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Sendo
AB maior do que BC, AC/AB = AB/BC.
Sendo AC = 1 e AB = x, teremos AB aproximadamente igual a 0,618.
Esse número decorre, matematicamente, dos cálculos a seguir:
Geometricamente também encontramos a proporção áurea no parâmetro da espiral perfeita, aquela
das galáxias que os astrônomos fotografam.
Matematicamente encontramos a proporção áurea através da Progressão de Fibonacci de maneira
bem simples. É uma tabela que progride com a soma de seus dois últimos números. O quociente entre
estes dois números tende, no infinito, para o quociente áureo perfeito, assim: 1 + 2 = 3, 2 + 3 = 5, 3 + 5 =
8, 5 + 8 = 13, 8 + 13 = 21, 21 + 13 = 34, 13 + 34 = 47, 34 + 47 = 81, 47 + 81 = 128, 81 + 128 = 209,
128 + 209 = 337, 209 + 337 = 546.
Observe que 3 dividido por 5 resulta 0,6, portanto um quociente pouco preciso para algumas
aplicações (imagine uma pirâmide sendo feita com tamanha imprecisão!). Mas, também observemos que
337 dividido por 546 resulta 0,617216. Bem mais preciso! Um físico alemão me mostrou ainda outra forma
matemática de se encontrar a proporção áurea, mas para o nosso propósito, o que temos basta!
Psicologicamente é interessante observar como a segunda metade
de um intervalo de tempo
parece maior, mais lenta e cansativa do que a primeira.
Os bons promotores de espetáculos, concertos e palestras sabem disso e dimensionam as partes
aureamente - se me permitem o termo. Um bom espetáculo deveria ter 60% de sua duração inserida na
primeira parte e 40% na segunda, assim nenhum espectador dormiria...
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Os virtuosos também sabem disso e não pulsam os tempos pedidos na partitura de maneira
inflexível. O bom músico, na repetição de um tema ou melodia, executa de maneira sutilmente mais rápida,
a proporção áurea (mais ou menos 6/4) uma vez mais vem em auxílio.
Os mestres da música fizeram amplo uso do recurso áureo em suas obras. Geralmente algo muito
importante acontece neste preciso instante (a duração da obra multiplicada por 0,618). Vejamos, ou
ouçamos, o último movimento da IX Sinfonia de Ludwig van Beethoven - Presto/Allegro assai.
Não vamos medir a duração da obra em minutos ou segundos, pois
sabemos que isto depende do
regente e seus conceitos pessoais de rapidez e lentidão, além da sua carga de adrenalina no momento do
concerto! Vamos medir em compassos - as unidades métricas musicais. A obra - imensa - tem 940
compassos.
O pequeno tema principal, exposto no início por voz solo de barítono, é reapresentado no decorrer
da obra de maneira sempre variada, parece que nunca mais o ouviremos de novo na sua forma original. Na
realidade, o mestre fica à espera do instante decisivo. As variações evoluem para que no compasso 580, o
instante áureo (940 x 0,618), o pequeno e maravilhoso tema principal seja re-exposto, na sua forma simples
e original, pelo coro completo. E mais, para daí então surgir uma música
totalmente diferente, incluindo
instrumentos inclusive (três trombones e um contra-fagote, este re-incluso após longa espera).
O efeito causado no ouvinte é arrebatador! Eu acho que este momento de reencontro calculado com
o tema principal é um dos grandes responsáveis pelo imenso sucesso desta obra diante de músicos e
ouvintes. Somando minhas próprias reflexões à de amigos músicos, artistas plásticos e estetas cheguei à
conclusão de que existe algo de orgânico e natural na proporção áurea, que age poderosamente de forma
subliminar no senso estético do apreciador, de qualquer que seja o tipo de arte.
E ainda em tempo, o umbigo - a primeira fonte de vida que tivemos - fica na proporção áurea do
nosso corpo. É só pegar a fita métrica e medir!
Alcides Lisboa
Maestro
do CORAL ANCHIETA
Colégio Anchieta - Salvador-BA
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URL:
http://www.coralanchieta.com.br/maestro/dica-maestro06.htm
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A GÊNESE DAS INSTITUIÇÕES FORMADORAS DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA
NO ESTADO DE GOIÁS
Fernando Guedes Cury
matfernando@yahoo.com.br
Nível: Mestrado
Orientador: Antonio Vicente Marafioti Garnica
vgarnica@travelnet.com.br
Universidade Estadual Paulista – Rio Claro
1. Introdução
Ubiratan D´Ambrósio (1994) afirma, de forma incisiva, que a matemática está situada no núcleo do
desenvolvimento social, sendo seu papel crucial e,
portanto, considerado na interpretação de uma vasta
gama de fenômenos sociais. Partindo destas idéias, concluímos que o professor de matemática tem grande
participação no âmbito do desenvolvimento social e, conseqüentemente, sua formação também.
Muitas pesquisas já foram realizadas no Estado de Goiás focando novas tecnologias, formação de
professores, técnicas de ensino-aprendizagem, currículos e até mesmo as que tratam da história de cursos
e de universidades. Entretanto, estas últimas não privilegiam a voz de
atores envolvidos naqueles
acontecimentos como base para sua pesquisa.
O levantamento de informações relativas à instalação das primeiras universidades do estado podem
ter um efeito de compreensão do hoje a partir do ontem e valorização das tradições e memórias, não
apenas no meio acadêmico, mas também, numa sociedade desacostumada com o resgate das
experiências dos mais velhos, pois aqui, estes serão foco principal numa investigação do tempo presente.
Esta pesquisa deseja, então, resgatar a história das primeiras instituições que formavam
professores de matemática no estado de Goiás, consultando diretamente as pessoas que participaram dos
processos de criação dos cursos e de sua implementação. A partir daí, identificar as reais condições de
ensino nos primeiros anos de atuação daqueles estabelecimentos, levantando dados sobre sua estrutura
física, perfil de discentes e docentes, motivações para sua criação, entre
outros aspectos, que destaquem a
gênese de tal estrutura. Esta, por sua vez, conta, atualmente, com nove faculdades, oferece cursos de
matemática (licenciatura e bacharelado) em diversas cidades do Estado, além de Pós-Graduações em nível
de especialização e mestrado.
2. Metodologia
História Oral, Segundo Meihy (2000), é um recurso de pesquisa moderno usado para a elaboração
de documentos, arquivamento e estudos referentes à experiência social de pessoas e grupos. Assim,
admitindo a necessidade de constituir outras fontes de informação dando valor ás palavras dos que foram
ofuscados ou não
foram profundamente estudados, a metodologia escolhida para esta pesquisa é a da
História Oral Temática, fundada em depoimentos orais de participantes considerados significativos para a
criação dos primeiros cursos de formação de professores de matemática do Estado e que, a partir da
reconstituição de aspectos de sua vida, será possível detectar experiências relacionadas à investigação
proposta neste texto.
Mesmo sendo as entrevistas os documentos fundamentais na coleta dos dados, a pesquisa contará
com uma investigação documental prévia, que inclui consultas a jornais, livros, atas de reuniões, a fim de