, FIORENTINI, Dario, “Ressonâncias e dissonâncias do 
movimento pendular entre álgebra e geometria no currículo escolar brasileiro", 
Revista Zetetiké
, Volume 1, 
Campinas, CEPEM, 1993. 
[3]  Pavanello, Maria Regina, “O abandono do ensino de Geometria no Brasil: causas e 
conseqüências", 
Revista Zetetiké
, Volume 1, Campinas, CEPEM, 1993. 
[4]  Pavanello, Maria Regina,”Para que ensinar/aprender geometria?", disponível 
em  
www.sbempaulista.org.br/epem/anais/mesas_redondas/mr21-Regina.doc
 
[5]  Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio- Parte III: Ciências da Natureza, Matemática e 
suas Tecnologias 


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